domingo, agosto 30, 2009

Bate-papo: Conde e David Carvalho falam sobre Honduras.

Mais outro bate-papo entre Conde Loppeux de la Villanueva e David Carvalho, a respeito da expulsão do Presidente Zelaya, de Honduras, pelo exército e Congresso Nacional do país. Imperdível! Clique aqui para baixar!

quinta-feira, agosto 27, 2009

Os ateus estão ficando cada vez mais estúpidos!


Parece que alguns sujeitos se sentiram incomodados com alguns comentários a respeito da extrema estupidez da militância atéia. Não se pode esperar conteúdo elevado de gente como Sam Harris, Dawkins & cia. Vou postar mais outro exemplo do quanto o debate ateístico é assustadoramente indigente. Os comentários abaixo dão o aval do problema. A coisa é muito séria:

Este "movimento ateu" não é arregimentado como uma religião que exige dízimo, e eu nunca vi um 'teleatheist' exigindo dinheiro.

Conde-E, no entanto, a mídia inteira, as universidades, os centros de opinião e uma boa parte da propaganda ateísta são apoiadas com rios de dinheiro. Engraçado, a religião pode até mobilizar muita gente dando dinheiro voluntário. E de onde vem tanto dinheiro para sustentar idéias e conchavos parasitas dos ateus?


Talvez algumas organizações que são ateus incentivar a doação, mas simplesmente não ateu, porque eles são; ex / se um site de ciência pede doações, não é para apoiar o ateísmo dos cientistas.

Conde-Esses rapazinhos falam tantas tolices. Se você estudasse, ao menos, o que está por trás da campanha ateísta, levaria um susto. Com certeza, o engenho é muito maior do que qualquer Igreja Evangélica que vive de doações. Por outro lado, sabe-se que essa dicotomia entre ciência e religião é falsa, produzida, fabricada. Durante uma boa parte da história, a religião e a ciência andaram juntas e nunca foi conflito para ninguém estudar ciências e ser cristão.


Você está sendo um pouco obtuso, porque obviamente eu estava me referindo às modernas questões políticas como a motivação religiosa do preconceito homossexual entre muitas,

Conde-Você é que está sendo obtuso em negar que a maioria dos valores que ainda vivenciamos é cristã. O problema é que você é bobo demais. Não posso esperar de alguém que ignora uma boa parte da história da humanidade, senão esses palpites panfletários da militância ateísta. Por acaso você acha que a tolerância aos homossexuais nasceu onde? Nos países comunistas? Ou foram nos países cristãos, onde se aceita o perdão ao pecado ou mesmo sua tolerância, partindo do pressuposto de que somos naturalmente pecadores e erramos? E desde quando a homossexualidade pode ser alguma motivação política séria, quando na verdade, é a heterossexualidade que é o comportamento natural por excelência? A religião cristã nos ensina a amar os homossexuais. Nem por isso sou obrigado a achar lindo dois machos se beijando. . .

muitas outras questões inanes. Claro, eu tampouco compro objetivismo moral, então seus tolos dez mandamentos são completamente triviais, arcaicos, e certamente compostos por povos antigos ignorantes.



Conde-Tudo bem, experimente viver sem o "não matarás", o "não roubarás", o "não desejar as coisas e a mulher do próximo" e veja o que ocorre? Se o "não matarás", o "não roubarás", o "não desejar a mulher do próximo" estiverem "arcaicos" e feitos por povos antigos ignorantes, decerto estaremos livres para matar, roubar e estuprar a mulher do rapazinho acima. Você deveria ter vergonha de falar tanta besteira!Mas eu não o culpo e sim essa militância ateísta, financiada com muito dinheiro escuso, cujas origens você desconhece, ainda que papagueie seu discurso senil.


Esses ateus são uma percentagem incrivelmente pequena, enquanto que os fundamentalistas religiosos são a maioria do mundo.


Conde-Realmente, tão "pequena" que dominaram, ao menos, um terço da humanidade, vide os países comunistas, que mataram milhões de religiosos e destruiram milhares de Igrejas. Vai estudar, burro!

Eu também não leio literatura simplesmente porque ela foi escrita por um ateu, e literatura ateísta apenas no sentido de 'The God Delusion' e , tais outras não-ficção.


Conde-Por isso você só fala besteira. Não estuda história, não estuda filosofia e a única coisa que te sobra é um panfletinho vulgar de um analfabeto ignorante e boboca como você. E a propósito: The God Delusion é uma literatura de ficção.


Você obviamente não entende o conceito de "acaso".

Conde-Entendo perfeitamente. O problema é que vocês são tão idiotas que nem sabem o que é isso.


É por isso que os bons cristãos morrer tão freqüentemente quanto os não-cristãos, porque é um processo aleatório.

Conde-Ah sim, o processo aleatório está acima da nossa capacidade racional de criar e planejar nossas vidas? Tudo bem, eu não vou mais usar a razão. Vou esperar o aleatório para conduzir minha vida. Experimente viver conforme sua filosofia e veja oque ocorre? Da mesma forma que é absurdo viver conforme o aleatório, a natureza não é aleatória: ela tem modelos reprogramados de fenomenologia, o que denota a idéia de uma racionalidade intrinseca à compreensão e funcionamento da natureza. Isso só é possível mediante alguém inteligente que o criou.


É óbvio que também não compreendem o conceito religioso de esperança. Você não 'esperança' que nós somos compostos orgânicos, pois somos;

Conde-Não somos meros compostos orgânicos. Somos bem mais do que isso, felizmente.



enquanto que um teria de "esperança" que somos algum fantasmagórico, matéria espiritual,

Conde-O burrinho deveria saber, ao menos, que a alma é imaterial. Você pega, ao menos, na sua personalidade? Toca nela?


apesar de não haver provas.

Conde-Você prova a existência do amor? Do ódio? Do espírito? Da consciência? Existe prova empírica disso? Eu já vi que você nem sabe o que é um método, o que torna a coisa mais engraçada.



Além disso, esperança insinua conforto derivada de uma crença, e acreditar em um Deus que ama você é o melhor conforto para o lamentavelmente fraco em mente.


Conde-Pelo contrário, crer em Deus é ter consciência de que está sujeito a um dever superior e saber, previamente, que esse dever é uma realidade que está escrita no universo. Não vejo paz nisso. Fácil mesmo é ser ateu e não prestar contas a nada. Consola muitas consciências toscas a vaidade de crer que cada um é um fim em si mesmo. Por mais que não haja sentido algum nisso, realmente, você é uma criatura aleatória que tenta explicar racionalmente o aleatório. Isso torna a coisa mais divertida ainda.



A ciência é simplesmente a aplicação da lógica, que antecede até mesmo a mais velha das religiões pré-históricas (do qual o cristianismo deriva), os primeiros seres humanos que primeiro desenvolveram ferramentas estavam usando, em um sentido fundamental, a ciência.

Conde- Meu Deus do céu, não acredito que li isso. O homem primitivo, quando riscava duas pedras e fazia fogo, não sabia por que aquele fenômeno ocorria. O homem não desenvolveu a ciência, mas tão somente a técnica. Técnica, como diz o nome, é apenas procedimento, prática, e isso não implica uma explicação fenomenológica dos fatos. Ciência é o conceito totalmente diferente. E quem te disse que a lógica só tem a ver com ciência, idiota? A lógica é um conceito muito mais abrangente e não se limita à ciência natural, se é que é a única coisa que existe na sua cabeça tapada! A religião parte de pressupostos lógicos e racionais de explicação da causalidade do universo. Na verdade, foi a primeira explicação racional no sentido “científico” da palavra, dentro de uma idéia de conjunto (se é que devamos entender o termo “científico” dentro das ciências naturais). Se o universo é feito de acordo com fenômenos reprogramados e, muitas vezes, imutáveis, isso só é possível se houver uma inteligência superior e suprema que determine. E isso não muda com o desenvolvimento das ciências naturais. Pelo contrário, a ciência natural é tão somente produto dessa visão teológica. O rapazinho não sabe nem mesmo o que é ciência! Puta que pariu!


A religião tem sido a ciência inibindo por milhares de anos, e ainda tenta ignorar fato científico;

Conde- A religião não tem o aval de ser “ciência natural”. A explicação religiosa é de fundo filosófico, na maioria das vezes. Por outro lado, os primeiros cientistas no mundo ocidental foram justamente os monges medievais. Para se ter uma idéia da coisa, a Igreja Católica foi a instituição que mais investiu em estudos científicos por toda a história do mundo ocidental e, provavelmente, por toda a história humana. Vai estudar moleque!







Você é terrivelmente ignorante da verdadeira ciência, e não da psuedociência criacionista.

Conde- Para um cara que confunde “técnica” com “ciência”, você é muito ruinzinho!




A fé é definida como uma forte crença no que não pode ser provado.

Conde- A ciência também é fonte de fé. Seus postulados epistemológicos só podem se provados filosoficamente. Você prova empiricamente que o que você está vendo ao seu redor é verdadeiro?



Você não pode ter fé na "falta de sentido" porque não há nenhuma evidência de sentido inerente. Você é muito ignorante do que você está tentando debater aqui.




Conde- Da feita que você afirme que o aleatório pode criar alguma coisa, lamento, isso não tem sentido racional algum. Mesmo que você afirme que a natureza tenha um mecanismo inteligente moto-próprio, a única coisa que nos sobra é um panteísmo muito rasteiro.







Cultura, costumes e tradições são todos incrivelmente inúteis para o funcionamento da sociedade, e até mesmo prejudiciais.

Conde- Eu não acredito que li essa burrice tremenda. O direito é inútil e prejudicial ao funcionamento da sociedade, apesar do ateu idiota viver sob as leis. A moral é inútil e prejudicial à sociedade, apesar de ele viver dilemas morais cotidianamente. As tradições são naturalmente más, ainda que ele siga, tradicionalmente, uma ideologia que tem quase 200 anos (a evolução das espécies). Os costumes são necessariamente inúteis e ruins, ainda que ele coma carne de boi e não carne humana. Rapaz, você é um charlatão e vigarista de segunda categoria. Mas já que o direito é tão ruim assim, que tal a nossa toupeira abolir o direito à vida?

Isso não parece ser positivo para mim. Cada civilização religiosa tem caído, e aqueles que ainda existem estão se desintegrando, há uma correlação direta entre a segurança de um país e como ele é ateu.

