Dilemas morais da guerra. . .

Enquanto o Estado judeu entra em guerra contra o grupo terrorista Hezlbollah, bombardeando o Líbano, a imprensa ocidental anti-Israel critica aquilo que seria o “genocídio” contra o povo libanês na região. Isto se deve ao grande número de civis mortos pelas hostilidades, e, em particular, ao bombardeio da aviação israelense, que destruiu um prédio e matou mais de 30 crianças libanesas, chocando a opinião pública mundial. Enquanto isso, os pacifistas de plantão fazem protestos violentos contra Israel, acusando-a de toda sorte de maldades humanas, as piores da face da Terra. E a opinião pública, no geral, massacra o Estado judeu, como a origem de todo o mal do Oriente Médio.

É inegável o choque do mundo ocidental, quando muitas vítimas inocentes perecem nesta guerra estúpida. E quando as vítimas são crianças, a guerra se torna ainda mais trágica, mais absurda. Todavia, é de se perguntar se o exército de Israel tenha realmente a intenção de massacrar civis libaneses ou de impor o genocídio contra os árabes dessa região. A resposta é não. Tudo seria tão simples e fácil, tão ao gosto do maniqueísmo anti-judaico, se não fosse por um detalhe perverso: a culpa pela grande perda de civis é do próprio grupo terrorista Hezbollah. Sim, o Hezbollah está usando seu povo como escudo humano dos mísseis israelenses! O terrorismo árabe mata civis de outro país e faz com que a reação seja matar seus próprios civis, já que os expõe, a título de propaganda! Os cadáveres que são produzidos pela exposição de civis libaneses mortos por Israel são uma grande força que preconiza inviabilizar qualquer ataque contra os terroristas. Aqui, há uma tática militar que é de uma barbaridade sem precedentes: o grupo terrorista libanês mata civis judeus e quando é atacado, protege-se com seus próprios civis, tentando criminalizar as ações militares israelenses.

Ou seja, a tentativa clara é de apelar aos dilemas que só existem no mundo ocidental, em suma, o respeito aos civis e a dignidade do ser humano, que o terrorismo árabe simplesmente ignora. É bastante conhecido que o exército de Israel coloca suas bases militares longe das comunidades populosas, a fim de evitar qualquer tipo de retaliação contra seus civis. E quando o exército israelense ataca o Líbano, joga panfletos, avisando aos civis árabes de um iminente ataque bélico. Contudo, no lado árabe é diferente: muitos mísseis que são atirados sobre as cidades israelenses, estão localizados em bairros residenciais árabes, justamente quando da possibilidade de uma retaliação, os civis serem usados como escudos. Muitas vezes, os ataques do Hezbollah são feitos no meio da multidão, a fim de paralisar o exército israelense, obrigada a responder a uma opinião pública hostil.

Aqui se faz a seguinte pergunta: quem é realmente o culpado? Um grupo terrorista que mata civis de outro país e usa dos próprios civis como escudo humano, ou um exército que ataca pra não ser atacado e defender seus civis? Os judeus ficam amarrados num dilema moral sério: ou se deixam atacar, com risco de perda de seus civis e mesmo de outras hostilidades piores a seu país, ou então atacam para combater o mal, com o risco de matar civis alheios, expostos propositadamente pelos próprios agressores terroristas?

A mídia ocidental está invertendo o ônus da criminalidade: Israel se esforçou pela paz. Doou territórios aos palestinos em Gaza e se retirou do Líbano, confiante no desarmamento e apaziguamento do mundo árabe. Ocorreu justamente o contrário: o Hammas, o partido radical e fundamentalista, foi eleito com grande número de cadeiras no parlamento palestinos, e o Hezbollah foi rearmado pela Síria e Irã. Todos são claros no desejo de destruir o Estado judeu. E o próprio Irã, que arma esses grupos terroristas, está projetando sua bomba atômica, ameaçando a existência de Israel. O que se pode esperar de Israel, senão a retaliação? Que possa ser questionada as ações de Israel em relação aos civis libaneses, é claro, os dilemas são terríveis e espinhosos para o ocidente. Todavia, muito mais questionável, imoral e detestável é a posição do Hezbollah de expor seus civis ao fogo cruzado da guerra, sabendo-se que é o verdadeiro causador da guerra. Até agora, nenhum libanês, nenhum árabe, nenhuma mídia ocidental questionou isso. No final, todos jogam o peso nos judeus, que devem pensar tanto nos seus civis, como nos civis dos outros, em prejuízo à sua resistência e sobrevivência. Um peso morto, aliás, para os fanáticos islâmicos. . .