sexta-feira, junho 27, 2008

A função anti-social da propriedade.

A Constituição Brasileira, em seu art. 5. Inciso XXXIII, reitera um princípio que é, no mínimo, ameaçador das liberdades: “a propriedade atenderá a sua função social”. Paradoxalmente, a Carta Magna não nos explica, claramente, como pode determinar a função dita “social” ou como o cidadão comum deve utilizar sua propriedade. Na verdade, ela deixa brechas para o poder discricionário do Estado determinar o que deve ser “socialmente” válido para exercer esse direito. Essa determinação implica, inclusive, decidir o que o proprietário deve fazer com seus bens. O precedente da função social da propriedade, um capricho jurídico inventado a partir do início do século XX, por juristas positivistas e apologistas do Estado interventor, deu incremento legal para os regimes totalitários abolirem os direitos proprietários dos cidadãos. E a Constituição Brasileira, que é uma mistura de ideologias espúrias e demagógicas, adotou este conceito, que dá um precedente legal para a destruição da propriedade no país.

Se a função social da propriedade deixa brechas contrárias ao direito que diz defender ou postular, o pretexto da reforma agrária se tornou um instrumento concreto de violação dos direitos dominiais dos cidadãos. De fato, a Constituição postula que o governo pode desapropriar terras consideradas “improdutivas”, para fins de reforma agrária, com prévia indenização. O problema aqui não é somente do ponto de vista moral, como também econômico. Quando um governo determina que alguém deva produzir obrigatoriamente para a sociedade, em vistas de fins supostamente sociais, ele está determinando que o cidadão comum trabalhe obrigatoriamente em favor da vontade do Estado. Em outras palavras, a obrigatoriedade do trabalho ou da produção em vista de um fim alheio ao produtor é um fenômeno somente visto em sociedades escravocratas ou regimes ditatoriais do tipo stalinista ou nazista.

De fato, a mentalidade da função social da propriedade no Brasil lembra muito o Estado fascista ou nazista, para não dizer o comunista. Os direitos de propriedade, por assim dizer, deveriam cumprir a “função social” que o governo determinar. Neste caso, o direito de propriedade já não existe mais, é abolido em favor de uma mera posse concedida pelo Estado. Ou na melhor das hipóteses, a propriedade é uma mera formalidade, que pode ser revogada aos caprichos do poder governante. Neste caso, o Estado exige o que é funcional e utilitário apenas para ele mesmo. Foi por intermédio desse raciocínio capcioso, que Hitler subjugou o empresariado alemão para sua causa partidária e esforço de guerra. A obrigação dos chamados “deveres sociais” do proprietário implicava o direito do Estado de impor o que o cidadão deve fazer com seus próprios bens, sob pena de desapropriá-lo. Aqui em nosso país, temos outro nome: supremacia do interesse público sobre o privado. Ou nas próprias palavras de Hitler: “Nosso socialismo atinge camadas mais profundas. Não muda a ordem externa das coisas, ordena apenas a relação do homem com o Estado. . .de que serviriam rendas e propriedades? Por que precisaríamos socializar os bancos e as fábricas? Nós estamos socializando o povo”.

A função social da propriedade no Brasil adquiriu dimensões tão piores ou mais do que o nazismo, porque não abrange apenas a mera relação servil do homem com o Estado. Sob determinados aspectos, seu processo é bem mais radical. Ela implica uma brutal intervenção do Estado no direito de propriedade, como se o governo tivesse poderes absolutos de ditar a posse e o domínio dos bens alheios. A reforma agrária em nosso país é um exemplo claro dessa loucura distributivista. Lembra perfeitamente ao modelo comunista na agricultura, com efeitos nefastos na produção de alimentos.


A “reforma agrária” retrata uma profunda ideologia de engenharia social, sendo uma demência, do ponto de vista econômico. Ela está impregnada de conceitos socialistas de planejamento centralizado ou mesmo de um igualitarismo massificador, já que o postulado de apropriar-se da terra não é a proteção do dono ou mesmo de sua produção, mas a garantia restritiva e limitada de uma posse condicional que ameaça mesmo sua segurança. Por outro lado, o lugar-comum da “propriedade produtiva” mostra um visível desconhecimento desses juristas e engenheiros sociais com os aspectos básicos da economia e mesmo noções básicas de livre mercado.

Uma propriedade não tem a obrigação de ser produtiva, pela seguinte razão de que nem todo capital deve ser gasto, e sim poupado. Um país não possui terras ociosas porque os proprietários sejam indolentes o bastante para não usufruírem delas, e sim porque não há demanda suficiente para produzir alimentos em todas as terras disponíveis. A lógica de usar todas as terras ociosas disponíveis para produzirem tem o mesmo sentido de gastar toda uma poupança em rendas por ser obrigatoriamente “produtiva”. Uma falácia!


O projeto é um verdadeiro engodo, senão uma indústria de dinheiro para o MST e outros demais grupos de extrema-esquerda no campo. A reforma agrária no Brasil adquiriu conotações dignas de uma estatização em massa da agricultura, com os resultados pífios de produção dos mais grotescos regimes socialistas. O governo, só em assentamentos, já desapropriou mais do que a soma de todas as terras particulares produtivas do país. As estatísticas são aberrantes: cerca de mais 60 milhões de hectares de terras estão nas mãos dos assentados, quando apenas 45 milhões de hectares de terras são ocupadas por empresas rurais privadas. Desses mais de 60 milhões de hectares, agrupados em mais de 7 mil assentamentos e cerca de 900 mil famílias, somente 5% das terras geram renda suficiente, e a grande maioria não produz absolutamente nada. Inclusive, a esmagadora maioria dos assentados recebe cestas básicas do governo, incapazes que são de produzir comida ou mesmo de se auto-gerir. Enquanto o agronegócio e as terras privadas geram alimentos baratos para o mercado interno e externo, rendendo divisas ao país e uma das agriculturas mais produtivas do mundo, o governo federal transformou os sem-terra nos latifundiários mais improdutivos do planeta. Eles são improdutivos e caros. Em 20 anos de reforma agrária, o governo terá jogado fora no ralo cerca de 50 bilhões de reais pela brincadeira socialista. Sem contar que uma boa parte das terras já foi revendida: apenas 40% dos assentados permanecem na terra, já que a maioria revende os lotes, prática proibida por lei. Isto porque cerca de 80% dos militantes sem-terra nunca pegaram em uma enxada e jamais tiveram alguma experiência no campo. Raramente em uma democracia houve um processo tão brutal de estatização das terras. E raramente o dinheiro público foi usado de forma tão absurdamente irresponsável, para favorecer um grupo revolucionário e terrorista, tal como é o MST.

A reforma agrária ainda esconde outras perversões políticas. O mero fato de o governo federal priorizar a influência de um grupo fora da lei, sem registro público algum e sem prestação de contas do dinheiro público, como é o caso do MST, já um ato de improbidade administrativa. E o INCRA criou uma espécie de servo de gleba dependente do Estado, preso à terra, para receber subsídios públicos. Isso lembra as leis das paróquias, na Inglaterra do século XVIII, quando os camponeses eram proibidos de deixar as comunas agrárias e paroquiais e obrigados a trabalhar mais de dez horas por dia, para receber um minguado subsídio governamental. Ou é parecido com o que ocorreu no Camboja do ditador Pol Pot, quando ele deslocou populações inteiras das cidades para o campo. Se o governo federal não tem controle das verbas repassadas aos assentados, onde está o dinheiro? Está financiando o projeto revolucionário do MST, seja através de invasões de terras, saques e roubos de terras produtivas, seja para a doutrinação ideológica e o treinamento de guerrilha nos assentamentos. Muitos ataques e saques a fazendas produtivas, como a destruição das pesquisas de eucalipto da Aracruz Celulose e mesmo a invasão do Congresso Nacional pelo MSLT, foram bancados pelo dinheiro público. Em outras palavras, o dinheiro do contribuinte está sendo usado para subsidiar práticas criminosas.