Conde- Vamos analisar essa lógica medonha: a Coréia do Norte, a China, a ex-União Soviética, o Kampuchea, e demais países ateus e comunistas, realmente os cidadãos tinham muita segurança, vide o número assustador de mortos desses regimes! Partindo desse pressuposto incrivelmente idiota, o governo ateu da China, que matou umas 70 milhões de pessoas, deve ser o lugar mais seguro do mundo! Ei otário, explica pra mim aí a correlação pra eu rir? Não é por acaso que a civilização européia se encontra em decadência. Perdeu suas energias. É assolada pelo gigantismo do Estado moderno e pelo materialismo. E a civilização européia perdeu a fé em si mesma!










Arte atéia existe há muito tempo, apenas recentemente, concluí que a maioria dos cineastas são ateus.








Conde- A única arte “atéia” que conheço é o chamado “realismo socialista” e durante uma boa parte de sua história, foi uma tremenda porcaria. O paradoxal é que os cineastas ateus, de forma inconscientemente, pegam enxertos do imaginário religioso e bíblico para fazer valer seus filmes. Isso chega a ser realmente muito patético. Arte “atéia”? Isso existe?









Então, nós não teríamos algumas pinturas altamente elogiado de Jesus, mas eu não poderia me importar menos, isso não significaria que grande arte não teria existido, só que um tópico mais digno teria sido retratado.

Conde- A arte só existiu, de fato, porque houve algum elemento inspirador dessa arte. O ateísmo não inspira absolutamente nada, a não ser um vazio existencial profundo. Qual arte “atéia” consegue superar aquilo que a religião nos deixou? Absolutamente nada. Aliás, sua lógica demonstra um componente revolucionário abertamente destrutivo. Você parte do pressuposto de que nossa época é superior pelo fato de haver uma supremacia tecnológica e que para isso deveríamos esquecer os legados do passado. Lamento dizer, mas o século XX é uma profunda decepção, tanto do ponto de vista artístico, como moral: matou-se mais gente do que toda a história humana; a produção intelectual e artística é ínfima, para dizer o mínimo. Até mesmo a ciência sofreu uma deturpação ideológica sombria. Seu problema é simples: você não passa de um rapazinho ignorante e deslumbrado. E só! Você é aquilo que Ortega y Gasset chamaria de "señorito satisfecho", o homem-massa por excelência, que desconhecendo as conquistas da civilização, acha que ela cai de árvores. . .

Filosofia teria ocorrido ainda, e antecede muito o cristianismo por centenas de anos.












Conde- Verdade, antecede o cristianismo. Mas foi o cristianismo quem revolucionou a ótica da filosofia ocidental. Sem o cristianismo, a filosofia seria muito vazia.




Pseudo-científica, talvez, e se você acha que eles estavam usando a ciência legítima você não tem a menor idéia sobre a ciência real.

Conde- Da feita que você confunda “técnica” com “ciência”, eu duvido muito que você saiba o que seja “ciência real”.

Sim, os ateus podem ser "más" pessoas. No entanto, esses 'ateus' a cometeram atrocidades, substituindo a religião com uma fé ainda mais forte, a única razão que eles eram "ateus" é para remover uma fé por uma fé mais forte.

Conde- A vigarice intelectual deste rapaz não tem limites. Se os ateus não se limitam a pregar o ateísmo e mesmo impõem esse ateísmo, por conta do suposto “atraso” da religião, a culpa não é da ideologia ateísta, mas da fé, que é lugar-comum religioso. Rapazinho vigarista, safado, cuzão, analfabeto funcional: a fé não se limita ao sentimento religioso. Sua pregação ateísta é também um ato de fé. Você simplesmente acredita que Deus não existe. E você vem isentar os fanáticos ateístas, pelo prisma de que a culpa da fé fanática deles é responsabilidade da religião? Sério cara, eu não tenho o menor respeito intelectual e humano por você. Você não sabe o que é ciência, não sabe o que é religião, não sabe nem mesmo o que é fé. Sr. idiota e débil mental: por acaso quando você quer revogar a religião, isso não é destruir uma fé religiosa para impor uma fé mais “forte”, ou seja, no ateísmo? Um rapazinho auto-contraditório do seu nível não mereceria nem resposta. Só te respondo mesmo por caridade cristã!








Você está certo, meu argumento não será apenas contra a religião, mas contra todas as formas de fé, que são perigosas.

Conde- A fé no ateísmo é a pior delas. . .e você é fiel acólito!





domingo, agosto 23, 2009

Mais opiniões atéias estranhíssimas.


Um cidadão, de nome Josh, publicou outro comentário sobre meu texto “ateísmo e decadência”, nestes dizeres abaixo. Parece que o povaréu fã de Dawkins et caterva não gostou da provocação. Faço questão de analisar alguns quesitos, que refletem a estranheza de algumas opiniões ateístas:

O ateísmo é cientificamente mais alinhada com a nossa compreensão do Universo,

Conde- A pergunta inicial que permanece é: qual “compreensão” do universo? A compreensão materialista e mecanicista do mundo, que faz com que o homem se torne uma mera engrenagem da natureza complexa, porém, criada ao acaso? É muita fé religiosa crer que o acaso crie coisas complexas, da mesma forma que o irracional seja superior à própria razão. Mas deve ser porque o Sr. Josh, tendo uma compreensão tão pequena do universo do seu ateísmo, limite a grandeza do universo à pequenez do seu ateísmo e aí ache que tudo termina na sua visão tosca. Lamentável!

assim como a ciência médica está cientificamente mais alinhada com a nossa compreensão do corpo humano,

Conde- A confusão metodológica não seria mais estranha. Primeiro, porque faz uma falsa analogia entre a compreensão química e biológica do estudo do corpo humano com o próprio universo, como se o universo agisse conforme a estrutura biológica do homem.Por outro lado, a ciência médica nunca encontrou nada satisfatório para problemas relacionados à psicologia. A única coisa que pode ter ajudado é nos problemas químico-biológicos e olhe lá. Não existe remédio ou pílula para nos curar dos males do espírito ou para nos dar a felicidade. Isso pertence, muitas vezes, ao universo religioso. Ele nos dá sentido a aquilo que a ciência não explica.

a fé curadora é uma teoria completamente inválida a de Deus, não há nenhuma diferença.

Conde- Um doente sem fé na sua cura é um morto-vivo. Remédios não dão fé na vida. A boa vontade e a força emanada de Deus dão. . .e mesmo assim, a religião não quer substituir o papel da medicina na cura. Até porque a medicina é também um dom divino dado ao homem para sua cura.

Tudo o que sabemos sobre o universo conclui que não há Deus,

Conde- O que mais me choca nos ateus é que eles não sabem nem mesmo o que discutem. Eles acham que podem colocar o incomensurável, o perfeito, o absoluto e o eterno, além do ilimitado, num tubo de ensaio. Triste isso!

mas eu não vou voltar para a voltar ao início te suprindo fontes de cada cientista validando isto.

Conde- Os cientistas agora viraram teólogos. Eles descobriram que o eterno, o absoluto e o ilimitado podem ser vistos num tubo de ensaio. . .já dizia Salomão, para os tolos, os números são infinitos!

O ateísmo não é mais uma "crença" do que "acreditar" que a ciência médica é mais provável para curá-lo que oração.

Conde- A ciência médica cura problemas químico-biológicos. Mas é só. . .

Isso é muito cansativo e fundamental para mim

Conde- Que pena. Quando você tiver alguma doença “terminal”, é possível que você se mate antecipadamente, por acredita que a ciência já tenha descoberto tudo!

Isso é ridículo. Os ateus não fabricam guerras e conflitos,

Conde- Stálin, Hitler, Mao, os partidos comunistas, são cristãos devotos?

demandam dinheiro em excesso,

Conde- Você acha mesmo que o movimento ateísta atual é pobre, tendo o apoio cultural de quase todas as universidades do mundo?

inventam contos de fadas,

Conde- Sim, vou acreditar no conto de fadas de que o mundo é mero acaso, de que minha razão vale menos do que o universo perfeito criado irracionalmente e que um acaso vale mais do que minha capacidade de pensar e planejar minha vida, porque o aleatório é superior À inteligência.

inerentemente se esforçam para influenciar a política e a justiça com as leis inúteis e arcaicas,

Conde- Ah sim, o materialismo instituído compulsoriamente é uma lei “útil” e “progressista”? Não Matarás e não roubarás agora viraram arcaicos?

defendem o assassinato,


Conde- Os ateus militantes mais radicais defendem, inclusive, a queima de igrejas e a matança de padres. O problema é que você nem mesmo conhece a literatura ateísta.


a inteligência ou a razão de,

Conde-Sim, os ateus defendem a razão do acaso e a inteligência do acaso, esse novo deus. . .

dão falsa esperança,

Conde- A verdadeira esperança é você crer que é um composto orgânico, criado pelo nada e voltado para o nada. . .

aliena os indivíduos,

Conde- Realmente, o materialismo resgata o individuo ao seu nada! O nada é tudo!

contradiz a ciência,

Conde-Partindo do pressuposto de que a "ciência" só existe por conta de um tradição teológica preexistente à chamada ciência moderna. . .

perpetuam tradição arbitrária, destroi o ceticismo, etc, etc, ad infinitum.


Conde- O rapazinho tem fé: tem fé no nada, tem fé na falta de sentido, tem fé na matéria divinizada, enfim, é um verdadeiro panteísta!

Mesmo se todos os ateus forem arrogantes ou o quer, o que certamente não é verdade, eles ainda não poderiam ser tão ruim quanto qualquer religião, só seria irônico se ateus submetidos ao mesmo tipo de falácias dos religiosos.

Conde- É só fazer comparações: a religião criou civilizações, culturas, costumes, tradições, artes, filosofia, literatura, conceitos políticos, filosóficos, etc. O que o ateísmo criou como civilização? Em dois séculos de militância ateísta vemos modelos totalitários “científicos”, a destruição da capacidade de abstração da filosofia, a negação prévia dos postulados filosóficos da espiritualidade, enfim, um completo reducionismo materialista, cujo rebaixamento espiritual e moral do homem é mais que notório.

Ah sim, o argumento de Stalin e Hitler e Mao, certo? Felizmente, nenhuma dessas coisas podem ser realizadas em nome do ateísmo, como eles podem estar em nome da religião.

Conde- O rapazinho parte do pressuposto prévio de que o ateísmo é uma espécie de moral superior. Vamos ver se entendi a lógica rasteira: a isenção moral de suas ideologias não se deve ao ateísmo? Hitler acreditava cabalmente no evolucionismo aplicado às sociedades políticas, daí o extermínio das raças inferiores. Stálin e Mao aplicavam essa ótica evolucionista ao materialismo histórico, eliminando grupos sociais inteiros de pessoas, em nome da dialética da luta de classes. As classes consideradas ultrapassadas, depuradas pela “seleção natural” da história, deveriam ser eliminadas. Sr. ateu, pegue que o filho é teu!

