domingo, dezembro 27, 2009

Em uma mesa de bar. . .

Um amigo meu, produtor e diretor de teatro, convida-me a assistir a sua mais nova peça. É a história de um casalzinho, que depois de uma noitada de sexo, começa a se envolver e a se apaixonar, num enredo cômico. Depois do espetáculo, acompanhei-o, junto com outros amigos, até o Bar do Parque, um lugar decadente, mas que já teve seu glamour em outras épocas. É um ambiente muito pouco familiar: muitas prostitutas e travestis horrorosos, turistas, ripongas e também alguns mendigos, quase sempre bêbados, que infernizam as turmas da mesa de bar, pedindo cigarros ou alguns trocados para beber. Sob determinados aspectos lembra o Fórum Social Mundial. Contudo, também é o ponto de encontro dos artistas de Belém. Até porque esse lugar fica ao lado do suntuoso Teatro da Paz, defronte da Praça da República, relíquia do tempo da borracha.

Os artistas, em geral, são pessoas bastante despojadas, irreverentes, descompromissadas, boêmias. Para eles, os horários não existem, salvo na hora do espetáculo. Não há para eles algo como os dias e as noites. Os horários, por assim dizer, são desencontrados. Meus amigos artistas ora dormem de manhã, ora dormem de tarde, ora dormem de noite. Ou então ficam acordados de manhã, de tarde ou de noite. Não me espantaria se, de madrugada, ligassem pra minha casa só pra sair e trocar idéias. Salvo quando possuem algum outro oficio, as horas não existem para eles.

E numa dessas discussões da filosofia de botequim, pensávamos sobre essa coisa tão simples como sentar numa mesa de bar, entre grades de cerveja e horas a passar, falando de altos papos e fofocas sem fim dos outros. Essas regalias são um verdadeiro luxo, um privilégio, uma dádiva das nossas democracias. Dormir à hora que quiser, bebericar num bar, falar livremente, gesticular e filosofar numa mesa de bar é um capricho que só um sistema de liberdades permite. E assim meditávamos: - Neste mesmíssimo momento de quase madrugada, os norte-coreanos estariam no seu eterno toque de recolher, junto com os cubanos e os chineses!

A atriz da peça estava sentada ao meu lado e só achava graça de nossos comentários. O meu amigo ator é uma figura curiosa, sui generis, dentro dos padrões de sua classe: é um fervoroso, hidrófobo e incorrigível anticomunista. Por amar demais a liberdade, por crer que o espírito da liberdade está na alma individualista do artista e da própria arte, soaria intolerável para ele os controles exigidos por uma burocracia estatal iluminada. O coletivismo sufoca, esmaga a criatividade. Como dizia Nelson Rodrigues, no regime socialista ninguém é individuo, todo mundo é grupo, padrão, uma antipessoa. E como não devia deixar de ser, a unanimidade é burra!

No entanto, esse jeito polêmico de pensar causou alguns problemas a ele. Alguns atores e diretores esquerdistas, tomando conhecimento de suas tendências pró-liberais e capitalistas, começaram a fazer fofocas e mesmo estigmatizá-lo nos meios culturais belenenses. Tal como um patrulhamento ideológico comunista, os proxenetas vermelhóides, inclusive, exortavam a alguns conhecidos do meio artístico a evitá-lo ou simplesmente boicotá-lo.

Certos artistas, em nossa democracia, contraditoriamente, sonham com esse sistema estéril de controles governamentais policialescos e delações premiadas. Ou na pior das hipóteses, não percebem a monstruosidade que defendem. Nem por isso deixam de ser os idiotas úteis de sempre. O cantor Chico Buarque é o eterno defensor do tiranete do Caribe Fidel Castro, mas não deixa de beber o seu whisky e ter uma cobertura para o mar. O mesmo se aplica ao velhaco arquiteto Niemeyer, cuja riqueza é diretamente proporcional à sanha de stalinista psicótica e totalitária. Bertolt Brecht, um teatrólogo genial e patife notável, era também uma empregadinha doméstica de Stálin, junto com outro mentiroso compulsivo, mau caráter e artista notável, como o pintor Pablo Picasso. Todos eles, sem exceção, atacaram ou atacam o capitalismo, a burguesia e as próprias elites que os financiam. Nem por isso abandonaram as maravilhas do conforto burguês. É muito dinheiro capitalista para muito comunista!

Por falar em artes, comentávamos sobre filmes interessantes, que tocam na liberdade do artista. Recordei-me do filme alemão “Mephisto”, que falava da história de um ator que vendeu sua alma ao diabo ao aceitar o apoio monumental do Partido Nazista, ainda que o preço fosse a delação de amigos, a rejeição da namorada negra e mesmo a perseguição e matança de seus amigos atores e escritores judeus. Embora o tema seja o nazismo, a descrição se encaixaria perfeitamente a Bertolt Brecht: um indivíduo que apoiou os expurgos de Moscou, nos anos 30 e se debandou para a Alemanha Oriental, apoiando alegremente o regime do Muro de Berlim. Ele também se tornou o todo-poderoso das artes cênicas neste país, ditando ordens sobre artistas, scripts, cenógrafos e produtores, como se fosse uma miniatura de um tirano comunista no teatro. E como um membro da nomenklatura soviética, tinha certos luxos, como um carro próprio, casa bem confortável e até os direitos autorais sobre suas obras no mundo capitalista, com direito de receber salário em moeda conversível e abrir conta em bancos ocidentais. Essa realidade de luxo destoava da esmagadora maioria da população alemã oriental, que vivia em casas caindo aos pedaços, recebia comida racionada e levava tiro se pulasse o outro lado do Muro de Berlim.

Outro filme interessantíssimo surgiu em nossas conversas, que retratava a vida difícil dos livres pensadores da Alemanha Oriental: “A vida dos outros”. É a história de um agente da polícia política alemã, a STASI, que espionava os passos de um escritor de teatro. A namorada do teatrólogo, uma famosa atriz, foi obrigada a trabalhar como espiã para delatar amigos e companheiros, sob pena de nunca mais atuar. Isso é a morte para o artista. E foi de fato o que ocorreu: a mulher, desesperada, acaba se matando no final. A atriz do bar ficou chocada com a história.

Bertolt Brecht não está só nessa empreitada. O que há de artistas, professores e intelectuais defendendo a destruição das liberdades em geral é algo espantoso. Recentemente, uma turma de jornalistas esquerdistas se reuniu num evento em Brasília chamado Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), que supostamente se prestava a discutir “meios para a construção de direitos e da cidadania na era digital”. E o que esse povinho pregava? Em nome da “democratização” da imprensa, a estatização completa da imprensa e a destruição dos meios de comunicação privados. Em outras palavras, os jornalistas se reuniam justamente para destruir a liberdade de expressão e de imprensa e pregarem o controle total do governo sobre as opiniões que deveriam ser publicadas. Porém, os comunistas têm uma expressão típica de uma linguagem totalitária: o “controle social” da informação.

Na terra das liberdades, a obsessão dessa gente é o “controle”. Os jornalistas querem revogar o livre mercado dos jornais, pago pelos próprios leitores, para que o Estado subsidie e tenha completo domínio sobre a informação. Claro, as empresas privadas de comunicação são acusadas de servirem ao capital. O negócio mesmo é que sirvam ao “outro capital”, ou seja, a do próprio Estado, censurando, ditando e determinando o que a população deve ou não saber. Alguns militantes histéricos pediam o fechamento da Rede Globo ou de outras emissoras privadas, como que inspirados no tiranete sargentão da Venezuela, o ditador-presidente Hugo Chavez. O paradoxo da liberdade de imprensa é que essas idéias têm popularidade entre os jornalistas brasileiros. Os jornalistas não confiam nos seus leitores. Se bem que os (desin)formadores de opinião mintam um bocado para eles. E se pregam controle estatal em tudo, não é por acaso que a imprensa brasileira atual, infelizmente, já sente os braços do Estado, através de pesados subsídios governamentais para defender as opiniões e mentiras do governo. Por que os jornalistas, com essas boquinhas, pensariam diferente?

Entre os artistas, a situação é parecida. Na revolta contra a “ditadura do capital”, deve ser bastante dispendioso para certas pessoas procurarem patrocínios privados da comunidade, seja através de empresas ou de seus próprios espectadores. Melhor mesmo que o Estado pague previamente os espetáculos, à revelia dos contribuintes, ainda que para isso, o cidadão comum seja forçado a tirar o dinheiro do seu bolso por algo que não quer pagar. A estatal Embrafilme, a produtora dos filmes brasileiros, ainda passa pela memória quando o assunto é filme ruim. Os artistas e cineastas faziam a farra! E o povo odiava aquilo e não extraia um níquel sequer, salvo quando pagava os impostos! Se nos países totalitários, o artista é um capataz, um lacaio bovino do regime, nos países democráticos, quando recebe dinheiro público, é uma besta quadrada, um verdadeiro funcionário público!