Na prática, a reforma agrária é um gigantesco processo de coletivização da agricultura, que se afetar as terras produtivas, vai destruir a agricultura brasileira e reduzir a população na mais completa fome. É por isso que a reforma agrária, do ponto de vista econômico, no Brasil é um fracasso. E do ponto de vista político é uma séria ameaça à democracia. Na verdade, a reivindicação da reforma agrária nada tem a ver com a resolução de problemas agrários. Ela camufla sim um projeto revolucionário, que é o de causar uma guerra civil no campo e destruir os direitos de propriedade dos fazendeiros, além de confiscar as terras para o domínio do Estado, controlado pelo MST e pelo PT. A “luta da terra” é apenas um pretexto para galgar reivindicações maiores e mais ousadas de poder. E não é novidade que o MST se tornou um organismo paraestatal do governo federal, sendo uma extensão do próprio Estado na vida rural. A “função social” da propriedade no campo cumpre esse papel genuíno de destruir os direitos de propriedade e mesmo das liberdades democráticas.

Se a “indústria” da função social da propriedade ganha conotações desastrosas no campo, a sua retórica se torna explosiva, quando invade as cidades ou adquire conotações raciais. A reforma agrária do MST tem outro aliado, a “revolução quilombola” e os “sem-teto”, reivindicando terras e casas alheias. Os segmentos revolucionários de esquerda, através de um pernicioso Decreto nº4887/03, criado pelo governo Lula, podem reunir um grupo de negros autonomeados para exigir os direitos de propriedade de alguns pobres cidadãos. Sim, os critérios de identificação dos quilombolas não são o de registro ou de posse e sim de auto-declaração. O decreto isenta até mesmo o ônus da comprovação de propriedade dos negros. Eles não precisam provar que são descendentes dos quilombolas, nem que tenham registros de posse naquela terra. E qual o argumento para a desapropriação? A propriedade do infeliz ocupa supostamente algum antigo terreno “quilombola” esquecido pelos registros históricos. Ou seja, a esquerda pode inventar algum relatório fajuto sobre a existência de quilombos na terra de qualquer um, através de meia dúzia de mulatos oportunistas declarados “negros” e exigir os direitos de propriedade sobre o terreno alheio, ignorando qualquer regra jurídica a respeito de propriedade, prescrição ou usucapião. Em outras palavras, o Estado pode rasgar os direitos de propriedade, escrituras públicas e registros de cartórios e permitir saquear bens à vontade, sem prestar contas à titularidade dos proprietários. Esse mesmo princípio é aplicado aos índios, já que é o governo o responsável pelos conflitos da região assim chamada “Raposa do Sol”, em Roraima, em particular, pelo risco de desapropriação das fazendas dos produtores de arroz. O governo criou uma reserva indígena embasada em dados fraudulentos da FUNAI, para destruir a segunda maior produção de arroz do Brasil. O mesmo princípio fraudulento se aplica aos quilombolas, para confiscar terras produtivas e legalizadas. E como o fator racial é um elemento necessário para a exigência de terras alheias, o Estado não somente insufla conflitos de propriedade, como conflitos raciais de propriedade. Os índios e os negros estão sendo jogados contra os brasileiros em geral, como se uns fossem dissociados de outros. Os índios são induzidos a discriminar brasileiros em sua soberania e os negros são manietados a oprimir proprietários, porque estes representam a “dominação branca” no país.

A mesma esquerda quer aplicar os métodos terroristas do campo nos centros urbanos. Como ter duas casas é quase um crime, dentro dos padrões da “função social” da propriedade, os sem-teto começam a agir pelas mesmas táticas que o MST no campo: invadindo casas desocupadas, terrenos, prédios, etc. Como sempre, eles ocupam as casas, saqueiam os bens e revendem o terreno para outros proprietários. Muitas áreas de invasões de muitas capitais brasileiras são verdadeiras indústrias de roubo de propriedades. E muitos políticos estão por trás dessa tramóia, prometendo títulos de propriedade aos invasores, quando na verdade, esses terrenos passam dez ou vinte anos sem registro algum, salvo o do proprietário roubado. A função social da propriedade na cidade funciona da seguinte forma lógica: é como alguém se achar no direito de usar, abusar e dispor de sua garagem, porque você não comprou o carro.

A função social da propriedade é um precedente jurídico gravíssimo na Constituição Brasileira, que cria condições legais para a destruição da propriedade privada no Brasil. Ela não vai destruir apenas a propriedade, mas a liberdade civil, pois só existe vida livre na sociedade, quando os cidadãos são proprietários de seus bens. Da feita que o governo revoga, por mecanismos sutis e graduais, a proteção e a soberania dos bens particulares contra o poder público, a tendência cada vez mais é o agigantamento do Estado sobre a independência individual do particular. A sociedade civil independente só existe porque se contrapõe ao poder estatal e se autonomiza diante deste. A destruição dos direitos de propriedade é um dos passos cabais para o Estado totalitário, já que tudo será do Estado, e nada será contra o Estado. E o Brasil ainda não percebeu que passa por um processo revolucionário comunista similar. A Constituição, em nome de uma função social, criou uma função anti-social, a função destrutiva da propriedade.

segunda-feira, junho 23, 2008

Como destruir o exército de uma nação?

Para quem crê em coincidências: a história recente dos 11 militares acusados de entregar três cidadãos aos traficantes, em uma favela do Rio de Janeiro, é o terceiro ataque sistemático contra a reputação do exército brasileiro. O primeiro incidente foi relacionado ao general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, que contestou publicamente a política indigenista do governo Lula e denunciou a omissão do Estado com ongs internacionais. A contestação veio com uma resposta: a ameaça de exoneração do militar. Ela só não foi possível, porque o governo temeu um motim dos oficiais.

A Revista Época reproduziu uma matéria “denunciando” o preconceito contra dois sargentos homossexuais no exército. A imprensa retratou a posição das forças armadas como se fosse algum tipo de novidade, num apelo sensacionalista cretino e visivelmente malicioso. O exército, em seus regulamentos, é duro com a homossexualidade nos quartéis, seja por uma questão de decoro, seja porque a caserna é um internato masculino. Todavia, a reportagem escamoteia uma tentativa de destruir as bases morais internas das forças armadas, tanto quanto de fazer apologia ao movimento gay.

E agora aparece a histeria contra a presença do exército na favela da Providência, como se todas as culpas dos crimes entre favelados recaíssem contra as tropas. Até agora não se viu nenhum protesto contra os narcotraficantes que imperam há anos nos morros. Nem mesmo a exigência para que prendessem os traficantes assassinos dos três rapazes detidos e entregues pelos militares. Quem deve sair de lá não é traficante de cocaína, e sim o exército, com o beneplácito da imprensa, da mídia, da OAB, da justiça e mesmo do governo. Por mais que os Srs. Lula, Nelson Jobim e "bispo" Crivella queiram defender pedreiros e sacos de cimento, com seus programas assistencialistas, na prática, porém, lavaram as mãos para o descaso das tropas que são obrigados a comandar e que são hierarquicamente responsáveis.

