terça-feira, abril 29, 2008

O legado da grande família católica.

Meu amigo me enviou este vídeo, que mostra o belíssimo legado da Igreja Católica, o grande legado da civilização. Imperdível.

domingo, abril 20, 2008

Use a bunda, não use a cabeça. . .

Acabo de ler um artigo do presidente da comunidade gay da Bahia, o pedófilo Luiz Mott. Digo pedófilo, porque o próprio publicou obscenidades sexuais, afirmando que tem tara por garotos adolescentes, quase crianças, com vozes infantis. Se este país fosse sério, gente como ele seria chutado no rabo, em qualquer meio letrado sério. Poderia, inclusive, parar na cadeia, pelas declarações impertinentes e pornográficas. Como os meios letrados sérios já deixaram de existir há muito tempo no Brasil, Luiz Mott nos propõe uma sugestão inédita em nosso país: cotas para homossexuais em cargos públicos, universidades, mercado de trabalho, entre outros. Ou seja, estudantes, não usem a cabeça, usem suas bundas!

O trecho mais risível de seu texto foi esse: “A argumentação de que a implementação de cotas aos homossexuais abriria espaço para "falsos" homossexuais concorrerem a tais benefícios não é suficiente para descartar esta proposta afirmativa. Primeiramente, caberá aos verdadeiros gays, lésbicas e transgêneros se anteciparem na solicitação das cotas, o que redundará na maior visibilidade, reforço da auto-estima e afirmação de uma numerosa categoria social que faz da auto-negação, da clandestinidade, da mentira, seu estilo de vida. Do mesmo modo como deve funcionar com os afro-descendentes, o critério de seleção dos beneficiários das cotas deve ser a auto-identificação, e apenas em casos de dúvida, em comprovação documental no caso dos negros, a cor dos progenitores ou antepassados próximos, ou até mesmo, exame do dna nos casos mais polêmicos”.

Quem sabe o Sr. Luiz Mott não vá propor uma comissão burocrática GLS, pedindo aos candidatos que dêem seus respectivos rabos para provarem que são homossexuais? Se os negros auto-declarados não são convincentes, as burocracias nazistas da UNB apelam até aos métodos pseudo-científicos do século XIX, para analisarem a raça do sujeito. Luiz Mott, neste caso, nos sugere, inclusive, exame de DNA. Ou seja, a discriminação está na genética do sujeito, ainda que pareça branco, loiro e de olhos azuis. Ou mais, talvez a vertente nazista do gayzismo militante nos proponha uma teoria mirabolante que explique geneticamente a existência dos homossexuais. Eu até sabia que o Sr. Luiz Mott nutria a sua visão filosófica em torno de sua bunda. Agora exigir que os alunos de universidades ou candidatos a concursos usem a bunda em detrimento da cabeça não dá! Convém dizer, a esquerda cultural politicamente correta pensa realmente com o ânus! Só sai merda!


quinta-feira, abril 17, 2008

Relativismo moral na política.


Tive uma experiência interessante, quando fui convidado a assistir uma campanha eleitoral, patrocinada pelo PSDB e DEM, na minha cidade. Um conhecido meu, viciado 24 horas em política, cuja assessoria era uma espécie de ganha-pão, apresentou-me a alguns potentados da terra. Uma coisa que me chamou atenção nos políticos é a incapacidade de dizer a verdade. Escutava, com uma certa impaciência, os discursos demagógicos, as promessas eleitoreiras e vazias e a ânsia mesma do público por ouvi-las. Na verdade, o povo nem tinha tanta ânsia assim. Alguns eram pagos para isso. Havia um ar paternal no público de esperar favores do governo. E claro, para atender à demanda, um povo que espera clientelismos tem os políticos que merece.


O que mais me aborreceu foi a carência completa da idéia do bem comum. Ninguém negava que ali havia uma mera disputa facciosa, puramente pessoal. Era pura busca de carguinhos públicos, de conluios, de troca de favores ou mesmo de compra de votos, ainda que isso representasse promessas paternalistas não declaradas. O pior é o povo aderir a esse tipo de pensamento. Eu já não me escandalizo mais se o Pará é infestado de vereadores, prefeitos, deputados e governadores que fazem do governo uma espécie de patrimônio próprio e tetas para seus costados. A população parece aceitar perfeitamente essa premissa. Os laços particulares mais mesquinhos suplantam os sentimentos comunitários que fazem de pessoas em cidadãos nos países democráticos autênticos. Causou-me um certo pavor quando o meu amigo disse que eu tinha vocação para a política. Apertar a mão de políticos ordinários? Bajular um povo imbecilizado para ganhar votos? Aquilo soou como infâmia.

Tão desastroso quanto o povo carente de um pai, é a elite ignorar o que seja o espírito de responsabilidade e liderança necessário a quem governa. O Brasil, em geral, e o Pará, em particular, ignoram aquele espírito aristocrático que faz nações possuírem classes políticas decentes e mesmo o espírito burguês que divide o público e o privado, a propriedade e o Estado, a livre iniciativa e o poder público. O país não possui aristocratas; é dominado por oligarquias. Não é governado pelos melhores, mas pelos poucos e pelos piores. E como tais, o relativismo e a corrupção moral são seus piores defeitos.

O governo Lula representa a personificação mais elaborada de um novo patrimonialismo, de uma nova oligarquia. A idéia mesma de um “pai salvador”, encarnada na figura do presidente, muito pouco difere daquilo que é visto nas regiões mais pobres do país. Se há algo que a administração petista fez, com um sucesso estrondoso, foi fortalecer os sentimentos patrimoniais do povo pelo Estado. O bolsa-família é um exemplo clássico disso. O programa praticamente comprou as bocas, a consciência e o voto de milhões de pobres do nordeste e do norte, incluindo outros lugares do Brasil. Sem contar outras medidas paternalistas, cujas ações implicarão, futuramente, numa completa aversão do povo à iniciativa e mesmo à liberdade. Ademais, essa aversão já existe. Trocaram-se os pais. Antes, eram os coronéis do nordeste ou prefeitos do norte que compravam votos em troca de cestas básicas. Agora é o governo federal que faz isso. Não me surpreenda que as velhas classes políticas oligárquicas tenham aderido tão fielmente ao governo petista. Se hoje pessoas do quilate de Jader Barbalho, Sarney, Renan Calheiros e outras demais pérolas do atraso político nacional estão muito próximas de Lula, são pelos mesmíssimos costumes e mesmíssimas razões com que aqueles sempre se perpetuaram no poder.