Se bem que a eterna dependência do Estado não é vício somente de artistas e diretores de cinema. Alguns dos maiores empresários do país, beneficiados com os empréstimos do BNDES, deram uma dinheirama para fabricar o mito da história do Presidente Lula, financiando o seu filme “O Filho do Brasil”. Claro que isso foi o paraíso para os lacaios próximos do poder. É muito mais grotesco: o presidente aceita uma espécie indireta de suborno das empresas para futura troca de favores. No final das contas, o filme, messiânico, patético, cheio de mentiras bem elaboradas e fantasiosas, bem ao gosto do oficialismo estatal das artes, vai servir para a futura campanha da ministra terrorista Dilma Roussef à Presidência da República.

Não há como não se espantar com o presidente Lula: ele é um grande artista do fingimento, preparado para qualquer platéia! Dizem que chorou quando viu o filme sobre sua vida. Entretanto, é curioso como alguém seja capaz de chorar por uma biografia irreal de sua vida, por algo que não viveu. Isso lembra a cena de uma propaganda soviética, em que o tiranete da Geórgia, Josef Stálin, aparecia descendo dos céus, sobre os escombros de Berlim, aclamado por todos como o Messias da Rússia! Comenta-se que o próprio Stálin chorou pela cena fictícia. Qualquer semelhança não é mera coincidência!

Filosofar em uma mesa de bar continua sendo uma dádiva da liberdade. Há certos idiotas que não entendem isso. . .

sexta-feira, dezembro 25, 2009

In Hoc Signo Vinces!

Numa época de campanha anticristã para todos os lados do ocidente, já que o Leviatã estatal ameaça engolir a tudo e a todos, uma vez que deseja ser auto-idolatrado acima dos homens e, sobretudo, acima de Deus, o Natal nos exorta à reflexão de como a gloriosa fé cristã resiste bravamente contra aqueles que almejam destruir a transcendência na alma do povo e da civilização. A campanha ateísta não poupa os símbolos cristãos tradicionais: cruzes são vilipendiadas e arrancadas das repartições públicas, presépios são hostilizados e toda essa magia de beleza milenar da simbologia cristã é marginalizada da vida social, até o ponto em que os símbolos do Estado, tal como uma nova ordem totalitária, prevaleçam sobre tudo. Isso me recorda de uma cena na Alemanha Nazista: um jovem, membro da Juventude Hitlerista, que arranca um crucifixo de uma escola e o joga pela janela, dizendo, “fora judeu!”.


E, no entanto, em qualquer casa, em qualquer comércio, em qualquer entidade privada, como em qualquer cruzamento de rua, as cruzes, os presépios, as cenas do menino Jesus e os versículos do Evangelho são espalhados por todo lugar. Teatros são encenados, filmes são divulgados, e a despeito do Estado tomar uma política cada vez mais hostil às crenças religiosas do povo, a vitória da cruz é espantosamente massacrante, senão gloriosa.
Porém, essa resistência só é possível por conta dos laços privados que preservam a comunidade na tradição, na família e na propriedade. É a tradição que nos orienta para a fé verdadeira na religião cristã e nos conduz à moral virtuosa; é a família a nossa proteção maior nos laços de sangue, no amor e na amizade; a propriedade é a defesa daquilo que nos pertence e à nossa família, contra a usurpação do Estado ou de qualquer intruso particular. Sem a propriedade privada, jamais se teria a liberdade de preservar a fé cristã e exteriorizá-la, posto que tudo seria estatal, tudo seria laico. Se o Estado, dentro dos seus limites públicos, bane qualquer sentido de religiosidade, um Estado totalitário tentaria destruir a fé na esfera íntima, privada do povo, arruinando, com isso, a liberdade religiosa. Não teríamos ceias de Natal, presépios, nem símbolos religiosos, porque o “público” expulsaria e aniquilaria tudo.

Agora, neste momento, quando comemoramos o Natal, há pessoas que conspiram para esse fim. Conspiram para destruir a democracia, para destruir a Cristandade, cheios de ressentimentos no coração. Conspiram para bestializar o povo, transformá-lo num rebanho da religião civil que é o culto do Estado utópico e auto-divinizado. E onde imperam esses ideais monstruosos, os cristãos estão nas catacumbas, clandestinos, temerosos de sua vida, perseguidos por suas crenças. Na China e na Coréia do Norte, milhares, senão milhões, estão presos, encarcerados em gélidos campos de concentração ou são simplesmente torturados e mortos. Em Cuba não é diferente: desde a época da ascensão de Fidel Castro, o Natal simplesmente fora abolido, para depois ser apenas tolerado. Em algumas partes do mundo ocidental ainda se pode comemorar o Natal livremente, sem empecilhos. Mas apenas por enquanto. . .
Até no seio de nossas democracias há uma campanha de hostilidade maciça contra as festividades de Nosso Senhor. Na Europa, os laicistas, esquerdistas, comunistas, ateus e materialistas lutam massivamente para banir símbolos cristãos das repartições públicas e conseguem uma vitória arrasadora. A Europa decadente e covarde renega às suas origens, recusando-se a fazer qualquer menção ao cristianismo até na Constituição da UE. É o ódio irracional contra a sua própria gênese cultural. Em contrapartida, de forma vergonhosa,o velho continente rebaixa-se bovinamente ao Islã. Jamais a Europa cristã medieval, devota, piedosa e guerreira, defensora de sua fé e tradição, sonharia tanto com uma sociedade futura de homens frouxos e mulheres estéreis. Se é que isso tem futuro!
A expansão do Estado moderno é uma tragédia de dimensões assustadoras. Ela é uma ameaça à vida, à liberdade, à propriedade e à religião, uma vez que seu projeto almeja destruir todas essas esferas para imperar a tirania absoluta e total do governo. A grande maioria das pessoas parece não notar o perigo dessa expansão. O governo brasileiro, atualmente, trabalha para esse objetivo. Curiosamente, a Cristandade é o sinônimo cabal da resistência, da voluntariedade, da espontaneidade, da liberdade. Em cada Mãe de Deus espelhada com a figura do menino Jesus nas ruas, em cada Presépio retratando o nascimento do Deus-menino, em cada crucifixo que resiste imponente em uma repartição pública ou privada ou cada comunhão dos fiéis em suas Igrejas, a mensagem de Cristo permanece! O Natal, mais do que nunca, deve ser comemorado com todo o fervor das famílias, dos amigos e de todas as ligações afetivas que nos fazem pessoas dignas. Porque a luz do nascimento de Nosso Senhor está em nossos espíritos! E porque o signo da cruz nos céus vencerá os males terrenos!

Feliz Natal a todos!

sábado, dezembro 12, 2009

Círculo Libertatum - A Liberdade e seus inimigos - 28 de novembro de 2009.

O dono deste blog, junto com seu amigo Klauber Pires, articulista do site Mídia Sem Máscara e do blog Libertatum, apresentou, no auditório da UVA - Universidade do Vale do Acaraú - o filme The Soviet Story, de autoria do cineasta letão Edvins Snore. Com a temática "A liberdade e seus inimigos", apresentou a palestra "União Soviética: crimes, terror e repressão", falando sobre alguns aspectos dos 70 anos da história soviética. Klauber Pires entrou com sua valiosa contribuição, apresentando o assunto "Boliviarianismo e expansão comunista na América Latina", na qual falou a respeito das políticas comunistas do Foro de São Paulo e das ações das esquerdas latino-americanas na destruição das democracias.

Agradecemos a todos aqueles que ajudaram para a realização deste projeto, inclusive os leitores anônimos, que depositaram suas contribuições e deram crédito a nosso trabalho. Esse projeto só saiu do papel por conta da força deles. Nossa intenção, com esssa atividade, é esclarecer ao público sobre questões que são omitidas, não somente pela grande imprensa, como também pelos ambientes culturais e universitários. Abrir os olhos do público sobre a ameaça que paira sobre as liberdades civis e políticas e a alertar sobre seus inimigos, além do que, a pretensão de difundir novas idéias, são os objetivos desta empreitada.

Para quem quiser fazer novas contribuições ou patrocinar novos eventos culturais e históricos das atividades do Círculo Libertatum, favor depositar na Agência Bradesco nº 1396-0, Conta nº 1002301 ou então contacte-nos, através deste mesmo blog, mandando seu email, que responderei com prazer. Sua ajuda será de grande valia para nós!