Todos esses déspotas autoritários manufaturaram atrocidades substituindo a religião com um outro sistema baseado na fé que girava quase exclusivamente em ideologia baseada em fé.

Conde- E qual ideologia não é baseada na fé? O ateísmo de sua parte não é questão de fé? O materialismo e a negação da existência de um universo transcendente não são uma questão de fé? Mas na cabecinha oca do rapaz, se o ateu tiver fé no ateísmo, logo, ele vai se tornar um “religioso” e qualquer atrocidades em nome da negação de Deus será culpa de quem? Dos religiosos!

Sim, o verdadeiro problema não somente religião, mas qualquer sistema baseado em fé;


Conde- O rapazinho é auto-contraditório: ele mesmo já nos brindou com um sistema “científico” como elemento totalizante da explicação do universo. E ele acha que isso não é ato de fé? O que os materialistas ateus fizeram, quando criaram os campos de extermínio, uma sociedade planejada cientificamente, dentre outras coisas, foi apenas aplicar um sistema materialista dentro de bases e premissas supostamente “científicas”. Rapazinho, vá estudar, você é uma toupeira!

tais atrocidades hediondas só podem ser realizado com uma quantidade enorme de fé.

Conde- O rapazinho não sabe o que é fé. Ele acha que toda fé é necessariamente religiosa, como se o mero fato de expor sua teoria “científica” sobre o universo não tenha elementos de fé no meio. Sr. Josh, o que mais me assusta é que você nem sabe do que está falando. Você não tem o menor domínio de conceitos básicos de ciência e método. E tudo o que você fala é confuso, obscuro, nada científico, no amplo sentido que essa palavra representa!

Sim, os ateus podem cometer atrocidades, mas não sem uma igualmente poderosa estrutura de fé e que não podem ser cometidos em nome do ateísmo, mas pode, em nome da religião.

Conde- Vamos entender o rapazinho tolo: ele diz que a ciência explica todo o universo, inclusive, como a medicina explica o corpo humano. Isso não é uma estrutura de fé, pautada na ideologia materialista? É o mesmo pensamento que subsistia em Hitler, Mao e Stálin, só que com uma leve diferença de interpretação do mundo. Mas como o rapazinho tosco explica para nós o massacre de milhões de cristãos e judeus no século XX, senão pela militância ateísta e pela destruição física e psicológica da fé religiosa no mundo, praticada por ateus? Ah sim, eles não mataram em nome do ateísmo, e sim, pela fé do ateísmo! Putz! Assim não dá!

sábado, agosto 15, 2009

Alguns aspectos dos movimentos revolucionários: sua extensão e seus perigos.

Quando se comenta a respeito da situação revolucionária na qual a América Latina se encontra, suas turbulências sociais e a ameaça de um grande movimento totalitário capaz de destruir todas as democracias no continente, muita gente vive numa espécie completa de ceticismo, senão de descrédito. Há várias explicações para esse fenômeno estranho, embora algumas evidências deste fenômeno sejam bastante óbvias. Uma delas, diz respeito ao total desconhecimento que a maioria da opinião pública brasileira possui dos movimentos revolucionários, tanto de tendência marxista, como de outras naturezas. É muito raro, em língua portuguesa, qualquer material histórico sério a respeito. Decerto, é possível encontrar obras de qualidade bem traduzidas, que explicam bem a história de muitos movimentos revolucionários subversivos e violentos. Todavia, com algumas exceções, são poucas as obras que revelam esses movimentos como um todo, como uma tradição histórica contínua até hoje atuante. Pelo fato de não haver uma tentativa de ver o conjunto, as evidências históricas são fragmentárias e muita gente acha que vários desses eventos são isolados e fortuitos ou pertencem apenas ao passado.

Por outro lado, há a questão da perspectiva desses movimentos. Ainda se crê que no movimento revolucionário apenas dentro da concepção estereotipada de hordas violentas, e que na atualidade das democracias, esses grupos estariam em baixa. Há, ainda, uma inversão da compreensão histórica, quando muito da violência reinante do século XX é apenas associada ao “fascismo” e quando se espalha por aí que os movimentos fascistas eram “conservadores”. O bolchevismo, que foi um movimento muito mais violento e terrorista, é eivado de uma visão muito mais amena. Inclusive, seus atos criminosos são tolerados. Mesmo para aqueles que conhecem, ainda que superficialmente, as atrocidades ocorridas na União Soviética, há uma espécie de condescendência, e raramente alguém associa os crimes de um com os crimes de outro. Ainda se crê no romantismo da sociedade utópica e igualitária dos socialistas, razão pela qual as pessoas não conseguem associar o comunismo ao nazifascismo. Mais uma vez, as pessoas conseguem ver fragmentos, mas não vêem o todo.

Além de ser uma vergonhosa falsificação histórica, é, também, uma distorção da compreensão dos movimentos revolucionários. São raras as obras que afirmam, com razão, que o movimento fascista é fruto do mesmo fenômeno revolucionário que engendrou o bolchevismo ou o comunismo. Há, inclusive, a falsa dicotomia entre esses dois movimentos, na idealização patética da luta do Partido Comunista contra os fascistas. Hoje há sólidas evidências de que o movimento comunista foi, sob determinados aspectos, um grande financiador do nazismo e fascismo, e gente como Hitler e Mussolini tinham sólida formação socialista antes de se tornarem os “fascistas”. Na verdade, uma das origens do movimento fascista está na ruptura de uma parte do movimento socialista ao internacionalismo proletário, tornando-se um movimento nacional-socialista. É claro que o movimento fascista, sendo um amálgama de várias aspirações nacionalistas, teve também seus laços com a extrema-direita. Analisar o fascismo é bem mais complexo do que se possa imaginar. Os fascistas e comunistas poderiam se engalfinhar nas ruas, disputando cada bairro e cada país. Todavia, era tudo briga de primos, briga de totalitários rivais. O espírito fascista, com seus métodos de dominação de massa, sua idolatria pelo Estado sacralizado na figura da nação e sua visão ideológica de ditadura de partido único totalitário, não difere, substancialmente, do ideal soviético de controle total. O fascismo é uma espécie de leninismo, só que com linguagem nacionalista. Não sem razão, um político italiano católico chamava o fascismo de “bolchevismo de negro”. O que muda, basicamente, é uma pequena diferença de interpretação da realidade. Os fascistas sabiam perfeitamente de suas semelhanças com os comunistas, e gente como Hitler e Mussolini jamais negaram isso. Acusar o movimento fascista de “conservador” e mitificar o movimento socialista, em seus vários matizes, de “progressista”, é uma das mais grotescas mentiras históricas do século XX. É inegável que o movimento fascista faça parte da mesma matriz que o movimento socialista tenta renegar. Dentro de sua época, o fascismo era também "progressista”. Mas por que prevalece a versão distorcida? Porque quem conta a história dos movimentos revolucionários são os próprios movimentos revolucionários, em particular, os comunistas, muitas vezes, vencedores nas disputas políticas do século XX, inclusive, contra as democracias.

Essa omissão reflete o boicote cultural a tudo que divirja ou ponha em dúvidas o socialismo nos meios intelectuais. Há uma tentativa de esconder, camuflar ou mesmo falsificar dados ou fatos que comprometam a credibilidade do movimento esquerdista. A carência de traduções ou obras de qualidade que denunciem as atrocidades comunistas é fruto de um completo silêncio da militância socialista nas universidades e editoriais, que de forma proposital e desonesta, quer que o público ignore sua cumplicidade, suas falácias e seus crimes. O mesmo se aplica à situação atual gravíssima da América Latina. A imprensa brasileira, controlada por uma militância jornalística esmagadoramente de esquerda e paga pelos cofres públicos, filtra as informações, omitindo a real extensão do problema dos países vizinhos e do mundo. A versão é espantosamente unilateral e tendenciosa, além do que, muitas vezes mentirosa. Só que quase ninguém na mídia assume essa tendência e ainda se disseminam ares de “imparcialidade” nas notícias. Não é difícil detectar a fraude intrínseca do raciocínio: uma boa parte da imprensa da Colômbia, da Venezuela, da Bolívia, de Honduras e demais países tem divulgado valiosas informações sobre o caos provocado pela “revolução bolivariana” no continente. Tais denúncias incomodaram de tal maneira o governo de Hugo Chavez, que ele simplesmente destruiu uma boa parte da imprensa livre e confiscou as emissoras privadas de televisão na Venezuela. O mesmo princípio de perseguição e censura à livre imprensa se aplica à Bolívia e demais países dominados por governos pró-chavistas. No Brasil, o governo ainda não precisou fechar a imprensa livre: simplesmente a subornou! O mito Lula só se mantém por conta desse conluio entre imprensa, intelectuais, universidades e escolas. A ignorância popular sobre esses assuntos omitidos é mais do que justificada. O domínio cultural das esquerdas é praticamente absoluto. O brasileiro médio é o último a saber.

O problema é que a originalidade do movimento revolucionário não se limita somente a atuar na esfera da ação violenta: ignora-se que este fenômeno tem várias faces e, muitas delas, são imperceptíveis ao público. Refiro-me à chamada “revolução cultural”, que é tão perniciosa quanto o movimento revolucionário violento. Neste aspecto, a revolução muda de estratégia: como a força violenta dificilmente teria eficácia se fosse empregada nos países democráticos, a militância revolucionária tenta conquistar espaço nos meios culturais e políticos, corroendo a cultura, a moral, as leis e o saber vigente, até tudo se transformar, de forma lenta e sutil, em ideologia revolucionária. Ou seja, o movimento revolucionário não conquista o Estado pela força; simplesmente prepara o espírito do povo para o totalitarismo, através da doutrinação massiva, até o ponto em que, naturalmente, chegará a ser um poder invisível, difícil de ser notado, através do imaginário e da cultura. A ideologia revolucionária se infiltra nas escolas, nas universidades, nos meios de comunicação e mesmo em instituições conservadoras, como as Igrejas e, lenta e gradualmente, a conquista de espaços culturais se torna hegemônica, suprimindo qualquer tipo de dissidência ideológica. É uma espécie lenta e gradual de intoxicação ideológica em doses homeopáticas. Dos cacoetes verbais, dos simbolismos, das expressões vocabulares, formas de linguagem, preconceitos, idéias e todo o emaranhado de crenças que constituem o imaginário, tudo é instrumentalizado e corrompido para reproduzir, de maneira imperceptível, as idéias socialistas. Dentro desse esquema, os sentidos semânticos das palavras são também invertidos: os conservadores e os liberais são rotulados de fascistas “retrógrados”, “racistas”, “machistas”, “sexistas”, assassinos de gays nas ruas e inimigos do progresso humano; e a democracia “verdadeira” é a “democracia popular” comunista. Essa homogeneização do universo cultural acaba por afetar a linguagem, no sentido de controlá-la e domesticá-la em favor da ideologia. Quando se menos percebe, a cultura mesma é toda socialista e o domínio político não estará no Estado ou em outros elementos políticos do poder: estará sim, em todas as esferas institucionais da sociedade, seja na escola, Igreja, família, em suma, em tudo. É uma verdadeira lavagem cerebral, uma “novilíngua” em escala colossal!

