quinta-feira, março 22, 2007

Os psicopatas "bonzinhos" da espécie humana!

Dois eventos retratam o pensamento tenebroso que ronda a mídia e a sociedade em nossos tempos: um, diz respeito à Alemanha. Um belo ursinho polar, batizado por Knut, nasceu no zoológico de Berlim e logo depois de seu nascimento, foi rejeitado pela mãe. Os funcionários do zoológico começaram a amamentar o filhote desamparado, como se fossem pais do bichinho, tal como se trata carinhosamente um cachorro ou um gato doméstico. Porém, isso causou a histeria dos movimentos ativistas de proteção ao direito dos animais. “Preocupados” com o desenvolvimento do animal, eles simplesmente exigiram sua morte, seu sacrifício. A alegação dos assassinos “defensores” de animais é a de que o ursinho poderia se tornar problemático por toda vida, já que a mãe o rejeitou. A comunidade alemã, informada sobre a idéia aberrante, protestou contra a hipótese de executar o animalzinho e, no final, o ursinho sobreviveu. Com protetores de animais como estes, os animais não precisam ter inimigos. . .

Outro fato inédito, ocorrido no Brasil, diz respeito a uma corajosa senhora que descobriu estar grávida de uma criança anencéfala e foi aconselhada pelos médicos a abortar. A mulher não admitiu tirar sua criança, alegando que não queria ser responsável pela morte dela, e ao nascer, para desconcerto dos médicos, a menina sobreviveu. Até hoje vive, com três meses de idade. Isso não deixou somente os médicos desconcertados; os abortistas, os defensores da eutanásia e os militantes favoráveis à morte de inválidos em geral, foram colocados num dilema moral intransponível: o milagre da vida os colocou na digna condição de assassinos legais. Como esses movimentos satânicos sempre estão insatisfeitos com a vida (de preferência, a vida dos outros, claro), fazem torcidas organizadas para que a menina morra. Alegam que ela vive num estado vegetativo, que os esforços para manter a vida da criança são inúteis.

No entanto, a humilde mãe é perseverante, tem fé. Tão grandioso quanto a fé da mulher, é o amor que cultiva pela filha. Esse amor cristão visível lembra duas histórias da bíblia: o caso de uma mulher que rouba a criança de outra e deixa seu filho morto no lugar. O fato é apresentado ao sábio Salomão, que ao julgar a disputa de duas mães pelo filho, desembainhara a espada e ameaçou dividir a criança ao meio. A mais amorosa das duas mulheres implorou ao rei para que não matasse a criança, aceitando, inclusive, que a desse para outra mulher, pois não suportava imaginar a morte de seu filho. E assim, Salomão descobriu quem era a verdadeira mãe da criança. A outra, retrata a fé: um centurião romano chega a Jesus e pede para que cure o seu servo em grave moléstia de paralisia. Quando Jesus foi entrar na casa do oficial romano, este disse: “- Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas dize somente uma palavra e o meu criado há de sarar”. Impressionado, o Nosso Senhor declarou: “- Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé. E digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e hão de sentar-se com Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos Céus; mas os filhos deste reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”. E quando o centurião voltou, o criado foi curado. Este é o tipo de fé que encontramos na humilde camponesa, mãe da criança anencéfala. É a fé que move àqueles que amam o Deus de Israel e seus preceitos de justiça. Uma perseverança que enfrenta às adversidades da vida pelo amor!

As duas histórias, a do animalzinho e a da anencéfala, retratam a crueldade moral de indivíduos, que em nome de uma suposta benevolência em favor dos “inválidos” físicos, psicológicos e sociais, desejam a morte deles. Cronistas escrevem artigos nos jornais e universidades, defendendo a morte dos deficientes físicos, psicológicos, em nome de amenizar o sofrimento humano. A perversão é ainda pior, porque esse tipo de gente acha que está sendo humanitário, executando os fracos e os inocentes. As campanhas que surgem a favor da legalização da eutanásia na Europa e nos Eua, partem de supostos preceitos humanísticos em favor dos débeis mentais e dos doentes. Aliás, esse projeto monstruoso não poupa nem mesmo as pessoas sofridas e socialmente rejeitadas: desde os nascituros pobres, até os emocionalmente frustrados devem morrer. Quando um abortista prega a morte de nascituros, pelo fato de que eles nascerão em berços humildes ou serão emocionalmente frustrados, ele presume que o sofrimento torna a humanidade indigna. Há ainda àqueles que afirmam que o aborto em famílias pobres é mecanismo eficaz para evitar o nascimento de criminosos. Em outras palavras, os nascituros são culpados por crimes que não cometeram, já que os “divinos” abortistas possuem alguma bola de cristal para prever e determinar o futuro alheio. Só restará alguém decidir matar crianças de rua, por supor que serão problemáticas e potencialmente criminosas. Argumenta-se, ainda, que essas crianças serão infelizes: mas quem, na humanidade, não é um pouco infeliz? Quais os critérios de felicidade para determinar o direito de viver?