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Mirisola sem camisola: ou medido na Balança Filizola

Meu querido amigo, o editor do Mídia Sem Máscara Edson Camargo, comentava a respeito de uma criatura estranha que escreveu impropérios sobre os evangélicos num site famoso e que foi citado no artigo de Júlio Severo. É um escritorzinho de lorotas, que pela infelicidade do destino ou por alguns conchavos da mass media, chegou a ter artigos publicados no site “Congresso em Foco”. Seu nome de batismo é Marcelo Mirisola. Parece que ele alimenta a fama escrevendo tolices para chamar atenção, tal como uma dondoca embonecada que usa quilos de maquiagem, por causa da velhice e da menopausa, para atrair os machos. Reitero: quando falo de batismo é por mera formalidade, já que esse notório espírito de porco não tem, no devido momento, condições morais para tamanha gravidade do sacramento cristão.


Seria cansativo catalogar os tumores existenciais por trás de um notório exibicionista que ainda não cresceu e cuja linguagem cheia de hipérboles não diz absolutamente nada. Hoje em dia é moda falar um monte de asneiras a um público cada vez mais imbecilizado e acostumado a ler tolices bizarras. O grosso do povo, no geral, pensa cada vez menos, age por empatia, por instinto ou automação. O pior é que essa doença não age apenas sobre a população, e sim nas elites intelectuais, que endossam os Mirisolas da vida. Quanto menos incompreensível a fala de quem escreve e quanto maior as asneiras ditas e consagradas, melhor sucesso terão os Mirisolas da vida, num país de soberba indigência intelectual. Falar mal dos cristãos, dos católicos, dos evangélicos, de Jesus Cristo, injuriá-los, e se apegar a picuinhas mesquinhas, são os lugares-comuns da atualidade. É a coisa mais fácil do mundo. Não há originalidade alguma nisso. Atacar uma sociedade cristã acuada, chantageada, caluniada, psicologicamente amedrontada, é apenas um ato de covardia, um ato de quem está do lado do mais forte. Corajosa é a atitude de Júlio Severo, que denuncia, ao risco de perder sua liberdade, as injustiças, perseguições e hostilidades que o povo cristão, seja católico e protestante, sofre, mesmo dentro das democracias. O poder, representado pela mídia, pelas universidades, pelas escolas, pelos setores culturais e mesmo pelo Estado, está nas mãos dos ateus, dos proxenetas, dos satanistas, dos anticristãos, dos comunistas. Isso explica o sucesso dos Mirisolas, cujas aberrações intelectuais são compatíveis com o espírito de uma época decadente.


Se o Sr. Mirisola saísse pela Parada Gay fantasiado de Carmem Miranda ao invés de escrever seus excrementos intelectuais, daria no mesmo, já que os níveis estão equiparados. Cronistas de qualidade, escritores reais, verdadeiros, autênticos, espíritos criativos, especulativos, indagadores, são criaturas em extinção neste país. Marginalizados pelo meio cultural, na imprensa, na mídia e mesmo nas universidades, as figuras de excelência, os bons homens, estão sendo eliminados, para dar lugares aos Mirisolas da vida, cuja ânsia exibicionista é digna dos travecos de camisola.


E o que é o Sr. Mirisola perto da Apologética Cristã, da Patrística, da Escolástica, das páginas literárias da bíblia e de todos os romances e escritos inspirados nessa tradição gloriosa que molda o ocidente desde sempre? É apenas um bicho-do-pé de Santo Tomás de Aquino. E um micróbio, perto de Jesus Cristo. Um dia, os textos do sujeitinho prepotente serão jogados na lata do lixo, junto com toda a literatura tosca do “Congresso em Foco”, e ainda discutiremos sobre Jesus Cristo, Santo Tomás e Agostinho até o final dos tempos! A grande obra do homem de camisola, a literatura do “Proibidão”, será literalmente proibida por questões de sanidade mental.

Mais assustadora, contudo, é a resposta protocolar que o diretor do “Congresso em Foco”, o Sr. Sylvio Costa, deu ao “Mídia Sem Máscara”, em resposta ao artigo de Julio Severo. Ele diz, com aquele papinho politicamente correto típico dos cagões: “O ‘Congresso em Foco’ é um veículo pluralista, sem que a opinião destes possa ser confundida com o pensamento do próprio site”. Com certeza esse papinho “pluralista” jamais seria concedido aos evangélicos atacados como Júlio Severo. O “pluralismo”, por assim dizer, serve para criaturas neuróticas com menopausa como o Sr. Mirisola. O Sr. Sylvio Costa é, naturalmente, como publicador de textos, um cara desfocado, que precisa urgentemente de óculos escuros e de um canil!


Contudo, o que me espanta é a carência de discernimento intelectual deste cidadão que é diretor de um site que diz focalizar a notícia. Permitir a publicação de textinhos vagabundos, mentirosos e cretinos de uma criatura desajustada é uma prova viva de profundo mau gosto. Ao menos o Sr. Sylvio deveria assumir as cretinices que permite publicar, já que demonstra simpatias pelas idéias do rufião de camisola.
Por falar em camisola, é uma grossa sacanagem colocarem um sobrenome tão sugestivo numa pessoa. Até no registro público, tiraram sarro com o espírito de porco! Confesso, quando ouvi o sobrenome Mirisola, lembrei-me de um filme de terror. O Mirisola, sem camisola, está nu, como o zumbi da meia-noite. Ainda que o cérebro não pese nem mesmo na balança Filizola!


quarta-feira, dezembro 02, 2009

Cesare Batistti, o psicopata.


O parecer do Supremo Tribunal Federal, que por maioria de votos, considerou válida a extradição do terrorista foragido da polícia italiana, Cesare Batistti, foi a vitória de Pirro da justiça brasileira. Como se sabe, nos anos 70, esse sujeito participava de um grupo de extrema-esquerda “Proletários Armados pelo Comunismo” e dentre suas realizações, foi responsável por quatro assassinatos em seu país. Batistti fugiu para o Brasil. E como o governo Lula é um covil de bajulação ao terrorismo e ao totalitarismo, ao arrepio da perspectiva do Supremo e de demais órgãos governamentais, que davam como certa sua extradição, tentou vetar o processo, dando estatuto de “refugiado político” ao assassino.

O Ministro da Justiça Tarso Genro foi o pivô do qüiproquó jurídico ao dar esse status a um criminoso comum. O mesmo zelo não foi aplicado aos pugilistas cubanos foragidos da ditadura de Fidel Castro, cujo único crime foi discordar do governo e pedir asilo político. No Brasil de Lula e de Genro, dissidentes políticos de verdade são deportados para as ditaduras e criminosos comuns com viés ideológico comunista são protegidos de leis e julgamentos de nossas democracias. O Partido Comunista e demais partidos de esquerda não esconderam as simpatias pelo assassino italiano, reunindo-se alegremente com o terrorista numa foto indecente, típica da solidariedade mais bovina e patética das mentalidades totalitárias.

Por que a vitória de Pirro da lei e do judiciário? Numa medida esdrúxula, desnecessária e estúpida, o STF acabou por se contradizer e relativizar sua opinião, ao passar ao Presidente Lula o poder de extraditar ou não o terrorista. Ou seja, o próprio STF colocou em xeque sua opinião e deu plenos poderes a uma parte julgada no processo de decidir pelo imbróglio. Na prática, a decisão do Supremo foi inútil, já que o próprio Executivo, causador da controvérsia legal, pode contradizer a opinião do Supremo. Os juízes consideraram ilegal a decisão do governo e deram o direito do mesmo de decidir pela ilegalidade, se quiser. Se a decisão foi tendenciosa ou não, na realidade foi um caso sério de esquizofrenia legal!

Isso é grave, porque deixa ao sistema legal uma margem completa de insegurança jurídica, já que o Supremo, que é o responsável definitivo pelas controvérsias legais do país, reverteu ao próprio Executivo, que foi o causador da pendenga, o direito de decidir previamente, aos seus caprichos ideológicos, sobre um julgado que até então pertencia anteriormente ao próprio Supremo. Criou um precedente legal em que o próprio executivo pode desobedecer qualquer decisão do Supremo. O Tribunal acabou por renunciar ao seu próprio direito de julgar e lavou suas mãos num caso que poderia ter resolvido peremptoriamente. É pior, o governo pode desobedecer a determinação do Supremo, já que permitiu a decisão de invalidar seu próprio parecer. Ou seja, o Supremo já não é mais supremo!
Se não bastasse esse vexame jurídico, essa extravagância jurídica, os acólitos do terrorista Cesare Batistti foram beneficiados pela exceção governamental. Era aquilo que Lula e Tarso Genro pediram ao diabo. E o que começou com uma tragédia italiana, acabou virando farsa brasileira. Foi uma vitória do governo brasileiro sobre o judiciário.

O cinismo chegou ao ponto máximo quando o próprio terrorista enviou uma carta ao Presidente Lula e ao “povo brasileiro”. A mensagem é chocante, pois revela muita da psicologia doentia do assassino italiano. Eis alguns trechos que cabem comentar:

“Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós podem sinceramente dizer que nunca desejaram afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo”.

