quarta-feira, março 22, 2006

Colóquios de um conde machista, sexista e politicamente incorretíssimo com uma feminista progressista xiita. . .


Eu estava passeando na faculdade de direito da Universidade Federal do Pará, quando me deparo com a praga politicamente correta, que a esquerda comunista, sem ter muito que fazer, está bombardeando nas searas jurídicas da universidade. Diz respeito à nova administração do centro acadêmico estudantil. Panfletos exaltando conceitos tribais da raça negra, dos índios, das mulheres, dos gays e toda sorte de frustrados e vitimizados pelo sistema capitalista, eram espalhados pela nova turminha que hoje se depara com o movimento estudantil. E claro, como não poderia deixar de ser, para cada classe de vitimas, havia uma classe de pestilentos malvados, “reacionários” que mereciam morrer: os machos, os brancos, a burguesia neoliberal, a religião cristã, os heterossexuais, enfim!
Acabei tendo um debate com uma feminista queima-sutiã, que estava publicando panfletos, a respeito desse tal "machismo". Não são aqueles debates sérios, mas sim aquelas conversas de botequim que se encontra muito comumente em centros acadêmicos ou corredores de faculdades. O texto dizia: “Machismo faz mal a libido sexual” ou alguma idiotice deste tipo.. .

Perguntei pra distinta dama do sexo frágil, se ela concordava com aquilo. E a mulher, boquirrota, respondeu que sim. Quando eu falei que discordava dela, e que na verdade a sociedade patriarcal, dentro de suas limitações protegeu a mulher de certos infortúnios, ela ficou completamente zangada.Jogar uma ducha de água fria neste povo que se vitimiza neuroticamente, sempre demonizando o macho malvado, chega a ser uma quebra dogmática da religiosidade permissiva dessas mulheres. Fui aos poucos, explicando que as mulheres lavando pratos por milênios estavam sendo poupadas de guerras, saques, genocídios, assaltos, roubos, estupros. E que até nos dias de hoje, quando um estuprador invade a casa de tão lindas donzelas feministas, a primeira pessoa a quem elas gritariam, seria o macho da casa, o pai, o irmão ou o esposo.
Então ela veio com uma pérola engraçada: afirmou que 70% da violência contra a mulher provêm dentro de casa, pelo pai ou marido. E eu, no meu humor terrivelmente sarcástico, respondi-lhe: - A senhora está afirmando que a maioria dos estupradores e agressores de mulheres nas cadeias são todos honrosos pais de família? E se isso for verdade, a senhora está nos dizendo que é mais seguro ficar com um estranho do que seu pai!


A mulher ficou mais ainda desconcertada. E começou a esbravejar afirmando que nossa sociedade "legitimava" o estupro, já que os maridos espancavam e abusavam de suas esposas e, inclusive, alguns pais abusam de filhas. Aí eu respondi: - O estupro é algo tão condenado, mas tão condenado em nossa sociedade, que até o bandido mata o estuprador na cadeia. E sabe por quê? Porque ele tem mãe, mulher, filha e irmã. E ela retrucou, remoendo-se: - E a violência sexual contra meninas pelos pais? E eu respondi: - Quem é que tolera isso, minha senhora? Se incesto já não é tolerado, que dirá da pedofilia? Cite-me um código penal que tolera isso? Não seria outra virtude maléfica da sociedade patriarcal, odiar estupradores?

Não adiantou. A mulher não se convenceu de que os homens não pensam tão “sexistamente” como ela. Ela acreditava piamente que na Idade Média havia delegacia da mulher. Ou que os homens sempre são personalidades maldosas, egoístas, brutais, que conspiram sempre historicamente contra a mulher. O homem, para ela, não é o homem, porém, uma imagem caricatural do homem, uma ficção depreciativa. A criatura ainda catalogou todos os “crimes” do macho: desde as inquisições que matavam bruxas até as guerras, que nas palavras dela, morriam mais fêmeas do que machos. Isso porque a menina ensimesmada calculou o número de milhões de mulheres mortas pela inquisição, um cálculo deficitário de mulheres capaz de fazer inveja a uma Europa contemporânea cada vez mais velha e com crescimento vegetativo negativo. Decerto, por esses cálculos, a Europa simplesmente não existiria em população. A inquisição mataria tantas criaturas do sexo feminino como a China de hoje. . .
.Não me conste que as mulheres fossem mais pensantes do que os homens para serem queimadas nas fogueiras santas da Igreja. E devia ser um senhor sufoco uma mulher ficar em casa cuidando das crianças e fazendo crochê, enquanto os homens estavam se matando e despedaçando num campo de batalha, caçando ou pegando na enxada. Porque para a menina, a divisão do trabalho doméstico é malvada, opressiva, machista e sexista. A maldade do homem é um imperativo categórico kantiano, um dogma. Femina locuta, causa finita, fêmea falou, causa cessou! Bom mesmo seria a mulher ser despedaçada e estuprada num campo de batalha, enquanto o homem fizesse crochê.


E aí a mulher começou a condenar os pôsteres de mulheres peladas. Em particular, aquelas gostosonas rabudas dos comerciais, que conseguem convencer o macho a encher a cara de cerveja (pra vocês verem como homem “machista” é bicho besta!). Dizia ela que aquilo "desvalorizava" a mulher. Claro, a desvalorização machista tinha aí uma pitada de critica anticapitalista. A mulher seria reduzida a mercadoria! Retruquei: - Ué? Vocês defendem o amor livre e desinteressado e ficam indignadas com a mulher objeto sexual? Ela falou: - Defendemos a mulher dona de sua sexualidade!
E respondi: - E ser dona de sua sexualidade não pode ser também a mulher querer se sentir objeto, até por uma fantasia? A mulher acaso não gosta de ser provocativa? Já que vocês condenam uma mulher expondo seu corpo pra vender uma cerveja, por acaso vocês também são contra a liberdade feminina de se prostituir?
A feminista, aborrecida, disse que era contrária a prostituição. E retruquei: - Você está me dizendo que é contra a liberdade da mulher em se prostituir? E aí, claro, a feminista colocou a culpa da prostituição no homem, já que os machos da sociedade patriarcal toleram a prostituição, mas não toleram a prostituta! Interessante essas damas feministas do belo sexo: pregam a liberdade sexual digna de uma prostituta e querem ser tratadas como puritanas evangélicas! E não me consta que algum pai de família tenha orgulho que sua filha seja meretriz. Vai entender!
Depois dessa, o mulherio ficou possesso de raiva comigo. E terminei dizendo: - No final das contas, vocês ainda pensam como mulheres patriarcais, do tempo de nossos avós.