Que dirá então dos idosos, que estão sendo executados em países perniciosos, como a Holanda?! Os velhos fogem de lá, já que 40% das mortes por eutanásia não foram consentidas pelos velhos, e sim a mando da família. O ódio camuflado das pessoas pobres, inválidas ou indesejadas, é disfarçado por um discurso mentiroso e desonesto de piedade para com a desgraça alheia.



Na verdade, por trás destes movimentos que exigem a morte dos fracos, há um projeto totalitário imoral, desumano e bizarro. Esse pessoal quer ditar quem deve viver e morrer porque eles se acham os paladinos da felicidade e vida alheias. A humanidade não faz parte do estereótipo de perfeição deles. E dentro dessas premissas, os inválidos não representam a felicidade idealizada que eles tanto desejam. É como se meia dúzia de psicopatas bem falantes quisessem ser deuses, decidindo o que é digno e correto para a espécie humana. Na realidade, é a prática bárbara dos espartanos, que jogavam as crianças defeituosas no precipício, ou a engenharia da pureza racial de Hitler, que exterminou os deficientes, antes de exterminar os judeus.

É interessante observar que o grosso desses movimentos é liderado por ateístas militantes e presunçosos, que se acham munidos de alguma autoridade sacrossanta. Ademais, existem até movimentos satanistas infiltrados na sociedade cristã, no sentido de pervertê-la, tal como a absurda “Católicas pelo direito de decidir” (devia ser “pelo direito de matar”). Todas as mais odiosas ideologias materialistas, niilistas, racistas, eugênicas, estão por trás desses movimentos; todas, no intuito de destruir a fé cristã e a piedade moral do povo, através da legalização pura e simples do homicídio e do genocídio dos mais fracos! Eles estão na imprensa dos países democráticos, militam nas universidades, usam dos procedimentos judiciais legais para oficializar a demência! Em um país de profunda fé protestante como os Estados Unidos e, supostamente defensor dos direitos individuais, eles conseguiram executar Terry Schiavo, a inválida que, a pedidos do marido, foi deixada morrer por ordem judicial. As esposas só servem aos maridos quando elas estão sãs. E como não poderia deixar de ser, a Igreja Católica é duramente atacada numa propaganda de difamação maciça, seja pela calúnia, seja pela infiltração de elementos contrários à sua doutrina. Enfim, esses militantes se valem de todos os meios mais sórdidos para neutralizar a consciência moral do povo e que só o cristianismo consegue manter. E quando as barreiras morais cristãs que humanizam o povo, desaparecerem da consciência da sociedade, restará tão somente o totalitarismo mais abjeto, sob o prisma de uma nova moralidade humanitária.

A descristianização do ocidente faz com que as pessoas não saibam se deparar com o próprio sofrimento. Como se a vida fosse apenas uma idealização perfeita de flores e rosas e não houvesse desafios a ser enfrentados. As militâncias pró-aborto e pró-eutanásia padecem de uma deficiência moral patológica, tanto quanto uma imaturidade moral para encarar a vida. Partem de preconceitos dos mais odiosos, para negarem à humanidade, o direito de existir. Partem ainda, da incapacidade de assumir o amor a seu semelhante, que implica assumir encargos com o sofrimento alheio. Amparar o pobre, o fraco, o oprimido, o doente, o idoso, e defender a vida, tanto das pessoas amadas, como das pessoas estranhas, é um dever moral imprescindível, que caracteriza a distinção entre civilização e barbárie. É o pressuposto básico elementar da justiça e da convivência comum entre as pessoas e um dos valores mais profundos do cristianismo.