Interessante notar que o governo Lula teve um grande apoio de uma parte da classe média e da inteligentsia dita “progressista”. Todavia, essa classe média, profundamente ligada ao funcionalismo público e embebida de ideologias socialistas inoculadas pelas universidades, instintivamente pensa muito pouco diferente dos estúpidos interioranos locais dos grotões do nordeste. Ela alimenta o mesmo sentimento paternalista pelo Estado. Quer privilégios em nome de supostos “direitos”. E quando está no poder, cobiça os mesmos poderes que a classe política sempre se deteve para permanecer no governo. Foi uma pequena parcela da classe média radical que criou o mito Lula. Entretanto, a ideologia da luta de classes que essas pessoas tanto apregoavam como sacerdócio se voltou contra elas. O governo petista alimenta a divisão de classes para acirrar o ódio contra a classe média e os ricos. E hostiliza a livre empresa, o empresariado ou qualquer grupo independente, os únicos que poderiam mostrar resistência a qualquer fenômeno totalitário no país.


A carência de decoro público e a ausência dos critérios necessários ao bem comum na política podem deixar um vazio perigoso para o totalitarismo. Honestidade, boa fé, senso de dever e responsabilidade moral estão ausentes na política brasileira nos últimos tempos. Esse vazio ético que se reflete nas próprias elites, está contaminando o povo. O valor mais sacrificado pela comunidade é o da verdade mesma. Vontade é que não falta ao novo poder governante de implantar um regime ditatorial que destrua a sociedade civil. Uma boa parte da população não nega que é capaz de renunciar às liberdades políticas elementares pela falsa segurança econômica do Estado. Mesmo a classe política brasileira é venal e corrupta para admitir um sistema dessa envergadura, contanto que não perca seus privilégios. O caso, porém, é que a velha classe política que faz aliança ao petismo não percebe que as ambições socialistas são muito extravagantes. Elas não se contentam apenas com meros cargos ou enriquecimento pessoal, tal como fazem os oligarcas coronelistas.

Decerto, a classe política corrupta dos Barbalhos, dos Calheiros, do PMDB, dos Sarneys, entre outros, é moralmente abjeta. Porém, essa abjeção moral não implica modificar toda uma ética social estabelecida. Eles não subvertem a moralidade que corrompem, antes a dizem encarnar, ao negarem que roubam e que são desonestos. Já o PT é muito mais ousado: admite que rouba e ainda cria uma dupla moral para o roubo. Vai mais além: justifica o roubo em nome de uma boa causa e suplanta a moralidade vigente, ditando uma nova pseudo-moralidade, revolucionária e criminosa. O PT induz a crença de que a corrupção é uma fatalidade da política e só resta ao povo aceitá-la. Os velhos oligarcas e políticos carreiristas, crédulos demais em seus poderes de bastidores e estúpidos demais no sentido de presumirem controlar essas forças, negociam e promovem seus algozes. Vendem a corda que vai enforcá-los. Os socialistas quererão o poder só para eles. E quando o regime totalitário se tornar a lei, descartá-los-ão de plano, como baratas, quando não forem mais os idiotas úteis.


A verdade é o pressuposto básico da confiança e mesmo da vida em sociedade. Seria mais incisivo: é o elemento básico da formação moral individual e social de uma pessoa decente. Sem o sentido de verdade, o homem é incapaz de compreender a realidade, é incapaz de compartilhar com seu semelhante. Na política, a transparência é algo de suma importância. É a partir da exigência comum da honestidade pública que a política caminha para a virtude e o bom senso. Sem a verdade, sem a transparência, sem honestidade, não há leis, não há propriedades, não há concórdia, não há sociedade política sã que sobreviva. A vida política acaba se deformando. As pessoas se sentem alijadas de sua realidade. E os políticos, quando enganam, tiranizam.


O Brasil sofre um fenômeno similar. Uma boa parte da mídia brasileira mente ao povo. O governo brasileiro também. E as pessoas aceitam a falsificação da realidade como algo natural, como um preço a pagar por uma ilusão de prosperidade e segurança. Chega a ser até paranóico um povo desconhecer a realidade que vivencia e que o governa. Não se pode criar uma harmonia social pautada em mentiras. No entanto, o prenúncio de qualquer regime totalitário é a perda total dos parâmetros da realidade. Ou pior, a perda da escala de valores morais e éticos que orientam o povo a julgar os preceitos que são necessários para dimensionar seus atos e a realidade em que vive. Realidade essa na vida privada e pública.

A violência e a alta criminalidade nas ruas, a corrupção desenfreada do governo, a radicalização dos “movimentos sociais”, a desmoralização das instituições democráticas, o rebaixamento moral da sociedade civil, entre outros, é um sintoma grave de que as coisas vão bem mal. Existem dois aspectos interessantes nestes fatos: o vazio moral da população, ocasião em que se torna vulnerável a qualquer projeto revolucionário; e o vácuo dessa predisposição moral, que engendra uma absorção de ideologias espúrias e destrutivas de certas classes intelectuais e que, posteriormente, se espalha por uma parte da classe política e mesmo do povo.

A política brasileira, com algumas exceções, quase sempre foi corrompida. Porém, entre a população, havia um mínimo de decoro cristão que segurava as rédeas no sentido de não se corromper com os desmandos políticos. Houve épocas em que honestidade não era sintoma da vergonha; as famílias exigiam o mínimo de respeito e dignidade nos filhos. Exigiam, inclusive, estudo e conhecimento. E a despeito dos vícios patrimoniais da classe política, havia um resquício de solidariedade e honestidade pública entre os cidadãos privados, cujas referências resguardavam a sociedade contra o caos social. Por mais limitada que fosse essa manifestação na política, ela, de fato, existia. A moralidade pública era um projeto viável,que ganhava adeptos. E causava sentido ao povo. Hoje em dia, o pensamento utilitário atual é priorizar a prosperidade econômica em desfavor da liberdade e a honestidade; a mentira sob prejuízo da verdade; o individualismo mesquinho contrário à moral e ao espírito público e pusilânime com relação ao poder corrompido. E o que convém chamar de “espírito público” é uma verdadeira extorsão de grupos políticos radicais e do Estado sobre as liberdades e propriedades dos cidadãos comuns. A decência não é mais a condição basilar de avaliação política. Uma boa parte dos eleitores deixou de acreditar nela.