E que isto difere do caso de Raposa do Sol? Roraima agora é violada em sua territorialidade, com um estado paralelo dominado por ongs que usam índios como foco de guerrilha contra agricultores e cidadãos brasileiros. Em particular, quem está por trás de crise é o Conselho Indígena de Roraima, bancado pela Fundação Ford, que é um poço de esquerdismo. Em 2007, O Brasil assinou um tratado dos povos indígenas, reconhecendo direitos de soberania e auto-governo aos índios, criando um grave precedente contra a sua soberania. De fato, ao demarcar as terras da Raposa do Sol, o governo federal acabou por criar uma nova "soberania", contrária aos interesses nacionais. Os índios, como prova de prepotência, bloquearam a via federal que liga Boa Vista a Manaus, isolando o estado do resto do país. Tal como o MST, eles ameaçam saquear as plantações de arrozais, a segunda maior produção do Brasil, perdendo só para Santa Catarina. O conceito da demarcação das terras indígenas em Roraima ameaça simplesmente arruinar a economia do estado e desestabilizar as fronteiras. Para piorar a história, os laudos antropológicos e mesmo os dados sobre os números de índios em Raposa do Sol nasceram de uma falsificação grotesca de relatórios da Funai. Em outras palavras, a campanha indigenista em Roraima é uma fraude. E o que fez o governo federal? Mandou a polícia federal entrar na reserva para prender um fazendeiro que reagiu à invasão de suas terras pelos índios. Não é por acaso que agora quer usar o exército para o trabalho sujo de expulsar os produtores de arroz. E pasmem, quem sabe depois cogite até a retirada das forças armadas!

Se não bastasse toda essa escala de acontecimentos, há um projeto de criação de um “Conselho de Defesa Sul-Americano” entre Brasil e Venezuela. O Sr. Nelson Jobim foi beijar a mão do sargentão de Caracas. Em suma, o exército brasileiro será aliado militar de Hugo Chavez, do narco-terrorismo comunista do Foro de São Paulo e perderá sua independência institucional. A autonomia, o patriotismo e o senso de defesa da pátria e da soberania, comuns ao exército brasileiro, serão destruídos pelo projeto internacionalista do chavismo, quando as forças armadas brasileiras serão meras sucursais da Venezuela. Se o governo petista destruir a autonomia das forças armadas, terá entregado sua soberania de mão beijada aos comunistas latino-americanos, em uma das maiores traições jamais cometidas contra esta república.

Pobre das pessoas que acreditam em coincidências. Os brasileiros, em geral, estão tão alienados dos fatos, que não percebem o quanto as instituições se corroem internamente. A tentativa de desmoralizar o exército brasileiro é um passo a frente para destruir o Estado de Direito e a soberania. Os inimigos das forças armadas sabem do poder que o exército tem nos destinos do país. Os militares salvaram a república brasileira de muitos engodos. Destruir o exército é imobilizar o braço armado patriota da nação.

domingo, junho 22, 2008

O complô do Foro de SP no Uruguai: uma rádio colombiana comenta sobre o evento.

O Foro de São Paulo, o conluio das esquerdas comunistas na América Latina, entre os quais o Partido dos Trabalhadores do Presidente Lula, (ele mesmo, chefe de honra do movimento), é perfeitamente conhecido pelo público colombiano, aterrorizado durante anos pelas investidas terroristas das Farc, outro membro do grupo. Alejandro Peña Esclusa, presidente do Movimento Fuerza Solidária e opositor de Hugo Chavez da Venezuela, (outro partícipe do Foro de São Paulo), fala sobre os meandros da última reunião das esquerdas comunistas latino-americanas em uma rádio colombiana. Ou seja, um projeto comum de destruição das democracias latino-americanas. Clique aqui para escutar. Extraido do excelente site de Graça Salgueiro, http://www.notalatina.blogspot.com/ . É simplesmente estarrecedor que a imprensa brasileira não publique nada sério a respeito.

Histerias e farsas na favela.


A morte de três cidadãos do Morro da Previdência, no Rio de Janeiro, detidos pelo exército e entregues aos traficantes de uma favela rival, demonstra uma reação “pública”, no mínimo, curiosa. É espantosa a desproporção histérica com que certos segmentos políticos, jornalistas e mesmo os “movimentos sociais” deram à ação. Desproporção no sentido inverso, já que até agora ninguém se deu ao trabalho de exigir justiça contra os traficantes assassinos dos três favelados, e sim a punição contra todo o exército brasileiro. As forças armadas estão sendo acusadas de um crime que não cometeram. Os onze militares não mataram ninguém e estão sendo vistos como os reais assassinos. E a instituição está sendo responsabilizada coletivamente, quando na verdade, foi um incidente particular, isolado. Porém, o governo, a opinião pública e até a justiça do Rio de Janeiro já decidiram a questão: vão passar a soberania do Morro da Previdência aos traficantes de drogas.

A campanha não é gratuita. Sabe-se que por trás desse incidente, há uma propaganda de difamação do exército brasileiro. A opinião pública, dominada por um esquerdismo militante e rasteiro, não esconde o ranço contra os militares. Malgrado isso, alguns desocupados fizeram protestos contra a presença das tropas na favela. Claro, quem está por trás dessa “espontânea” e “popular” manifestação é o narcotráfico, com o apoio festivo da esquerda carioca, que não vive nos morros, embora cheire a santa cocaína do dia a dia. Essa é a loucura do Rio. Quem, em sã consciência, vai prescindir da segurança para ficar nas mãos dos bandidos? Aliás, qual cidadão corajoso dirá, em público, dentro de uma favela, que vai querer o exército para sua segurança? Obviamente, “manifestações populares” na favela, só bancadas por narcotraficante, aplicando sua ditadura paralela.

Há aí um estado de paranóia total. A lógica atual se desenvolve da seguinte forma: se um ou dois soldados do exército cometem um ato disciplinar condenável, logo, a justiça tira toda a segurança pública e dá poder total aos traficantes, os verdadeiros assassinos dos três rapazes. Também pudera, a justiça do Rio de Janeiro não resolve nada. Mata-se e trafica-se tão impunemente, que só restou ao exército a pecha de bode expiatório da situação.

Na mais grotesca das hipóteses, o exército serve para proteger os pedreiros, na brilhante frase do jornalista Reinaldo Azevedo. As forças armadas estão para defender o assistencialismo do governo e de seus aliados e fazer propaganda eleitoral dos patifes do presidente. Os mesmos que fora das câmeras, conspiram, humilham e caluniam a instituição. São os Lulas, os Nelson Jobins, os Crivellas e toda sorte de oportunistas que alimentam sub-repticiamente a difamação, enquanto lavam suas mãos. E quando o exército não é útil, quem assume a responsabilidade é a tropa. A própria hierarquia do governo tenta desmoralizar os seus comandados militares. Inversão de valores maior do que isso numa tropa não há.