Perdi muito ibope com um público feminino enragé. No entanto, a verdade ganhou! Veritas Odium Parit!


Leonardo Bruno

Belém Pará, em 22 de março de 2006

O GRANDE DESAFIO DAS FEMINISTAS: AMAR OS HOMENS


Alguns movimentos feministas são de uma estranha excentricidade. Cientes de uma pressuposta busca de direitos iguais às mulheres, estas militantes ensandecidas e recalcadas do belo sexo acusam no macho todas as inclinações opressoras de sua condição social, projetando naqueles, recalques mal resolvidos criadas por elas próprias. Felizmente a fase queima sutiã já é coisa do passado. Hoje em dia grande parte das mulheres podem gozar de direitos legais e econômicos sem as esparrelas neuróticas de militantes obsessivas. Contudo, uma coisa há de se deduzir nesta síndrome peculiar do feminismo enragé, ainda comum em universidades e agremiações políticas e nas inteligentzias radicais, numa espécie de ressaca provinda de um acesso paranóico de delírio; de tanto maltratarem os homens historicamente, de tanto rotularem e depreciarem o macho, as mulheres militantes, acordadas das fantasias pernósticas, sentem, na prática, um verdadeiro complexo de Electra mal resolvido, ou seja, sentem na verdade, a falta de um bom macho.

Politicamente incorreto, machista, talvez possa ser este raciocínio. Todavia, grande parte das mulheres reclamam nos homens o que até então antes estavam condenando. Muitas reclamam de que os homens não são mais gentlemen’s, mais cavalheiros, ou que são devidamente mal educados, rudes, grosseiros. Outras, mais frustradas ainda, posto que são bem sucedidas, têm melhores empregos, são mais ricas, observam a dificuldade de relacionamentos afetivos, pelo simples fato de que uma parte dos homens não são páreos socialmente para elas. Estas militantes, de tanto anularem o sentido existencial do macho, acabaram por anular os seu próprio sentido de amor e de sentimento pelo homem. E conseqüentemente, anularam a si mesmas. De tanto apelarem a igualdade de condições e a radicalizarem as condições igualitárias sobre a vida em geral, muitas feministas se ressentem com inveja da frieza das relações amorosas, em comparação aos jogos lúdicos dos cavalheiros e de damas do passado. Quiseram banir às donas de casa, mas em contrapartida, acabaram por renegar junto o sentido biológico natural de serem mães. O estereótipo da feminista solteirona não é mera coincidência. Tanto sectarismo, tanta culpa recalcada e sublimada, projetada sobre o espécime de homens, como resultado, gerou uma crise não só para os homens, porém, para as mulheres.

De fato, com a crise do sexo feminino, numa visão feminista fanática, policialesca e puritana às avessas, inventou-se uma nova forma de repressão da feminilidade, uma nova repressão cultural. Dedicar-se a um homem ou adorar os trejeitos da cortesia amorosa tornou-se sinônimo de subserviência machista. Feminilidade na doçura, recato, delicadeza, charme, como expressões femininas, virou, aos olhos de certos grupos feministas, o estereótipo opressor do machista. Nesta paranóia ideológica, só restou á mulher moderna ao ostracismo de sua natureza sexual a amorosa em relação ao macho. Só restou no seu culto neurótico ao seu próprio sexo e na depreciação irracional e ostensiva do sexo oposto, o destino de um homossexualismo narcisista ou de uma insuportável solteirona. Em outras palavras, em nome da igualdade radical, quiseram transformar a mulher num verdadeiro homem.

Não se está querendo aqui desmerecer as conquistas sociais da mulher, nem tampouco desmerecer a história do feminismo. Mas, existem situações que devem ser avaliadas, posto que se muitos atributos bons podem ser devidos, por outro lado, muitas mazelas também foram criadas. O feminismo, levado ao exagero do culto sexual do feminino, esqueceu de um detalhe que sempre nota com devido desprezo: onde estão os machos dentro desta sociedade feminista? Ademais, onde está o jeito de ser da mulher de amar os homens? Eis aí um grande desafio que grande parte das feministas, movida em seu clubinho de Luluzinha, parecem incapazes de fazer. Desfazendo-se do macho, parecem se desligar da própria gênese da raça humana. Desfazendo o papel do homem, desfazem-se do próprio papel natural da mulher. As feministas, nesta redoma de recalques, tornam-se assexuadas e egocêntricas, com a idéia vestal do mito da mulher militante purificada pelas besteiras ideológicas contra o macho malvado.


Por que ao invés de se cultuar o gueto sexual, a apologia patética a paranóica das mulheres, não se tenta isto sim, envolver um diálogo mais sério e mais feliz entre os sexos? Se muitas mulheres reclamam da rudeza de certos homens, muitas delas, em nomes dos direitos da mulher, nunca fizeram nada para melhorar a condição dos homens, só de seu clubinho feminista. Se outras reclamam da “falta de romantismo” e “cavalheirismo” dos homens, deviam saber que a igualdade não prenuncia privilégios, porém, direitos iguais, tanto a homens como a mulheres. Se os direitos são iguais, logo, os custos também são iguais. O homem já não paga sozinho a conta e a mulher deve se virar para ter o seu ganha pão. O cavaleiro medieval, visto pelo seu papel social e não pelo seu charme e sentido estético de romantismo, que ainda reflete nas relações amorosas, poderá um dia ser coisa do passado. Se o Titanic afundasse em 2001 e não em 1912, ambos, homens e mulheres morreriam juntos aleatoriamente, e não o que ocorreu em 1912, quando muitos cavalheiros morreram por oferecer seus lugares às damas no salva-vidas. É a regra da igualdade. Ela coloca todos num mesmo barco.

Mas o impressionante nestas conclusões, é que as mulheres militantes, amaldiçoando os homens, não querem perder as regalias advindas dos homens ou da cultura dita machista. Querem ter melhores empregos, mas não querem perder direitos da pensão alimentícia, e malgrados, não querem pagar a pensão alimentícia quando os homens a solicitam. Querem que os homens ofereçam os melhores lugares, mas não querem fazer o jantar para o marido. Adoram posar de auto-suficientes, porém, querem até processar o macho quando o mesmo não atende às suas suscetibilidades amorosas. A mulher, não como pessoa viva, mas como alegoria feminista, torna-se um objeto de distinção. O feminismo neste aspecto, em nome da igualdade, diferencia quem tem ou não tem os aclamados “direitos iguais”. O posicionamento anormal de certas feministas é a expressão da distinção que elas criam para si mesma, não apenas para distinguir-se somente dos homens, contudo, até contra outras mulheres. As feministas radicais, na prática, renegam as mulheres e o jeito comum de ser delas, e por outro lado, com o discurso da igualdade, querem ser como os homens, mas na prática, são mulheres, e se descobrem diferentes dos homens. No final das contas, a situação que fica é de feministas militantes de outro planeta, que se elitizam numa redoma de vidro, numa visão maniquéia, ilusória e fora da realidade.