É interessante pensar que o definhamento moral da sociedade brasileira não é um fato espontâneo, uma mera expressão natural de decadência. Ela é premeditada e as universidades, escolas e a mídia em geral contribuíram para essa finalidade. As ideologias corrosivas que assolam a educação do país invertem o princípio basilar da moral autêntica: a responsabilidade pelos próprios atos. Agora o modismo é o coletivismo. O individuo não é capacitado para fazer escolhas; precisa do Estado ou de alguma engenharia social partidária para isso. Ele nem mesmo as determina. São os iluminados políticos e intelectuais que querem determinar por ele. Ademais, o julgamento moral não é mais pelos frutos dos atos. Julga-se por conjecturas coletivas, por estereótipos, preconceitos, tudo em nome de uma suposta cosmovisão “progressista”. O mérito não mais existe, é ilusão. Prejulga-se o sujeito pela sua classe social, suas origens culturais, sua raça. Inclusive, essa classe política e intelectual quer determinar os destinos dos cidadãos, em detrimento de suas crenças. Querem impor as próprias. Se atualmente os “movimentos sociais” se auto-idolatram em “direitos”, sejam eles feministas, homossexuais, negros, sem-terra, entre outros, ainda que às custas de uma sociedade inteira, é porque isso retrata muito bem a falência da responsabilidade individual de cada cidadão sobre si mesmo. Até os crimes não possuem mais responsáveis! O bandido é vitima da sociedade e a vitima culpada. Querem transformar um povo num gigantesco rebanho, num organismo de massa.

Tudo é um palco que lembra as tragédias passadas da história. A República alemã de Weimar, vitimada pelo relativismo moral e pelas crenças coletivistas, acabou sucumbindo ao nazismo. O império russo, antes da revolução bolchevista, caiu no mesmo engodo, com a desmoralização completa do czar, da nobreza e da Igreja. E para que tais intentos revolucionários dominem uma sociedade civil, parte-se de uma prévia destruição das estruturas éticas e morais da sociedade política, das autoridades e do povo. Não somente as estruturas, como suas instituições. O totalitarismo nasce de uma sociedade moralmente corrupta, e cujo norte há muito se perdeu. E como a ditadura do relativismo se torna uma regra vigente, a moralidade autêntica acaba por sucumbir pela crença utilitária e oportunista da vontade política de poder de um grupo radical. O pensamento espalhado pelo governo atual, ao legitimar a própria corrupção em nome de acusar todos de corruptos, é fruto de uma ideologia inescrupulosa, que tem na visão utilitária da política e da conquista do poder, a sua finalidade absoluta. Tanto faz o governo pregar moralidade e ética na política e no dia seguinte revelar-se um grupo criminoso e bandoleiro da pior espécie. Ou deixar os banqueiros e empresários numa falsa tranqüilidade da estabilidade econômica, quando incentiva quebradeiras, violações e desrespeito à democracia, através do MST e demais quadrilhas criminosas. A manipulação, a ameaça, a chantagem, a má fé, e mesmo a intimidação, são armas para desestruturar às frágeis instituições civis. A única coisa que o petismo considera como moral é aquilo que acelera a gênese da revolução que promove. Ou seja, a ascensão do seu poder. E o século XX é testemunha desse filme. Os socialistas querem repeti-lo no Brasil.

quarta-feira, abril 16, 2008

Subversão da KGB na imprensa do mundo livre.

Esta série de vídeos é espetacular: é um depoimento de um ex-agente da KGB, Yuri Bezmenov, que fala sobre toda a fábrica de desinformação e mentiras do mundo soviético. Imperdivel. A tradução foi feita por um grande amigo meu de Minas Gerais!


Parte I



Parte II




Parte III



Parte IV



Parte V



Parte VI



Parte VII



Parte VIII



Parte IX

terça-feira, abril 15, 2008

Fernando FL, o moderador da comunidade "Fora Lula" do Orkut, em entrevista.

A comunidade "Fora Lula" do orkut, com quase 200 mil membros, é um dos mais populares em matéria de debates políticos do Brasil, senão o mais popular. Combativa, polêmica, informativa, ela teve a proeza de colocar militantes em protestos nas ruas contra o desgoverno e o caos da administração federal petista. O moderador principal da comunidade, Fernando FL, nos deu uma entrevista em podcast imperdível. Eu participo, junto com Morana e Carla Pola, que são outras participantes da comunidade. Cliquem aqui para ouvir o download da entrevista.

segunda-feira, abril 14, 2008

Que sarro heim?1

Uma sátira contra a ditadura norte-coreana. . .

Estadia na Coréia do Norte.



Esse é o lugar onde os comunistas brasileiros deveriam passar as férias. Não é o balneário-puteiro de Cuba, nem Nova York no inverno: é o campo de concentração de Yodok, na Coréia do Norte. Nossa, como o socialismo é uma maravilha! Estou sinceramente comovido!

o Grande Irmão zela por ti. A Coréia do Norte, protótipo da Lestásia.



No romance de George Orwell, "1984", um dos blocos totalitários era a Lestásia, que pelas suas descrições, era um território habitado por asiáticos mongóis. De fato, a Coréia do Norte lembra um pouco a ficção: uma insólita ditadura militarista e opressiva de uma forma nauseante. O protótipo de porco espinho chinês, Kim Song il, é o Big Brother do país, e seu povo um rebanho amestrado de ovelhas e soldadinhos de chumbo. A propaganda da Coréia do Norte é muito reveladora do caráter do regime socialista. Na verdade, a conseqüência de toda ditadura socialista, é a existência de um Grande Irmão onipotente, vigiando e esmagando a individualidade dos cidadãos comuns.



Este vídeo acima é ainda mais insólito. Uma mãe é repreendida pelo filho. Ela olha para a foto de Kim Song Li e busca inspiração nele. Ao lado dela, seus filhos olham como devotos, para a foto do ditador. E ela, tal como uma devota arrependida, reconcilia-se com sua família, inspirado nele. Lembra muito 1984 no culto divinizatório do tirano do romance. Só que lamentavelmente isso não é ficção. Na Coréia do Norte, o ditador é elevado como um deus. . .a propaganda é bastante elucidativa no sentido da opressão contra o indivíduo pelo socialismo. Este é o paraíso sonhado pela nossa inteligentsia universitária e política. A Lestásia não invenção de romance. Ela é real. Uma observação: as crianças são vítimas. Elas são a extensão da polícia política. Doutrinadas, servem para delatar as famílias. Isso não foi diferente na ex-União Soviética, no Leste Europeu, como não é diferente em Cuba, Vietnã, China e outros grotões totalitários.

domingo, abril 13, 2008

Uma história do fascismo. . .