O raciocínio acima é digno de mentes patológicas como a de Hitler ou Stálin. Em nome de um futuro hipotético da humanidade linda e utópica, o Sr. Batistti se acha no direito de matar pessoas inocentes e destruir as liberdades de seu país. Ainda se acha redimido pelo “processo histórico”, um argumento digno do catecismo terrorista Netchiaev, que faz da história, uma justificativa de isenção moral. É normal que, do ponto de vista histórico”, o Sr. Batistti nos revele muito de seu caráter distorcido. A moralidade é apenas uma perspectiva utilitária da tomada do poder. É aquilo que Trotsky chamaria de a “nossa” moral contra a moral “deles”: a moral do revolucionário psicopata contra a moral “burguesa” vigente. Ele defende os mais atrozes regimes políticos, comete os piores crimes, mas, ainda assim, acha-se o paladino da justiça, capaz, literalmente, de “justiçar” pessoas consideradas inconvenientes. E se acha um poético sonhador. Alguém, com toda razão, chamaria isso de paralaxe cognitiva, a dissociação completa entre discurso e realidade. Eu chamaria isso de loucura. . .

“Entretanto, freqüentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida”.

Mais outra mentira de um doente. Batistti não sacrificou a própria vida. Sacrificou sim, a vida dos outros.

“A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as relações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muito exilados”.

Além de psicopata, o Sr. Batistti é um mentiroso compulsivo. Quem o lê crê que ele lutava contra um regime opressor. Na verdade, o italiano lutava para instaurar um regime opressor e destruir a democracia italiana. A inversão cognitiva da realidade é clara e cristalina.

“Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!”

Ah sim, claro, os sonhos de matar continuam. A revolução não pode parar por conta desses meros infortúnios! Que linda revolução que extermina milhões de pessoas! Que linda revolução que justifica o assassinato de quatro inocentes na Itália!

“Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram alcançadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia”.

A mentira aí chega às raias da demência. Se a Itália tem “conquistas sociais”, deva-se justamente à democracia combatida por Cesare Batistti e não aos seus crimes comuns em nome de causas políticas totalitárias. Deva-se, justamente a democratas liberais sinceros como o católico De Gasperi e a democracia cristã, que derrotaram os comunistas italianos nas eleições de 1947 e não assassinos que conspiravam contra as democracias, matando cidadãos inocentes, em plena vigência do Estado democrático, nos anos 70. Se dependesse de comunistas como Batistti, a Itália seria um satélite do regime de terror de Stálin ou de qualquer outra tirania totalitária.

“Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum(...)”

Matar pessoas e fazer terrorismo, para Batistti, é fazer “ativismo político”. E o pior é que o Palácio do Planalto corrobora com as afirmações dele.

“E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político”.

Eu duvido muito que um assassino covarde como Cesare Batistti faça isso. Se morresse de fome, faria um grande bem à humanidade.

“Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos”.

O carrasco fazendo papel de vítima? Que inversão de valores! O nazista também se acreditava vítima matando milhões de judeus. Tudo pelo bem da humanidade, claro!

“Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver”.

Pelo jeito, o sr. Batistti não usa óculos. Para ele, as pessoas normais estão cegas. Ele é o cego que acha que vê!

“A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!”.

O recado é simples: ele diz “façam como eu, conspirem contra a democracia, e em caso de dúvida, matem à vontade, porque voces serão redimidos pela história, já que vão controlar o futuro!”.

“Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade”.

Guerra contra quem, pigmeu? Depois que li esta carta, eu me convenci de que Cesare Batistti é uma pessoa doente, um psicopata perigoso, passível de ser internado em algum manicômio judiciário, junto com o Maníaco do Parque e o Pedrinho Matador. O pior de tudo é que há psicopatas em Brasília que colaboram com ele e estão no poder. Os psicopatas estão governando o país. Só falta internar os normais no manicômio. . .

sábado, novembro 14, 2009

Para o público Paraense- Palestra - Dia 28 de novembro de 2009 - UVA.

CINE HISTÓRIA – LIBERTATUM
APRESENTA A SESSÃO DE CINEMA “A LIBERDADE E SEUS INIMIGOS”

THE SOVIET STORY

Um filme documentário realizado pelo cineasta e cientista político da Letônia, Edwin Snore, que mostra como a União Soviética ajudou a Alemanha Nazista a causar a Segunda Guerra Mundial e a provocar o holocausto contra os judeus da Europa. Acrescenta ainda os crimes soviéticos contra a humanidade e contra seu próprio povo numa escala industrial, através da arma da fome e das deportações em massa para os campos de concentração. Sublinha as semelhantes entre a Alemanha nazista e Rússia soviética e a como procedeu a ajuda mútua entre os dos sistemas totalitários. Termina com uma conclusão de como a Europa atual carece de vontade para condenar os crimes comunistas contra a humanidade, em parte, ainda pela pressão política da atual Rússia.
O diretor e produtor do filme Edwin Snore passou 10 anos coletando informações e dois anos filmando em vários países. Entre os entrevistados no filme estão historiadores ocidentais, como Norman Davies, Nicolas Werth (um dos autores do consagrado Livro Negro do Comunismo) e autores russos, como Boris Solokov, o escritor Viktor Suvorov, o dissidente soviético Vladmir Burovski, além de membros do Parlamento Europeu e vítimas do terror soviético.

Local: Auditório da UVA- Universidade do Acaraú – IDEPA, Tavessa do Chaco, nº 1909 , entre a Av. 25 de setembro e Duque de Caxias.

Data: Sábado, 28 de novembro de 2009, às 16:00.

Depois do filme, haverá palestras sobre o tema.

“União Soviética: crimes, terror, repressão”.

Palestrante- Leonardo Bruno Oliveira, advogado, aluno de licenciatura em história pela UVA. Publica artigos no blog do Conde Loppeux de La Villanueva e é cronista do site Mídia sem Máscara.

Bolivarianismo e Foro de São Paulo: a expansão comunista na América Latina ”

Palestrante: Klauber Kristofen Pires – Estudante de direito e funcionário público da Receita Federal- Membro do Instituto “Farol da Democracia Representativa” e também publica artigos no blog Libertatum e no Mídia sem Máscara.

Entrada Franca!





quarta-feira, novembro 11, 2009

Minhas lembranças do Muro de Vergonha: presságios da liberdade na Europa. Freiheit Berlin!

Eu tinha apenas doze anos em 1989. Era o dilema da Guerra Fria, da ameaça nuclear, dos destinos do mundo dividido entre dois sistemas radicalmente contrastantes, numa época de extremos políticos. O país engatinhava em sua primeira eleição presidencial, depois de vinte anos de ressaca ditatorial do regime militar, isto, numa realidade de destinos políticos incertos. A frágil democracia, renascida tal como fênix das cinzas, era uma muralha de incertezas como o próprio mundo, quando uma inflação devastava uma economia nacional em frangalhos. Lembro-me das opiniões de alguns dos meus professores de história ou geografia. Uma boa parte, formada pelos cânones marxistas das universidades públicas, repassava as maravilhas das “democracias populares” de Cuba e da União Soviética, em elogios rasgados da ditadura do proletariado no poder. Em contrapartida, eles adoravam criticar a democracia constitucional e capitalista do Ocidente, tachada de “ditadura burguesa”. Se para os professores, vivíamos numa ditadura, a explicação de todo mal da exploração estava na mais-valia, na suposta escravidão dos trabalhadores pelo empresariado, enquanto as liberdades civis e individuais eram o “fetiche” e a ilusão da sociedade capitalista.


Quando se criticava a ditadura do Partido Comunista e as perseguições políticas em massa do regime, os professores se limitavam a dizer que era “preconceito burguês” ou “mentirosa propaganda capitalista”. Em suma, muitos professores não eram educadores, mas doutrinadores, militantes, objetivando “fazer a cabeça” dos alunos, numa espécie sutil de lavagem cerebral (como muitos, aliás, o fazem hoje). Dentre todo esse agitprop, uma professora escapava desse lugar-comum, uma distinta conservadora evangélica que contava a história do Brasil sem as chatices tecnocratas dos pseudo-dialéticos marxistas. Ela contava história como se contava realmente uma história de pessoas vivas, de carne e osso, e não de sistemas impessoais e extravagâncias de forças abstratas.


Contudo, no meio de elogios comunistas, aquela ladainha não me convenceu. Não que eu entendesse de marxismo-leninismo ou de capitalismo. Não que eu entendesse de mais-valia ou de baixa tendencial do lucro. Porém, achava estranho um regime de partido único ser democrático. Ou, no mais, um sistema em que não existia liberdade política, religiosa ou oposição livre. Todavia, estranhos eram os comunistas me explicarem o porquê de um regime tão maravilhoso possuir um muro que proibisse seus cidadãos de se locomoverem em seu próprio país ou sair dele. Era pior, eles não tinham liberdade nem mesmo de se locomoverem em sua própria cidade. Este muro, como se sabe, era o famoso “Muro de Berlim”, onde a pobre cidade foi praticamente dividida ao meio, onde os bairros de uma mesma cidade e nação eram dois países diferentes, onde famílias inteiras de alemães foram separadas por décadas. Inexplicável é a permissão que os soldados tinham para atirar em seus próprios cidadãos se estes pulassem o muro. É espantoso como um regime tão lindo, tão democrático e tão maravilhoso ameaçava ficar só, já que se a população tivesse um mínimo de liberdade, fugiria em massa do paraíso para o inferno capitalista. O ditador comunista de plantão ainda declarava que o muro duraria “mais cem anos”.