Eis aí a grande implicação das feministas mais ajuizadas: enquadrar os direitos do macho em seu slogan político. Parar de fazer o macho como o eterno bode expiatório das mazelas do sexo feminino e principalmente, amar um pouco mais os homens. Estas distinções grosseiras de alguns movimentos feministas não passam de um complexo de auto-afirmação de determinadas mulheres neuróticas, que antes deviam fazer terapia e psicanálise do que militar na política. Certas feministas deviam fazer um terrível esforço em nome da causa da mulher, em miúdos, casar na igreja, lavar pratos para os maridos, cozinhar um bom prato ao invés de preparar só macarrão instantâneo ou comida queimada, gostar de poesia que os maus poetas escrevem, enfim, amar de verdade as tolices dos homens. Fazer tais coisas, para muitas mulheres normais, sem as ambições das feministas politizadas, antes significa um agrado sentimental e um ritual amoroso a quem se ama do que uma norma ou submissão autoritária. Tanto quanto os homens agüentarem as TPMs e os caprichos comuns do sexo feminino e agradá-lo como o centro das atenções afetivas, são os encargos dos homens que amam. Em suma, se as mulheres quiserem ser felizes, não esqueçam de amar os homens, porque, afinal de contas, os sexos se merecem. Eis o grande desafio das feministas.

Leonardo Bruno

21 de março de 2006

terça-feira, março 21, 2006

O DUPLIPENSAR DA ESQUERDA: Tentações e intenções. . .


Em uma antiga reportagem da revista Veja, a respeito do projeto de lei do Presidente da República de criar dois órgãos executivos de controle da imprensa e da produção cinematográfica, a imprensa se pôs a afirmar que tal atitude foi apenas uma “tentação autoritária”, e não um ato consciente do governo. Limitou-se timidamente a afirmar que tal ato é de setores “stalinistas” do PT e não um propósito claro de um projeto político. O curioso de tudo isso, é que a imprensa no Brasil, que já foi hostilizada com a expulsão de um jornalista estrangeiro, acha que isso foi ocasional. Será?

Um dos aspectos mais impressionantes de nossa época é o total servilismo de imprensa brasileira, que lobotomizada pelo governo, é capaz de engolir qualquer chantagem ou ameaça à sua livre existência como acidental. Mas um jogo de erros mostra que por trás das tentações governamentais, há as intenções. O PT nunca escondeu sua ideologia totalitária, seu credo ditatorial e seu jargão populista. O pior de tudo é que o governo petista se revela num duplo pensamento de eufemismos, tão visíveis de intenções escusas, que a imprensa e uma boa parte da sociedade civil só não quer ver por pura esquizofrenia. Ademais, a esquerda é mestra nos eufemismos, que revelam ou ocultam seu duplo pensamento. Ou seja, aquilo que prega e aquilo que é de fato. Um eufemismo, aliás, que domina a mentalidade de uma sociedade cada vez mais vesga nas intenções do governo.

Nas universidades, vemos militantes petistas apregoando a “democracia socialista” ou a “democracia social” cubana, nos eufemismos duplos para defender sua ditadura tão sonhada. O MST em seus folhetins, prega a revolução armada, o assassinato dos proprietários de terras, declara ao governo que vai saquear terras e quebrar prédios públicos, e depois, num cinismo sacrossanto, diz que foram mal interpretados. Isto porque, claro, o Incra está todo dominado pelo MST, com a cumplicidade do governo em relação às invasões, que elevou um grupo de criminosos organizados a um respeitável grupo político, (inclusive liberando verbas públicas para os assentamentos do grupo, aos olhos de uma sociedade letárgica). Cabe lembrar que o MST está criando campos de doutrinação ideológica totalitária sobre crianças, sob a farsa de “educação”, com o dinheiro dos contribuintes, em visível ameaça ao Estado de Direito Democrático. O presidente Lula nutre amizades e simpatias declaradas por governos totalitários, como Cuba, China, Gabão, além de grupos terroristas e guerrilheiros, enquanto se crê que tudo não passa de tentações.

O pior é que tais simpatias determinam as relações internacionais, colocando o país em verdadeiros fiascos diplomáticos, como o desastre do apoio do governo brasileiro a Hugo Chavez e a Fidel Castro. O governo brasileiro é capaz de arregimentar atitudes solidárias com governos desprezíveis, enquanto parece querer imitar aqui o que vê nas suas alianças. Isolando o país de nações democráticas e aproximando-o de países totalitários, parece que o governo quer ser um deles. O PT tenta censurar a imprensa, fazer dossiês contra adversários políticos, partidarizar o Estado, policiar servidores públicos e informações internas da administração, e tudo isso no jargão petista não passa de “controle social”. E para isso, o Partido-Estado quer controlar tudo: economia, imprensa, cultura, Ministério Público, Judiciário. O governo petista fabrica a maior campanha da história do país, e ninguém vê nisso o menor disparate, já que o partido mais santarrão do país está fazendo em escala piorada, o que antes criticava nos outros: ou seja, usar o dinheiro público para suas campanhas eleitorais. E para sustentar sua campanha cara, criou uma formidável e inimaginável estrutura de corrupção partidária, coisa soberba até mesmo para os padrões dos mais famosos apadrinhados políticos das mamatas e falcatruas do Estado brasileiro. Com tamanho arcabouço orçamentário e político, é capaz de comprar jornalistas, matérias de revista, publicidade, artistas e o apoio de emissoras de TV numa escala espantosa, num domínio somente encontrado nos regimes totalitários. Porém, o PT, cinicamente, ainda continua denominando o partido “ético” da moralidade pública. . .

