
De fato, a reação israelense, nascida de legitimidade de auto-defesa, acabou por se tornar um fiasco. A grande baixa de civis libaneses, em parte causada pelas táticas do Hezbollah, que as usou como escudo humano, e em parte, por erros militares de Israel, acabou por inviabilizar os ataques do exército judeu. É por isso que aparentou a uma boa parte da mídia ocidental, que os ataques de Israel ao Líbano foram “desproporcionais”. Claro, raramente houve enfrentamentos diretos entre Hezbollah e as Forças de Defesa de Israel! Os terroristas preferiram atacar em meio de bairros residenciais, entre mulheres e crianças! Ainda que os efeitos aparentes sejam a destruição de uma parte logística do Hezbollah, houve uma vitória moral do terrorismo islâmico, já que Israel saiu da guerra como a vilã da história. E no final da história, Síria e Irã, que promoveram por baixo dos panos os ataques contra o Estado judeu, saíram fortalecidas do episódio.
Mas essa tática também está sendo usada no Iraque. Qualquer pessoa bem informada a respeito do conflito sabe, que o grosso de civis mortos no Iraque é causado pelo terrorismo islâmico. A estratégia é expandir o terror permanente contra os civis no país, até levarem um caos total, com o intuito dos terroristas de tomarem o poder. A perversidade desses métodos é inverter totalmente a responsabilidade e o conceito moral da guerra. Atualmente, Israel é condenada, precisamente por se exigirem mais escrúpulos aos judeus, do que os libaneses islâmicos terroristas que expõem sua população civil ao conflito. Os judeus estão amarrados na sua liberdade de se defenderem, enquanto o outro lado se acha legitimo pra qualquer ação terrorista e bélica. O mesmo princípio se aplica aos Eua. Enquanto os abusos de soldados americanos de Abu Graib viram histeria da imprensa ocidental, terroristas iraquianos cortam cabeças e publicam vídeos na internet, sem escândalo e alarde algum. Explode-se bombas nas ruas de Bagdá e os culpados são os americanos, não os xiitas que levam seu fanatismo até as últimas conseqüências.
Na verdade, a guerra assimétrica lembra as trincheiras da primeira guerra mundial, quando exércitos ficavam no atoleiro dos buracos e do alvo das metralhadoras. Só que as trincheiras são humanas: os cadáveres libaneses se tornaram os empecilhos do exército judeu. As explosões nas ruas de Bagdá e os ataques misturados a civis, são os métodos para debilitar o moral das tropas americanas. Os terroristas libaneses tiraram um grande proveito publicitário, pois, expuseram seu país a uma guerra insana, e por outro lado, tiraram dividendos de propaganda contra Israel. E o terrorismo no Iraque dá uma idéia de caos total, ainda que o exército americano tenha reconstruído o país a duras penas, e com o apoio de uma boa parte da população iraquiana.
Todavia, nada seria tão desabonador, se não houvesse uma cumplicidade da parte de muitos simpatizantes de terroristas no ocidente. Soma-se a condenação total das ações dos judeus e americanos, a barreira moral e ideológica que lhes é exigida, a trincheira invisível que lhes suga as forças. A mídia ocidental, no geral, está dando razão aos terroristas e a lógica doentia deles. E a chantagem emocional de apelos éticos sobre o mundo ocidental está sendo uma grande arma contra a força de combate ao terror. Enquanto o mundo inteiro cobra a paz no Líbano, os inimigos da paz estão se armando como nunca e amarrando os meios de defesa daqueles que podem, de fato, manter a paz. Nenhum pacifista lembra que o Irã poderá ter bombas atômicas e ameaçar a paz mundial. Todos os pacifistas já esqueceram do terrorismo disseminado na Europa e do trágico 11 de setembro de 2001. E a ameaça existe, já que foram desbaratas várias ações no sentido de repetir o evento trágico de Nova York. A guerra assimétrica é isso: o ocidente invadido, hostilizado, aterrorizado, é criminalizado, enquanto os terroristas que matam inocentes estão cheios de moral, precisamente porque não crêem em moral alguma. E a mídia ocidental contribui para essa lógica assimétrica, absurda e estapafúrdia. O cessar-fogo contra o Líbano é aquilo que um escritor veterano alemão dizia da primeira guerra mundial, quando os alemães morriam aos milhões nas trincheiras da frente francesa: sem novidades no front oeste! É o atoleiro judaico no front oriental!
Leonardo Bruno
Belém Pará
18 de agosto de 2006
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