Nos anos 30 do século XX, a esquerda festiva demonizava Mussolini e outras ditaduras proto-fascistas européias, ao mesmo tempo em que bajulava bovinamente a ditadura de Stálin, além de ocultar seus crimes. De fato, durante essa época, uma boa parte do público ocidental ignorou as notícias terríveis das atrocidades da coletivização na Ucrânia. E, posteriormente, desprezou o Grande Terror de 1936, quando centenas de milhares de militantes comunistas foram expurgados do Partido Comunista e enviados para os campos de concentração e outros tantos milhares executados. Na verdade, para que uma ação de proporções monstruosas tivesse eficácia, uma boa parte dos intelectuais do mundo mentiu à imprensa e à opinião pública ocidental. O deslumbramento com as utopias falaciosas se associou à mentira consciente. Na mentalidade de uma parte da inteligentsia européia e norte-americana, denunciar os crimes de Stálin era colaborar com Hitler ou Mussolini. Para ela, valeria mais matar com a ditadura soviética do que com a ditadura nazista ou fascista. Gente como Sartre, Bernard Shaw e mesmo Brecht, o queridinho do teatro, declarava o seu profundo amor stalinista. Aliás, Brecht foi muito pior: dizia que mentir em nome do comunismo era algo justo. Não é por acaso que ele apoiou alegremente os julgamentos-farsa de Moscou, em 1937, e, posteriormente, ganhou um cargo de diretor de teatro na recém-fundada ditadura totalitária da Alemanha Oriental. Virou o Stálin das artes naquele país, com as bênçãos da KGB e da STASI.

Interessante observar que o fascismo, o nazismo e o bolchevismo, teoricamente inimigos, apresentavam uma falsa dicotomia ideológica. A grande maioria dos intelectuais, de forma proposital ou por ignorância mesmo, oculta a ligação espiritual das três ideologias. O fascismo italiano é cria de um socialista que adaptou as diretrizes ideológicas do leninismo ao nacionalismo. Um pouco antes da primeira guerra mundial, Mussolini era conhecido por ser um extremista de esquerda, dentro do Partido Socialista Italiano. Seu discurso associava a idéia de uma elite revolucionária vanguardista e a organização corporativista e subversiva dos sindicatos, como instrumentos de ação política violenta. E dentro da linha própria leninista, recusava-se a negociar com os “partidos burgueses” no parlamento, apregoando uma solução radical dos conflitos em seu país. Por volta de 1912, Lênin, exilado na Suíça, era franco admirador desse italiano embebido do pensamento de Georges Sorel e de Marx, famosíssimo e muitíssimo lido nos círculos socialistas europeus. Todavia, Mussolini não era um fanático gnóstico, tal como seu camarada russo. Lênin encarnava uma espécie de asceta perigoso, dogmático, típico das seitas milenaristas. O russo não dava a mínima para as opiniões ao redor. O marxismo era uma espécie de Verdade Revelada, e ele próprio, um profeta de oráculo da história oculta. Já o italiano gostava da popularidade e da bajulação. Era mais oportunista do que fanático. Daí sua reviravolta ideológica, em 1915, ao aderir à guerra em favor da Itália. Porém, ele não foi o único.

Mussolini percebeu corretamente que o discurso nacionalista atraía muito mais as massas do que o internacionalismo proletário. Também pudera: o socialismo fracassou completamente no plano das promessas. Quase todos os partidos socialistas europeus aderiram ao discurso nacionalista, apoiando seus respectivos países na guerra. A “consciência de classe” revolucionária, na visão marxista, era mais uma ilusão cega de intelectuais do que uma realidade. O que se viu foi que os sindicatos trabalhistas se mostravam muito mais corporativistas para seus membros do que para os trabalhadores em geral. Cada sindicato nacional almejava proteger seus empregos, seus “direitos” trabalhistas e mesmo seus privilégios, excluindo outros trabalhadores, nacionais ou estrangeiros, da competição e da concorrência. Em particular, o discurso nacionalista que contagiou muitos sindicatos europeus perfazia a exclusão da classe trabalhadora estrangeira, sob uma roupagem anticapitalista. Neste reduto, muito mais do que nas classes abastadas, que o movimento fascista começou a se instalar na Itália.

O segundo grupo que aderiu entusiasticamente ao fascismo foi a de estudantes e professores universitários. As ideologias de engenharia social, grupais e de violência seduziam uma boa parte da inteligentsia acadêmica, ávida em modificar o mundo à sua imagem e semelhança. O ódio ao conservadorismo, ao capitalismo e mesmo a tudo que representava a democracia liberal e os parlamentos, visivelmente ineptos na Itália e também, na Alemanha, suscitou forte adesão da inteligentsia às idéias coletivistas. O grosso dos militantes fascistas que faziam quebradeiras nas cidades italianas era constituído de sindicalistas e estudantes. Na Alemanha, o socialismo de vários matizes e tendências, burocráticos, militaristas marxistas, nacionalistas e internacionalistas, povoavam a consciência dos professores e estudantes na época do Kaiser, antes da guerra. Em particular, o pensamento socialista alemão se mesclou profundamente a uma visão ultranacionalista germânica, criada pelo romantismo literário e transformada numa espécie de ideologia grupal. A “kultur” alemã, o “volk” germânico, a encarnação espiritual da Alemanha como potência superior e mesmo como unidade orgânica, contagiava a mente dos intelectuais com uma predisposição nacionalista sectária e tribal. Na prática, o que se convencionou chamar “kultur” ou “volk”, era muito mais o espírito nacionalista extremado da inteligentsia, ou o que ela pressupunha ser espiritualmente a cultura alemã, do que a realidade mesma do povo alemão. Essa ideologia incrementou um profundo ódio ao ocidente. O liberalismo e a democracia eram odiosos porque quebravam o espírito da “kultur”, com seus pensamentos e suas artes degeneradas, seu individualismo destrutivo, e ameaçavam a identidade e unidade germânicas.

As idéias racistas, até então, um modismo comum na França do final do século XIX, acabaram por influenciar a inteligentsia alemã. Um elemento que causou essa mudança foi a ascensão do judeu na sociedade européia. Até o século XVIII, o judeu da Europa Central vivia em guetos, excluído das benesses e liberdades civis modernas. Com a ascensão dos direitos e liberdades civis liberais, os judeus saíram dos guetos e conquistaram um espaço muito profundo na sociedade européia. Os velhos párias sociais agora eram artistas, homens de letras, advogados, comerciantes, banqueiros, professores universitários e demais profissões liberais. Contudo, havia um paradoxo no nacionalismo moderno. O judeu foi elevado a “cidadão” dentre essas nações. Era francês, inglês, alemão, holandês, entre outros. Mas continuava judeu, com sua velha tradição religiosa e identidade cultural e nacional. Essa dupla identidade, essa dupla nacionalidade, não era bem vista pelos nacionalistas mais extremados, que achavam que os judeus não eram patriotas autênticos.