O “duplipensar” esquizofrênico da esquerda já dominou de tal ordem uma boa parte da psicologia da população, da imprensa e dos meios intelectuais, que a ousadia de questionar todas as arbitrariedades, conchavos e conspirações, é coisa de fanático direitista, fascista nostálgico da Guerra Fria. Em outras palavras, o partido já conseguiu domesticar com tal poder a rejeição contra seu sistema e seu credo, com seu “duplipensar”, que qualquer crítica contra as arbitrariedades governamentais são sumariamente contidas e diminuídas, enquanto o Partido se julga detentora da moral e de verdade. Com a ajuda de uma legião de militantes e intelectuais farsantes e servis espalhados em vários setores da sociedade civil, inclusive imprensa, a oposição foi reduzida à mera reprodução do próprio governo. O governo conseguiu também domesticar a oposição. Contudo, tudo isso não passa de “tentação”, “teoria da conspiração”, como muitos acreditam. . . Ou mesmo “conspiração da direita”.

O partido-Estado petista é tão hegemônico, por assim dizer, na política brasileira, que até uma parte da chamada “direita” do Congresso Nacional foi estatizada pela esquerda. É puro nonsense um petista afirmar que a “direita” está conspirando contra o PT. Sabe-se que uma parte dessa chamada “direita” foi toda comprada pela causa petista, vide o caso do “mensalão”. Mas a reputação da esquerda sobrevive, precisamente por causa de seus delírios imaginários.


Devemos nos ater ao fato que este duplo pensamento de falsas tentações e notórias intenções foram muito bem expostas no romance de George Orwell, “1984”, sobre a ditadura do Grande Irmão. É uma espécie de “novilíngua”, ou seja, a invenção de uma linguagem própria, no sentido único e exclusivo de confundir, ludibriar e manipular. Distorcer palavras, fatos, idéias, é um lugar comum da militância esquerdista atual. Não é por acaso que a manipulação descarada da linguagem gera uma confusão tão desastrosa de idéias na população, que são capazes de acatar qualquer abuso em nome de qualquer palavra oca. “Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força”, eis as palavras do Partido do Grande Irmão. De fato, no romance de George Orwell, a “novilíngua” era uma gramática do Partido totalitário, a fim de controlar, reduzir e empobrecer de tal maneira a linguagem, a tal ponto dos cidadãos responderem apenas por automação, as palavras de ordem do Partido, e serem impossibilitadas de pensar. A sociedade atual, repetindo jargões vazios e caindo nos estereótipos da esquerda, apenas reproduz, sem perceber, a linguagem do Partido único, em suma, a novilíngua do PT.

Uma boa parte da classe média e alta, envenenada pelo discurso confuso da justiça social, é tributada impiedosamente e empobrecida, enquanto acredita que está fazendo uma grande causa, que é seu suicídio. Essa classe média e alta ainda crê piamente que o liberalismo e o neoliberalismo são “malvados” e “fascistas” e o capitalismo é “desumano”, enquanto alimenta a crença infantil de um paternalismo estatal messiânico e salvador. O MST invade terras e saqueia fazendas, enquanto quem reage e se arma contra as invasões é apologista da violência. Aliás, no linguajar da novilíngua esquerdista, não existem “invasões”, mas “ocupações”. O governo tenta desarmar a população, com uma estupenda manipulação da imprensa servil, enquanto os bandidos estão aí firmes e soltos, com seus fuzis de primeira geração. E agora, insatisfeito com a fraude de desarmar velhinhas com seus trabucos enferrujados, quer desarmar o campo, colocando em risco a segurança dos fazendeiros, que serão presas fáceis para o MST. “Tudo pela paz”, naturalmente.


Não é de impressionar que o MST pregue a luta armada, a violência política e a destruição da democracia nos bastidores, enquanto condena publicamente quem denuncia isso. Ou quando o presidente Lula, chamando os jornalistas de “covardes”, por não aceitarem o controle da imprensa, e afirmando que viajou no Gabão porque queria aprender a ficar 37 anos no poder, seja mero acidente, mera tentação. Lula mostra um enorme desejo de ser ditador, porém, ainda lhe falta segurança pra isso. Alguns escrúpulos democráticos ainda sobram numa sociedade confusa e mentalmente vulnerável.

Aliás, o sonho do PT é uma ditadura, e a mudança repentina do partido para ganhar as eleições, é apenas uma miragem no deserto. Todavia, no eufemismo petista, a sua ditadura totalitária é apenas a “radicalização da democracia”, e o radicalismo comunista petista declarado é apenas coisa das Heloísas Helenas e Babás da vida, já que o socialismo, no “duplipensar” petista, aparentemente é coisa do passado. Na verdade, “radicalização da democracia” é o velho centralismo democrático leninista, tão bem reproduzido no expurgo simbólico dos petistas inconvenientes, cujo princípio só engana aos idiotas. Isso alimenta o mito da esquerda moderada “light” do PT e o fim do radicalismo, enquanto por baixo dos panos, o partido faz sua estratégia de concentração e partidarização do Estado. Curioso que o socialismo, uma ideologia aparentemente falecida, é o pensamento mais vivo nos meios culturais, universitários, educacionais, jornalísticos, com pouquíssimas exceções. O pior de tudo é que quase todo mundo é tão convencido do socialismo e de suas crenças obtusas, que por puro automatismo, ninguém mais se reconhece como socialista. O socialismo tomou as mentes de maneira rarefeita, quase imperceptível. O imaginário socialista é tão hegemônico, que qualquer questionamento pode se passar como um reacionário hidrófobo da pior espécie. Tornou-se verdade religiosa, unanimidade, a despeito de a realidade mostrar o contrário. O duplo pensamento esquerdista soube transformar as monstruosidades do socialismo em coisas belas e elevadas. Olga é a heroína stalinista, os guerrilheiros totalitários albaneses do Araguaia são paladinos da democracia e Che é o psicopata justo. E não é mera coincidência que os assassinatos sumários patrocinados pela esquerda, tinham o eufemismo de “justiçamento”. Do resto, as práticas do PT e seu discurso são quase todos, sem exceção, socialistas, no sentido mais autoritário e totalitário da palavra.

Eufemismos, eufemismos, eufemismos. Com uma imprensa chapa branca, um congresso nacional medíocre e acovardado, um judiciário inepto, uma intelectualidade servil e canina, e uma sociedade civil letárgica, além de um executivo cada vez mais centralizador de poder, através de um partido onipotente, nada há de se impedir de caminhar para a ditadura, para a servidão, se os escrúpulos democráticos sumirem. A sociedade precisa parar de mentir pra si mesma e ver de cara que o governo não tem tentações, mas intenções. A linguagem dupla do PT é isso: Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força. Esse é o lema de qualquer partido totalitário, e o PT, com seu duplipensar está para mostrar isso.