Contudo, os professores diziam que eram “movimentos reacionários de sabotadores”, as manifestações isoladas de pobres civis vítimas do regime totalitário. Ou a explicação curiosa, eivada de estupro contra o raciocínio lógico, repassada pelos professores, de que nos países comunistas, a imprensa e os sindicatos não eram livres, porque nenhum povo pode ser contra o seu próprio governo. Ou que o proletariado não poderia ser contra a sua própria representação estatal de classe. Em outras palavras, o “povo estava no poder”. Se atualmente todo marxista diz que o stalinismo corrompeu a memória socialista, alguns fanáticos de 1989 diziam que as atrocidades stalinistas foram invencionices causadas pelos membros “revisionistas” do Partido e que Mikhail Gorbatchev estava traindo as idéias leninistas. Glasnost e Perestroika eram sinônimas de “revisionismo burguês”, nas fileiras de alguns setores do Partido Comunista. Malgrado isso, contrastando com a União soviética, alguns professores achavam que o modelo político mais próximo da realidade brasileira seria a implantação do socialismo “científico” albanês ou cubano.


Quando se tocava no assunto sobre a Primavera de Praga, os professores comunistas endossavam com uma candura estranha, as investidas dos tanques soviéticos sobre civis tchecos desarmados, que apenas pediam liberdade política e de pensamento. Esses mesmíssimos cães de guarda da tirania totalitária esbravejaram hipocritamente contra os “porões” da ditadura militar brasileira. Na boca de muitos deles, Stálin era o guia genial dos povos, o sanguinário Mao Tse Tung era retratado como “filósofo” e “poeta” e o demagogo facínora Fidel Castro, o libertador da América Latina. Pode-se dizer que naqueles tempos o patrulhamento ideológico era mais direto, declarado, dogmático, sectário. Qualquer oposição aos dogmas deles era caso de fuzilamento sumário. O pobre aluno seria estigmatizado dentro dos piores chavões possíveis: “reacionário”, “fascista”, “pequeno burguês”, “inimigo do povo”, etc. E naquela redoma de ideologias e idéias histriônicas, eu era talvez um desses alunos opositores, às vezes tachado de “conservador” e “burguês”. Se isso era todo o ideal da esquerda universitária, representada pelos professores, o seu candidato à Presidência da República era um sapo barbudo que esbravejava contra a “desigualdade social”, o FMI, o “imperialismo norte-americano”, ao mesmo tempo em que reafirmava a utopia socialista. Não nos moldes soviéticos, mas nos moldes cubanos, o que dava no mesmo. Hoje, o sapo barbudo, depois de muita insistência, é presidente da república. Continua a beijar a mão do seu ídolo Fidel Castro e agora, do novo tiranete do momento, Hugo Chavez.


Um evento inédito, porém, acabou por surpreender os falsos sonhadores e os incautos ilusionistas. O povo da Alemanha Oriental espontaneamente subiu ao muro e enfrentou pacificamente a polícia fronteiriça. O regime mandou atirar nos manifestantes, mas os próprios policiais nada fizeram, e alguns aderiram à rebelião pacífica. Os que eram alguns, tornaram-se muitos, e o muro que dividia o despotismo da liberdade, o “muro da vergonha”, foi tomado pela multidão, que chorava pela crença na liberdade. Aos poucos, flâmulas alemãs jorravam nas mãos dos manifestantes e o símbolo comunista era rasgado da bandeira.

Cidadãos aos montes atacavam a golpes de marreta a muralha, como que desforrando seu desprezo ao regime, e os pedaços do muro eram catados como souvenir de um passado oneroso ou de um fetiche glorioso de desafio a tirania. Era a queda do muro de Berlim. Era a queda do comunismo. Quando vi aquelas cenas, eu, que infelizmente não acreditava em Papai Noel, e felizmente tampouco cria nos meus professores, sorria maliciosamente, sadicamente. Toda aquela ladainha que meus professores pregavam caiu por terra, tal como cartas ao vento, tal como o próprio muro. Sorria maliciosamente da desmoralização de personalidades arrogantes, de muitos choros de desolação e ranger de dentes de raiva de pretensos intelectuais fundamentalistas e donos da verdade, ao revelar que eram, na prática, servos da mentira. A máscara havia caído.


De fato, a “propaganda capitalista” de denúncia ao regime falava a verdade, enquanto os professores mentiam para os outros e para si próprios; as “democracias populares” revelaram-se cruentas ditaduras; o “povo no poder” era, na realidade, uma burocracia autocrática no poder; os sábios ditadores e guias geniais eram criminosos de guerra em tempos de paz; e se a “liberdade burguesa” era “fetichista”, a liberdade comunista era vigiada e sufocada. Eram ventanias que jogavam as cartas de baralho das mentiras mal intencionadas, ocultadas por trás do muro. Eram ventanias da liberdade, que derrubavam os muros da opressão, que mobilizavam os povos contra a tirania. Ventanias que chegavam à Tchecoslováquia, Polônia, Romênia, Bulgária, Hungria e todo o Leste Europeu. E sobre o cadáver do muro da vergonha e do Partido Comunista, defronte do Portão de Brandenburgo, a música de Beethoven soava a palavra daqueles tempos imemoriais, em uma Alemanha unida pela liberdade e pela democracia: Freiheit, freiheit Berlin!

P.s: Quem quiser ver mais a respeito do Muro de Berlim, clique aqui, no site Realismo Socialista.



quarta-feira, novembro 04, 2009

Um Projeto cultural liberal-conservador em pauta.


Caríssimo leitor do blog do Conde Loppeux de La Villanueva e do Mídia sem Máscara.

Estou desenvolvendo um projeto cultural aqui na minha cidade de Belém do Pará, junto com meu amigo Klauber Cristofens Pires, escritor do blog Libertatum e do Mídia sem Máscara, a respeito de lançar uma programação de cinemateca de temática anti-totalitária para o curso de licenciatura em história, onde faço faculdade. O nome deste trabalho será “A LIBERDADE E SEUS INIMIGOS” e a programação é a apresentação de filmes e, posteriormente, um círculo de palestras sobre os temas, em particular, os perigos das ideologias e sistemas totalitários e as atrocidades que estes causaram no século XX. A intenção principal é esclarecer os alunos de história e outras demais faculdades a respeito de questões controversas do século XX e que são muitas vezes omitidas pela inteligentsia esquerdista nas universidades e escolas. Quero abordar temas que são muitas vezes eivadas de mitos e falácias ideológicas, como o nazismo, o comunismo, o socialismo, o marxismo e desfazer as mentiras históricas que são contadas e repetidas, muitas vezes por professores e acadêmicos. Eu e o Klauber Pires seremos os palestrantes.


Pretendo com isso, apresentar um material de filmes e documentários para um público de maior envergadura, em particular, aos universitários que necessitam de idéias e notícias novas, para busca de quadros para um movimento cultural liberal-conservador aqui no Pará. E também a disseminação do ideal liberal-conservador, no que diz respeito à defesa do livre mercado, da cultura judeu-cristã, do Estado Democrático de Direito e das liberdades individuais, civis, econômicas e políticas.



O primeiro filme que quero lançar é o documentário letão The Soviet Story, que fala das atrocidades do regime soviético e de suas ligações com o regime da Alemanha Nazista. Desejo que esse filme seja lançado entre final de novembro ou início de dezembro de 2009, aqui em Belém, de preferência, no auditório da minha própria universidade.



Tenho tido um relativo gasto na compra e seleção de filmes, além de material bibliográfico para ser divulgado ao público assistente, sem contar que há o custo do auditório e de cartazes para a divulgação do projeto. Todavia, tudo se esbarra no orçamento, uma vez que os custos não são nada baratos. Por outro lado, tentei buscar patrocínio da minha própria universidade, sem muito resultado. Enfrentei uma burocracia temerosa de um projeto de alto risco. E algumas sugestões, como o convite de outros professores que nada tinham a ver com o projeto, não me agradaram. A grande maioria falaria apenas os lugares-comuns que o público está acostumado a ouvir. Chega de doutrinação comunista. Vamos falar a verdade!