Os judeus europeus saídos dos guetos até que se esforçavam para não serem vistos. Assimilavam-se à nova realidade e embora preservassem as tradições, faziam muito esforço para agradar aos nacionalismos. Eram muito discretos nas suas ações. Entretanto, se a exposição dos judeus era sinal de exibicionismo, a discrição era sinônimo de conluio, de cabala, de ordem secreta. O acirramento do sentimento nacionalista no final do século XIX fortaleceu a imagem negativa do judeu e fez explodir um virulento movimento antisemita na Europa. Este movimento, até então, se misturou às novas teorias raciais, então em voga, entre muitos intelectuais europeus. A teoria de Darwin e Spencer se tornou instrumento político de ódio a grupos sociais inteiros. A França foi o estopim da explosão de ódio anti-judeu, quando surgiu o escândalo de vazamento de segredos militares do exército francês para a Alemanha. O Estado Maior estava todo envolvido na traição, porém, o exército colocou a culpa no tenente judeu Alfred Dreyfuss, que foi injustamente condenado e enviado à ilha do Diabo, na Guiana Francesa. A extrema direita nacionalista explorou à exaustão o nacionalismo patrioteiro e o anti-semitismo para espicaçar a esquerda francesa, como esta fez uma feroz campanha pela libertação de Dreyfuss. No final das contas, o tenente francês foi solto e reabilitado. No entanto, o anti-semitismo se tornou uma bandeira fortíssima no seio da política francesa.

II Parte

A Alemanha foi inoculada de teorias conspiratórias judaicas. Se os judeus do gueto eram tímidos comerciantes e profissionais liberais, os filhos destes acabaram aderindo a muitas ideologias revolucionárias. Dentro dos movimentos revolucionários de extrema-esquerda alemã, os judeus tiveram uma proeminência assombrosa. Isso foi o pretexto que os nacionalistas alemães queriam para demonizar a presença judaica na Alemanha. Quando a Primeira Guerra terminou e surgiu a nova república de Weimar, o espírito judaico nas artes, teatros e cinemas na Alemanha dominou a cultura do país nos anos 20. O próprio governo tinha muitos políticos judeus proeminentes. Os extremistas nacionalistas viam neles como a representação ocidentalizante de cultura, como os inimigos da “kultur” alemã, do espírito nacionalista e ameaçavam destruir espiritualmente o país. E as teorias conspiratórias não terminavam por aí. O “complô” judaico na Alemanha ameaçava destruir não só as bases culturais do povo alemão, como o capitalismo financeiro judaico se aliava ao bolchevismo para fazê-lo. Para os nacionalistas, tudo era a expressão do judaísmo, em seu grau capitalista ou comunista. Isso porque os judeus foram responsabilizados pelo Diktat, o Tratado de Versalhes, que impôs condições humilhantes à Alemanha.

O racismo foi outro componente que moldou a ideologia nacionalista alemã. As teorias antisemitas na Alemanha se adaptaram perfeitamente com a idéia de uma “raça superior” contaminada pelo sangue judeu impuro. O caráter racial das ideologias nacionalistas européias tinha ares de pensamento científico, e foi adotado como sabedoria inquestionável por uma boa parte da intelectualidade universitária. Na Alemanha, ela se tornou um instrumento político palatável para os nacionalistas, infiltrados nas escolas e universidades do país. Antes da ascensão do nazismo, uma boa parte da consciência alemã foi formada a partir desses princípios.

Interessante notar que o nacionalismo alemão, chamado de “direitista”, era tão socialista e revolucionário quanto o internacionalismo apoiado por muitos comunistas ou socialistas judeus. A diferença entre direita e esquerda na Alemanha não era tanto de sistemas políticos e sim de princípios e finalidades. Do exército e da elite aristocrática prussiana, passando pelos sindicatos nacionalistas extremistas, e chegando aos bolchevistas e sociais democratas, judeus ou não, quase todos eles expressavam alguma forma de socialismo. A grande maioria das vertentes políticas alemãs apregoavam a idéia do Estado forte, centralizado, planejador. O General Ludendorf, “herói” da Primeira Grande Guerra e futuro aliado de Hitler, usou o termo “socialismo de guerra” para instrumentalizar sua política econômica planificada, no esforço militar de seu país. Em 1917, ele foi responsável pelo uso de trabalhos forçados de dezenas de milhares de trabalhadores alemães nas fábricas bélicas e na logística do exército. O espírito da direita alemã era o militarismo nacionalista, que acabou por se tornar futuramente racista. Os sociais democratas alemães, de formação marxista, almejavam um poder socialista centralizado, de forma lenta e gradual, através de métodos democráticos. E os bolchevistas apregoavam a tomada do poder pela força, inspirados na experiência soviética, em vistas a espalhar a revolução comunista em escala mundial.

É um mito a idéia de que o nacionalismo alemão fosse mero capricho do exército ou das elites. Mais mitológica é a história de que muitos aderiam ao nazismo porque defendiam o capitalismo. Na verdade, essas estórias provêm do imaginário marxista, no sentido de adaptar a história às suas explicações ideológicas de luta de classes. O nazismo teve um grande apoio das classes operárias e mesmo da classe média, muito mais do que as elites. Tanto os nazistas, como os comunistas e sociais democratas, eram anticapitalistas. Os ideólogos alemães desprezavam o livre mercado e diziam que tais práticas enfraqueciam o espírito germânico. A força estava no militarismo, na disciplina ideológica, no caráter fechado de grupo. Inclusive, a ojeriza pelo capitalismo se associava ao ódio a Inglaterra, a “nação de comerciantes”. . .

O nacionalismo estatizante era compartilhado por muitas classes alemãs. A classe média e baixa, duramente atingida pela guerra, era a mais entusiasta do extremismo. Os intelectuais, idem. E a elite militar prussiana, já acostumada ao modelo bismarckiano, que era uma paródia de paternalismo estatal, não objetava a este princípio, pelo contrário, identificava-se completamente. Mesmo o empresariado alemão não se objetava ao modelo. O que convencionava chamar “capitalismo alemão” era um corporativismo paraestatal de empresas e Estado.

É neste meio que nasce o chamado “nacional-socialismo” alemão. Tal como muitos setores extremistas nacionalistas, era um partido sindical trabalhista. E o partido descobriu seu líder: Adolf Hitler. O Nazismo, National-Sozialische Deutsche Abeiter Partei (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães), era um dentre tantos partidos nacionalistas e socialistas radicais espalhados pela Alemanha. O projeto inicial do Partido Nazista em nada diferenciava do projeto leninista, como o confisco de terras ou grandes propriedades ou mesmo a organização da economia segundo um plano geral. A própria forma de organização do partido era uma imitação do leninismo, no direcionamento de uma cúpula revolucionária e uma massa de militantes seguidores. O próprio Hitler não negava sua admiração pelos métodos de organização de massa dos socialistas. Ele mesmo se declarava um. A organização sabia catalisar as aspirações comuns de vários grupos revolucionaristas alemães: o racismo ligado ao nacionalismo; o antisemitismo; o militarismo; a organização socialista e planejadora da economia; o movimento de massas e o controle total da sociedade civil pelo Partido-Estado.