Se forem analisadas seriamente quais as origens de muitas mazelas sociais atualmente encontradas na civilização ocidental, como o ateísmo disseminado nas escolas, a destruição da moral familiar, a violência nas ruas, a pedofilia, as drogas, a prostituição generalizada, o terrorismo, é incrível pensar que tais manifestações tenham origens, não em atos espontâneos da sociedade, mas em cabeças pensantes no mundo universitário. O movimento revolucionário tem tal poder sobre a formação da opinião e sobre as cabeças, seja nas universidades e escolas, que não chega a ser surpreendente que haja um hiato moral entre a sociedade comum e as elites intelectuais. Estas, com algumas exceções notáveis, querem destruir os valores da sociedade e implantar formas subversivas, violentas e transgressoras de modelos sociais.

Ou seja, os problemas difusos que atingem milhões de pessoas, atualmente, são conseqüências de meia dúzia de idéias de pseudo-intelectuais que distorceram, na cabeça dos estudantes e da opinião pública em geral, a capacidade de compreender a realidade. E qual a intenção de tudo isso? Destruir os alicerces civis morais, institucionais e éticos da sociedade, para facilmente dominá-la e subjugá-la. É espantoso que o movimento revolucionário crie artificialmente os problemas e, ainda, se ofereça para resolvê-los, criando mais problemas. Porque, na prática, a desestruturação da sociedade civil leva ao agigantamento do poder estatal e o controle da burocracia. Um método familiar ao movimento revolucionário.

Os ataques ao modelo familiar tradicional, à religião cristã, aos valores da vida, da propriedade e da liberdade, entre outros, partem de uma estratégia bem fabricada para que tudo pareça espontâneo, através de reivindicações maciças difusas e espalhadas por toda a opinião pública. Na prática, porém, ela é muito bem organizada e trabalhada dentro de métodos sutis e esquemáticos e é através dessa difusão em massa de crenças desencontradas que está sua eficácia, sua força audaciosa. A democracia liberal, de fato, permite esse tipo de ação, já que a sacralidade excessiva em torno dos indivíduos acaba por supor que todas as opiniões e subjetividades são válidas na mesma proporção. A produção neurótica de reivindicações insanas, (que vão desde o movimento feminista ao movimento negro, passando pelo movimento homossexual, sem contar outras coisas bem mais bizarras, como a pedofilia, a legalização do aborto e a eutanásia), visa minar todo o arquétipo ético e moral das sociedades liberais. A revolução cultural infantiliza as pessoas na idéia dos direitos. Basta exigir qualquer capricho e gritar publicamente dentro de um rebanho amestrado para que o cidadão médio já se ache pleno de benefícios.

Curiosamente, quanto mais “direitos” espúrios, mais exigências. As feministas não se contentam em se igualarem aos homens: querem subjugá-los, excluí-los, criminalizá-los por vários ressentimentos e culpas imaginários. Elas não se limitam em odiar a maternidade: querem legalizar o aborto. Os homossexuais não se contentam em viver sua sexualidade: querem modificar radicalmente as estruturas morais da sociedade e ainda ditar normas para os heteros, inclusive, exigindo normas que criminalizem a moral cristã. As leis “anti-homofobia” nada mais são do que um pretexto legal para calar a boca das Igrejas e impor a ditadura de opinião dos grupos gays. Os negros não se contentam em viver dentro da igualdade legal com os brancos: querem criar leis racistas, discriminatórias, em universidades e mercado de trabalho, tudo em nome da “igualdade racial”. Pois o mero fato de alguém ter a pele branca já implica alguma “dívida histórica” inexistente, por mazelas do passado que a maioria já esqueceu. O MST, com o clichê vazio da reforma agrária, não planta uma beterraba para a agricultura, mas já possui 10% das terras do país e tem carta branca para invadir terras, obstruir estradas e destruir o direito de propriedade. E o governo federal dá as cartas. . .


Nada disso é ocasional: tudo isso é fabricado por uma agenda preparada por ativistas sociais esquerdistas para destruir o convívio social e desestabilizar a sociedade, insuflando ódios e divisões outrora inexistentes. A grande maioria desses movimentos é feita de grupos organizados dentro do princípio visivelmente totalitário de algum partido de massas. Na verdade, esses grupos são movimentos de massa, não muito diferentes dos grupos fascistas e comunistas dos anos 30 do século XX. A diferença é que há uma diluição ideológica de suas idéias no imaginário da sociedade, ocasião em que a infiltração maciça em várias esferas da vida pública e cultural dá um aval de falsa legitimidade e unanimidade de suas exigências. Insuflam ódios de classe, de raça, de religião, de sexo, de conduta sexual e outros demais rancores, em nome de se exigir direitos. E quanto mais conseguem “direitos”, mais se acham no ranço de reivindicarem privilégios odiosos, tudo em nome de destruir uma sociedade que odeiam. Claro que esses “direitos”, por assim dizer, não são direitos. São regalias governamentais diferenciadas, cujas conseqüências implicam a expansão completa da burocracia estatal para supostamente atendê-las.

Não será espantoso que o movimento feminista tenha conseguido praticamente tudo o que quis e ainda fale do “machismo” da sociedade? Não será espantoso que a exaltação racialista dos negros crie segregacionismos raciais odiosos, dignos da Alemanha Nazista e do apartheid da África do Sul? Não será curioso que o movimento gay, infestado de pessoas visivelmente perturbadas e de sérias inclinações pedófilas, queira agora ditar o que é “família” para uma civilização cristã de mais de dois mil anos? A grande maioria da sociedade que ainda se apega aos conceitos conservadores está acuada, dispersa, e sofre uma chantagem psicológica sistemática e brutal. Não consegue entender a magnitude da revolução cultural que a desagrega. As pessoas, em geral, compassivas, vêem o sofrimento do homossexual, da mulher e do negro em termos fragmentários, pessoais. Fazem a confusão entre esses tipos humanos e seus dramas com os movimentos que reivindicam representá-los. Os movimentos que dizem representar os gays, os negros e as mulheres não dão a mínima para o sofrimento deles. Essa trupe de pessoas carentes e desamparadas só serve mesmo como peões controlados por tais grupos de massa. São joguetes, instrumentos da busca de um poder maior para o movimento revolucionário.

A esquerda que diz aprovar qualquer exigência homossexual é a mesma que endossa as ditaduras comunistas que mandam gays para a cadeia ou os regimes islâmicos que os matam. A esquerda que diz apoiar os negros é a mesma que aprova as piores tiranias africanas contra eles. E alguém já viu a esquerda criticar a condição das mulheres no mundo islâmico e na China comunista atuais? Com algumas exceções tímidas, a resposta comum, cínica, é a do multiculturalismo: islâmico pode bater na esposa, porque é da cultura deles! Matar crianças do sexo feminino é a tradição dos chineses! Entretanto, o Estado de Israel, país democrático, que respeita os direitos das mulheres e dos gays e que é objeto de ódio do islã, é acusado de ser um país “racista”, opressivo, uma verdadeira ditadura sionista. Com todas essas evidências óbvias, a generalidade dos gays, negros e feministas militantes é pró-comunista, pró-islâmica e anti-semita. Acrescente-se também: é anticristã, na medida em que ataca qualquer indicio de fé religiosa católica ou protestante na mídia, universidades e escolas e exige a marginalização completa do cristianismo na vida pública, senão sua proibição e extinção completa. Enormes paradoxos. A esquerda dissemina o ateísmo, o laicismo militante, a desmoralização da fé cristã e o anti-semitismo, e, contraditoriamente, incentiva e apóia o islã terrorista fundamentalista em todas as esferas culturais e políticas. Na história dos partidos comunistas e de suas ditaduras, a homossexualidade era vista como uma “degeneração” moral da burguesia. Agora, a homossexualidade é exaltada como uma forma de emancipação da opressiva cultura burguesa.

Contudo, por que essa aparente contradição? A lógica do movimento revolucionário é explorar os conflitos, “dialetizá-los”. Essa confusão aparentemente de mentalidades e projetos é a essência mesma desse movimento. Um exemplo clássico dessa esquizofrenia é o chamado Fórum Social Mundial. Lá se encontram grupos, cujas exigências são as mais difusas e confusas possíveis. Da liberação irrestrita das drogas ao aborto, passando pela Teologia da Libertação e por grupos protestantes utópicos, somam-se forças com grupos terroristas e totalitários, além do islamismo fundamentalista. A incoerência intelectual dessa diversidade produz uma coerência comum de estratégia: sejam quais forem as propostas daqueles sujeitos, a esquerda estará lá, prometendo o “novo mundo possível”, e no final, como é a única forma de poder realmente organizado, prevalecerá sobre o resto. O “resto”, por assim dizer, são os inocentes úteis, que serão excluídos, descartados, ou mesmo mortos, quando a esquerda chegar ao poder.

O QUE NOS ESPERA?

A esquerda revolucionária tem um controle quase absoluto de muitas escolas e universidades em nosso país. Seria muita ingenuidade crer que esse domínio não gerasse conseqüências. Os problemas sociais atuais que atingem a sociedade brasileira e o mundo raramente são explicados em termos morais. A lógica, impregnada de marxismo cultural, impele a muitas pessoas a crerem que a violência nas ruas é fruto da pobreza e da indiferença das elites econômicas. Em outras palavras, lenta e gradualmente, a esquerda impregnou a “luta de classes” no imaginário cultural, ao ponto de colocar o empresariado e as classes ricas numa situação de completa pressão psicológica. As ações politicamente corretas de empresários com relação à chamada “responsabilidade social” nada mais são do que culpas inconscientes inoculadas por uma propaganda maciça de depreciação e demonização do mundo comercial. Os empreendedores se sentem culpados por lucrarem, por serem ricos, por serem capitalistas. E daí são induzidos a liberar rios de dinheiro para ONGs esquerdistas, alimentando o fosso cultural anticapitalista e ajudando a cavar o buraco de sua sepultura. As justificativas para a condenação são ridículas, caricaturais. A luta de classes muitas vezes se dissipou em ambientalismo xiita, aquecimento global, naturalismo primitivo e selvagem, assistencialismo compulsório, bom mocismo “cidadão” e ódio às conquistas da civlização. Lênin estava certo quando dizia que o empresário venderia a corda que iria enforcá-lo.