Leonardo Bruno

Belém, 18 de março de 2006

sexta-feira, março 17, 2006

Caricatura da intolerância.



Uma particularidade comum à época da Reforma Protestante é, muitas vezes desconhecida de muitos historiadores: as violentas caricaturas alusivas à figura do papa e da Igreja Católica. Uma delas nos parece bastante interessante: no fundo do desenho, aparecem três homens vestidos como mártires, segurando suas cruzes. No detalhe, seus seguintes nomes: Melanchton, Lutero e Calvino. No centro do desenho, uma besta gigantesca, representando o demônio, abre uma enorme boca, e dentro dela, engole o papa e toda sua corte do Vaticano. Mas há outras: em outro desenho, num prato da balança aparecem o papa e os sacramentos e símbolos da Igreja, enquanto no outro lado da balança, o peso da Bíblia. Quando medidos, a balança da Igreja parece leve demais, enquanto a Bíblia pesa tanto, a ponto de colocar o papa lá em cima. E ao lado, os reformados comparando o peso da balança, tiram a seguinte conclusão: a Igreja pesa menos, ou seja, não vale muita coisa, na opinião dos protestantes. Sem contar outras, alusivas a denúncia de torturas, execuções e perseguições dos católicos contra os protestantes.

Neste aspecto, os protestantes foram grandes satíricos de imagens caricaturais do catolicismo, inclusive, verdadeiros criadores de imagens exageradas, alusivos à inquisição e a própria cúpula da Igreja. Que algumas caricaturas possam aparentar ofensiva aos católicos, e embora os protestantes não fossem um poço de santidade e tolerância, a Igreja Católica, em parte, contribuiu para sua imagem de perseguidora e intolerante dos reformados.Se a Igreja não era poupada nos desenhos, que dirá da monarquia absolutista? O rei Luis XIV, “o Sol”, foi ridicularizado em várias caricaturas. Uma delas diz respeito às suas investidas amorosas: o rei, passando a mão na bunda das condessas e no seio das marquesas. Outras, alusivas às suas guerras caras e onerosas para a Franca. Em particular, uma moeda cunhada pelos detratores do rei, homenageava seus fracassos no campo de batalha: veni, vidi, sed non vici (vim, vi, mas não venci!). Não se fala aqui de uma sociedade democrática, mas de uma sociedade religiosa e cujos poderes monárquicos eram vistos em torno do sagrado.

Os protestantes não fugiam também das críticas. Em particular, a fama mais comum do protestantismo é o puritanismo hipócrita. Da mesma forma que um padre era visto como um mercador, a mesma fama pegou aos pastores protestantes. Raramente se poupou caricaturas de pastores desonestos e charlatões ou mesmo o mercantilismo das igrejas protestantes. As piadas entre católicos sobre os protestantes, além das provocações sobre as origens obscuras do luteranismo, são particularmente famosas. Mesmo assim, a sátira é muito mais velha do que se possa imaginar, e, em específico, as caricaturas refletem uma certa dose de humor do ridículo, que é denunciado pelo riso. É a velha máxima Ridendo Castigat mores (rindo-se, castigam-se os costumes).

Contudo, essa tradição libertária, marcante no ocidente, e também comum em alguns outros povos, está sendo ameaçada pela estupidez e pelo fanatismo. Algumas caricaturas de Maomé, relacionadas com os homens-bomba, publicados em jornais dinamarqueses, escandalizaram os islamitas, a ponto de provocar uma reação violenta e brutal do mundo islâmico contra a Dinamarca e o ocidente em geral. Os islâmicos destruíram várias embaixadas na Dinamarca e queimaram publicamente a bandeira do país, tudo para hostilizar uma charge que, malgrado a aparente ofensa, a reação foi desproporcional. O interessante da manifestação islâmica é a sua visível hipocrisia e a hostilidade, não tanto contra a Dinamarca, mas contra o ocidente como um todo. Tal pretexto surgiu para condenar, juntamente com as charges, a liberdade de expressão e a democracia no mundo ocidental, para justamente promover as tiranias islâmicas! Isto porque até agora ainda não se entende o porquê da relação de ódio contra Israel e Eua repetida a exaustão por causa das charges satíricas. A não ser, claro, que tais manifestações foram pretextos justamente para arregimentar o ódio antiocidental!

Na prática, os protestos serviram como um mecanismo de pressão e marketing dos lideres islâmicos, para agredir o ocidente. Serve, na prática, para perceber o quanto o poder islamita cada vez mais está dominando o mundo ocidental, já que líderes islâmicos podem decretar qualquer turbulência no mundo, ainda que alguns paises estejam fora de sua soberania. Quando um aiatolá iraniano decreta uma “sharia”, exortando o assassinato de um dissidente fora de sua soberania política, como o escritor Salman Rushde; quando o decreto de ímã islâmico pacifica uma comunidade árabe na França, à revelia dos próprios franceses; ou quando nações livres e democráticas como Dinamarca e Holanda são ameaçadas por uma comunidade estrangeira hostil, que vive às custas da democracia que os acolhe, e ao mesmo tempo adota precisamente as leis de uma nação estrangeira, em nome de uma visão deturpada de fé religiosa, mal se percebe que há um imperialismo político, que existe uma lei imposta acima da soberania das nações, pelas nações islâmicas. Muitos paises ocidentais e até o papa caíram no jogo de chantagem.


O islamismo moderno é tão visivelmente totalitário, que o Irã e alguns outros países islâmicos exigiram que a pobre e liberal Dinamarca pedisse desculpas pela “ofensa” aos símbolos religiosos do Islã, como se a imprensa dinamarquesa tivesse alguma ligação com o Estado dinamarquês. Em paises islâmicos, a imprensa é sempre a vontade do poder do Estado, ditador, do monarca ou do Aiatolá. Se for analisado pelo prisma das charges, além de elas serem inofensivas, ela retratam com uma certa ironia, a ligação criminosa que grupos muçulmanos fazem do Islã com o terrorismo. A crítica central das charges não é em si o islamismo, e sim o uso da religião com práticas terroristas. Quem pode negar uma certa dose de riso e denúncia ao uso do Islã, quando Maomé é visto com um pavio curto na cabeça? Ou quando Maomé, nas portas do céu, diz que faltam virgens para tantos mártires? Porém, o que espanta é a desproporção das manifestações islâmicas. Causam violências e ameaças por causa de umas caricaturas de Maomé, mas não vêem nada de errado que o próprio Maomé seja usado como justificativa para as práticas mais infames, mais cruéis e mais desumanas do terrorismo contra civis, principalmente crianças e mulheres. Ademais, as charges islâmicas são muito mais inofensivas do que as caricaturas publicadas em países islâmicos, a respeito dos judeus. As caricaturas antijudaicas retratam fielmente as sátiras nazistas anti-semitas da Alemanha dos anos 30, retratando o judeu de nariz adunco, capa preta, tal como os askenazes de língua iídiche.