Para muitos, é espantoso pensar que quando da ascensão de Hitler, em 1933, ele tenha fortalecido os laços com a União Soviética de Stálin. Gerações inteiras foram educadas no dogma marxista do conflito inconciliável entre nazi-fascismo e socialismo. Todavia, os comunistas soviéticos se identificavam muito mais com o nazismo do que com os sociais democratas alemães. E mesmo os nazi-fascistas diziam que a diferença entre eles e os bolchevistas era uma questão de princípios, não de método. Se atentarmos aos esquemas mentais ideológicos do nazismo, do bolchevismo e mesmo do fascismo, todos eles pregam a luta e a violência irrestrita como forma de vida política. Mussolini transformou a luta de classes em luta de nações; Hitler, em luta de raças. O determinismo de classe, de raça ou de nação muito pouco difere do que pensava Marx. Ele mesmo, em seus textos, acreditava nessa “seleção natural”, embora ela fosse histórica. Fascismo, nazismo e leninismo são as várias faces do mesmo socialismo.

O paraíso socialista da Coréia do Norte.

Qualquer dia vou pedir que alguns amigos façam uma vaquinha para enviar toda essa comunalha burra que escreve porcarias no meu blog à Coréia do Norte e não volte nunca mais.

quinta-feira, abril 10, 2008

Ser um fascista. . .

É mania da esquerda intelectualmente subnutrida chamar de “fascista” todo aquele que divirja de seus brilhantes enunciados totalitários. Se um cidadão for anticomunista, se ele criticar os métodos brutais da China maoísta ou da ex-União Soviética, ele poderá ser tachado sumariamente de adepto de Mussolini ou de Hitler. E agora, com a ditadura politicamente correta nos meios acadêmicos, o “fascista” é aquele que não converge com os ideais dos "movimentos sociais", negros, gays, feministas, entre outros. O “fascista” se tornou uma figura onipresente.

Particularmente estranha é a nomenclatura permanecer por muito tempo, a despeito da extinção das ditaduras na Itália e na Alemanha. Todavia, ela depende muito menos dos acusados que são culpados de tais vínculos ideológicos, do que dos sujeitinhos que espalham a pecha de “fascista” para toda a humanidade. Foi a partir dos anos 30 do século XX, que o Partido Comunista, supostamente contrapondo-se ideologicamente aos fascismos europeus, inventou essa dualidade maniqueísta. Se o indivíduo não fosse comunista, naturalmente ele seria fascista. O rótulo prevaleceu mesmo contra grupos antifascistas não-comunistas, como os liberais e os sociais democratas. O stalinismo democratizou o fascismo inexistente. Na Alemanha de Weimar, os comunistas batizavam o Partido Social Democrata de “fascista social” tanto quanto o Partido Nazista Alemão. O mesmo princípio se aplicava à Inglaterra e os Eua liberais tradicionais. Até o trotskismo, no imaginário bolchevista, colaborava com o fascismo, já que rivalizava com Stálin e seu partido todo-poderoso.

É interessante pensar que atualmente os comunistas adorem demonizar o “stalinismo”, ao mesmo tempo em que repetem todos os cacoetes mentais do período mais negro da história soviética. Entretanto, se há um grupo que colaborou mais com os fascistas, como nenhum outro, foi a turma dos comunistas. A Alemanha de Weimar tinha sólidas relações diplomáticas com a União Soviética desde 1919, até redundar com o famoso Tratado de Rapallo, de 1922, em que o Reichwehr, o exército alemão, não somente treinaria suas tropas em território soviético, como as indústrias bélicas alemãs produziriam as armas na Rússia, para uma possível guerra. Nas eleições de 1932, o Partido Comunista Alemão tacitamente apoiou o Partido Nazista, recusando-se a apoiar os sociais democratas e isolando-os politicamente, garantindo plena maioria aos nazistas nas cadeiras do Reichstag. Um ano depois, Hitler, que até então se dizia anticomunista, não somente manteve os laços com a União Soviética, como fortaleceu esses vínculos, enviando adidos militares alemães para inspecionar o esforço militar em uma futura guerra na Europa. Mas as relações entre Hitler e Stálin não se limitaram a isso. A Gestapo, a famosa polícia política nazista, teve sólidas relações de amizade e mesmo de orientação do NKVD soviética. No Grande Terror de 1936, quando Stálin expurgou milhões de militantes do Partido Comunista, o NKVD capturou e entregou vários comunistas alemães, entre os quais, muitos judeus, para a Gestapo. O Partido Comunista Alemão, na Rússia e na Alemanha, foi virtualmente eliminado pelos soviéticos, com a ajuda dos nazistas.

O caso mais famoso foi do casal Buber-Neuman. Heinrich e Margareth Buber-Neumann eram militantes do Partido comunista Alemão, na época da República de Weimar. Foragidos na União Soviética, depois da ascensão do nazismo, Heinrich foi acusado de ser espião alemão e executado em 1937. Proezas do NKVD: um judeu transformado em espião nazista! Sua esposa, Margareth, foi enviada para o famoso Arquipélago Gulag, o temível sistema de campos de concentração soviéticos. Depois do Pacto Ribentropp-Molotov, o NKVD, por camaradagem, entregou a comunista judia alemã para as autoridades nazistas e ela foi enviada a um campo de concentração nazista, Ravensbrück. Coincidentemente, Ravensbrück foi a morada de sua amiga, a comunista Olga Benario Prestes. Margareth Buber-Neumann sobreviveu para contar o horror de ter vivido em dois sistemas concentracionários muito bem amiguinhos e solidários.

Porém, a aliança não terminou por aí. Com o acordo firmado entre Hitler e Stálin em 1939, a Rússia e a Alemanha dividiram a Polônia ao meio, e o exército vermelho se expandiu sobre os países bálticos, com a condescendência nazista. Pior: quando milhares de judeus fugiam para o lado soviético da Polônia, muitos deles foram entregues para as autoridades nazistas e outros deportados para os campos de concentração da Sibéria ou do Cazaquistão.

Benito Mussolini, outro aparente inimigo dos soviéticos, praticamente foi rearmado por estes, quando assinou um acordo militar em que a Rússia aparelharia a marinha italiana. De fato, na Grande Fome ucraniana de 1932, quando milhões de camponeses morriam de fome, de execuções sumárias, deportações e outras atrocidades do regime soviético, o cônsul da Itália era muito bem informado do que acontecia naquelas bandas. O ditador italiano costumava ler esses dossiês e sabia completamente a respeito do que ocorria por trás da cortina de ferro dos comunistas. Entretanto, como era um novo aliado dos soviéticos, recusou-se a denunciar tais crimes.