É o velho, maduro, divino e sábio cristianismo que ensina o sofrimento sempre fazer parte de qualquer vida humana. A vida é cheia de atribulações, que provam a nossa capacidade de amadurecer com a dor, porque somos pecadores e imperfeitos. Aliás, o sofrimento faz prova de nosso amor ao semelhante: ama-se o amigo, o cônjuge, o parente ou mesmo o estranho, na doença, na agonia e na morte. É saber enfrentar o sofrimento e saber viver o sofrimento, que faz com que os seres humanos sejam mais dignos. Porque no sofrimento, há a esperança, também, da felicidade e da superação dos males, seja neste mundo, como em outro mundo. Quando Cristo chega aos pecadores e às prostitutas, Ele mostra que a fé e a perseverança estão acima dos males e que a vida é maravilhosa e uma dádiva divina. Ele prova ainda o quanto Deus ama o homem, com todos as aflições e deficiências. A humanidade é sua filha pródiga, sua ovelha perdida, que é resgatada pelo bom pastor. Recusar-se a enfrentar o sofrimento é recusar-se a viver. E como a ideologia niilista que molda a sociedade moderna é a sociedade dos mimados sociopatas, só resta mesmo alguém se matar, porque é incapaz de enfrentar os problemas da vida.

Loucura é determinar quem deve viver ou morrer, por presumir que a vida é válida somente sem sofrimento. Chegará o dia em que eles vão matar os defeituosos, os inválidos e os débeis mentais. Depois, os velhinhos e idosos, que serão tratados como carga pesada e inútil. E aí, abrirão precedentes para os emocionalmente instáveis, os desajustados, os frustrados no amor, no trabalho, no emprego e na vida em geral. E quando toda essa gente for morta, entrará os homossexuais, os negros, os judeus e toda sorte de pessoas consideradas “infelizes”. E a esquizofrenia não terá fim. Esses movimentos lunáticos vão chegar ao cúmulo de assassinar toda a espécie humana na Terra. Não sobrará ninguém pra contar história. . .eles não poupam as crianças, os velhos, e nem mesmo os mais inofensivos animais.

É essa a moralidade que nos espera, a moralidade dos psicopatas generosos, que vão querer a morte do mundo!

sexta-feira, março 09, 2007

Pro inferno com o Dia da Mulher!

Quando chega o 08 de março, as mulheres, ingênuas, exigem de seus namorados e dos homens em geral, toda a sacrossanta reverência. A mídia aproveita esse tipo de bajulação, denunciando as mazelas contra o belo sexo, tal como as cruezas do macho malvado, no palavreado tosco das feministas enraivecidas. Mostram a desigualdade inerente entre os sexos e apontam o dedo infantilmente à horrorosa e terrível sociedade patriarcal, que supostamente oprimiu as pobres coitadas. Algumas políticas demagogas adoram ressaltar a sua sina de mulheres no poder, como se isso representasse algo, de fato, para as mulheres. O fato de certos políticos terem pretensas qualidades de “minorias”, não implica dizer que estes grupos sejam necessariamente representados por estas lideranças. Mas para quem se promove pelo discurso, se o faz por hipocrisia, explora muito bem o narcisismo infeliz do eleitorado que se enquadra nestes estereótipos exclusivistas. São lisonjas marqueteiras e baratas para grupos militantes encharcados de sentimentos de inferioridade e que projetam em políticos demagogos, a falsa idéia de si mesmos no poder. E claro, como não devia deixar de ser, as bolchevistas de plantão invocam às terríveis atrocidades do “neoliberalismo”, que explora as pobres mulheres, vítimas dos baixos salários e das condições sub-humanas do “capitalismo selvagem”.

De fato, a história que está por trás do Dia da Mulher é, na verdade, uma estorinha socialista. Diz respeito a uma suposta greve de operárias de uma indústria têxtil, que ocorreu no século XIX, na cidade de Nova York, em 1857, e cuja revolta teve um final trágico: as operárias foram trancadas na fábrica pelos patrões e queimadas vivas, morrendo centenas de mulheres. Tudo seria uma denúncia à cobiça dos capitalistas malvados, se não fosse por um detalhe: essa história nunca existiu. É uma das grosseiras fraudes históricas do imaginário socialista.

