
No mar de estupidez, maluquice, ignorância e loucuras que este país está se afundando, é mister afirmar que, no governo do Presidente Lula, não basta derrubar o PT, mas sim destruir o mito que gerou a farsa petista. Aliás, o pior problema que este país vivencia é sonhar com um mito que é uma sucessão de mentiras: uma mentira existencial, uma mentira ética, uma mentira moral, uma mentira política e uma mentira econômica.
Em qualquer canto deste país, vive-se a mentira da realidade alienante, a mentira ética do cidadão comum, a mentira dos princípios morais comunitários, a mentira política de um projeto de governo e a mentira econômica de uma cultura estatizante. A mentira existencial se aplica a uma completa incompreensão da realidade pelo brasileiro médio, preso nas superstições ideológicas e mitos que a imprensa ou mesmo uma classe intelectual gerou por décadas de escolas e universidades. A mentira ética do cidadão comum é uma cultura de servidão ao Estado, cuja crença na cidadania é uma ânsia neurótica por mais paternalismo estatal. A mentira dos princípios comunitários se pauta na idéia de que ninguém quer se responsabilizar pelos seus atos, mas sempre quer responsabilizar os outros. A mentira política é a mentira do Estado salvador estatizante e não é por acaso que o socialismo tem larga popularidade nestes trópicos, a despeito dos fracassos assombrosos. E a mentira econômica é a crença famigerada de que, quanto maior o poder estatal (leia-se, poderes dos políticos e da burocracia), maior será nossa prosperidade. Ou seja, um conjunto de atos esquizofrênicos, por si só.
Quem encarna melhor estes valores, quem é paladino de muitas das misérias morais e intelectuais que este país sofre, está no poder. A esquerda e o PT encarnam toda essa perversão de crenças e idéias no imaginário cultural, que foram destilados a conta-gotas a uma sociedade cada vez mais apática e imbecil. E embora os casos escabrosos de ladroagem derrubem toda a cúpula do PT e as denúncias apareçam como areia, o imaginário, o mito cultural do esquerdismo petista sobrevive e se fortalece como nunca, na idéia estúpida de que há patrimônio ético numa trupe de escroques, guerrilheiros e terroristas totalitários elevados pela democracia através do voto.
Estamos numa das crises mais graves da democracia brasileira: a completa partidarização totalitária do Estado e um golpismo de um partido, que em nome do poder, é capaz de corromper, depravar, subjugar e corroer as instituições democráticas. O pior de tudo é que esta partidarização do Estado visa criar uma forma de poder permanente, despótico, concentracionário, cujo elemento mais coerente é apenas levar o país a uma ditadura.
A podridão do governo petista não nos leva somente aos atos tradicionais de corrupção, mas sim a um projeto diabólico de poder ditatorial, na criação do Estado-Partido onipotente, tão comum aos brios da esquerda. O pior deste modelo político é que ele se funde com a sociedade civil organizada e independente do Estado, controlando-a e esvaziando sua liberdade civil. Se hoje há uma imprensa dócil, uma oposição inepta e variados movimentos sociais calados ou mesmo apoiando o governo Lula com escândalos tão monstruosos, deva-se ao projeto de mesclar Estado, Partido e sociedade civil dentro de um projeto totalitário. Na aparente diversidade de estratégias de vários seguimentos da sociedade, vê-se a unidade de ação do Partido dos Trabalhadores, o partido totalitário por excelência, que quer impor em nosso país, nada menos que uma ditadura socialista.
Mas temos o mais grotesco mito do PT, o mito que o promoveu, a despeito de seu histórico duvidoso de estratégia revolucionária: o seu “patrimônio ético”. O curioso deste patrimônio ético, é que ele retrata não necessariamente uma ética, e sim uma anti-ética, cuja cultura política nos últimos 25 anos, nada mais foi do que a delação, a espionagem, a denúncia caluniosa e a chantagem dos inimigos políticos. O patrimônio ético do PT é um rebaixamento ético, na cultura de traidores, bisbilhoteiros, fofoqueiros, que espionando a vida do vizinho, criam uma falsa aura de moralidade com a desgraça e a destruição da reputação alheia. Ética pressupõe reflexão contrita de nossos atos e não a vigília alheia dos outros. É antes pensar em nossas atitudes para não errarmos do que apontar o dedo nos erros alheios. O cristianismo é sábio nas palavras de Mateus: olha a trave do olho, seu fariseu hipócrita!