O mesmo se aplica às famílias. Se por um lado, a esquerda apregoou contra a hipocrisia da moral familiar, dos valores cristãos, destruindo o universo familiar e deixando milhões de crianças abandonadas, por outro, ela incentiva o aumento do controle estatal sobre a família, inclusive, criminalizando e tirando de cena os valores tradicionais. As chamadas “políticas públicas” em favor das famílias desamparadas, com seu exército de burocratas ativistas e assistentes sociais, não preconizam auxiliar o universo familiar: significam justamente substituí-lo, como forma de controle governamental sobre o indivíduo. Os pretextos são os mais duvidosos: em nome de proteger o menor da desagregação familiar ou da autoridade arbitrária dos pais, o Estado alarga seu braço, vigiando pais e filhos e transformando os filhos em delatores dos pais. Que haja abusos no universo da família, sem dúvida, isso é inegável. Porém, nada justifica essa expansão perniciosa do Estado sobre a vida privada, a tal ponto de intrometer-se na educação das crianças e no papel dos pais.

Já falamos de alguns aspectos visíveis desse movimento. Mas a pergunta que fica no ar é: o que é o movimento revolucionário? Quais os seus objetivos? A característica mais visível do movimento revolucionário é a de um grupo de pessoas possuídas por uma visão distorcida da realidade e que denota ter a presunção de modificá-la, subvertê-la e destruí-la em nome de uma ideologia utópica e irreal ou de um futuro hipotético irrealizável desse ideal. Não é por acaso que o processo revolucionário é uma verdadeira obra de engenharia social. E que para isso, exige-se o controle total da sociedade civil e das pessoas, para adaptá-las aos postulados da ideologia revolucionária. A loucura intrínseca dessa perspectiva é destruir a sociedade real para construir uma estrutura de sociedade fictícia e idealizada, através de uma ilusão de controle de toda a realidade. O totalitarismo nasce desse projeto de controle total para moldar e criar um “novo homem” inexistente, como se a humanidade fosse uma cobaia de um gigantesco experimento laboratorial (o que abarca outra loucura psicológica). Só que a ideologia totalitária é, naturalmente, irreal. A matança de grupos sociais inteiros pelos regimes totalitários retrata a isenção moral completa dos ideólogos do futuro hipotético, como se a rejeição intrínseca das pessoas comuns a esse regime fosse uma parte do mal que retarda a finalidade utópica. A realidade é vista como um sistema que pode ser construído pela ideologia e moldado pelo controle total do Estado e o indivíduo é encarado apenas mera engrenagem desse sistema. Logo, os indivíduos e grupos sociais que atrapalham o funcionamento desse sistema devem ser eliminados.

Essa escala colossal de empreendimento, engenho e grandiosidade na loucura revolucionária é vista com olhar de completo desdém. Lembra a teoria de conspiração. Desde que o homem comum se tornou o elemento amesquinhado e materialista das sociedades democráticas e perdeu a noção do infinito em Deus, tudo que é grandioso não parece ser possível. O homem médio só consegue ver a extensão mesma de sua existência e não pensa mais além. Se ninguém mais acredita na magnitude incomensurável de Deus, quem vai acreditar na ilimitada maldade do diabo? Outra dificuldade de entender o movimento revolucionário é sua indefinição científica no ramo das patologias psicológicas. Na prática, porém, o movimento revolucionário não é uma doença clínica, mas uma doença espiritual, que está no âmago da civilização ocidental desde que ela lenta e gradualmente se degenerou em valores, perspectivas filosóficas e culturais abjetas e distorcidas. Nenhuma ciência poderá detectá-la, porque sua doença pertence ao universo dos valores, da filosofia, do mundo abstrato, em suma, da alma, embora sua enfermidade seja perceptível pelos seus métodos e aspirações.

Impressionante, contudo, é a sua abrangência. As aspirações revolucionárias ganharam todos os campos intelectuais e sociais humanos: direito, filosofia, história, símbolos, artes, política, imaginário, moral, costumes, etc. Daí a entender que qualquer combate apenas na esfera política contra os movimentos revolucionários não é capaz de derrotá-los. A vitória aparente das democracias liberais contra o regime soviético foi contrabalançada pela reviravolta da esquerda em outros campos do intelecto, ocasião em que o ideal comunista, longe de ser derrotado, conseguiu neutralizar todas as críticas e continua com uma força jamais esperada, desde a queda do Muro de Berlim. O aparato cultural revolucionário esquerdista permaneceu intacto. Não é surpreendente que uma ideologia supostamente derrotada na área da política tenha sucesso em todo o resto?

Quando os opositores do PT, de Hugo Chavez e de toda a esquerda presumem combatê-los pelo voto ou pela disputa de cargos públicos, na prática, não percebem o quanto já foram previamente derrotados do ponto de vista político. Porque a luta contra o movimento revolucionário compete a várias áreas do conhecimento, da sociedade e da cultura, e só haverá uma eficácia plena em destruí-lo, quando esse movimento for duramente combatido de todas as formas e denunciado tal como ele é, no seu conjunto: ou seja, um movimento político e ideológico perigoso, criminoso, psicótico e historicamente genocida.

Outro erro grave da reação anti-totalitária é o economicismo vulgar dos liberais, em particular, chamados os “libertários”. Na sua visão turva de medir a humanidade e as relações sociais pelo livre mercado, acabam por pensar de forma tão estruturalista como o marxista. Na prática, o reducionismo libertário acaba por fortalecer a esquerda, já que o movimento revolucionário aceita perfeitamente a dinâmica do mercado, ainda que seja usado em favor do acréscimo de seu poder. O mais grotesco é presumir que, em nome da liberdade, alguns liberais adiram a todos os programas culturais da esquerda revolucionária. A torpeza do liberal médio é crer que o livre mercado seja garantia de todas as demais liberdades. O exemplo chinês e mesmo de outras ditaduras comunistas mostram precisamente o contrário. Não adianta apregoar a superioridade e eficiência do capitalismo, se os comunistas controlam todo o resto. A revolução totalitária pode perfeitamente viver com o mercado funcionando normalmente, ainda que sob rígido controle estatal. Ademais, dentro do sistema democrático, muitos movimentos revolucionários só se beneficiam porque existem justamente capitalistas, industriais e banqueiros que financiam esses grupos. Motivados por oportunismo ou por burrice, alguns desses grupos econômicos acham que podem controlar os movimentos revolucionários e usá-los em seu favor, porque são donos do dinheiro. Esses empresários pensam da mesma forma que muitos liberais: basta dar dinheiro para eles, que vão ficar mansinhos!

Há certos segmentos liberais que aderem alegremente ao programa da esquerda cultural sem perceberem nisso uma completa destruição dos valores morais, éticos e institucionais que mantém as liberdades civis e políticas no sistema capitalista. Em outras palavras, a mesquinhez do liberal cético, “progressista” e ateu é deixar que a esquerda domine a cultura e as instituições, contanto que a liberdade de consumo seja mantida. A lógica liberal não destrói o socialismo. Pelo contrário, o eleva nas alturas!

É por esse mero detalhe lógico que o PT faz pose de cristão-novo do capitalismo, do ajuste fiscal e da estabilidade econômica, quando, na realidade, o partido usa o dinheiro acumulado em impostos e falcatruas para financiar vários movimentos revolucionários (assim chamados eufemisticamente de “movimentos sociais”), aparelhando o Estado e mesmo a sociedade civil. O mesmo caso se aplica aos chineses: as multinacionais sustentam uma economia de mercado teoricamente “livre”, quando na verdade, bancam uma das piores tiranias da atualidade. Os liberais, idiotizados nas suas crendices econômicas, acabam alimentando essas mentiras.

Alguém poderá objetar que o PT e demais partidos de esquerda da América Latina, embora tenham origens nos movimentos revolucionários, hoje são partidos democráticos e aceitam a legalidade vigente. Isso é um grande mito. Dentro do histórico de uma boa parte dos partidos de esquerda, e nisto, se inclui o PT, há uma duplicidade de ações e de máscaras. Um partido revolucionário pode aceitar perfeitamente a capa falaciosa de adesão aos princípios democráticos, do mesmo modo que no seu subterrâneo esteja envolvido o crime organizado, a guerrilha, o terrorismo e o projeto totalitário propriamente dito. Não será estranho? O PT faz pose de guardiã da ética e da democracia, ao mesmo tempo em que apóia o terrorismo islâmico contra o mundo ocidental e contra o Estado de Israel; usa de sua política para favorecer o crime organizado das Farc na Colômbia; e, ainda, promove a expansão da “revolução bolivariana”, que destrói as instituições democráticas na América Latina.


Nas relações internacionais, o Brasil, por intermédio do petismo, é aliado político da narco-guerrilha colombiana, das ditaduras comunistas de Cuba, China e Coréia do Norte, do regime iraniano dos aiatolás e da Síria do Partido Baath, de grupos islâmicos terroristas, de tiranias genocidas na África, vide o Sudão, e é o elemento propulsor que ameaça convulsionar a América Latina para o caos e para a guerra. E a que preço? Ao preço de destruir as democracias, tanto externa, como internamente. Até porque o Foro de São Paulo, entidade de esquerda desconhecida da opinião pública brasileira, que engloba partidos legais, grupos extremistas terroristas e vários presidentes latino-americanos, tem como chefe de honra, nada mais, nada menos do que o Presidente Lula. É esta organização paralela e desconhecida que hoje comanda os destinos do continente latino-americano. No auge da desinformação em massa pelo qual o país passa, quem acreditaria numa organização internacional governando os destinos de um continente, aliado de China e Coréia do Norte e, ainda, com sólidas ligações com grupos do tipo Hamas, Hezbollah e al Qaeda, estes, livres e atuantes na América Latina? Hugo Chavez, envolvido em seu intenso romance com o Islã, expulsara o embaixador de Israel e insuflou o vandalismo e a destruição de sinagogas. A Venezuela, que até então tinha uma relação pacífica com Israel, agora hostiliza o Estado judeu e não poupa de perseguições os venezuelanos de origem judaica no país.