Recentemente o Irã abriu concurso sobre charges relacionados ao holocausto judaico. A desproporção aqui é grosseira e desonesta: islâmicos podem debochar e ironizar a tragédia judaica, inclusive mentindo historicamente ao negar o holocausto, porém, caem na histeria insana quando são retratados como terroristas. Os islâmicos podem exigir respeitos exclusivos e diferenciados para sua fé, e, no entanto, são incapazes de respeitar a fé religiosa alheia, perseguindo cristãos e judeus em países muçulmanos, e, pasmem, em países de fé cristã e judaica! Os islâmicos podem mentir, manipular, oprimir, matar, em nome de suas crenças pervertidas. Em contrapartida, o ocidente não pode ver com maus olhos, as investidas dos muçulmanos, porque soaria discriminatório, coitadinhos! Os líderes islâmicos podem legalizar as formas mais injustas, mais opressivas e mais escabrosas de tirania, inclusive falsificar o uso do islã, porém, criminosa é a liberdade do ocidente. Virtuoso é o despotismo do mundo árabe, o terrorismo e o assassinato de civis inocentes, sejam eles cristãos, judeus e até islâmicos.

É lamentável que a pobre Dinamarca tenha ficado sozinha, num momento em que o ocidente deveria se unir para defender seus valores mais genuínos. Sem perceber, o ocidente mostrou sinal de fraqueza, titubeante diante de sua superioridade cultural contra o barbarismo do oriente. As investidas violentas do Islã não merecem respeito e tolerância, precisamente porque atentam contra o bom senso, a justiça elementar e contra a liberdade humana. O preço da liberdade é a eterna vigilância. O ocidente deve estar armado para os inimigos de sua liberdade e da liberdade humana em geral. A Dinamarca merece todo o apoio do mundo livre, sem o qual, é apenas o começo da ameaça a liberdade que o Islã representa! O jornal dinamarquês não ridicularizou o Islã. Os islâmicos atuais é que são as caricaturas de sua fé, as caricaturas da intolerância!

Leonardo Oliveira

Pará, em 17 de março de 2006.

quinta-feira, março 16, 2006

Burocracias absolutistas e iluminadas


Parece ser clichê comum a vários discursos encontrados entre intelectuais, militantes de movimentos sociais, a apologia da autoridade governamental como panacéia pronta para resolver “injustiças sociais” e institucionalizar o igualitarismo, seja ele de comportamento, de padrões ou de condutas. Parte-se de um pressuposto que, para se aplicar a justiça ou “corrigir” distorções de uma sociedade, deve haver um poder coercitivo superpoderoso, governado por uma suposta burocracia esclarecida, a fim de modelar o comportamento e a consciência dos indivíduos no sentido hipotético dessa “justiça”. Tais militâncias se crêem donas de alguma verdade iluminada, e exigem para si o direito de ditar os seus critérios particulares de idéias, à revelia da sociedade.

Todavia, o discurso demonstra algumas contradições visíveis: a verdadeira justiça não implica uma outorga de um poder superior clarividente, mas um reconhecimento óbvio daquilo que é merecido, dentro de um princípio de proporcionalidade de esforços individuais. E a igualdade não é uma padronização de condutas ou comportamentos, mas sim um reconhecimento comum de direitos, que se fazem diferenciados, de acordo com os méritos de cada um.


Há uma ligação tênue entre o discurso da justiça e o despotismo mais perverso. Em particular, nos dois últimos séculos de história ocidental, as piores tiranias e os piores ditadores exigiram poderes para si, em nome de encarnar uma autoridade justa e igualitária. Desde a guilhotina dos jacobinos, passando pelas matanças dos regimes comunistas e do extermínio nazista do povo judeu, todos se embasavam num conceito de justiça. Decepa-se a cabeça dos nobres porque eles são intrinsecamente maus e injustos, não são dignos da hipotética e linda sociedade justa e igualitária. Está se punindo judeus porque, além de serem uma raça indigna de se viver, são maldosos capitalistas exploradores do povo alemão. Os massacres na Rússia de Lênin e de Stalin encarnavam a “luta de classes”, em que os iluminados bolcheviques faziam justiça à “exploração dos proletários”, exterminando grupos sociais inteiros considerados desprezíveis porque são maléficos “burgueses”. O vazio retórico da justiça, na exigência cabal do poder é notório: em nome de um suposto discurso de justiça e igualdade, criam-se as mais monstruosas injustiças humanas e a mais gritante desigualdade, na instituição de monstruosos poderes absolutistas terrenos. A justiça, neste caso, não passa de estado caricatural do poder, no qual se escondem ressentimentos e ranços travestidos de moralidade punitiva. Na verdade, a indignação raivosa de tais grupos apenas camufla os sentimentos mais inferiores de ódio, inveja e vaidade, além de uma sede de poder.

A democracia não está isenta desse veneno do poder. Muito pelo contrário, as militâncias e as ideologias totalitárias são vivíssimas em certos setores que deviam combate-las. Em particular, nos meios universitários, intelectuais e educacionais, a idéia mesma de engenharia social, no sentido de moldar e manipular o comportamento humano é algo simplesmente febril, e, em alguns casos, predominante. Sem contar a imprensa, que é cheia de admiradores desse tipo. Não é por acaso que a indigência intelectual comumente encontrada nesses meios, é conseqüência lógica de tais ideologias tresloucadas. O pior é quando eles influenciam, ou mesmo determinam tais políticas na economia, na opinião publica ou mesmo nas leis. Tal situação diz respeito a uma ética distributivista e autoritária do governo, em querer controlar, ditar e determinar privilégios disfarçados por “direitos”. O governo, que devia ser o regulador da justiça, acaba por se tornar o distribuidor de regalias para uns e ônus para outros, como se o senso da justiça fosse uma concessão governamental arbitrária de um rei. Em nome dessa ética, o governo se intitula o paladino de várias atividades da vida social, desde a geração de riqueza, mercado de trabalho, até a educação, violando a liberdade e a igualdade legal entre os indivíduos. E por outro lado, a idéia mesma de “ajustar” as supostas desigualdades sociais pressupõe plenos poderes às burocracias iluminadas de nossas democracias, no aval de buscar as supostas finalidades ditas, “igualitárias”, embora aqui se crie a mais completa desigualdade de mando do poder do Estado sobre o indivíduo.