Desse modo, gostaria de solicitar aos caros leitores desse blog se pudessem fazer doações para que este projeto seja realizado. Qualquer valor a ser doado será bem vindo. Inclusive, se qualquer empresa quiser financiar o projeto, anunciaremos, a título de marketing, os patrocinadores ao público. Quem quiser participar também na questão cultural ou dar sugestões, também serão aceitos.



O nº da conta para doações é Agência Bradesco São Brás 1396 -0, conta 1002301- 7, Belém Pará. Por favor, antes de qualquer depósito, contate-nos, para saber quem são os doadores, deixando seu email no blog do Conde Loppeux de La Villanueva, para que possamos esclarecer em mais detalhes esse projeto, de forma transparente, uma vez que este trabalho é sério. Eu responderei a todos os emails. Sua ajuda será muito proveitosa para nós.



Também gostaria, desde já, que o público paraense ou de fora simpático a nossas idéias compareça a nossos filmes e palestras, quando este projeto sair do papel.

Mui respeitosamente
Leonardo Bruno, Conde Loppeux de La Villanueva.





terça-feira, outubro 20, 2009

Os nobéis ignóbeis.


Ainda me pergunto o porquê dos suecos terem dado o Prêmio Nobel da Paz ao Sr. Barack Obama. Nas palavras deles, os critérios de avaliação foram "a importância especial da visão e do trabalho de Obama para um mundo sem armas nucleares" e o "novo ambiente na política internacional". Eu não nego meu estupor em ouvir essas justificativas, se bem que os resultados da Academia Sueca, pelo seu histórico nebuloso, não são totalmente supreeendentes. A paz, para os suecos, não é uma circunstância, um estado de equilíbrio em acordos diplomáticos e militares concretos; é um emaranhado de palavras vazias cheias de boas intenções. Será o frio da Suécia que causa isso? Os filmes chatíssimos de Ingmar Bergman? Ou será o esquerdismo gélido e insosso da social-democracia sueca, que na carência de revoluções internas violentas, quer fazer revolução totalitária na casa dos outros? O social-democrata é o comunista chique, o comunista light. Sua ligação com os movimentos revolucionários chega a ser algo masoquista: o social-democrata está para o comunista, assim como a mulher sexualmente reprimida está para a prostituta. Uma inveja a outra.

O Sr. Obama, decerto, não quer ver o mundo sem armas nucleares; quer que os Eua se desarmem unilateralmente, para ser alvo fácil de seus inimigos comunistas e islâmicos. O presidente americano criou um “novo ambiente”: um ambiente em que os totalitários de todos os matizes podem atacar o ocidente à vontade, já que sabem que os Eua estão sendo governados por um líder fraco e pusilânime. Se não bastasse a farsa política que se tornou o Nobel, até o nome da fiel defensora das Farc, Piedad Córdoba, foi cogitado para o prêmio. Ou seja, os suecos estão premiando como “pacifistas” até narcotraficantes e terroristas. Dentro dessa lista privilegiada de facínoras, Fidel Castro sugestionou o Prêmio Nobel da Paz ao cocaleiro narcotraficante da Bolívia, Evo Morales.
Não é a primeira vez que o Prêmio Nobel dá esses vexames e mostra de que lado ideológico está. Isso é bem mais antigo. Dag Hamarskjöld, o embaixador sueco e secretário da ONU nos anos 50 do século XX, cujo serviço pela “paz” foi dar toda a África aos movimentos comunistas, chamados erroneamente de “movimentos de libertação nacional”, acabou sendo um dos premiados pelo comitê sueco. Como a moda da época era bajular os ressentidos do Terceiro Mundo, aos caprichos da famigerada Conferência de Bandung, e odiar o “colonialismo europeu”, o sr. Dag fazia histeria para as potências européias, quando na prática, apoiava qualquer tirania africana ou asiática em nome de combater o “imperialismo”. Foi Hamaskjöld quem defendeu o Egito na guerra de Suez, em 1955, mandando exércitos da ONU para proteger o ditador Nasser contra o Estado de Israel. E ele deu carta branca para que os Obotes, os Patrice Lumumbas e Idi Amins Dadas da vida dominassem o continente africano, com suas tiranias brutais. Se a Africa está toda fragmentada pela guerra civil e pelo genocídio, deva-se a um queridinho da paz sueca! Mas não há o que se preocupar: muita gente acredita que a ruína atual da Africa é toda culpa do capitalismo!

Gente de caráter duvidoso como Yasser Arafat está na lista dos premiados pela paz. Quais as contribuições do corrupto e assassino Sr. Arafat por ela? Ter assinado um acordo com Itzhak Rabin? Por acaso a paz é só manifestos de bons mocismos? O primeiro-ministro inglês Chamberlain agitava um pedaço de papel assinado por Hitler aos seus eleitores, antes da invasão da Polônia. Deu no que deu: a paz vergonhosa e a guerra! A guerra pela destruição de Israel está a pleno vapor, em parte, por responsabilidade do criador da OLP. E as seqüelas do terrorismo islâmico estão batendo nas portas de nossas democracias, por conta desse arauto da paz do mundo árabe.

A “indigenista” da Guatemala Rigoberta Manchú também foi alegremente acolhida pelo prêmio. Ela fez história em defesa das terras dos índios quiché, usurpados por grileiros latifundiários brancos, que roubaram suas propriedades e os ameaçavam de morte. Pelo menos é o que ela contava. A militante inventou uma história paralela à sua vida real, através de um livro “Eu, Rigoberta Manchù”. Em sua biografia, ela é retratada como uma coitadinha semi-analfabeta, sem instrução e que comia farelos. Viu um irmão morrer de fome e seu outro irmão queimado vivo pelo exército guatemalteco. E ainda acrescentou que os pais foram assassinados pelo mesmo grupo. Depois que a gatuna recebeu 1,2 milhões de dólares dos suecos, uma investigação mais apurada descobriu que praticamente tudo não passava de uma farsa. Rigoberta nunca perdeu irmão algum queimado vivo; seus pais não eram vítimas despossuidas dos brancos usurpadores de terras. Pelo contrário, a própria família Menchú era grande proprietária de terras e brigava entre sí por elas. E ela estava longe de ser uma mulher semi-analfabeta: estudou numa escola de elite, o Colégio Belgo-Guatemalteco e nunca passou fome na vida. Nem mesmo viu a morte dos irmãos para contar a sua história fantasiosa. Na verdade, a invencionice teve a colaboração da esposa do radical de esquerda francês Régis Debray, que escreveu a estória da indigenista, a partir de entrevistas. No entanto, os defensores do Prêmio Nobel destacaram que a fantasia mentirosa de Rigoberta era um brado de denúncia das atrocidades do governo guatemalteco contra os índios. Em outras palavras, os suecos premiaram uma mitomaníaca que denunciava uma realidade que não viveu e que provavelmente não existe!

Porém, a sacralidade do Nobel não se limita a patifes covardes elevados a pacifistas e charlatães ativistas. O escritor português José Saramago é outro fenômeno ideológico da academia sueca: comunista, solta seus brados de ódio contra a religião em geral e em particular a fé católica. Falar mal dos religiosos se tornou o esporte predileto dos pseudo-intelectuais estúpidos ávidos de popularidade. As universidades e meios de comunicação estão infestados desses tipos como pragas do Egito!
Em reportagem sobre seu último livro, “Caim”, chama o papa Bento XVI de “cínico” reiterando essas palavras: "Que Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar seu neomedievalismo universal, um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual desta pessoa." Saramago precisa ver Deus. Ou melhor, precisa tocar em Deus e tomar café com ele. De fato, ele toma sim: quando bajula os ditadores mais criminosos da terra, que considera como messias encarnados da profecia histórica marxista. Chega a ser patética a devoção religiosa do velhinho gagá, que sustenta sua idolatria chucra na igrejinha stalinista do Partido Comunista Português. Quando Fidel Castro fuzilou três dissidentes que fugiam desesperados pra Miami, o megatério idiota quase chorou por ter perdido a fé no caudilho sanguinário do Caribe. Saramago é mesmo sincero. O papa e um bilhão de católicos crentes em Deus é que são cínicos!