Sempre me pareceu muito estranha a história. Primeiro, a suposta maldade caricatural de um capitalista, que toca fogo, impunemente, contra mulheres, é um conto forçado, artificial. Ora, não se está falando da queima de bruxas no século XIV e sim de um país democrático, tal como os Eua, que já no século XIX, possuía direitos civis básicos e tribunais. Nesta época, a escravidão já era bem restrita e estava se extinguindo no país e a população branca tinha plenos direitos políticos. Segundo, queimar operárias numa fábrica não obedece a nenhuma lógica capitalista: como é que o empresário vai queimar operárias, junto com sua fábrica? Que ganho haveria em queimar operárias?

A data de 8 de março foi uma invenção das feministas européias, que em 1910, numa conferência da Internacional Socialista, inventaram aleatoriamente o “Dia da Mulher Socialista”. Na verdade, há referências às mulheres norte-americanas, porém, relacionadas às greves operárias ocorridas em 1910, e não à fogueira santa dos capitalistas. Já havia menções a essa lenda, quando em 1911, um acidente numa fábrica americana causou um incêndio, matando centenas de operárias. Os jornais socialistas da época já acusavam os empresários de serem os culpados pelas mortes. Todavia, o que era apenas um acidente em uma fábrica, acabou por se tornar uma reprodução mentirosa da luta de classes: nos anos 50 e 60 do século XX, os jornais comunistas da França, da Alemanha Oriental e do Leste Europeu começaram a divulgar a história fictícia das operárias queimadas nos Estados Unidos. As feministas de esquerda, no ocidente, aderiram bovinamente ao discurso; o que era uma fraude propagandística, pura e simples, do regime soviético, acabou por se tornar uma verdade excelsa contra as maldades do mundo capitalista. A intenção mesma da mentira era provocar e estigmatizar os Estados Unidos, inimigos bem sucedidos e ferozes do regime comunista, na guerra fria. Incrível é pensar que uma data como essa passou incólume até para as pessoas sem nenhuma militância política. Tornou-se uma data comum, enquanto a grande maioria da população mal tem idéia das origens nebulosas do dia comemorado e de suas intenções. O Dia da Mulher se adaptou às formas corteses tradicionais dos homens para com as mulheres. Perdeu sua fundamentação histórica originalmente fraudulenta, para se tornar uma suposta reverência aristocrática às damas. Tal fenômeno demonstra que o conservadorismo afetivo entre homens e mulheres é tão forte, que supera até aos movimentos e comemorações simbólicas que querem destrui-lo.

Entretanto, o Dia da Mulher não passa desapercebido pelas feministas vermelhas, que fazem da comemoração, uma verdadeira apologia dos seus nonsenses e seus valores perniciosos. São elas que apregoam impropérios contra a maternidade, a favor do aborto, entre outros. São elas que pregam um culto grupal narcisista do sexo, como se o homem fosse algum ser leproso que precisa ser extirpado socialmente. Isso porque o anticapitalismo feminino é, no mínimo, insincero: elas são as maiores consumistas e exigem presentes dos namorados nesse dia! O Dia da Mulher, em suma, é o dia mais inimigo da mulher, é o dia da antimulher. Na melhor das hipóteses, bem que poderia ser o Dia Internacional do Lesbianismo, o Dia da Feminista Sapatão!

Aliás, a denúncia ao capitalismo, tão comum nessa data, não tem o menor sentido. Se alguma coisa o capitalismo e a democracia liberal fizeram, foi beneficiar, como ninguém, a liberdade das mulheres. Foi o capitalismo quem permitiu as condições necessárias para a mulher se libertar da sociedade patriarcal agrária e colocá-la no mercado de trabalho. E foi a sociedade liberal e democrática quem deu status jurídico de igualdade civil às mulheres. Se alguma feminista idiota condena o mercado, é precisamente pela ignorância comum em torno da história elementar. Atualmente, em alguns setores, as mulheres ganham praticamente igual aos homens e seus pisos salariais, sob determinados aspectos, ultrapassam aos deles. Elas se instruem cada vez mais, enquanto deixam os homens para trás.