Um fato particular chama a atenção no congresso, no que diz respeito a uma das mais nefastas interferências na educação deste país: as cotas raciais para negros, índios e para estudantes de escola pública em universidades. Na lógica do governo, a criação de cotas visa diminuir as desigualdades econômicas entre as “raças” e entre os estudantes de escolas públicas, já que na crença do governo, os negros e os alunos de escola pública são pobres vitimas de nossa malvada sociedade desigual e capitalista. Para isso, justifica-se a criação de vagas privilegiadas para eles, em nome de uma suposta proporção de quadros negros e de alunos de escolas públicas na universidade. Por outro lado, alegam as “dividas históricas” da sociedade para com os negros, como é o caso da escravidão e outras mazelas históricas.


O curioso, senão trágico, é que em nome da igualdade de raças ou de classes, os parlamentares vão instituir uma legalidade racista, desigual e perniciosa. Os critérios de mérito, esforço pessoal e provas comuns aos alunos serão invalidados por questões alheias a eles, como raça, classe social ou educação escolar. A burocracia iluminada perverte o sentido da justiça, avaliando questões totalmente alheias ao esforço individual do aluno, discriminando-o por detalhes absurdos. O mais gritante de tudo isso, é que o conceito de justiça é esvaziado de sentido, já que o mérito não depende dos esforços de cada um, mas sim de uma outorga política para classes ou raças privilegiadas. Depende, em suma, de um absolutismo de poder do Estado ou de um grupo de burocratas iluminados, que se presumem julgar o que é justo ou injusto para alguém, seja para um grupo especifico, em detrimento de outros. Mais perverso é instituir um conceito de raça dentro de uma sociedade completamente mestiça e onde essas definições são totalmente evasivas. De fato, a burocracia iluminada, insatisfeita com a descoberta de uma sociedade mestiça, onde as definições raciais são confusas, criou uma comissão especializada em definir quem é racialmente apto a receber os privilégios raciais.

Será coincidência que tais atitudes vindas de uma universidade só foram comuns nas sociedades racistas, tais como a Alemanha Nazista, a segregação racial nos Eua e no apartheid da África do Sul ? Outra demência comum no discurso da burocracia estatal justiceira e iluminada é justificar a legalização racista das cotas, em nome de uma suposta divida histórica ou em nome de uma igualdade racial de quadros na universidade. Aqui se pergunta: divida histórica de quem com quem? Há implícito no discurso histórico das cotas, um ranço odiento contra a população branca, obrigada a aceitar as desigualdades legais, em nome de supostas culpas históricas. A expiação de culpas históricas justificou vários crimes contra grupos étnicos. Os judeus pagaram o preço de uma culpa histórica no passado, por serem os “assassinos de Cristo”, tanto quanto a expressão máxima desse ódio foi o Holocausto, na idéia de que os judeus fossem culpados coletivamente pela ruína do povo alemão.

Não será a mesma expiação de culpas que as cotas raciais querem impor aos brancos? Não é o raciocínio totalitário implícito da militância racista negra, de responsabilizar os brancos de hoje, que nada têm a ver com as tragédias da escravidão e dos males da população negra? Será mera coincidência que tais ideologias são importadas de grupos racistas negros norte-americanos? As justificativas para as cotas de escolas públicas partem de uma presunção estúpida de que só os alunos de escola do governo são pobres e, portanto, os alunos de escola privada, que são supostamente ricos, devem ser prejudicados e punidos. Na prática, o privilégio nada mais é do que uma desforra ressentida contra os supostos “ricos exploradores”, que passaram no vestibular, porque tiveram a educação que os supostos pobres da escola pública não possuíram. Se não bastasse a completa ignorância e despreparo intelectual das pessoas reunidas a criarem e defenderem esse tipo de argumento, já que existem alunos pobres nas escolas privadas, percebe-se a sublimação marxista de ódio às supostas classes ricas. Em outras palavras, o governo, discriminando pessoas não-negras e alunos de escola privada, está instituindo ódio racial e luta de classes.

Por outro lado, a idéia do Estado de realocar e categorizar pessoas por raças ou classes sociais em cargos ou funções, não lembra os regimes totalitários da Rússia Soviética, em que populações inteiras foram deportadas para regiões inóspitas, apenas para agradar ao governo? Agora, o governo, através de preconceitos raciais e sociais, quer ditar quem deve ou não deve exercer determinados cargos ou ocupações, à revelia dos esforços de cada um. Parte-se de uma crença de que os indivíduos são meros peões de tabuleiros moldáveis, manipuláveis aos agrados das burocracias, desejosas em modelar a sociedade de acordo com suas ideologias lunáticas. E que a justiça é mera concessão paternalista do poder.


Os efeitos, naturalmente, serão previsíveis. A educação universitária cairá de qualidade, precisamente porque os piores passarão na frente dos melhores. As escolas privadas, mais eficientes, serão prejudicadas pelas escolas públicas ruins e a tendência é da educação piorar como um todo. O governo, incapaz de melhorar a educação pública, criará uma monumental fraude educacional, empurrando pessoas despreparadas para as universidades e formando profissionais sem a menor competência. E o mais gritante: provavelmente uma legislação racista poderá estimular um ódio racial inexistente entre nossa população. O governo, inculcando a idéia de raça nos critérios de avaliação, gerando segregações e distinções grupais em termos legislativos, institucionais, educacionais, alimentará perversamente este processo.

Tal questão não se limita somente às escolas: há projetos de criar cotas até no mercado de trabalho, impondo distinções raciais entre trabalhadores. Sem contar a criação de escolas exclusivas para negros, subsidiadas por grupos racistas norte-americanos e com sólido incentivo estatal. Mas o governo brasileiro está acima do bem e do mal: ele criou até a famigerada Secretaria de Igualdade Racial, composta apenas por negros!