E por que os fascistas, que reprimiam os comunistas no seu quintal, eram tão condescendentes com sua matriz soviética? A resposta está na visível semelhança que havia nestes regimes. Na verdade, fascismo e nazismo imitam, e muito, os métodos do bolchevismo russo. A ditadura de partido único, a cúpula vanguardista revolucionária, o controle da sociedade civil pelo Estado, as organizações de controle de massas, e a centralização da economia na idéia do planejamento rigidamente hierarquizado por uma burocracia, são idéias, métodos e práticas comuns ao socialismo bolchevista. A diferença, propriamente dita, está na versão nacionalista do socialismo nazi-fascista e no grau de estatização da economia. O fascismo e o nazismo usavam procedimentos revolucionários violentos, embora não tão radicais como o caso soviético. Os nazi-fascistas reinventaram um novo método de controle estatal. Eles sabiam do fracasso do controle total do Estado na União Soviética e não queriam repetir o erro; então eles não aboliam totalmente o empresariado, antes o sujeitavam às suas diretrizes estatais. A propriedade privada na Alemanha nazista e na Itália fascista perdia sua inviolabilidade e se transformava em uma mera posse concedida pelo governo, para fins do governo. Na época de Hitler, o empresariado alemão era chamado justamente de “gerente de uma grande empresa”. Neste caso, a “grande empresa” era o Estado. O governo regulava lucros, salários, preços, produção, como em qualquer economia planejada. Se o empresariado não obedecesse a essas diretrizes, poderia ter suas propriedades confiscadas.


A ideologia fascista era quase toda inspirada na visão de Georges Sorel e seu sindicalismo revolucionário; e o nazismo absorvia vários ideológicos alemães nacional-socialistas, como também aderia aos métodos de “socialismo de guerra” aplicados pelo General Ludendorff, já em 1917 e 1918. Inclusive, muito antes do nazismo, havia ideologias idiossincráticas do “nacional-bolchevismo”, que era uma vertente comunista extremista alemã, francamente totalitária e antisemita. A rixa entre fascistas, nazistas e comunistas, por assim dizer, era quizília de parentescos, brigas de família. E a segunda guerra mundial só foi possível, precisamente porque Hitler e Mussolini tiveram um sólido apoio de Stálin.

Contudo, o mito do “fascista” malvado e do comunista salvador da pátria se fortaleceu, quando Hitler rompeu com Stálin e invadiu a Rússia. A propaganda soviética, única na desinformação em massa, fortaleceu o imaginário do “reacionário” contra o “progressista” e extrapolou na farsa, quando o exército vermelho venceu as tropas nazistas e ocupou Berlim. Os comunistas, outrora patrocinadores de Hitler e de seus crimes, eram os “libertadores” do Leste Europeu. E os intelectuais de esquerda alimentavam a crença de que o nazi-fascismo, muito antes de ser uma cria das inúmeras ideologias socialistas em voga, na época, era o retrato do capitalismo agonizante e opressor, que resistia às forças progressistas da história. Foi a partir dessa premissa que surgiu a burla de que o nazismo e o fascismo eram ditaduras fantoches sustentadas pela burguesia. E que qualquer crítica contra o comunismo só pode ser vindo daqueles que são “reacionários” que contrastam o progresso histórico.

Na boca de seus desafetos, o termo “fascismo” perdeu seu sentido semântico. Pode ser tanto um liberal defensor do Estado de Direito e do livre mercado, como um conservador tradicionalista, sem vínculos com a idéia absolutista de Estado; pode ser também um social democrata, ou mesmo um marxista, contanto que ele não entre na linha do Partido. Os aspectos característicos fascistas, como o nacionalismo extremista e populista, a apologia do Estado paternalista e totalitário, e mesmo a idéia coletivista e corporativista do Partido com a sociedade civil, são irreconhecíveis naqueles que são caluniados. Não interessa. O importante é denegrir a imagem de alguém, estigmatizar.

Um professor de história pé rapado, desses que se encontram em uma escola pública qualquer caindo aos pedaços, rotulou-me com a pecha de “fascista”. Claro, sou fascista, porque não sou tão “fascista”, por assim dizer, como ele. Eu não defendo a sua lógica de “nada contra o Estado, tudo para o Estado”. Tampouco o controle estatal dos meios de produção. Um escritor foi muito feliz em afirmar que o comunismo não é fascista; é super-fascista. Porque o comunismo leva às últimas conseqüências o que o fascismo impõe em conta-gotas. Depois do histórico de namoro Hitler-Stálin, chega a ser patético que um comunista chame um liberal ou conservador de fascista. Até mesmo o fascismo soa pueril, fraquinho, bonzinho, para quem adulou Lênin e Stálin em seus corações. Não chega nem a ser ofensa, se comparado a comunistas. Havia mais liberdade intelectual e política na Itália fascista do que na Rússia bolchevista. E mesmo em um regime perverso e ignominioso como o de Hitler, os métodos nazistas de campos de concentração foram apenas uma imitação mais sofisticada de extermínio, naquilo que os soviéticos já faziam com seus inimigos em 1918. Os judeus submetidos a trabalhos forçados ou mesmo ao extermínio puro e simples muito pouco diferiam dos camponeses, dissidentes, kulaks, cossacos, usados como escravos nos campos da Sibéria. O clichê do professor de história, como de muitos outros comunistas, é uma espécie de moeda que perdeu seu uso, uma macaquice de uma velha lunática com mal de Alzheimer.

Os denunciadores de “fascistas” defendem Hugo Chavez, Fidel Castro, a falecida União Soviética, a China maoísta, o Vietnã, a Coréia do Norte; são solidários até com ditaduras islâmicas. E quando aparece qualquer porcaria ditatorial terceiro-mundista, são capazes de levantar bandeirinhas, para destruir todas as democracias. Enfim, um cidadão comum conservador e democrata é “fascista”, por não ser tão fascista quanto um comunista! É muita paranóia!

quarta-feira, abril 09, 2008

Bolsonaro mete o pau no MST e nas cotas raciais.

Interessante como o Capitão Jair Bolsonaro é constantemente acusado de "fascista" pelos seus adversários. Todavia, alguns dos seus discursos transparecem a visão de um autêntico democrata. Imperdível!

Jair Bolsonaro, lúcido, esculhamba com a comunalha!

O deputado Jair Bolsonaro é um excelente tribuno. O único problema é que ele parece não ser muito bem assessorado. Penso que, involuntariamente, ele acaba se expondo tal como nos estereótipos criados por seus rivais. O caso mais famoso foi sua entrevista no infame programa de Jô Soares, em que o entrevistador foi estupidamente malicioso com ele. No entanto, ele fala aquilo que ninguém quer ouvir. No Brasil, quem fala a verdade é louco! E os loucos se tornaram hegemônicos! Video espetacular do capitão Bolsonaro!