Porém, a cultura de delação e inquisição petista em nada difere de qualquer regime comunista totalitário. A ânsia da traição, do cinismo da denúncia, é uma regra comum para um partido que tem como inspiração, a ditadura de Fidel Castro ou Hugo Chavez, ou mesmo qualquer ditadura de Hitler ou Stalin. O patrimônio ético petista só gera uma conseqüência lógica: a destruição da confiança pública, da honestidade comum, numa revolução cultural de traiçoeiros que violentam suas relações e suas ligações privadas mais sagradas, em nome do culto de lealdade ao Partido-Estado. Uma cultura de denunciadores caninos é uma sociedade amorfa, desunida e moralmente destruída, em que a inquisição dos atos alheios se torna uma completa irresponsabilidade moral pelos próprios atos.
Quando o Presidente Lula disse que não havia ninguém preparado para discutir sobre ética com ele, ninguém entendeu as entrelinhas de Sua Excelência. Ele não fala da ética, tal como entendemos na filosofia grega e no Cristianismo. Ele fala de uma ética partidária, na presunção de se achar no direito arbitrário de denúncia e na crença cega de que detém o monopólio da capacidade de julgar alguém. É apenas uma sede de poder. O PT é um partido imoral que se acha no direito de julgar alguém. A depravação moral petista se junta com a capacidade canina de julgar moralmente as pessoas. Isso consiste o patrimônio ético petista, o patrimônio de inquirir as pessoas para seu projeto particular de poder.
A malignitude do PT tem efeitos piores: além de viver da chantagem e de extorsão mais descarada, ela consegue envolver os outros no próprio crime. Ao mesmo tempo em que o Partido se eleva como paladino da moralidade, por outro lado, ele corrompe de tal maneira a classe política, que todos os envolvidos acabam por cair na própria sujeira do projeto petista. Ou seja, o PT se posa de partido ético, enquanto qualquer um que o denuncie, o mesmo partido “ético” usa de sua fábrica de chantagem para aqueles que participaram da própria sujeira do partido. O PT cria as próprias sujeiras que denuncia e torna seus inimigos cúmplices. É por isso que a oposição está amordaçada. Ela também está comprometida, de alguma forma, nas tramóias petistas.
É incrível como este “patrimônio ético” depravou as consciências. O país está ficando cada vez mais bruto, mais imbecil, vivendo numa completa farsa do projeto cultural petista. É terrível ligar a televisão e ver que os debates são teatros marcados, as discussões são clichês estéreis, as idéias, burras e anacrônicas, de um artificialismo tenebroso. Vê-se a farsa dos jornalistas que simulam debates, dos comentaristas que vivem no reino da fantasia ideológica, com a crença famigerada de resgatar o "patrimônio ético do PT", na própria farsa que gerou o petismo. Interessante é perceber que como essa farsa se tornou uma moral excelsa e inquestionável, logo, porque a culpa do PT é sempre da “direita”, do “neoliberalismo”, da “direita” do PT. Os jornalistas acabam nos convencendo de que o projeto petista errou precisamente porque ninguém quer ser bem mais petista que a normalidade. Porque talvez não sejamos esquerdistas patológicos. O petismo é corrupto, mas o esquerdismo que apregoa encarna a mais grandiosa moralidade nos princípios.
Não é por acaso que um país enlouquecido elege uma fanática estúpida como Heloisa Helena tal como a encarnação do novo petismo. Só num país de pessoas levianas é que histeria e denúncia canina são sinônimos de moralidade. De fato, até a derrota do PT promove os ideais esquerdistas do PT, naquilo que são mais bizarros e totalitários.
É impressionante o quanto o nosso país está beirando a esquizofrenia moral, lógica, ética e moral.
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