Todavia, parece que as feministas querem demonizar o papel tradicional da mulher na família. Antigamente, as feministas reclamavam que faziam filhos e os homens os levavam à guerra. Agora é o contrário: as “enragés” querem ir à guerra! E não querem ter mais filhos! Feministas não são mães, não são filhas, não são amantes, não são nem mulheres. Por outro lado, elas querem substituir o homem da casa pelo Estado. Condenam toda a história do macho e da sociedade patriarcal, como se em épocas remotas, existissem Delegacias da Mulher. Como em geral, as feministas são assexuadas, o Estado talvez seja o marido apropriado. Estado não procria, não faz sexo, embora tenha um ar de “macho superior”. O homem acaba virando o "macho imperfeito", na inversão da idéia machista de Aristóteles. Na realidade, o Estado castra a mulher: quer permitir matar seus filhos em seu próprio ventre! Lamentavelmente, ele não protege ninguém ou muito pouco. No final das contas, quando uma mulher é surrada na rua por um malfeitor ou quando sua casa é invadida e alguém tenta estuprá-la, o besta do macho da casa é chamado pra salvar a honra da dama, tal como faziam os malvados patriarcas da Idade Antiga e Média.

Mesmo o capitalismo não ampara as fêmeas. O mercado pode enriquecer e privilegiar muitas mulheres, porém, ele também é um fantasma. A liberdade econômica, por certo, traz muitos benefícios. Em compensação, não é o status ou o dinheiro que protege a mulher, e sim seus laços para com o homem. Daí a entender tantas mulheres bem sucedidas sozinhas, solteironas, sem marido, na reles condição do que eram as suas tias de antanho. Em parte, essa disparidade é por culpa dos homens, que não as acompanham culturalmente. Contudo, tal como o Estado, o capitalismo não dorme com esposas e nem divide a cama. A única pequena sociedade que verdadeiramente ampara a mulher é a família. E para ter família, o macho é absolutamente necessário.

Pro inferno com o “Dia da Mulher”! O dia da mulher devia ser todos os dias, na afeição à mulher que é companheira e esposa do homem, na mulher mãe, na mulher filha, na mulher irmã, na mulher de família e na mulher decente em geral. Essa mulher real, de carne e osso, não existe na agenda feminista. Se as feministas quiserem salvar a humanidade, o melhor lugar delas não seria mais sugestivo: voltem pra cozinha e façam filhos para seus maridos e para si mesmas!

sexta-feira, março 02, 2007

A sacralidade do Estado Laico e a destruição da fé religiosa!

Quando surge em público um debate sobre o aborto, a eutanásia, o casamento gay ou mesmo sobre a Evolução das espécies, a primeira desonestidade intrínseca destas conversações é excluir, de forma prévia e sumária, as idéias religiosas. Parte-se de vários pressupostos sofísticos, entre os quais, cabe destacar alguns: a idéia de que o método cientifico é superior aos argumentos religiosos; ou de que o Estado, sendo laico, não admite as idéias religiosas e tem primazia sobre elas ou sobre a moralidade vigente. Quando um militante cristão faz sua defesa pública contra o aborto, eutanásia ou o casamento gay, este é censurado pelo clichê divinizador do laicismo institucional, como se o poder estatal tivesse algum argumento supremo, acima das idéias da Igreja ou de outras religiões.

Isso parte de uma idéia falsa de que os valores religiosos são meros caprichos particulares, e que por trás dessas crendices, a soberania das leis e da ideologia civil do Estado é algum ente superior, acima dos princípios morais e individuais da sociedade e do indivíduo. Na idéia mesma da supremacia da cultura estatal laicista, há uma completa absolutização da autoridade do Estado, enquanto a crença particular de cada cidadão é relativizada. Aqui não há uma relação no plano das idéias, mas uma relação de força. A perversão moral do Estado laico está em dissociar completamente sua reserva legal da moralidade vigente, criando e fundamentando um escopo jurídico coercitivo, à revelia das crenças e dos costumes da sociedade. Isso, quando não é contrário e elas.