Porém, a burocracia iluminada, junto com a casta intelectual que a acolhe, não se contenta em determinar privilégios de raça ou de classe. Ela quer o poder econômico também, usurpá-lo de tal maneira, a ponto de controlar o ganha-pão, e para isso mesmo, ditar o comportamento e a alma dos indivíduos. Os projetos de “distribuição de renda”, como a carga tributária pesada que o cidadão comum está pagando, é apenas reflexo dessa classe que, em nome da igualdade, quer ter plenos poderes sobre a sociedade civil. A burocracia estatal faz uma mísera caridade com o dinheiro alheio, dando farelos aos pobres, enquanto concentra um poder político brutal sobre a população, empobrecendo-a como um todo, através de confiscos sistemáticos das suas rendas. Enquanto isso, uma boa parte desse dinheiro que é sugado do contribuinte, está enriquecendo os bolsos das burocracias voluntariosas, que presumindo o cidadão comum tal um idiota, prejulgam-se no direito de ditar como fazer com o seu dinheiro.

Eis o sonho desta nova classe burocrática totalitária que hoje influencia nossas democracias: regulamentar cada passo das vidas do cidadão comum, reduzindo-o a ovelha no pasto. Ela quer controlar o trabalho, os recursos, as idéias, os méritos, a cultura, a educação e as almas de toda uma sociedade. E como diria Dostoievski, são como os demônios, porque ao invés de estruturar a justiça, criam as piores iniqüidades, porque, no fundo, são moralmente perversos. Enfim, vieram pra matar, roubar a destruir.

Conde Loppeux de la Villanueva

16 de março de 2006

A banalização do mal

A televisão nos mostrou cenas estarrecedoras, que refletem o quanto vai mal este país: partidárias fanáticas da Via Camponesa, ligada ao MST, organizadas em ônibus fretados, na calada da noite, destruíram plantações de uma fábrica de celulose, a Aracruz, que fazia pesquisas com sementes de eucalipto, não poupando nem mesmo o laboratório de pesquisas. Tal como o demônio bíblico, vieram pra roubar, matar e destruir. O que espanta em tudo isto, é o lugar comum de um grupo totalitário afrontando a lei e o Estado de Direito Democrático, a ponto de não somente violá-lo, como ser premiado por isso. O governo Lula simplesmente é cúmplice, senão partícipe direto desses movimentos, já que os subsidia com o mesmo dinheiro público coletado das vitimas da violência do MST. Pior do que a violação da lei em si é a perversão moral intrínseca neste governo e mesmo da população, que embora rejeite veementemente estes ocorridos sórdidos, nada faz para manifestar contra esse estado de coisas. É uma espécie de princípio da banalização do mal, em que a perversidade, antes condenada, agora é aceita como regra. A moral não é inércia. E o povo, se não aceita, omite-se. . .

Nada mais indigno em nossos tempos do que este tipo de depravação moral. Pior do que a inversão das leis, pior do que a inversão dos governos é a indiferença moral às responsabilidades da conduta humana. As leis podem ser perversas, os governos podem ser injustos, mas se há a depravação da alma dos cidadãos, tudo estará perdido, porque qualquer poder injusto será legitimado. Eis aqui, uma leve descrição do que chamamos banalização do mal. Quando se vê as cenas de destruição gratuita de anos de pesquisa e trabalho de uma empresa, apenas movido por um ódio irracional e artificialmente conduzido por mentes perversas, percebe-se o quanto a sociedade deixou rebaixar sua alma ao nível do animalesco. O choro de uma cientista que amava seu trabalho útil à sociedade é contrariado pela voz fria, psicótica e cínica do líder do MST José Stédile, elogiando o ato de vandalismo, como se destruir anos de trabalho alheio fosse mero expediente burocrático, mero detalhe de sua ânsia maligna de poder. Porém, a provocação de Stédile é sinônimo de perfeita consciência de que o Estado está dominado por pessoas do tipo dele. O PT é o símbolo máximo do poder do MST. O aparelho burocrático está dominado por eles. E a sociedade civil, esvaziada de ação política, cada vez mais sente o fosso de se esvaziar moralmente.


Pela primeira vez na história do Brasil, vemos a banalização do mal. Um governo que vulgariza a corrupção, a violência, o vandalismo e a injustiça, além do relativismo moral e de tudo que há de inferior no ser humano, jogado a conta-gotas em escolas e universidades, ou mesmo na ação política e nas leis. A justiça é camuflagem para um sentimento de ódio, inveja, ressentimento e rancor. O discurso ético é para camuflar a mentira e a chantagem de um governo, que extorque a sociedade civil por métodos dos mais abomináveis. A moral é invertida: o que era antes bom, agora se torna mau e vice-versa. E o bom povo, acuado, amedrontado, vive em insegurança e lhe falta força.


Experiências desse tipo é que não faltam no século XX. Na Alemanha dos anos 20, a juventude nazista da SA quebrava vidraçaria de judeus e espancava dissidentes políticos nas ruas. Os universitários russos anarquistas do final do século XIX explodiam bombas em Moscou, matavam autoridades, czares e mesmo gente comum e ainda pregavam a destruição de toda sociedade e de toda moral familiar, em nome de sua causa revolucionária. A sociedade que estava para ser destruída subestimava esses delinqüentes e assassinos organizados. Riam de Hitler, ignoravam a força do mal em Lênin. Quando menos se esperava, a moralidade pública estava invertida e destruída, e os monstros estavam no poder. E todos eles impuseram o regime que o diabo quis na Terra. O raciocínio de Stédile e do PT é o mesmo ódio que motiva um Hitler ou Lênin: um ódio corrosivo, que destrói tudo o que vê, despreza tudo que é bom, inverte o bom senso elementar do homem para a tirania, a servidão e a morte. Se Stédile elogia o vandalismo odioso, mesquinho, hediondo de uma massa fanática, que dirá quando pessoas como ele estiverem no poder? O vandalismo poderá se tornar crimes piores, senão genocídio e assassinatos em massa! O crime se tornará lei, a perversidade se tornará regra! Tudo caminha para a destruição do Estado de Direito Democrático neste país.

O choro da cientista, que viu anos de sua inteligência, perícia, dedicação e amor à ciência jogados no chão do laboratório, é o choro que cada cidadão devia alimentar em sua consciência: o desprezo à injustiça, à perversidade moral e à crueldade do ser humano, sob quaisquer formas. É o que senti quando vi aquilo: um misto de mal estar e repúdio à indignidade, vilania e maldade daquelas mulheres “camponesas” com a consciência depravada e doente. Quem perdeu qualquer comoção ao ver aquilo, realmente está abaixo da dignidade humana. Sucumbiu à banalização do mal. . .

Conde Loppeux de la Villanueva

Em 12 de março de 2006

OI, EU SOU O CONDE

EU SOU O CONDE!
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