Eu estava passeando na faculdade de direito da Universidade Federal do Pará, quando me deparo com a praga politicamente correta, que a esquerda comunista, sem ter muito que fazer, está bombardeando nas searas jurídicas da universidade. Diz respeito à nova administração do centro acadêmico estudantil. Panfletos exaltando conceitos tribais da raça negra, dos índios, das mulheres, dos gays e toda sorte de frustrados e vitimizados pelo sistema capitalista, eram espalhados pela nova turminha que hoje se depara com o movimento estudantil. E claro, como não poderia deixar de ser, para cada classe de vitimas, havia uma classe de pestilentos malvados, “reacionários” que mereciam morrer: os machos, os brancos, a burguesia neoliberal, a religião cristã, os heterossexuais, enfim!
Acabei tendo um debate com uma feminista queima-sutiã, que estava publicando panfletos, a respeito desse tal "machismo". Não são aqueles debates sérios, mas sim aquelas conversas de botequim que se encontra muito comumente em centros acadêmicos ou corredores de faculdades. O texto dizia: “Machismo faz mal a libido sexual” ou alguma idiotice deste tipo.. .
Perguntei pra distinta dama do sexo frágil, se ela concordava com aquilo. E a mulher, boquirrota, respondeu que sim. Quando eu falei que discordava dela, e que na verdade a sociedade patriarcal, dentro de suas limitações protegeu a mulher de certos infortúnios, ela ficou completamente zangada.Jogar uma ducha de água fria neste povo que se vitimiza neuroticamente, sempre demonizando o macho malvado, chega a ser uma quebra dogmática da religiosidade permissiva dessas mulheres. Fui aos poucos, explicando que as mulheres lavando pratos por milênios estavam sendo poupadas de guerras, saques, genocídios, assaltos, roubos, estupros. E que até nos dias de hoje, quando um estuprador invade a casa de tão lindas donzelas feministas, a primeira pessoa a quem elas gritariam, seria o macho da casa, o pai, o irmão ou o esposo.
Então ela veio com uma pérola engraçada: afirmou que 70% da violência contra a mulher provêm dentro de casa, pelo pai ou marido. E eu, no meu humor terrivelmente sarcástico, respondi-lhe: - A senhora está afirmando que a maioria dos estupradores e agressores de mulheres nas cadeias são todos honrosos pais de família? E se isso for verdade, a senhora está nos dizendo que é mais seguro ficar com um estranho do que seu pai!
A mulher ficou mais ainda desconcertada. E começou a esbravejar afirmando que nossa sociedade "legitimava" o estupro, já que os maridos espancavam e abusavam de suas esposas e, inclusive, alguns pais abusam de filhas. Aí eu respondi: - O estupro é algo tão condenado, mas tão condenado em nossa sociedade, que até o bandido mata o estuprador na cadeia. E sabe por quê? Porque ele tem mãe, mulher, filha e irmã. E ela retrucou, remoendo-se: - E a violência sexual contra meninas pelos pais? E eu respondi: - Quem é que tolera isso, minha senhora? Se incesto já não é tolerado, que dirá da pedofilia? Cite-me um código penal que tolera isso? Não seria outra virtude maléfica da sociedade patriarcal, odiar estupradores?
Não adiantou. A mulher não se convenceu de que os homens não pensam tão “sexistamente” como ela. Ela acreditava piamente que na Idade Média havia delegacia da mulher. Ou que os homens sempre são personalidades maldosas, egoístas, brutais, que conspiram sempre historicamente contra a mulher. O homem, para ela, não é o homem, porém, uma imagem caricatural do homem, uma ficção depreciativa. A criatura ainda catalogou todos os “crimes” do macho: desde as inquisições que matavam bruxas até as guerras, que nas palavras dela, morriam mais fêmeas do que machos. Isso porque a menina ensimesmada calculou o número de milhões de mulheres mortas pela inquisição, um cálculo deficitário de mulheres capaz de fazer inveja a uma Europa contemporânea cada vez mais velha e com crescimento vegetativo negativo. Decerto, por esses cálculos, a Europa simplesmente não existiria em população. A inquisição mataria tantas criaturas do sexo feminino como a China de hoje. . .
.Não me conste que as mulheres fossem mais pensantes do que os homens para serem queimadas nas fogueiras santas da Igreja. E devia ser um senhor sufoco uma mulher ficar em casa cuidando das crianças e fazendo crochê, enquanto os homens estavam se matando e despedaçando num campo de batalha, caçando ou pegando na enxada. Porque para a menina, a divisão do trabalho doméstico é malvada, opressiva, machista e sexista. A maldade do homem é um imperativo categórico kantiano, um dogma. Femina locuta, causa finita, fêmea falou, causa cessou! Bom mesmo seria a mulher ser despedaçada e estuprada num campo de batalha, enquanto o homem fizesse crochê.
E aí a mulher começou a condenar os pôsteres de mulheres peladas. Em particular, aquelas gostosonas rabudas dos comerciais, que conseguem convencer o macho a encher a cara de cerveja (pra vocês verem como homem “machista” é bicho besta!). Dizia ela que aquilo "desvalorizava" a mulher. Claro, a desvalorização machista tinha aí uma pitada de critica anticapitalista. A mulher seria reduzida a mercadoria! Retruquei: - Ué? Vocês defendem o amor livre e desinteressado e ficam indignadas com a mulher objeto sexual? Ela falou: - Defendemos a mulher dona de sua sexualidade!
E respondi: - E ser dona de sua sexualidade não pode ser também a mulher querer se sentir objeto, até por uma fantasia? A mulher acaso não gosta de ser provocativa? Já que vocês condenam uma mulher expondo seu corpo pra vender uma cerveja, por acaso vocês também são contra a liberdade feminina de se prostituir?
A feminista, aborrecida, disse que era contrária a prostituição. E retruquei: - Você está me dizendo que é contra a liberdade da mulher em se prostituir? E aí, claro, a feminista colocou a culpa da prostituição no homem, já que os machos da sociedade patriarcal toleram a prostituição, mas não toleram a prostituta! Interessante essas damas feministas do belo sexo: pregam a liberdade sexual digna de uma prostituta e querem ser tratadas como puritanas evangélicas! E não me consta que algum pai de família tenha orgulho que sua filha seja meretriz. Vai entender!
Depois dessa, o mulherio ficou possesso de raiva comigo. E terminei dizendo: - No final das contas, vocês ainda pensam como mulheres patriarcais, do tempo de nossos avós.
Perdi muito ibope com um público feminino enragé. No entanto, a verdade ganhou! Veritas Odium Parit!
Leonardo Bruno
Belém Pará, em 22 de março de 2006