Há de se considerar que a existência inicial do Estado Laico não possuía este propósito ateísta explícito: veio propor uma solução conciliatória às dissidências político-religiosas que sangraram a Europa da Idade Moderna. A grande precariedade do mundo medieval era precisamente os seus valores de consenso político, já que a religião católica, embora fosse fé comum, não conseguia harmonizar as diferenças teológicas internas do cristianismo. Daí que no século XVI, com o advento da Reforma Protestante e do fortalecimento do Estado Nacional moderno, a Europa caiu numa guerra civil e internacional por causa dos aspectos teológicos da religião na política. Na prática, a abstenção de religião no Estado laico era justamente no sentido de preservar a liberdade religiosa e impedir que qualquer força estatal pudesse coagir os cidadãos ou súditos a traírem suas razões de consciência, por questões de fé. No entanto, os pressupostos iniciais do Estado laico não se isentavam das referências morais vigentes. As relações tradicionais da família, da propriedade, da educação moral e religiosa foram perfeitamente preservadas e serviam de referência para as leis do governo. Em suma, os valores morais comuns, compactuados por essa sociedade, equilibravam e orientavam os princípios legais e governamentais. Por outro lado, as limitações jurídicas iniciais do Estado laico incrementavam maior liberdade ao indivíduo, já que as escolhas religiosas pessoais davam uma margem de de liberdade de escolhas morais compactuadas pela sociedade. O Estado laico, enquanto apenas um poder regulador de relações públicas, deixava à sociedade e ao indivíduo, o direito de fazer julgamentos morais, sem o propósito de coerção no plano das idéias, que caracterizava um governo institucionalmente religioso.

O propósito, que nasceu nobre, porque visava não confundir as relações políticas das crenças religiosas, acabou por ser deturpado pelas idéias revolucionárias do século XVIII e XIX. Há de se destacar algumas dessas idéias que fizeram mudar radicalmente o caráter do Estado laico: a presença das massas na democracia; o absolutismo do método científico como explicação totalizante de todos os fenômenos naturais e sociais; e o positivismo jurídico, que negando qualquer valoração absoluta acima das leis do Estado, acabou por sacralizar a autoridade da norma.

A ascensão das massas na democracia foi um dos processos mais traumáticos da política contemporânea. Ela incrementou um alargamento tal da autoridade do Estado, que no final, engendrou o totalitarismo moderno e a idolatria da poder político. O princípio da maioria na democracia moderna, sem valores e referenciais morais que orientassem os anseios da sociedade política, acabou por absolutizar a opinião da coletividade, e, concomitantemente, legitimar a autoridade absoluta do Estado. O que era antes a legitimidade perante o direito natural e mesmo o direito divino, agora se tornou a “opinião da maioria”, por mais arbitrária que fosse sua conseqüência. Na prática, o Estado moderno se beneficiou muito com essa ideologia, ao proclamar uma totalidade na figura suprema do princípio majoritário. E como esse princípio está acima de qualquer postulado racional da política, é perfeitamente possível suprimir as liberdades democráticas, em nome da maioria. Em outras palavras, o processo democrático pode suicidar-se por métodos democráticos. E qualquer poder estatal se elevará nas alturas com essa prerrogativa. O nazismo e outros regimes totalitários tiraram bastante proveito dessa falha notória da democracia.

A ideologia laica do Estado moderno casou-se perfeitamente com a tese totalizante do pensamento científico. A idealização de uma sociedade politicamente holística e mecanicista, tal como uma reprodução fiel de abelhas e formigas, re-programada, homogênea, sem aspirações independentes, impregnou o pensamento político desde à Renascença e teve seu auge nos séculos XIX e XX. Aliás, o pensamento cientifico ganhou auras de seita ocultista: expulsando a religião cristã dos debates públicos, tornou-se uma espécie de “nova religião” da modernidade. Na verdade, o método científico se prestou a explicar a totalidade das coisas e querer moldá-las dentro das projeções das consciências dos cientistas e engenheiros sociais. É partindo daí que as teses mais simplistas da ciência são também as mais populares, porque elas visam substituir as explicações filosóficas e poéticas da religião.