Até o presidente da OAB-RJ deu uma de palhaço, querendo aparecer, exigindo a retirada imediata do exército. Em nota, disse não haver ''amparo na Constituição, para a sua atuação no papel de polícia e pelos fatores de tensão social gerados pelos bárbaros assassinatos de três jovens da comunidade''. O Sr. presidente da Ordem demonstra uma particular ignorância da Constituição e caminha pela mesma inversão de valores a respeito dos crimes. Primeiro, porque a Constituição declara, abertamente, que uma das funções do exército é garantir, além da defesa da pátria e das instituições republicanas, a lei e a ordem. E segundo: por que ele, que representa uma entidade ligada à área jurídica, não pediu providências para punir os traficantes? Por que o objeto de ódio é o exército? Eu, como advogado, estou perfeitamente convencido de que a OAB está dominada por gente que é o mais completo poço de estupidez. Em alguns aspectos, virou uma espécie de extensão do próprio PT. Neste país, o princípio da individualização das penas não existe mais. Os causídicos culpam coletivamente o exército, quando na verdade, absolvem individualmente os traficantes criminosos. De fato, se a Ordem absolveu o Presidente da República de seus crimes, por que não absolveria uns reles bandidos? Nada que o quinto constitucional não compre nas sapientíssimas consciências da OAB.

A história dos três favelados mortos pelos traficantes soa como histeria e farsa. É histérica, porque é notório o desprezo e a parcialidade com que uma parte da imprensa, da sociedade civil e do próprio governo manifesta em relação às forças armadas brasileiras. E é farsesca, porque o fiel comandante da tropa, o Sr. Presidente da República, junto com seu ministro da defesa, lavou as mãos contra seus subordinados, jogando-os aos leões. Os oficiais e generais das forças armadas ainda não perceberam que a intenção do governo, como dos grupos que estão por trás dessa campanha de desinformação, é destruir a reputação e a símbolo moral que representa o exército brasileiro junto ao povo. Acuados, amedrontados e chantageados, os militares mais parecem burocratas acomodados e não conseguem encarnar o espírito da instituição, que tantas vezes salvou este país de vários engodos políticos. O incidente do Rio revelou uma questão muito óbvia e a tramóia não é isolada. O governo Lula já mostrou a real dimensão de suas intenções, quando dificultou a entrada do exército na reserva Raposa do Sol. Inclusive, deu plenos poderes às ongs internacionais de insuflarem os índios contra os proprietários rurais, usando a polícia federal contra cidadãos comuns que defendiam suas terras. E deixou o estado refém dos mesmos grupelhos vândalos, quando estes obstruíram as vias federais, isolando Roraima do resto do Brasil.


Desarmadas, enfraquecidas, desmoralizadas, as forças armadas não serão páreas, quando as forças totalitárias e revolucionárias da América Latina mostrarem as garras, com a ameaça da Venezuela e do chavismo no continente. O Sr. Nelson Jobim já cogitou a idéia de fundir as tropas brasileiras com o bando de Hugo Chavez, aliando-se ao narcotráfico continental. Se o exército agora concede a soberania de uma favela ao crime organizado, o que falta para se recusar à defesa da soberania do país?

quinta-feira, junho 19, 2008

Corrupções seletivas.


Um sujeitinho pernóstico, cujo discurso petista é inconfundível, abriu a boca para vomitar diretrizes nos meus textos, nas seguintes palavras:

“`Conde`, seus comentários são fora da relidade. Use sua "inteligência" para outros temas... Falar do escândalo do governo de yeda (PSDB) no RS é um bom começo. Ou discorrer sobre os escândalos do governo de Álvaro Uribe”.

Tal comentário se referia à matéria que publiquei em vídeo, sobre o conflito entre a Venezuela e Colômbia, as ligações de Hugo Chavez com o narcotráfico das Farc. O sujeitinho, por ignorância ou malícia, acha “fora da realidade” um ocorrido gravíssimo, que envolve vários governos da América Latina com o narcotráfico. Um acontecimento que ameaça as democracias do continente, em particular, a democracia colombiana. Todavia, o sujeito inverte o raciocínio: fala das supostas irregularidades e escândalos de Álvaro Uribe, o presidente da Colômbia. E da corrupção dos quadros da governadora do Yeda Crusius, do PSDB do Rio Grande do Sul.

Por mais interessante que sejam esses assuntos, eles têm menor gravidade do que o envolvimento do governo da Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua e mesmo Brasil com o narco-terrorismo. Uma coisa não omite outra. Na verdade, o cidadão que postou esse comentário tem uma visão muito particular da corrupção. Ela não implica uma perspectiva moral objetiva e sim uma concepção partidária, instrumental. O cidadão não condena a corrupção, e sim a corrupção dos inimigos. É muito mais cômodo para ele acusar Álvaro Uribe de envolvimento com o narcotráfico de Medelin ou com os “paramilitares” da Colômbia, ainda que em falso, do que o envolvimento óbvio, comprovado, das esquerdas latino-americanas com o narcotráfico. Ou mais, o foco da corrupção regional no Rio Grande do Sul desvia um caso muito pior de falcatruas e mentiras de Brasília, comprometendo, mais uma vez, a Presidência da República e o Ministério da Casa Civil.

Não isento a governadora do Rio Grande do Sul ou o presidente da Colômbia de seus pecados. Se as acusações contra ela forem verdadeiras, a tucana tem que cair fora. Se o Presidente Uribe também tiver seus escândalos, idem. Todavia, os petistas usam dos podres alheios para camuflarem os próprios. Fazem da delação, da chantagem e da desinformação sistemática, para intimidarem os críticos. Daí a entender porque o sujeito da frase acima afirmar que eu estou fora da “realidade”. Claro, porque o PT quer esconder a realidade pelas suas mentiras. Quer esconder seus podres às custas dos podres alheios.

A derrota fragorosa das Farc na Colômbia e a descoberta de documentos comprometedores sobre o Foro de São Paulo deixaram as esquerdas receosas, senão de cabelo em pé. Aí precisam usar da fábrica de calúnias contra Álvaro Uribe, inventando as coisas mais absurdas e sórdidas. Ou melhor, precisam afirmar que tudo isso é teoria da conspiração, invenção da direita golpista. Na pior das hipóteses, a pecha de "fascista" em Álvaro Uribe.

Curiosamente, a oposição política no Brasil consegue ser profundamente idiota. Yeda Crusius falou de uma manobra "golpista" da turma do PSOL de Luciana Genro, em conluio com o PT, na figura de seu pai, o Ministro da Justiça Tarso Genro. Os tucanos reclamam do uso do aparelhamento da Polícia Federal no caso. Ocorre que os tucanos usam do mesmo discurso falacioso que o PT usa contra a democracia. Aos amigos tudo, aos inimigos, a lei. Ou seja, na cabeça de Yeda Crusius ou do governo Lula não existe o Estado de Direito, o Ministério Público, os tribunais, o judiciário e a Constituição: o que existe é a vontade partidária acima dos poderes da República. O caso é que o PT inaugurou isso. E a oposição apenas segue o discurso pronto que a esquerda dita. Entretanto, se existe o uso indevido da Polícia Federal, por que agora reclama o PSDB? Acaso alguém protestou quando o Ministro Genro usou a Polícia Federal para deportar os atletas cubanos, mandando-os à ditadura de Fidel Castro? Se o governo Lula pode deportar dois exilados cubanos, por que não poderia chantagear e destruir a oposição, usando o aparelho do Estado? Será que o tucanato ignora que o PT já usou a Polícia Federal para camuflar a origem do dossiê fajuto contra a campanha do candidato à presidência Geraldo Alckmin?