Outro contra-senso de Saramago: ele se aproveita dos preconceitos vulgares do público a respeito da Idade Média, para rotular a Igreja de “reacionária” (no tal “neomedievalismo universal”, uma doutrina que então eu não conhecia até ler as asneiras do português). Ele vai longe nas palavras de ódio contra os católicos: - “Insolência reaccionária”! O stalinista fanático, pra variar, se acha a “insolência da inteligência viva”! E Saramago afirma, no alto de sua megalomanía: "Ao longo da história, todas as religiões, sem excepção, fizeram à humanidade mais mal que bem. Todos o sabemos, mas não extraímos daí a conclusão óbvia: acabar com elas".
Claro, a Igreja medieval é “malvada”, "burra", "retrógrada". Santo Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santo Agostinho, Santo Anselmo da Cantuária, as catedrais, as universidades, os hospitais, as pinturas, as artes e demais engenhos criados pelo espírito medieval são tudo uma “insolência reaccionária”, um grande mal. Ou melhor, "é mais mal que bem"! O legado magistral da Igreja deve ser ofensivo demais para um velhaco com cabecinha de estudante profissional como Saramago. Para ele, “Insolência da inteligência viva” é a ditadura de Lênin, de Stálin, de Fidel Castro, com seus arquipélagos gulags e seus milhões de cadáveres! O português pensa que humilhou alguém com essas palavras. Na prática, acabou dando aval aos católicos e se expondo com viés tipicamente imbecil. Ao chamar o papa de “neomedievalista”, fez um notável elogio a Bento XVI! Com críticas assim, os católicos devem se orgulhar porque são verdadeiramente inteligentes! Presumo que Saramago sofra do mesmo problema do arquiteto Oscar Niemeyer. Estão ambos com mal de Alzheimer. A senilidade faz os velhos defecarem nas calças ou nas fraldas geriátricas!

Todavia, Saramago não está só nesta onda de estupidez. O mesmo raciocínio se aplica ao poeta e patife notável Pablo Neruda, outro ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Quando perguntado a respeito da invasão da Tchecoslováquia, em 1968, pelos soviéticos, o Sr. Neruda, numa clara manifestação de pura subserviência, não se fez de bobo: apoiou tacitamente a ação dos tanques soviéticos, ainda que inventasse sutilezas para justificar os comunistas. E o que dirá de outro nobel, o sr. Sartre, que dentre várias de suas pérolas, defendeu a invasão da Coréia do Sul pela Coréia do Norte?

A lista de “pacifistas” do Prêmio Nobel está cheia, como o inferno está cheio de boas intenções. A premiação sueca virou, acima de tudo, uma palhaçada, uma farsa, a fim de promover as piores vigarices políticas e culturais. Enquanto o Sr. Obama fala em desarmamento nuclear, a Coréia do Norte joga um míssil sobre o mar do Japão, ameaça usar seu arsenal atômico e o Irã tenta desenvolver sua primeira bomba atômica para evaporar Israel do mapa. É o pacifismo cretino e covarde que favorece a vitória militar que os inimigos querem. Ou como diria Churchil, é a paz vergonhosa que levará a guerra. Os suecos não premiam a paz, mas a caricatura dela. O Nobel é o "Prémio Stálin da paz" de nossos tempos!

quinta-feira, outubro 08, 2009

Crônica de uma geografia rasteira. . .

É impressionante notar o estado completo de alienação de muitos professores de geografia, com relação a geopolítica e mesmo a realidade mundial. Tudo o que é debatido a respeito da expansão do islamismo na Europa e a sua aliança com as esquerdas mundiais é virtualmente desconhecido por eles. É pior: a própria realidade latino-americana, com a expansão do socialismo “boliviariano” de Hugo Chavez, é também ignorada. Percebi isso quando assisti a uma aula de geografia na minha faculdade de história. O assunto a ser comentado foi sobre a Bolívia, em particular, a ascensão ditatorial de Evo Morales e o confisco da Petrobrás. Escutei a seguinte idéia estranha: a de que o roubo da empresa estatal brasileira era questão de soberania daquele país e que o Brasil não deveria se meter no assunto. Ou seja, o Brasil não tem interesses a defender; não tem soberania. Ou pior, na idéia de quem o disse, a soberania é apenas questão territorial. O Estado brasileiro não tem a obrigação de defender a integridade dos seus nacionais no estrangeiro. É como se o Estado só existisse para defender um pedaço de terra e não suas pessoas ou suas instituições. Os interesses do Brasil só se limitariam ao seu território.

Foi até mais grave. Relatei que os brasileiros da fronteira da Bolívia foram ameaçados de serem expulsos, sem indenização, já que o governo de lá queria roubar suas terras e seus investimentos. E mais uma vez, ouvi a pérola de que isso não fazia parte dos interesses do Brasil, já que não está na “soberania” brasileira. Quando retruquei sobre a incoerência dessas idéias e disse que o autor de tudo isso era Hugo Chavez, vi da parte de quem ouviu um ceticismo tremendo, quase que como uma perplexidade. As pessoas ao meu redor literalmente desconheciam das alianças entre Chavez e Evo Morales. Aquilo me deixou perplexo. Como é possível que numa sala de aula, professores e alunos desconheçam o evento mais grave da América Latina, da expansão do totalitarismo chavista? As pessoas me perguntavam de onde tinha tirado essas idéias. E respondi: - Basta ler os jornais da América Latina e pesquisar na internet!

Entretanto, professores e alunos comungam na completa falta de conhecimento sobre o que ocorre nos países hispânicos. Alguém poderia afirmar que haveria uma cumplicidade no crime, uma omissão proposital. Como os professores, em geral, são esquerdistas, tanto melhor que camuflem o que ocorre na América Latina e no mundo. Por incrível que pareça, uma grande parte dos professores simplesmente não sabe dos acontecimentos. Questões como as ligações de Hugo Chavez e Lula com o narcotráfico das Farcs, o poder do Foro de São Paulo (a maior entidade de extrema-esquerda na América Latina) e a aliança do esquerdismo internacional com o terrorismo islâmico são virtualmente inexistentes na consciência deles. Não são os únicos. A sociedade brasileira quase inteira ignora isso.

Malgrado essa irrealidade, o professor tinha passado um livro do geógrafo Milton Santos e um vídeo louvando sua obra. O filme é a visão da globalização pela ótica do Fórum Social Mundial, um festival de mendacidades, de tolices, de esquizofrenias das mais tolas. As pessoas reclamavam da “exclusão” do "capitalismo", do “consumismo”, do “neoliberalismo”, com suas câmeras e celulares de última geração nas baixadas, com seus PCs e suas internets. Não faltavam apelos aos sentimentos: as pessoas ricas, de um lado, criminalizadas por possuírem algo; e as pessoas pobres, de outro, retratadas como um contraste de um hipotético sistema “perverso”. Como não devia deixar de ser, o geógrafo baiano ainda nos prometia o “outro mundo é possível”. Chegava a ser irritante. Ele nos propunha meia dúzia de idéias genéricas, vazias, cheias de adjetivos inócuos, para não assumir o amor que não ousava dizer o nome, o amor socialista de cada militante marxista.

Milton Santos falava do tal “globalitarismo”, usurpando a concepção semântica do totalitarismo e atribuindo esse sistema à globalização econômica capitalista. Percebe-se a falsidade desse argumento. Na verdade, desde que o fenômeno totalitário foi estudado e descrito na sua vertente soviética, os socialistas e comunistas tentam desvirtuar a idéia central desse modelo político, criando paralelismos falsos entre o capitalismo e os sistemas totalitários. Na linguagem da esquerda, só existe o totalitarismo nazi-fascista ou capitalista. Como a União Soviética fracassou, a militância de esquerda precisou criar uma contraposição ao forjar espantalhos capitalistas em nossas democracias. Mas o tiro saiu pela culatra.

Alguns colegas acharam tal paralelismo um absurdo. Como o capitalismo pode ser tão ruim, se o nível de confortos e facilidades é tão visível? Qual a coerência de alguém reclamar do sistema de livre empresa, quando os pobres praticamente conseguem ter bens de consumo similares aos das classes ricas? É o caso desse povo “antiglobalização”: com suas facilidades de viajar para quaisquer cantos do mundo, critica o sistema que o beneficia. E defende um modelo que faria de suas nações verdadeiros campos de concentração, verdadeiras Coréias do Norte.

A pergunta que fica no ar é: será que estas pessoas têm perfeita idéia de como esses confortos chegam a elas? O meu professor de geografia achava que a tecnologia moderna era um dom natural dos céus, da história, não uma potencialidade que só o sistema capitalista foi capaz de realizar e expandir em grande escala. É a maldita influência da idéia progressiva da história, como se as etapas históricas levassem necessariamente a uma evolução da humanidade. É também a ideologia do homem-massa, descrita com maestria pelo filosofo espanhol Ortega y Gasset: a crença de que a civilização é natural, espontânea, não um produto do esforço humano, que pode ser perdido em uma época. Nada mais sábio do que as palavras de Edmund Burke: para que o mal prevaleça, basta que os bons não façam nada! É, basicamente, o que ocorreu no século XX e o que ameaça ocorrer no século XXI. Ninguém percebe que todo o complexo de valores, instituições e confortos que a civilização produziu pode um dia desaparecer. Basta que o mal vença!

Milagrosamente, vi alunos defendendo o capitalismo numa sala de história. Num ambiente onde só existe marxismo e as diferenças de idéias são tão somente uma diferença de marxismos, aquilo foi uma proeza e tanto. Talvez porque exista algo como senso das proporções. As pessoas bem ajuizadas notam, com razão, que há certa incompatibilidade entre o discurso pregado e a realidade vivida. Vi gente falando das facilidades econômicas e políticas da globalização, das proximidades entre regiões e países, do barateamento dos custos tecnológicos e de vida, enfim.