Quando Freud reduz a humanidade e sua cultura a mera extensão da libido; quando Marx afirma que a cultura e o pensamento são frutos da produção material da sociedade; quando Nietszche declara que somos apenas vontade de poder; e quando alguns biólogos dizem que somos egoístas para preservar um código genético, percebe-se o quanto esses argumentos simplórios, reducionistas e pobres querem substituir os elementos filosóficos da fé religiosa. Na verdade, esses homens ilustres da ciência e do intelecto são ocultistas: eles presumem descobrir algo secreto na humanidade que esconde suas reais intenções. Em suma, são como os novos profetas, descobrindo “revelações”, não de Deus, mas da natureza. Para Freud, a religião é ilusão que reprime nossa sexualidade e compensa nossas carências paternais; para Marx, a fé é algo que camufla o ópio do povo e o domínio das elites; Nietzsche diz que a religião é apenas para dominar os fracos de espírito ou então para rebaixar os mais fortes; e para os biólogos, a religião é pura fantasia mitológica, que explica os fenômenos que eles ainda não descobriram. Não é por acaso que esses argumentos acabam se tornando formas de fé, dogmas ideológicos sob a pecha de “pensamento científico”. Seus seguidores são aguerridos, até fanáticos, capazes de matar por essas idéias. Essas crenças forjadas de “ciência” acabam por tapar os buracos da ignorância humana e compensar uma forma de sentido da vida. A loucura mitológica do pensamento científico chegou a tal ponto, no século XIX, que um de seus maiores apologistas, como Augusto Comte, presumia criar uma religião da humanidade, deidificando a ciência e forjando um novo catecismo e uma nova Igreja . No século XX, a ideologia de Marx encarnou perfeitamente a prática bolchevista de Stalin; a biologia evolucionista e a visão nietzscheana da vontade do poder encarnaram o nazismo de Hitler; e a libido freudiana serviu de pretexto para a liberação das mais perversas de formas de conduta moral e sexual, com a revolução cultural apregoada pela militância de esquerda.

E por fim, o positivismo jurídico. O juspositivismo de Hans Kelsen presume que o fundamento maior do direito é a norma, em particular, a norma estatal, não havendo nada refratário que possa conter a lógica pré-ordenada de sua estrutura jurídica. Na prática, a idéia mesma totalizante da norma acaba por acrescer o Estado de uma autoridade absoluta no plano da aplicação jurídica. A norma não tem princípios absolutos que a direciona, é um fim em si mesmo! Como toda sociedade jurídica é um projeto meramente normativo, dentro dessa lógica, toda estrutura jurídica é conceitualmente legal e válida, ainda que ela fira princípios considerados “morais”. Foi a partir dessa suprema legalidade estatal que Hitler destruiu os direitos civis dos judeus e hoje as democracias acatam o aborto e a eutanásia como algo válido, porque são legais. A inversão do conceito não seria mais clara. Em nome de dissociar radicalmente a relação entre direito e moral, o direito se torna uma completa alienação na conduta cotidiana dos indivíduos e da realidade mesma.

Se a ideologia do ateísmo militante, do materialismo, do cientificismo, da massificação democrática, do positivismo jurídico e do culto do Estado laico, incorpora uma forma perigosa, divinizatória e absolutista de poder, a única resistência concreta a essa forma de idolatria é a fé cristã e as instituições que a preservam, como a Igreja, a família e a propriedade. São os pressupostos morais do cristianismo no ocidente que colocam em clara evidência a defesa dos critérios universais e absolutos da ética elementar de humanidade do indivíduo. Curiosamente, os religiosos são acusados precisamente daquilo que não são, ou seja, fanáticos que desejam impor conceitos religiosos através do Estado. Pelo contrário, a religião apenas quer preservar os valores morais que implicam a preservação de qualquer consenso político, como a dignidade intrínseca da vida, da liberdade de consciência e da propriedade. É muito mais libertário crer que existam pressupostos morais absolutos que limitem o poder do Estado ou de qualquer outra classe política, do que o absolutismo legal estatal puro e simples. No entanto, o argumento religioso é cada vez mais suprimido pela supremacia ou pela “conquista” do Estado Laico, como se este governo tivesse alguma virtude excelsa de preservar a dita “tolerância” contra o absurdo de todas as religiões. “Tolerância”, que no final, cala a boca dos religiosos, suprime a liberdade de consciência da fé cristã do povo e quer, em nome disso, impor uma nova forma de consenso ideológico, que é uma perversão completa da consciência. A autoridade moral do Estado laico se torna apenas um disfarce para uma nova teocracia estatal e sua religião civil. . .um Estado sem Deus, acaba se tornando o próprio Deus. Ou melhor, tudo é permitido! E o ateísmo se torna dogma de fé!