De fato, o escândalo envolvendo a Ministra da Casa Civil Dilma Roussef, no caso do vazamento de informações sigilosas do ex-presidente FHC, demonstra o quanto o Estado de Direito está sob ameaça. Pior é o escândalo da Varig, que envolve diretamente o Presidente da República e seus diletos favoritos. Mas qual escândalo não envolve o presidente? O rei está nu há muito tempo, porém, uma parte povo, diante de uma cegueira típica dos idiotas, está pior do que a viseira do burro. A oposição política, ora vendida, ora cúmplice do governo, ainda não percebeu que está sendo, aos poucos, liquidada. E dona Dilma Roussef, na presença dos parlamentares, ainda se orgulha de mentir. Não, ela não mente apenas para seus supostos torturadores, já que a guerrilheira “Stela”, na época do regime militar, roubou dois milhões de dólares de uma amante do ex-governador Adhemar de Barros. Ela mente mesmo no âmbito de nossa democracia, pois no fundo, continua pensando como uma guerrilheira terrorista. Continua solidária ao projeto comunista que ela tanto sonha para a humanidade.

Roubalheiras no governo do Rio Grande do Sul? Escândalos de Álvaro Uribe? Peixe pequeno perto do que está por trás do PT e do Foro de São Paulo. Yeda Crusius pode ser mais um mero escândalo regional de dimensões limitadas. Isso porque ela herdou os mesmos quadros partidários esquerdistas para governar, ainda que não petistas. Álvaro Uribe pode ter inúmeros defeitos. Contudo, nenhum deles ameaça a democracia. Pelo contrário, ninguém tira o mérito de Uribe de ter uma popularidade quase unânime na Colômbia e o fato de estar destruindo a narcoguerrilha e de ter salvo a democracia em seu país. Não somente o governo Uribe fortaleceu a democracia colombiana, como é uma resistência contra as investidas totalitárias chavistas. Daí o ódio que causa à esquerdas.

A histeria das esquerdas brasileiras com a corrupção é tão somente um instrumento político de barganha, dentro de uma visão relativista e utilitária. Aliás, é a lógica comum e a praxis de qualquer comunista. Luciana Genro, a filha do Ministro da "justiça revolucionária", é fiel amiguinha das Farc. O PSOL apóia Hugo Chavez. E a moralidade santarrona do comentador do meu blog é apenas seletiva. É a moral dele, totalitária, contra a nossa moral de pobres mortais cristãos. Isso é um passo para a destruição dos valores éticos da sociedade e da democracia. O Estado de Direito já está indo pro espaço há muito tempo.
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segunda-feira, junho 16, 2008

A Cidade Perdida – uma ode a Cuba Libre

por Ipojuca Pontes (*) em 08 de agosto de 2006

Resumo: O belo filme de Andy Garcia sobre a Havana dos anos de ouro se defronta com uma tirania tão nefasta quanto a de Fidel Castro: o bloqueio esquerdista que domina festivais de cinema, assusta distribuidores de filmes e guia os velhos agentes a serviço do pensamento único socialista, os críticos de cinema. © 2006 MidiaSemMascara.org Cartaz do filme de Andy Garcia


A Cidade Perdida (Lost City, EUA, 2005), de Andy García, em exibição em poucos cinemas no Brasil, além de filme vigoroso, é uma ode (composição poética de caráter lírico) à Havana dos anos dourados, mas nem por isso menos verdadeiro e contundente. Garcia, “o maior talento do cinema latino desde Rodolfo Valentino” (no dizer do lendário Anthony Quinn), fez um filme admirável, tão importante para divulgar os horrores da revolução cubana de Fidel Castro e o “Che” Guevara como, por exemplo, o romance "O Senhor Presidente", de Miguel Ángel Asturias, ao denunciar a ditadura de Estrada Cabrera, na Guatemala do início do século 20 (até mesmo, diga-se de passagem, no tom romanesco).
Pelo que se sabe, para realizar A Cidade Perdida o diretor (que nasceu em Cuba) levou 16 anos com o roteiro (feito em parceria com Cabrera Infante, outra vítima de Fidel) debaixo do braço, procurando financiamento numa Hollywood “politicamente correta”, entregue aos caprichos de cubanófilos decadentes (mas poderosos) como Roberto Redford e similares. Com o filme pronto, García agora se defronta com um outro tipo de ditadura, tão nefasta quanto a tirania de Castro, isto é: a tirania dos festivais cinematográficos, inteiramente dominados pela comunalha; a tirania dos distribuidores acovardados, que a consideram uma “fita especial e de risco”; e dos críticos de cinema, uma corriola em geral ignorante, bloqueada ideologicamente e a serviço do pensamento único esquerdizante. É pena, pois A Cidade Perdida emociona e faz pensar. É evidente que não pretende “desconstruir” nem “minimalizar” coisa alguma. Antes, procura se articular no legado da estética aristotélica, aberta aos sentimentos e ao entendimento do grande público, como deve ser o cinema de massa.
Os modelos perseguidos, pelo que se diz, foram Casablanca e Dr. Jivago, dois exemplares clássicos aos quais o ajuste de contas de García, feito em 35 dias e com custo em torno de 9,5 milhões de dólares, nada fica a dever. (Mas que, no futuro, quando a onda da intolerância comunizante for apenas registro ou matéria de memória, A Cidade Perdida poderá ficar como o primeiro filme de ficção a abordar de forma convincente as ditaduras sangrentas de Fulgêncio Batista y Zaldivar e Fidel Castro Ruz, El Caballo - ora em transe). A trama do filme gira em torno do fulminante aniquilamento da família Fellove – o patriarca Federico (Thomas Millian), professor universitário que se nutre em Sêneca e acredita na democracia; a matriarca D. Cecilia; o tio Donoso, gourmet plantador de fumo (o eficiente Richard Bradford), os filhos Luis (Nestor Carbonell), Ricardo (Enrique Murciano) e Fico (Andy Garcia, em belo desempenho), proprietário do cabaré “El Tropico” (réplica do Tropicana), o empresário da família, visto que os outros irmãos são ou estão em vias de se engajar no Diretório Revolucionário (núcleo subversivo da classe média urbana) e na guerrilha de Castro, em Sierra Maestra, ambos obstinados no combate à ditadura do ex-sargento telegrafista Fulgêncio Batista (Juan Fernandez, em sólida composição) – curiosamente levado ao poder, em 1940 e 1953, com o apoio do pragmático (e vil) PC cubano.
Inês Sastre e Andy Garcia
Não menos importante, ainda que enigmática, é a figura feminina de Aurora Fellove (Inês Sastre, beleza latina), esposa de Luis (assassinado pela polícia de Batista), a dividir os sentimentos de Fico, e a do Escritor (Bill Murray), recriação do Bobo do Rei Lear, de Shakespeare, cuja função no entrecho narrativo é a destruição verbal de um mundo que se desmorona.
Falei acima no aniquilamento da família Fellove mas o aniquilamento, em termos reais ou simbólicos, é da própria Cuba, dividida politicamente e depois destruída por uma ditadura que se faz mais violenta, corrupta e desumana do que a do sargento Batista, ao eliminar os mínimos vestígios de liberdade, seja individual ou coletiva. A especialíssima Havana, conhecida nos anos 40 como a “Paris do Caribe”, passa a ser a masmorra infecta do Comandante Castro, um tirano egocêntrico e sem limites. Se mais não fosse, ou fizesse, o filme de Garcia apresenta no mínimo dez cenas fortes, comoventes e bem executadas, entre elas, a do assalto ao Palácio presidencial de Havana pelos estudantes membros do Diretório Revolucionário, fato em que, numa manhã de março de 1957, após uma hora de combate nos corredores e jardins, foram contados 25 mortos; a do suicídio de Ricardo, o guerrilheiro arrependido; a da despedida de Fico diante dos pais arruinados; a da “expropriação”, pelos chacais do regime, no aeroporto José Marti, dos objetos de estimação dos cubanos que deixam a ilha; a do confronto de Fico com a camarilha revolucionária erguendo um brinde a Cuba Livre diante do debochado embaixador Soviético; e, muito em particular, a cena em que o “Che” Guevara (Jsu Garcia, perfeito) informa, na triste prisão de La Cabana, onde reinou absoluto durante seis meses, que eliminou mais um dos 55 prisioneiros, muitos dos quais ele próprio acionando o gatilho, pois sua legenda de psicopata fanático, para quem “os fins justificam os meios”, era: “em caso de dúvida, atire” (“Che Guevara”, Eric Luther, Alpha Books, EUA, 2001).
Como mencionei acima, a contundência do ajuste de contas não supera na obra o doce encanto da ode à Havana que Garcia constrói, especialmente quando recria o universo musical da cidade com seus clubes, cabarés, cantores e dançarinos fascinantes, plenos de vitalidade, onde prevaleciam as figuras de Ernesto Lecuona e Domase Perez Prado, autores, por exemplo, de composições como “Siboney”, “Para Vigo me voy” e “Patrícia” – definitivas e definidores de uma época e de um esplendor. Neste terreno, a sensibilidade de Garcia só acrescenta beleza, ainda que nostálgica, ao clima de uma cidade mítica destruída pelo castro-comunismo. Vejam o filme, antes que o retirem de cartaz.
(*) O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.