Explicar para um leigo que o islã extremista é, atualmente, fiel aliado do comunismo totalitário, seja em sua vertente latino-americana “bolivariana”, norte-coreana e chinesa, é uma das versões mais incríveis e inverossímeis para um cidadão médio, totalmente desacostumado a esse tipo de notícia. Como tais questões não saem em nenhuma nota de jornal, a tendência é ele crer que não existe, que tudo possa ser invencionice de alguém lunático. No máximo, o descrédito é uma forma de racionaliza os medos: aceitar uma verdade como essa é assustadoramente difícil e pavorosa!

Não é de se espantar a corrupção moral ilimitada do PT, assustadora até para os padrões da política brasileira. Um movimento revolucionário, por definição, não tem moral alguma. Ou como diria Trotsky, é a moral “nossa”, dos revolucionários, contra a moral “deles”, dos reacionários. Aliar-se aos inimigos de ontem para destruí-los amanhã é a lenta e gradual estratégia de “dialetizar” os conflitos, dentro do processo revolucionário. Disseminar uma corrupção moral sem precedentes na política para prevalecer sobre ela, desmoralizando instituições e classes políticas, é uma velha artimanha raramente percebida. A máscara democrática de um partido revolucionário “legal” esconde crimes e iniqüidades típicas de um grupo subversivo e delinqüente. A face real e obscura de um partido revolucionário é sempre secreta. Foi assim em todo o histórico do Partido Comunista e não é diferente com o PT e demais grupos revolucionários na América Latina.

A cegueira política atual do Brasil e o caos reinante na América Latina revelam que as democracias não estão preparadas para o espírito de seus inimigos. Os totalitários conhecem perfeitamente as fraquezas de nosso sistema liberal. Percebem a indiferença total da opinião pública com os seus próprios destinos. Aos poucos, um sistema de poder gigantesco, assustador se consolida em escala continental, sem traumas aparentes, sem dores, até o dia em que quando menos se esperar, a sociedade civil será amarrada por uma monstruosa tirania. E aí será tarde demais. . .

terça-feira, agosto 11, 2009

A burocracia internacional e a imprensa totalitária.

Encontrava-me em Brasília quando acompanhei o caso de Honduras, particularmente, quando a imprensa brasileira declarava o tal “golpe de Estado” do exército contra o presidente Zelaya. Curiosa notícia: o Congresso e Judiciário daquele país tinham dado um “golpe militar” contra o presidente, por conta do mesmo ter proposto eleições ilimitadas. O fato em si pareceu esquisito, já que é estranho que um “golpe militar” tenha sido apoiado pelo Judiciário e Ministério Público e o poder tenha passado para as mãos do Congresso. Se não bastasse o contorcionismo verbal da imprensa, a OEA, que é uma entidade internacional representativa dos países das Américas, quase que como unanimidade, e países como os Eua, condenaram o tal “golpe”. Quando a imprensa, no limiar de sua “novilíngua”, não conseguiu evitar o nome de Hugo Chavez do meio, aí sim deu para entender, nas entrelinhas, o sentido fraudulento da mensagem posta.

Algumas pessoas que vi na capital brasileira ficaram apreensivas, como que tomando partido de Zelaya, e crendo perfeitamente que em Honduras havia um golpe de Estado. O problema mesmo é que tudo não passou de uma das mais extraordinárias mentiras da grande imprensa brasileira e da política latino-americana. Algo que faria inveja ao romance de George Orwell, 1984. Raramente a vida imitou tão perfeitamente a arte como neste episódio.

Desconfiado das contradições aparentes da imprensa, tal como o personagem do livro, Winston Smith, fui buscar as fontes na internet. A contradição não parecia mais clara: na verdade, quem estava dando um golpe de Estado em Honduras era o próprio presidente Zelaya e o Judiciário, Congresso Nacional e Ministério Público, junto com o exército, derrubaram o presidente, porque ele estava transgredindo os valores constitucionais daquele país. Tudo com o apoio vergonhoso de Hugo Chavez, que estava patrocinando a crise institucional. Neste ponto, o grosso da imprensa brasileira fez um milagre digno das épocas mais terríveis da União Soviética: invertendo o sentido da história, fez com que os democratas mais sinceros defendessem um lacaio de um ditador estrangeiro contra uma democracia. A linguagem não poderia ser mais viciada: guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força e, agora, democracia é ditadura. É mais assustador: a OEA, controlada por grupos de esquerda disseminados em governos de vários países, não mediu esforços para isolar um pequeno país que defendia sua democracia, pelo simples fato de não admitir a imitação do modelo totalitário que hoje vigora na Venezuela. O Brasil, como não poderia deixar de ser, também participa da farsa, com o governo Lula. O Presidente do Brasil retirou os embaixadores brasileiros de Honduras e dizia, com uma hipocrisia cínica e doentia, que aquela situação era “intolerável”. Surpreendente declaração: meses antes, o Brasil aceitava a ditadura mais antiga do continente, Cuba, como membro da OEA. Por que o escândalo contra Honduras? Porque defender o modelo democrático se tornou "intolerável"!

Honduras entra no rol das nações democráticas “isoladas” do continente, junto com a Colômbia, ameaçada pela expansão totalitária da "revolução bolivariana” encabeçada por Fidel Castro, Hugo Chavez e o governo do PT. Revolução que hoje domina países como Paraguai, Bolívia, Equador, Nicarágua, e que também afeta a Argentina, Uruguai, Peru e Chile, tornando-se um grande perigo para as democracias no continente.

Dado revelador da crise hondurenha: a OEA perdeu todo o seu sentido político como entidade legítima para ser o palco de problemas continentais. Lenta e gradualmente ela está sendo substituída pelo poder supranacional do Foro de São Paulo, organização das esquerdas latino-americanas lideradas por Hugo Chavez, Fidel Castro e o próprio Lula, que é presidente de honra da entidade. É impressionante, senão chocante notar, que quase todos os presidentes latino-americanos atuais são membros do Foro de São Paulo. Tal como uma elite política secreta e maçônica, essa organização controla toda a política de um continente, fora da vista de uma boa parte do público. E seus membros nutrem um propósito comum: a criação de uma burocracia socialista controlando todo o continente, uma nova espécie de União de Repúblicas Socialistas Soviéticas Latino-americanas, destruindo as soberanias nacionais e seus sistemas parlamentares e representativos democráticos. Ou como diria Fidel Castro, em um de seus discursos: restaurar as “democracias populares” que foram perdidas no Leste Europeu dentro da América Latina (grifo meu). Em linguagem mais clara, ditaduras comunistas! Lula, no Brasil, Hugo Chavez, da Venezuela, Fidel Castro, em Cuba, Rafael Correa, no Equador, Cristina Kischner, da Argentina, Daniel Ortega, da Nicarágua, Evo Morales, da Bolivia, Michele Bachelet, do Chile, Fernando Lugo, do Paraguai, e demais líderes de esquerda, como Zelaya, em Honduras, Lopes Obrador, do México e Huanta Humalla, do Peru, junto com agremiações criminosas como as Farc e o MIR chileno, sonham com um projeto mirabolante: criar um gigantesco bloco de poder comunista no continente latino-americano.

Não menos espantosa, contudo, é a posição dos Estados Unidos nesta situação insólita, jamais sonhada pelas esquerdas na guerra fria. O Presidente Barack Obama fez coro à toda esquerda latino-americana, pressionando para que Honduras aceitasse o usurpador e fantoche de Hugo Chavez, Zelaya. Aquilo foi demais. Uma parte da opinião pública norte-americana, revoltada com o episódio de total covardia e cumplicidade dos democratas com os chavistas, fez o governo Obama recuar sutilmente na proposta. Até os Estados Unidos, que foram um sinônimo de estabilidade para as democracias latino-americanas contra os comunistas, agora aderem à tramóia de seus inimigos. Colocaram um “liberal”, um comunista no poder.

A questão adquire proporções surrealistas, incríveis. A grande maioria do povo brasileiro está alheia aos acontecimentos que podem ser definitivos para o futuro da democracia, da segurança do continente latino-americano e mesmo de sua soberania. Aquela idéia antiga de um grande poder mundial, invisível aos olhos da opinião pública, mas que tem um poder de controle ilimitado e imperceptível sobre toda a sociedade, é algo que desafia nossas inteligências e nos leva ao mais completo ceticismo. A idéia mesma de que um poder burocrático internacional comunista domine a América Latina soa tão louca, tão paranóica, tão espantosa, que a sua completa omissão nos jornais e periódicos de nosso país faz com que as pessoas mais ajuizadas, e que estão por dentro do processo, sejam tratadas como dementes, nostálgicas da guerra fria. Como tais notícias não saem na TV Globo, na Folha ou no Estadão e sim em blogs independentes ou fontes estrangeiras omitidas por nossa imprensa, a dimensão da realidade adquire conotações distorcidas, falseadas, esquizofrênicas. O discurso político brasileiro, da família que vê o Jornal Nacional ao botequim universitário é algo fora do real, fictício, forjado, fora da realidade. E há gente ainda que acredite que a direita conservadora domina a mídia brasileira! A pergunta que fica é: por que a quase totalidade da mídia mentiu? O episódio hondurenho revela que raramente uma imprensa num país democrático se sujeitou a um controle tão próximo de um regime totalitário. Porém, não só a imprensa. . .

A sólida explicação está no controle total marxista na educação e na formação de jornalistas e professores universitários, que fizera da cultura intelectual e da opinião pública um instrumento de dominação dos grupos e partidos de esquerda. A universidade brasileira não aprova outra coisa senão o agigantamento do Estado; a mídia brasileira não tem outra coisa do que o palpite de “agentes de transformação social” travestidos de jornalistas; as universidades brasileiras, no geral, não formam outra coisa senão uma mão-de-obra ociosa de funcionários públicos e militantes de ONGs e grupelhos revolucionários. Como a moda do momento é agradar aos anseios da expansão “bolivariana” na América Latina, qualquer notícia desfavorável ou que denuncie o gigantesco esquema de destruição revolucionária das democracias no continente é boicotada, filtrada, para que o povo não veja os sintomas de sua tragédia. Lenta e gradualmente, a população perde a noção da realidade ao seu redor, em doses homeopáticas. A opinião pública usa a viseira do burro! A perda da noção da realidade é um dos aspectos da preparação espiritual para o totalitarismo. O país está no caminho. . .