A "razão" cultuada sobre a égide da ciência e do Estado laico está nos levando ao aborto legal, à pedofilia sacralizada, à ditadura politicamente correta, à destruição da consciência moral, enfim, toda sorte de aberrações, que nem a religião, com os mais pesados fardos do fanatismo, da intolerância e das inquisições, jamais sonhou fazer. A militância atéia justifica a eutanásia e o aborto pelos mesmos argumentos que qualquer ideólogo racista ou nazista se utilizaria: a negação intrínseca da dignidade dos mais fracos, pela pecha de que eles não possuem a necessidade de existirem. Aborto é controle de natalidade dos indesejáveis: crianças pobres não devem viver, porque serão rejeitadas pelos pais. Débeis mentais, nascituros defeituosos, problemáticos, todos devem ser eliminados porque são infelizes criaturas da natureza, e, portanto, matá-los é um ato de caridade. A eutanásia não poupa nem os idosos: como eles são apenas cargas pesadas e inúteis, devem ser eliminados como gente descartável. O Estado laico eleva o casamento gay nas alturas, enquanto deseja criminalizar sua rejeição, mandando prender padres e pastores.

A religião pode ser censurada, atacada, insultada, mas a recíproca não é verdadeira para os religiosos: eles devem trair suas razões de consciência pela autoridade suprema do bezerro de ouro estatal. Eles devem fechar os olhos aos nascituros inocentes, aos débeis mentais, aos velhinhos que serão legalmente assassinados, sob a proteção do Estado laico esclarecido! Isto porque, em alguns países, como a Holanda, os religiosos estarão proibidos de defender suas crianças contra a pedofilia militante, que se politiza e cada vez mais consegue “direitos” de abusar dos menores. Se o Estado laico esmaga a consciência individual, pela força do aparato coercitivo e pela dispersão das multidões, por outro lado, ele incentiva um individualismo perverso, que é a própria destruição da consciência individual. Mima os cidadãos com exigências infantis, enquanto policia seu vizinho e o joga um contra outro. Um individualismo, que na prática, é a atomização do individuo e o enfraquecimento de seus laços culturais e morais comuns.

A censura moral e intelectual dos valores religiosos nos debates políticos é, em suma, uma grotesca desonestidade intelectual, chegando ao cume da perversidade. Primeiro, porque os valores da religião são comuns a qualquer cultura humana e política, que implicam a exaltação das virtudes e o direcionamento da conduta ética, no sentido da transcendência. A censura prévia da religião tem a ver com o profundo temor e ódio que os materialistas militantes nutrem pelas razões religiosas. Até porque nenhuma "razão" laicizante conseguiu substituir o argumento da fé religiosa. Os argumentos do cristianismo contrários ao aborto, à eutanásia e outros demais caprichos são tão devastadores, tão visivelmente superiores, que o seu debate público resultaria numa força profunda na consciência do povo e a completa anulação retórica das militâncias materialistas. Muitos iriam descobrir que por trás de uma sociedade política são necessários valores que são sagrados para a preservação da dignidade do indivíduo. Que os valores da transcendência religiosa na alma do povo são, por princípio, um argumento fortíssimo contra a autoridade absoluta do Estado Laico e das sandices de seus engenheiros sociais. Todavia, os apologistas do ateísmo militante, da legalização do aborto, da eutanásia e do homossexualismo não querem expor suas conjecturas a um debate franco de idéias. Querem sim impor goela abaixo os seus valores, a revelia da religião e das crenças morais do povo, através da manipulação da opinião pública e do uso indevido das leis do Estado.

Muitos acusarão neste artigo um sentimento de fanatismo religioso ou de desprezo pela liberdade religiosa. Pelo contrário, a liberdade sempre deve existir como um dos valores supremos do ser humano, em razão de preservar a paz de sua consciência e mesmo de suas escolhas morais. Contudo, a liberdade de pensamento não isenta a obrigação do próprio Estado de se sujeitar a valores morais e éticos que são, por sua definição, absolutos, precisamente por preservarem a dignidade humana. E o fato de a religião apregoar justamente isso a respalda de autoridade moral para ser escutada nos debates públicos, inclusive, para influenciar nos assuntos do Estado! Outros indagarão os perigos da religião no Estado laico, como se o governo se isentasse das influencias religiosas. Todavia, o cristianismo medieval, ao menos, dava um sentido moral na esfera política: os principados tinham deveres, dentro de causas e valores revelados pelos céus. E embora o homem medieval não fosse um exemplo de candura, tampouco há de se espelhar na autoridade do Estado laico, quando o que nos veio foi o genocídio!