domingo, junho 15, 2008

O filme perdido da Cidade Perdida.


É estranho que um filme que denuncia o ocaso da Revolução Cubana e sua tragédia tenha sofrido o silêncio e o boicote cultural do mercado cinéfilo brasileiro e mesmo latino-americano. "The Lost City", "A Cidade Perdida", produzido pelo ator cubano-americano Andy Garcia, (ele mesmo um exilado de Cuba), mostra a face totalitária que desmascara o romantismo falacioso da ditadura de Fidel Castro. Parece que alguns críticos de cinema não conseguiram aceitar o retrato de um Che Guevara cínico e sanguinário. Tampouco um Fidel Castro tirânico e demagógico, destruindo as liberdades civis em Cuba. Ou a troca de uma ditadura corrupta, por outra muito pior . Andy Garcia tem a resposta: "Há festivais que não irão mostrá-lo. Isto continuará a acontecer vindo de pessoas que não desejam ver a imagem de Che perder o brilho e daquelas que apóiam o regime de Castro. Ele ainda tem um monte de apoiadores lá fora. Alguns pensam que Castro é um salvador, que ele se importa com as crianças e com os pobres. Isto é um monte de besteira. Dos 45 anos desde que Castro ascendeu ao poder, Cuba tem ficado durante 43 anos entre os três países com mais abusos nos direitos humanos. As pessoas ficam cegas para essas atrocidades". "A Cidade Perdida" é, literalmente, um filme imperdível. Pena que é tão difícil encontrar no Brasil.

A obamamania


Um amigo meu de Santos, Sérgio Pereira, enviou-me o texto de Josué Ribeiro, estudante de psicologia, residente em Belo Horizonte, sobre a histeria em torno de Barack Hussein Obama, o candidato democrata à Presidência dos Eua. O artigo é deveras engenhoso e provocativo. O seu site é : http://www.josuedealmeida.blogspot.com/ .
E o site do meu amigo Sérgio é: http://www.sp13.blogspot.com/ . Divirtam-se.


Hoje em dia, em se tratando de política e das eleições americanas que acontecerão esse ano (e que sem dúvida afetarão o mundo inteiro), existe um fenômeno bizarro de adoração, veneração e tietagem completa quanto à figura de um homem, um candidato à presidência americana. O leitor já sabe de quem estou falando: Barack Hussein Obama.


Obama é, para suas incansáveis e dedicadas tietes, o que eu vou chamar aqui de "obametes", o cara do bem, negro, gente do povo, aquele que vai trazer o bem e a justiça para esse mundo. Não é nenhum exagero dizer isso, considerando inclusive que há relatos de muitas pessoas nos EUA que desmaiaram de emoção durante seus discursos. Ou tiveram crises incontroláveis de choro e outras reações de grande alteração emocional e psíquica, diante da simples presença dessa criatura tão sublime e sobre-humana.



Nos EUA, toda a grande mídia é tiete de Obama. Aqui, na nossa Terra Brasilis, a grande mídia inteira é formada por obametes convictas. Isso para não falar também da grande mídia européia, que certamente também surfa nessa onda. Enfim, o cara é uma unanimidade, e se você não gosta dele, você só pode ser um racista, preconceituoso, um desequilibrado mental, ou mesmo um ser mau e perigoso para a sociedade.



Como já dizia o velho e sábio Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra, e eu ouso dizer aqui, com todas as letras, que eu não gosto desse Barack Hussein Obama. E o motivo disso não tem nada a ver com a cor da sua pele, apesar de que, obviamente, ele jamais teria chegado a tal nível de adoração se não fosse por esse mero detalhe antropométrico.



E daí?” - perguntará o leitor. “Afinal, a sua opinião e o latido de um cachorro têm o mesmo impacto no mundo. Por que você se dá ao trabalho de escrever sobre isso?” Realmente, a minha oposição a ele não tem o menor peso político, até porque eu não votarei nas eleições americanas. Porém, se eu fizer uma única pessoa que ler essas linhas refletir um pouco sobre esse assunto, já terá sido uma grande coisa em termos práticos. No entanto, mais importante do que isso, minha oposição a Obama é existencial. Isto é, ela se dá pelo simples fato de eu existir e repudiar esse fenômeno grotesco, essa veneração a esse homem cujo único feito político, até hoje, é ter genes "afro".



“Por que você não gosta de Obama, então?” Ok, vamos logo pôr os pingos nos "is". O primeiro motivo eu já apontei: tanta veneração dirigida a ele não é por algo de bom que ele tenha feito, mas apenas e tão-somente por ele ser mulato, filho de um imigrante africano com uma americana branca. Eu até admito que alguém seja venerado, mas não por motivos pelos quais ele não tem o menor mérito. Além de ser mulato, o que mais esse homem fez, ou representa, para ser alvo de tanta comoção?



Ele é considerado o mais liberal, ou, para usar um termo em português, o mais esquerdista dos senadores americanos. Não é por acaso que ele tem tanto apoio da grande mídia americana, que é anti-americana até a medula, ou da nossa grande mídia, que é uma mera filial dela.



Hoje em dia, a principal bandeira da esquerda mundial é o anti-americanismo. Isso quer dizer que apesar de toda a fala moderada e simulação de patriotismo que Obama emprega em seus discursos e aparições públicas, ele é, a bem da verdade, um lobo em pele de cordeiro. Todos os seus eleitores mais à esquerda sabem perfeitamente disso. E sabem também que a sua suposta moderação é apenas uma encenação para ganhar os eleitores mais centristas, dos quais ele precisa para poder ser eleito presidente.