Em uma conversa virtual com venezuelanos, fui perguntado qual a impressão que os brasileiros têm da situação venezuelana e do apoio descarado do governo brasileiro ao regime de Chavez. A resposta que dou para aqueles heróicos homens e mulheres que lutam pela liberdade contra o totalitarismo é a de que estão isolados, desamparados, porque a opinião pública brasileira é completamente indiferente ao sofrimento deles. Na verdade, o Brasil está anestesiado em suas próprias crises políticas, já que a oposição sumiu do país. O domínio cultural e da imprensa pelo esquerdismo é hegemônico, quase absoluto. A mídia, em geral, é de uma completa subserviência ao governo. E a popularidade de Lula, explicada pelos seus dotes pseudo-intelectuais ou pela capacidade retórica pífia, não se sustentaria por longo tempo se não houvesse essa gigantesca estrutura de colaboração pusilânime da imprensa e dos intelectuais com o governo. A colaboração do Presidente Lula com os regimes esquerdistas alimentados por Chavez é um sintoma claro de que o nosso governo é criminoso e traidor. O PT coloca os interesses partidários e ideológicos acima dos interesses nacionais, ainda que tais alianças espúrias afetem a soberania do país e a integridade dos cidadãos. O caso da expulsão dos brasileiros na Bolívia ou mesmo o escandaloso acordo de Itaipu, obrigando o contribuinte a pagar mais caro por energia elétrica, são reflexos claros desse conluio político. Todavia, nenhuma notícia, nenhum protesto é visível na imprensa. Nem mesmo a oposição fala a respeito. E o povo, bestializado por um turbilhão de mentiras, ignora que está sendo violado em seus direitos. A imprensa brasileira, atualmente, não difere muito do que ocorre em Cuba ou na Coréia do Norte.

Burocracia onipotente e imprensa mitomaníaca, dois pesadelos que podem moldar a vida política para a mais completa destruição da verdade, da liberdade e da consciência de um país e mesmo do mundo. Os problemas mais graves de nosso país e da América Latina permanecem ocultos para a maioria da população. Até porque os fatos retratados pela crise de Honduras revelam que tal fenômeno possui alcance mundial. O alcance de uma elite que quer ter o domínio internacional, bem aos moldes daquilo que os mais monstruosos tiranos do século XX sonharam para si. E uma tirania continental está cada vez mais próxima de nós!

segunda-feira, agosto 03, 2009

Respostinha a um ateu tolo e vigarista.

Um certo indivíduo ficou escandalizado a respeito das minhas provocações em relação aos ateus e à Universidade de Brasília, num texto chamado “ateísmo e decadência”. O problema, contudo, é discutir com gente desonesta e ignorante; desonesta, porque o sujeito é incapaz de fazer uma crítica limpa, embasada em fatos históricos; e ignorante, porque sua concepção histórica e filosófica não passa de clichês grosseiros. Vejamos:


"(...) deviam fechar essa pocilga, essa merda!" -> a respeito da UnB???

Conde- O sujeitinho deve achar a Unb o supra-sumo da sagacidade filosófica, já que é o único horizonte mental que deve conhecer. . .

"(...)falsa perspectiva evolucionista de redenção histórica de presente e futuro sobre o passado, como se antes dessa época iluminada, só houvesse obscurantismo, decadência e trevas. Os mitos gerados sobre a Idade Média obscurantista (que é uma fantasia criada a partir do Renascimento) e os louvores descabidos dos processos futuristas, partindo da sanguinária Revolução Francesa e chegando pela genocida Revolução Russa, são farsas utopicas criadas pela mentalidade revolucionária dos laicistas."?????

Conde-Sim, claro que são. Ou será que o rapazinho ainda acredita na churumela da Idade das Trevas?

"(...)ainda que a cultura seja intoxicada de totalitarismo marxista."????
Conde-E ainda, provavelmente, o revoltadinho estuda na Unb. . ."(...)Direitos inalienáveis à vida, à liberdade, a propriedade, a igualdade ou a dignidade dos homens, como valores supremos, só existem dentro de uma perspectiva em que o cristianismo é uma cosmovisão da realidade" "A militância atéia é absolutista."???

Conde- Veja o século XX, otário. Lênin, Stálin e outros cretinos não pregavam ideologias laicistas absolutistas e tirânicas?

---------------------1- Por trás de cada religioso fervoroso e suas críticas, se esconde um fascista travestido. 2 - “(...) pela graça de Deus, eu sempre evitei oprimir meus inimigos” - Adolf Hitler.


Conde- Vamos desmoralizar a fraude do ateu burro: se Hitler falava em nome de Deus, tal como Stálin falava em nome da “Sagrada Rússia”, quer dizer que tais expressões transformam esses tiranos em líderes religiosos? Ou será que a ideologia materialista do darwinismo aplicada ao nazismo é a base da doutrina do Partido Nazista e, também, do Partido Comunista, este, que usa da “dialética marxista” para depurar grupos sociais inteiros? Rapazinho besta, pega que o filho é teu. Antes de o nazismo se tornar uma doutrina política racista, ela era uma ideologia pregada como “ciência” nas Unbs da vida. A mesma Unb que institui cotas raciais nas universidades, pelos mesmíssimos prismas ideológicos de Hitler. Cite-me uma frase do Evangelho que justifique a ideologia nazista? Eu te esfrego na cara várias referências do darwinismo e do nazismo.

---------------------Você meu caro, critica os escritores e ensaístas Agnósticos e Ateistas. Mas, o seu texto é exatamente o que você "alega" o que os deles,são: Mitômano, Fascista, Homófobo, Xenófobo, Rascista e Intolerante;

Conde- Afirmar a realidade agora se tornou fascista, homofóbico e intolerante? Ou será que sua ignorância só é similar à sua incapacidade mórbida de compreender a realidade? Vamos analisar as bobagens: eu nunca peguei um Estado totalitário nacionalista, tal como os fascistas; nunca preguei ódio aos estrangeiros; nunca defendi supremacia racial; nunca preguei ódio aos homossexuais. No máximo, que o movimento gay, como produto de uma ideologia totalitária de esquerda, quer moldar opiniões, gostos e idéias na marra contra o sentimento religioso dos cristãos. Isso é tão somente obviedade. Todavia, um sujeito que acredita na religiosidade de um demagogo fanático como Hitler, mesmo sendo racista, no sentido “científico”, tal como era compreendido todas as ideologias racialistas do século XIX, não merece o menor respeito. Mostra não compreender o sentimento religioso, ignora completamente a tradição cristã sobre o tema e simplesmente revela conhecer a religião apenas pelos clichês de seus inimigos. Você tão burro, mas tão burro, que v.sa. não tem o menor domínio das idéias e dos chavões que dita, já que não sabe discernir o que é um fascista, o que é um xenófobo, um homófobo, um racista e um intolerante.


chegando ao extremo de iniciar com "(...)deviam fechar essa pocilga, essa merda!", a respeito da Universidade Federal de Brasília.-------------------É por causa dessas porcarias escritas como essa sua; que me vejo cada vez mais obrigado a seguir o caminho do Ateísmo militante.

Conde- É por causa de ateus analfabetos e estúpidos como você, que cada vez mais fortaleço minha fé nos céus. Seu ateísmo militante é apenas prova de que você é incapaz de entender um artigo qualquer, salvo por esquemas mentais previamente constituídos. Mostra também que você é incapaz de avaliar seus próprios preconceitos. E você deve se achar bem menos preconceituoso do que a maioria dos religiosos, só porque os chavões que você decora que nem macaco te consolam a consciência? Eu digo, pobre de quem se consola por isso. . .

E, antes de você vir falar "que estou perdido", "que vou queimar no inferno" ou qualquer outra coisa do tipo; dois pontos:

Conde- Quem sou eu para julgar os outros? O inquisidor aqui é você, pigmeu!

1 - De acordo com sua ótica, se me julgar ou criticar, estará criticando por tabela o seu "deus" bem como a criação dele; que - supostamente - em sua sabedoria inefável, me fez assim por algum motivo.

Conde- Jesus Cristo condenava o julgamento temerário, mas não o amor pela verdade. Se você é estúpido e eu estou te relatando isso, é porque, no fundo, tenho amor cristão por você. Sai da estupidez, estúpido!

2 - Vocês dizem que sabem. Não apenas que sabem; mas sabem absolutamente tudo! Porquê, tentam explicar a quadratura do círculo e pretendem que - sendo vocês uma mera criatura do criador – poderiam saber o que tal criador pretende, sabichões?

Conde- Dentro de sua lógica esquizofrênica, a realidade sempre deve ser um caos e um absurdo tamanhos. Ei idiota, nenhuma ciência tem sentido sem a crença de que o universo pode ser compreendido racionalmente. Se cremos que o universo pode ser compreendido racionalmente, logo, é possível também perceber que só uma razão pessoal suprema e criadora pode gerar o universo tal como nós compreendemos. E isso nos leva a Deus. Se o universo, em suas harmonias, e se as relações humanas e sua moral, com suas causas e conseqüências, podem ser compreendidas pelo intelecto, logo, tudo isso não pode ter vindo do nada. Uma obviedade que sua cabeça fajuta é incapaz de meditar.

------------------retórica, retórica e mais retórica pseudo-intelectual-religiosa. Infelizmente pessoas como você, pertencem a infância da espécie humana...


Conde- Aqui entre nós, se estou na infância da espécie humana, você ainda nem saiu do útero. Ou será do intestino grosso?

sábado, agosto 01, 2009

Direto de Pyongyang: a capital da Coréia do Norte é aqui.

Quando eu me referia a Brasília, a tão chamada “cidade da fantasia”, sempre me deparava com a idéia de Versalhes. Luis XIV passou uma boa parte do seu reinado montando aquele palácio monstruosamente belo às custas do sofrimento do pobre povo francês (sem contar as disputas geopolíticas do mundo europeu e, conseqüentemente, as guerras, atochado que estava o país em impostos). Fénelon, o notável escritor e teólogo católico, criticava abertamente o monarca, dizendo as seguintes palavras (o grifo é meu): “a França morre de fome (...) é um país de indigentes”. A declaração refletia um país esgotado pelos caprichos e luxos de um rei.

Não conhecia Brasília. As únicas vezes em que pisava na capital brasileira foram no aeroporto. E detestava a atmosfera daquela cidade insípida e seca mesmo no ar. As dores de cabeça são constantes, os narizes sangram, tamanha a sensação de desidratação. A má fama do que tudo que se passava naquela cidade, as falcatruas, as “fábricas de ilusões” e “usinas de déficits”, na feliz expressão do economista Roberto Campos, só me fortaleciam a ojeriza. Aí me lembrava: Brasília é a Versalhes de concreto, com a corte de seus áulicos e beija-mãos bajulando uma espécie de monarca republicano. Não é por acaso que depois de construída, foi governada por militares!