Os odientos do Olavo de Carvalho.

Curiosa experiência tive no messenger, quando um amigo meu muito matreiro, apresentou-me alguns desafetos de uma comunidade do orkut, chamada “Olavo de Carvalhos nos Odeia”. Isso é, ao menos, o que propõe a comunidade: acusar o Olavo de odiá-los (quando na verdade, o título correto deveria ser “Olavo de Carvalho, eu odeio”). Mas quem Olavo supostamente “odeia”? A esquerda, representada por estas belas pessoas iluminadas dos bairros chiques do Brasil. De fato, fiquei impressionado com a reação daquele povaréu: eles se surpreenderam com o perverso e malvado conde, destruidor de reputações esquerdistas alheias, em plena janela de msn. Perguntavam várias vezes “é o conde mesmo?” e pareciam toda hora se beliscar, para crerem piamente que eu estava lá. E estava.

Todavia, isso não me impressionou tanto quanto a classe social da maioria deles: quase todos falavam uma linguagem típica de esquerdismo “cult” acadêmico pedante, mesclado com lugares dos Eua e da Europa. Alguns, inclusive, portavam sobrenomes pomposos de famílias tradicionais. Todos aqueles clichês socialistas, todos aqueles zelos populistas de seus discursos, só existiam abstratamente. É bastante provável que a maioria deles conheça mais Paris ou Nova York do que os subúrbios pobres do Brasil. Ou melhor, talvez nunca tenham visto um pobre de perto, salvo na presença de suas empregadas domésticas. Enfim, esses são os socialistas de boutique, que reverberam ódio mortal a Olavo de Carvalho e sua feroz retórica contra os regimes comunistas! Essa molecada precisa sonhar com Cuba ou Coréia do Norte, ainda que vivam em seus luxos de Mc Donald´s ou viagens a Miami. Viver em Cuba? Só como turista, com seu povo mendigando e suas belas prostitutas mulatas, cheio de dólares no bolso!

Uma coisa não convence: não são os socialistas que dizem que os pobres esfomeados fazem a revolução contra os ricos? Isso é só teoria. Pobres não fazem revoluções. No máximo, morrem de tiro, de fome ou de dengue, tal como no Rio de Janeiro. Revolução é coisa pra desocupados ricos, entediados, que sonham em manietar a humanidade, tal como fazem com suas empregadas domésticas ou seus próprios pais. Digo, os pais, porque estes é que dão de mão beijada tudo que os mauricinhos e patricinhas socialistas benévolos da humanidade jamais sonharam em produzir. Os bem-nascidos, por assim dizer, vão a Paris, sonhar com o bem da humanidade, quando não estão dando a mínima para a humanidade real e de carne e osso. Esse é o tipo de gente que freqüenta a onda da comunidade “Olavo de Carvalho nos Odeia”.

Também pudera. Raramente um revolucionário profissional nasce pobre. Marx era filho de uma rica família burguesa; Engels, filho de um industrial. O mesmo princípio se aplica a Rosa Luxemburg e Lênin. E não muito longe, Trotsky, Mao, Pol Pot, Ho Chi Min, Fidel Castro, todos eles são filhos da burguesia, gente mimada que nunca sentiu as dores e nem mesmo nunca ouviu falar do pensamento dos pobres. Aliás, sobre Ho e Pol Pot, cabe um adendo: são queridinhos da burguesia estúpida, fanatizada e pseudo-letrada dos cafés de Paris, em particular, do Partido Comunista Francês. Um dos poucos filhos da classe pobre mesmo foi Stálin, e nem por isso a miséria dignifica o homem: ele foi um dos maiores assassinos genocidas da história humana!

Porém, a riqueza, na boca desses incautos almofadinhas, é uma espécie confusa de culpa e ressentimento. Tudo o que eles lutam é para destruir todos os confortos nos quais prezam. Ou melhor, que seus pais sempre lutaram, muitas vezes, com esforço. É o preço que dizem querer pagar pela recusa da riqueza: a pobreza distribuída igualitariamente, a obliteração da liberdade individual, a onipotência de uma burocracia parasitária, a revelia do bem estar do povo. Só que essa renúncia material é só na teoria. Na prática, por trás de uma pose de culpa pelas posses de suas famílias, alguns deles possuem uma enorme ambição pelo poder. E outros são inocentes úteis. Uns terão o poder pleno de roubar e outros serão roubados. . .

E por que o ódio contra Olavo de Carvalho? Se há algo que este jornalista e filósofo brasileiro faz é destruir os mitos dessa caterva. Seus artigos demonstram a insignificância moral e intelectual de uma elite iletrada, estúpida e ignorante, cujos anseios vão arruinar o país. Uma elite que é, na verdade, uma pseudo-elite, fútil, vulgar, inconseqüente e, sob determinados aspectos, extremamente corrosiva e destrutiva. O próprio título da comunidade não deixa de ser sugestivo: eles se vêem nos textos do Olavo. Verdadeiras elites se fazem com boa moral, bons livros e boas idéias. Não é o caso deles, já que a chuva de besteirol letrado, que vai de Marx até a Escola de Franfurt, perverte qualquer consciência moral elevada (isso, quanto ela existe!). Não foi esse povinho, formado em universidades, que glorificou o Presidente Lula e o governo corrupto que representa? Não é esse grupo que é condescendente com os ânimos totalitários do PT e do Partido Comunista, ainda que contraditoriamente, tais movimentos políticos ameacem suas vidinhas insignificantes e burguesas? A burguesia cult de esquerda no Brasil possui tendências homicidas, dentro de um suicídio voluntário.

Se suas existências são mesquinhas, que dirá então da sua comunidade, que é uma campanha difamatória contra um homem que presta um grande serviço de informação, como é o caso de Olavo de Carvalho? Precisam mentir e desinformar sobre a história do Foro de São Paulo, sobre os envolvimentos do PT com o narcotráfico e a expansão totalitária chavista na América Latina, tirando sarrinhos e brincadeiras inócuas, dentro de uma realidade que é fonte de sérias preocupações. O que ocorre hoje na Venezuela, refém de um ditador ou na Colômbia, vitima do narco-terrorismo, só é brincadeira para gentinha muito drogada e prostituída, que enche o nariz de pó branco em alguma universidade brasileira ou em alguma rodinha de amiguinhos de elite. Não é ela quem leva tiro de bandido, quando as favelas de nosso país estão dominadas pelo narcotráfico abastecido da Colômbia. É pior, muitos dessas mimadas criaturas abastadas sustentam o tráfico, quando vão às ruas pedir paz no Brasil e no Iraque. Eita clubinho de esquizofrênicos!