Se havia dúvidas quanto ao anti-americanismo de Obama, elas deveriam ter sido completamente dissipadas quando veio a público a polêmica envolvendo o seu pastor, o Reverendo Jeremiah Wright.



Obama foi, durante nada menos que 20 anos, discípulo da igreja de Wright, que era, segundo o próprio Obama, seu "conselheiro e mentor", e Obama só renegou esse rótulo depois que essa polêmica já estava ameaçando sua campanha.




Tendo sido esses dois senhores tão íntimos, não há a menor possibilidade de que Obama não soubesse das polêmicas opiniões de seu pastor. Para Wright, o vírus da AIDS foi criado pelos brancos para dizimar os negros. Ele também afirmou que os EUA mereceram os atentados de 11 de setembro. E que o lema americano deveria ser God Damn America (Deus Amaldiçoe a América), em vez de God Bless America (Deus Abençoe a América), por causa dos supostos crimes da nação americana contra outros povos, mais particularmente devido ao suposto racismo dos brancos americanos contra os negros americanos.



As declarações do pastor são completamente estapafúrdias. A idéia de que os EUA são um país racista não é completamente falsa. Entretanto, seu sistema democrático estabeleceu as bases para os direitos civis aos negros e mesmo suas melhorias de condições de vida, (superiores, por exemplo, às condições de vida dos negros na grande maioria dos países europeus). Essas declarações só "colam" se o seu ouvinte também for um anti-americano convicto, e é óbvio que esse é o caso de Obama. Isto porque o próprio Obama, como negro e com seu suposto histórico de vida bem sucedido, é um fiel beneficiário desse sistema de liberdades.



Além de ser seu "mentor e conselheiro", Wright foi o homem que celebrou o seu casamento e o batismo de suas duas filhas. Se Obama compactuou com esse homem, que pregava o ódio aos brancos e à nação americana por tanto tempo e só o deixou de fazer isso para não "pegar mal", é óbvio que Obama compactua com as opiniões dele.



Quando esse caso veio à tona, Obama logo tratou de proferir um discurso dando explicações, e que as obametes da grande mídia rapidamente saudaram como um evento grandioso, grandiloqüente, chegando a compará-lo ao histórico discurso de posse de Abraham Lincoln. Na verdade, foram apenas explicações fajutas que Obama só proferiu porque foi desmascarado ao dizer que não sabia das bandeiras de Wright.



Essa não foi a única mentira de Obama. Anteriormente, ele já havia mentido sobre seu passado, dizendo que nunca havia sido muçulmano, sendo depois contestado por seus colegas daquela época, que afirmaram categoricamente que ele era não apenas muçulmano, mas devotíssimo.



“Todos os políticos mentem. E daí?” - eis uma pergunta que fazem freqüentemente quando falamos esses podres sobre o Sr. Barack Hussein Obama. Eu respondo: sim, todos mentem, mas não como esse senhor. Ele mente sobre sua própria vida, sobre sua própria história. Esse candidato é um verdadeiro fake ambulante. O fato de ele ter sido alçado à condição de maior celebridade mundial não muda isso em nada.



O slogan das obametes americanas é: Change, we can believe in (Mudança, nós podemos acreditar) e Yes we can, e a versão para os latinos: Sí se puede (Sim, nós podemos). Apesar de Obama prometer uma ruptura radical com a "velha maneira de fazer política" e uma nova era, a possível eleição de Obama traria resultados mais do que previsíveis, e que não são nenhuma novidade. Na política interna, o velho populismo das políticas econômicas socialistas; afagos às minorias, inclusive aos imigrantes ilegais; apoio às chamadas "ações afirmativas"; esforço no sentido de legalizar o aborto e outras medidas tão caras ao establishment globalista; alçar à Suprema Corte juízes "liberais" (no sentido americano do termo); esforços para tornar a educação americana ainda mais esquerdista e politicamente correta, acabar com o homeschooling etc. No plano externo, sonegar ajuda aos aliados estratégicos, tais como Israel, Colômbia e o governo do Iraque; buscar diálogo com inimigos declarados, tais como ditaduras islâmicas e comunistas; fazer concessões humilhantes em nome da "paz mundial", como se isso pudesse aplacar a fúria dos inimigos dos EUA; sucatear as forças armadas; fazer tudo o que for possível para entregar decisões importantes para a ONU, o CFR e outros organismos globalistas etc. Enfim, para resumir tudo isso em uma palavra: entreguismo. Quanto mais o governo Obama ajudar a destruir a nação americana, melhor, segundo o critério da esquerda. Provavelmente, eu devo ter dito muitas coisas que causarão muita estranheza a alguém que não esteja por dentro desses assuntos, ou seja, quase todo mundo nesse país. Um bom exemplo é o fato de a grande mídia americana ser profundamente anti-americana. Se eu tiver despertado curiosidade e interesse em algum leitor, fale comigo, por favor. Infelizmente, a quase totalidade dos brasileiros não tem a menor idéia do que acontece no mundo ou mesmo no próprio Brasil. E eu tenho a feliz (ou infeliz) condição de saber um pouquinho mais. Obviamente, não aprendi nada disso na universidade, muito menos lendo jornais ou revistas.

sábado, junho 14, 2008

Os comunistas continuam os mesmos.



Vejam este vídeo: na imprensa brasileira, eles são uma coisa; intramuros, eles são outra. É paradoxal que a Revista Veja trate algo de tamanha gravidade como o Foro de SP, o organismo que reune as esquerdas latino-americanas na destruição da democracia no continente, como se fosse expediente menor, mero capricho de militantes senis. O caso é que esse novo Komintern de partidos de esquerda domina já uma boa parte do continente: Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Venezuela e Brasil. Sim, o atual Presidente Lula foi um dos criadores do Foro de SP. Como faz parte do Foro de SP o grupo narcoterrorista das Farc da Colômbia, que tem total apoio do movimento. Como o Brasil não se escandaliza com isso? Como a imprensa pode ser tão omissa, quando o governo brasileiro faz alianças com grupos ligados ao narcotráfico e terrorismo? Os atuais comunistas no poder, em Brasília, dizem uma coisa à opinião pública: entre si mesmos, é outra história. . .

quarta-feira, junho 04, 2008

Ligações da Venezuela e Equador com as Farc.



Parte I



Parte II



Parte III



Parte IV

Hugo Chavez da Venezuela e Rafael Correa, do Equador, amiguinhos do Presidente Lula e do Foro de SP, conspiram com o narco-terrorismo das Farc para invadir a Colômbia. Até quando o povo brasileiro vai despertar para os perigos que rondam a América Latina? Até quando o Brasil vai despertar para a corrupção moral do governo Lula com o terrorismo e o narcotráfico?

Stálin veio do céu!

Esse vídeo de propaganda soviética é hilário: Stálin vem do céu, depois da queda de Berlim. E ainda tem gente que idolatra esse canalha assassino! Tem gente que acredita que ele veio do céu!

domingo, junho 01, 2008

O vácuo moral do Estado Laico.