Entretanto, quando eu tive a primeira oportunidade de conhecer o Plano Piloto e o centro do poder, o Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios, eis que agora me dei conta da grande injustiça que fazia ao Rei da França: a capital do Brasil em nada lembra à beleza e majestade de Versalhes. Brasília é, acima de tudo, a capital da Coréia do Norte, mais desenvolvida e sem bomba atômica. Pyongyang foi a primeira idéia que me surgiu na cabeça quando vi a cidade. Os prédios padronizados, a paisagem monótona e sombria, além de uma arquitetura estranha e enfadonha, causaram-me uma impressão de surpresa. Eu me perguntava: o que aquilo queria dizer?

Quem acha que a arquitetura não diz nada está muito enganado. É um dado comum de nossa sociedade não perceber os símbolos e expressões que estão por trás das artes, da música e da arquitetura. As pessoas passam batido sobre coisas que, à primeira vista, não notam, ora porque estão com pressa, ora porque não param para pensar.

Nunca pisei em Versalhes. Mas pelas fotos, pelas pinturas, pelas salas e pelas mobílias, além de arquitetura suntuosa, todo aquele requinte parece querer dizer alguma coisa: a grandeza e o bom gosto de Luis, o Rei Sol, como Apolo, o centro das atenções da França. No gigantesco jardim, os idílios e passeios da monarquia desocupada. O prédio, com suas milhares de janelas e quartos, revela a magnitude de uma pequena cidade governada por um grande rei. Versalhes é a personalidade viva de alguém. Imaginemos Versalhes nos sons do grande músico Jean-Baptiste Lully ou do teatro de Molière? É o “L´etát c´est moi” de um monarca personalizado na figura de um palácio. Luis XIV é Versalhes, Versalhes é Luis XIV. Alguém poderia objetar o aspecto absolutista e autoritário de Luis XIV como um dos males do povo francês. Esse alguém está correto. Todavia, as belezas do Palácio, embora personalizem o rei, não anulavam as individualidades artísticas que o acompanhavam. Os pintores eram magníficos, os músicos eram melodiosos, os arquitetos eram extravagantes, enfim, tudo se tornou esplendor e beleza para a história das artes da França.

E Brasília? A capital do Brasil é uma cidade literalmente comunista, impessoal, coletivista. Se há algo na arquitetura de Niemeyer é a destruição da individualidade. Das ruas às casas, que mais parecem caixotes, dos palácios aos Ministérios, que mais parecem casernas agrupadas como bunkers, Brasília é uma cidade militarizada. As pessoas não dormem em apartamentos, dormem em gavetas ou túmulos. Um amigo meu, intérprete, homem falador de várias línguas, chegava de Kiev, na Ucrânia, quando levou um tremendo susto: Brasília era idêntica a qualquer capital de uma república soviética!

E os nomes das ruas? As pessoas não são localizadas pelos seus nomes, mas por números. Cada bairro parece um departamento de um gigantesco planejamento central. Há bairros pra tudo, bairros de hospitais, bairros de ricos, bairros de pobres, bairros de comércios, tudo dividido como se fossem meros setores de uma gigantesca burocracia, enfim, as suas várias “Esplanadas”. Se não bastasse o aspecto de tudo planejado da cidade, há também as “cidades-satélites”, com suas faltas de brilho, todas em torno da cidade-mãe, da “grande irmã” capital, tal como no romance de George Orwell, 1984. A única coisa que parece quebrar um pouco a rigidez geométrica das formas é a catedral, que lembra muito o impacto de uma gota de orvalho em choque com uma poça d´água. Ou, como dizia um amigo, parece um abacaxi. Ao menos há algo católico naquelas estruturas frias e sombrias, apesar da atmosfera pesada dos Três Poderes.

De onde provém tamanha falta de individualidade? O velho stalinista centenário Niemeyer projetou algo digno de sua ideologia tacanha, junto com seu comparsa Lúcio Costa. Porém, o Sr. Niemeyer parece levar sua perspectiva totalitária apenas na teoria e na arquitetura: é um homem perfeitamente contraditório, capaz de ganhar milhões de dólares em nossas sociedades capitalistas e desfrutar de uma vida de luxo no Rio de Janeiro. Ainda assim, elogia o brutal sistema dos Arquipélagos Gulags e condena o mesmo sistema que o sustenta. É pior, o homem é um falsificador nato da própria personalidade. Em um artigo publicado na Folha de São Paulo, o arquiteto comentou sobre a biografia do livro “O jovem Stálin”, pela ótica do historiador inglês Simon Sebag Montefiore. O que poderia ser uma espécie de análise sobre a juventude do ditador genocida acabou sendo uma falsificação histórica assombrosa. Niemeyer afirma, ao arrepio dos fatos, que o historiador estava reabilitando o déspota da Geórgia. A mentira, felizmente, não passou despercebida pela opinião pública, num raro momento de lucidez. Montefiore, que descreve Stálin como um psicopata e gângster, já nas palavras de Niemeyer, ganhou auras de patética santidade: Stálin foi aquele que fez uma “atuação heróica” em sua “luta contra o capitalismo”. Lembremos que é o mesmo capitalismo que dá fortunas à sua estética esterilizante. A pergunta que fica no ar é: Niemeyer leu o livro? Provavelmente não. E se leu ou mentiu ou está com mal de Alzheimer, fruto de anos de militância stalinista. Quando eu entrei no Congresso Nacional, perguntei a uma guia muito simpática o que representava as duas metades de esferas acima do teto do senado e da câmara. Alguém poderia dizer que as duas esferas unidas representavam a junção do Senado e da Câmara. Mas parece que Niemeyer afirmou que aquilo não era absolutamente nada. É provável que a arquitetura do niilismo não haja sentido algum. Não que eu seja revoltado contra a arte moderna. Confesso, tenho nostalgia pelas catedrais medievais e palácios europeus. Porém, um arquiteto como Antoni Gaudí, que é moderno e do século XX, transmite sólida beleza e espiritualidade nas arquiteturas das casas da Catalunha. E Niemeyer? É um “realismo socialista” rasteiro, uma cópia das capitais das ditaduras comunistas, em particular, Pyongyang.

Ainda me lembro quando conversava com uma senhora portenha muito bonita, a respeito de Niemeyer. Ela estava deslumbrada com a cidade e com a obra do arquiteto. Eu me perguntava o que ela viu de tão interessante naquela coisa tão seca, tão sem graça. Se Brasília diz alguma coisa, com certeza, não é boa. Salvo, talvez, para as instituições necessárias para a sobrevivência da democracia no país. Neste ponto, mas somente neste ponto, conhecer o Congresso Nacional me animou. Por mais falha que seja a instituição, percebi que muitas pessoas que pertencem àquelas Casas não estão à altura da responsabilidade de legislar. E aí conheci o túnel do tempo, com a história do Congresso Nacional, em particular, o destaque dado às épocas monárquicas, quando o Brasil tinha estadistas de grosso calibre.

No entanto, parece que Brasília incorpora espiritualmente o caráter stalinista de Niemeyer e da sombria Piongyang, a capital da Coréia do Norte. Aproximando-me de alguns conhecidos próximos no Ministério das Relações Exteriores, há muita gente ingênua que acha que o governo Lula se aliou à ditadura de Kim Jong Il, por conta do “livre comércio”. Outros acham benéficas as relações com Irã. E a ligação criminosa do PT com o Foro de São Paulo, com Hugo Chavez da Venezuela, Evo Morales da Bolívia, Lugo do Paraguai, Correa do Equador, e mais recentemente, Zelaya de Honduras, passa despercebida por eles, desconhecida ou subestimada, como se não fosse com eles. Na verdade, de forma hipócrita e dissimulada, o Presidente Lula mandou retirar os embaixadores brasileiros em Honduras, quando o Congresso, o Judiciário, o Ministério Público e o exército do país expulsaram o compadrio chavista Zelaya. É mais patético ainda: poucos meses antes, Lula havia mandado embaixadores para Pyongyang. Isso porque a OEA atual se posa de “defensora” da democracia contra os golpistas, mesmo que para isso insira a ditadura cubana na entidade. Ou seja, isola Honduras por defender a democracia e patrocina o regime de Fidel Castro para destruí-la. Tal como Piongyang, o Brasil tem uma diplomacia capaz de varrer as democracias no continente e causar sérios prejuízos ao país. Para ser uma Piongyang completa, o Brasil só precisa ter mísseis nucleares. Contudo, ainda é incompetente demais para isso, embora a fama de fora-da-lei do direito internacional esteja espalhada por quase toda mídia afora (claro que a imprensa brasileira não conta...).

No plano interno, o governo federal usa a Esplanada dos Ministérios para colocar toda a companheirada do Partido. Nada mais parecido com Pyongyang. Usa a polícia federal para perseguir desafetos. Usa da influência do executivo para intervir no judiciário e no congresso nacional. O caso da cumplicidade do governo Lula com o senador José Sarney, acusado de vários escândalos, entre os quais, a possuir contas e favores secretos, é um retrato da natureza moralmente deturpada e perigosa do petismo. A acusação do senador Jarbas Vasconcelos a respeito dessa influência nefasta do executivo sobre o legislativo é mais que oportuna. A intenção premeditada do governo é de desmoralizar o Congresso Nacional e ter força sobre ele. Um desses golpes foi o do mensalão, a tentativa de subornar os parlamentares e comprar as opiniões da Câmara. O atual é o de promover a pior corja de pessoas que jamais sentou nas cadeiras das duas Casas, para tornar o Congresso um balcão de negócios e cargos! Raramente as Casas Legislativas chegaram ao seu nível mais baixo. E o petismo tem uma pesada dose de responsabilidade nisso. Quando a democracia faz de atos que poderiam ser de conhecimento público em conluios secretos, é prova de que o caráter das instituições está se degenerando. Contudo, as falcatruas de Sarney são coisa pequena perto das alianças e dos projetos políticos que o PT esconde por trás da manga. Em particular, o patrocínio da destruição dos regimes democráticos no continente latino-americano e a promoção de ditaduras totalitárias é o projeto que o PT esconde por trás da capa de convertido ao capitalismo. Esses ventos da desordem e do caos um dia vão chegar ao Brasil. E tem gente que não acredita, apática e bestializada demais para compreender a gravidade da situação!

Uma dama da corte de Versalhes dizia que o Palácio do Rei era uma favorita sem mérito. Brasília nem tem essa vantagem: não é favorita e quase não tem mérito nenhum!