Um paradoxo curioso observado em nossa sociedade é o profundo vazio de alguns princípios jurídicos essenciais à vida social. Em nome da democracia se fala de “direitos individuais”, “direitos humanos”, “direito à vida”, dentre outros, quando a grande maioria ignora quais os fundamentos éticos e morais que consagraram a idéia mesma destes direitos. Na prática, tais direitos, dissociados de sua raiz cultural cristianizadora, acabam se tornando uma espécie de formalidade jurídica, um ornamento embelezador para preencher o vazio moral e ético das democracias.

A discussão nos tribunais superiores do país sobre as pesquisas de células-tronco embrionárias e a sua recente liberalização revelou uma perspectiva moral e ética problemática, senão uma lacuna muito séria: a vida, na opinião dos senhores ministros do Supremo Tribunal Federal, é tão somente uma mera expressão formal, uma discussão da letra da lei, uma opinião prepotente de cientistas e juristas. Os elementos transcendentais que compõem o valor da vida humana foram completamente ignorados. Até porque, como dizem alguns juizes, o Estado é “laico” e as leis positivas estão acima das leis naturais e divinas.

Interessante observar que a “laicidade” nunca foi a carência de pressupostos religiosos. Laicidade é tão somente o inverso do poder eclesiástico, ou seja, o universo ou poder leigo. No entanto, esse poder leigo, quando determina o que é a vida e nega qualquer pressuposto ético acima de seus próprios julgamentos legais, está usurpando arbitrariamente um poder exercido por uma casta eclesiástica. Os juizes e cientistas agora se tornaram clericais, orientando o que é o bem ou o mal. Porém, eles vão além do clero regular. Os eclesiásticos cristãos, ao menos, seguem tão somente uma Verdade Revelada, que está acima deles; os juizes e os cientistas querem ser porta-vozes da verdade, ou mais, transformar as opiniões deles em algum foro de dogma ou divindade. Querem ser como deuses, conhecedores do bem e do mal.

Quando a religião católica e outras denominações cristãs são previamente discriminadas pelo Estado Laico, ninguém percebe, nem mesmo os católicos, que isso representa uma forma de exclusão, um golpe aos valores fundamentais desenvolvidos pela própria sociedade. O “direito à vida”, os “direitos humanos”, os “direitos individuais”, só existem, fundamentalmente, dentro de uma perspectiva teológica cristã, que foi arraigada, por milênios, pela Igreja Católica, na consciência do povo. A posição do Supremo e de certos cientistas e articulistas, a respeito da discussão sobre a vida humana, como também a disposição do Estado em rejeitar previamente a religião, implicam uma completa cisão entre a sociedade e o governo, entre povo e Estado. Se a maioria do povo é religiosa e cristã e o Estado combate duramente os valores cristãos fundamentais que regem a sociedade, que diabos de legitimidade há neste sistema de governo? Na prática, não vivemos no Estado laico, mas no Estado ateu. E a contradição de um Estado ateu é que ele se acha deus.

De forma bastante hipócrita, os defensores da liberação da pesquisa de células-tronco embrionárias falavam da “vitória” da vida e da ciência contra o obscurantismo religioso. Esses paladinos da ciência são os mesmos que, em nome da “liberdade” da mulher, defendem a liberalização do aborto. Não há evidências plausíveis que comprovem que as pesquisas de células-tronco embrionárias melhorem a vida dessas pessoas, salvo em opiniões futuristas e utópicas de alguns cientistas mal intencionados. Na verdade, a propaganda das células-tronco abre portas para o uso indiscriminado do ser humano como cobaia laboratorial. Tais campanhas, como tais exigências “científicas”, nada têm de científicas, propriamente ditas. Elas são ideológicas, uma vez que querem destruir todos os pressupostos morais de transcendência que a sociedade cultiva em relação à vida.

Os liberais, os marxistas e outros paladinos da sacrossanta cientificidade, estão conseguindo, aos poucos, destruir a escala de valores que sustenta a democracia. Estão destruindo-a nas raízes culturais, esvaziando-a de sentido lógico, transformando-a em mera formalidade legal, em mera papelada constitucional. Se a democracia permite legalizar o uso laboratorial de indivíduos como cobaias, não será muito longe a legalização do aborto e da eutanásia. E cada vez mais, a regra positiva que garante o direito à vida vai se esvaziar, até o ponto em que a sociedade viverá no mundo de náusea dos materialistas. As pessoas estão trocando a noção básica da sacralidade e transcendência divina de suas vidas pela idéia fajuta de que são compostos orgânicos descartáveis prontos para serem jogados na lata do lixo. Prontos para serem descartados pelo deus-cientista.

A “ciência” também é outro mito da modernidade. Ela agora serve de parâmetros absolutos para ditar comportamentos e juízos morais. Torna-se, por assim dizer, “mítica”, auto-explicativa de todo o comportamento humano. Não é por acaso que alguns cientistas querem reduzir toda a humanidade como próxima dos macacos. A ciência, tal como é compreendida, inclusive, quer determinar a moralidade dos sistemas políticos. Quando um juiz do Supremo reduz a discussão da vida humana num plano puramente “científico”, ele não está absorvendo o conceito da vida apenas num mero plano biológico; ele dita regras quanto a essa perspectiva. Ou seja, se os embriões podem ser jogados no lixo, é precisamente porque o ser humano só pode ser visto pela perspectiva utilitária da ciência. O problema é que até a perspectiva científica é falsa. Pouco se discutiu um dado essencial, que a ciência mesma já revelou: a vida começa pela concepção. Cara indivíduo gerado é único, insubstituivel, indivisível. Sua sacralidade está na sua individualidade mesma e, precisamente, por ser também uma criação espiritual. Essa espiritualidade é que nos difere dos animais, pelo fato de possuirmos atributos da consciência e da existência que nos fazem particulares. A ciência, dentro de uma predisposição puramente ideológica, nega tudo isso. O discurso científico, tal como é colocado, é pura ideologia, puro ataque à religião e aos costumes. E a discussão sobre as células-tronco no Supremo, não somente revelou um estrondoso preconceito por parte de alguns juizes, como a posição laicista de destruir os parâmetros da moral religiosa na vida jurídica. Se os juizes do Supremo Tribunal vivessem no começo do século XX, talvez seriam capazes de emitir algum acórdão oficializando a esterilização de débeis mentais ou mesmo a eliminação de pessoas consideradas racialmente "inferiores". Até então, era assim que o modismo científico ditava as regras a respeito da humanidade e das pessoas. Não é mera coincidencia que a ciência, como fundamento moral, gerou ideologias políticas perversas como o nazismo, ou mesmo o bolchevismo, nas suas crenças de engenharia social. E a escolha atual do Supremo não é diferente: os seres humanos agora são bestas de laboratório, tais como os débeis mentais e judeus torturados pelo nazismo. São como os camponeses ucranianos da época de Stálin, subjugados pela fome e pelo terror, em vistas do "socialismo científico".


Quando eu leio a Constituição, penso que aquilo é tão somente um pedaço de papel. A democracia formalizou de tal maneira o direito, que no final, as leis se esvaziam de conteúdo. Defender os "direitos humanos" é apenas questão de semântica. O vazio moral do direito é um fato que se consoliza na democracia, no Brasil e no mundo. E a marginalização e mesmo destruição da fé cristã no povo é um componente necessário para destruir os valores da vida humana. O direito, apenas na expressão positiva, é um sem nexo lógico, uma lei sem alma. E o Estado laico, no seu vácuo moral, é uma espécie de Estado-deus.