Houve alguns alunos leais ao discurso politicamente correto, crentes na autoridade cega dos professores e mesmo de Milton Santos. Há um culto ridículo à autoridade acadêmica nas universidades: dos professores aos alunos, o mero fato de alguém possuir algumas credenciais bacharelescas já é prova irrefutável de autoridade sobre determinado assunto. Uma pessoa só é filósofa ou historiadora se tiver diploma ou ser reconhecida pela comunidade acadêmica. Como parece não existir inteligência fora do que apregoa os modismos da universidade, daí a entender a soberba ignorância de muitos que vivem lá. Dentro dessa perspectiva, Aristóteles, Leibniz e Suetônio não seriam filósofos ou historiadores, porque não possuíriam o diploma da USP ou da UFPA. Se alguém chegar com credenciais bacharelescas do estrangeiro, o salamaleque é mais patético, ainda que seja complicado revalidar o diploma.

O professor, que queria conduzir os debates falando sobre Milton Santos, acabou ficando confuso. Queria direcionar dentro do foco do geógrafo e não conseguiu. Ele era excelente pessoa. Porém, como uma boa parte dos de sua classe, possuía idéias muito equivocadas sobre muita coisa. A própria influência de Milton Santos já era ruim, porque a perspectiva era completamente falsa. Quando as aulas acabaram, cheguei à conclusão de que o ilustre geógrafo baiano, tão conclamado pelas esquerdas, era uma nulidade intelectual, um militante de DCE acadêmico imaturo e estúpido, uma paródia caricatural do Fórum Social Mundial. Se Paulo Freire, com suas asneiras cantaroladas de forma messiânica, era o queridinho da pedagogia libertária, Milton Santos era o Paulo Freire da geografia, com sua fraseologia pomposa, prolixa, seus chavões transformados em sentenças e sua visão tosca da realidade.

Estou perfeitamente convencido de que a universidade atual, sob muitos aspectos, não é feita para nos informar, mas para deformar consciências. A disparidade entre realidade e discurso se tornou completamente esquizofrênica e foi bastante percebida nos debates em sala de aula por alguns alunos. Isso porque essas loucuras já são reproduzidas nas escolas de ensino médio. Não é por outra razão que a educação brasileira é uma das piores do mundo. O ensino está tão corrompido por ideologias espúrias e projeções estapafúrdias, que os alunos simplesmente não entendem o que vivem. Talvez nem mesmo os professores. É o mal da geografia rasteira, como da educação rasteira.


domingo, setembro 27, 2009

Totalitarismos mortos e vivos: o que a Veja não disse. . .

Quando um grupo de delinqüentes skinheads é preso por apregoar idéias nazistas ou espancar gays nas ruas, alguns setores da imprensa dão uma intensa cobertura sobre o assunto e fazem alarde histérico sobre o suposto crescimento do nazismo. A coisa se torna até caricatural: alguns programas de TV convidam membros da comunidade judaica a falarem das experiências dos campos de concentração na Europa, como se a ameaça nazista fosse onipresente, como se o espantalho de Hitler ressurgisse das cinzas do bunker de Berlim, para restaurar o poder, na figura de alguns marginais da baixada. Na cabeça dessas criaturas midiáticas mentecaptas, o espectro do nazifascismo ameaça assolar o mundo!

Entretanto, o mesmo tratamento não é dado ao comunismo. Se não bastasse a atenção desproporcional a um totalitarismo morto e enterrado há pelo menos quase 70 anos, os mesmos comentaristas e formadores de opinião ridicularizam àqueles que afirmam sobre a força que os movimentos revolucionários comunistas possuem em nossas democracias. Esses jornalistas dizem que o “socialismo morreu”, que o alerta anticomunista é “coisa da guerra fria”, que não existe nenhuma ameaça da volta de um regime totalitário similar ao que ocorreu na União Soviética e que ainda vigora na China e na Coréia do Norte. O comunismo mata até hoje. Mas ninguém liga. É um caso estranho de histeria rasteira com amnésia retardada!

Há de se conjecturar: a histeria antinazista foi de grande valia para o movimento comunista. Ela colaborou para transformar os inimigos do comunismo como meros reflexos do cadáver fascista, quando na verdade serviu de ocultações de crimes e genocídios muito mais assombrosos das ditaduras marxistas. Isso acobertou, inclusive, o envolvimento do Estado nazista com a União Soviética, em particular, o rearmamento da Alemanha pelo exército vermelho e a criação dos campos de extermínio alemães, estruturada com sólida logística da NKVD, a polícia política soviética. Essa desproporção doentia teve sólido apoio dos intelectuais de esquerda ocidentais, que inventaram o mito do ressurgimento nazista e ocultavam a ameaça real dos comunistas. Foram as idiossincrasias da tal “esquerda moderada” que tantos conclamam como “democrática”. Daí a patetice ridícula de censurar suásticas e prender meia dúzia marginais nazistas sem expressividade alguma, quando o Partido Comunista e seus sequazes similares da esquerda disputam democraticamente o poder, no intento de implantar seu sistema de opressão. E até hoje eles têm sólido apoio de uma intelectualidade universitária poderosa, dominadora, apta a disseminar "ativistas sociais" inúteis propagando as maravilhas da burocracia estatal voluntariosa, do Arquipélago Gulag e do milagre do Estado onipotente.

Essa esquizofrenia mental se torna mais visível quando a imprensa nacional registra os acontecimentos na América Latina e no mundo como se fossem expedientes acidentais, ocasionais, sem relações com um projeto de poder de um grupo. Pode-se incluir, como um exemplo clássico disso, a crença, disseminada até por liberais estúpidos, da famigerada morte do socialismo. Inclusive, algumas revistas falam da chamada “esquerda responsável”, que acolhe o livre mercado e abandona a concepção totalitária na economia e na sociedade civil. A burrice do liberal médio é achar que a liberdade se resume à sua visão economicista de livre mercado, ainda que a esquerda controle de forma totalitária todo o resto. Os liberais não estão empolgadinhos com os progressos do livre mercado na China comunista? Se a nossa realidade chegou ao estado de coisas alienantes dos dias de hoje, os liberais e paladinos do livre mercado têm grande cumplicidade com o crime. Acovardados, pusilânimes, complacentes, aceitaram perfeitamente o domínio das esquerdas em troca de migalhas. E foram eles que alimentaram a farsa da falsa defunta comunista.

A cobertura dada pela Revista Veja a respeito da crise em Honduras, causada por obséquio do ditador Hugo Chavez e do Presidente Lula, retrata essa cegueira sobre a “morte do socialismo”. A América Latina inteira caminha para o modelo socialista. E, mesmo assim, os idiotas ainda acreditam que o socialismo morreu. Morreu onde? Venezuela, Equador, Nicarágua, Bolívia, Paraguai, Argentina, El Salvador e agora Honduras, sofrem com o bolivarianismo, com o “socialismo do século XXI”. E o Brasil é o elemento estratégico de promoção de ditaduras esquerdistas na América Latina, com a ajuda do “moderado” governo Lula.

Os jornalistas de Veja e os liberais podem afirmar à vontade que o socialismo morreu, ainda que nossas escolas preguem literatura marxista a granel, ainda que nossas universidades sejam dominadas pelas esquerdas revolucionárias, ainda que a revolução russa e as ditaduras comunistas sejam glamourizadas como uma contrapartida viável ao capitalismo. Ademais, na mesma edição da revista há uma matéria a respeito dos partidos radicais de esquerda, nanicos, supostamente sem expressividade política nos pleitos eleitorais. Todavia, não é estranho que esses grupelhos tenham um controle desproporcional sobre os meios culturais de nosso país? Não é assustador que eles formem quadros justamente em universidades e escolas? Que mesmo o governo federal libere dinheiro público para organizações estudantis comunistas como a UNE? Ou que a indústria de invasão de terras praticada pelos radicais maoístas fanáticos MST tenha um aval milionário do governo petista?

Mas a Revista Veja dá ao leitor a idéia falsa de que o PT é diferente dos partidos radicais de esquerda que ela tanto deprecia. Os jornalistas ainda chegam a presumir que a ligação do movimento revolucionário com o narcotráfico na América Latina seria uma espécie de aberração, não uma parte essencialmente criminosa da militância comunista. Ou seja, os jornalistas santificam a esquerda e dão o aval de afirmar, categoricamente, que ela é partidária da democracia. Será que os jornalistas crêem que gente como Lênin ou Stálin eram figuras angelicais? Que o Partido Bolchevique se sustentava através de ofertas e dízimos? Qualquer pessoa minimamente informada saberia responder essa pergunta: os movimentos de esquerda guardam através de si um histórico tradicional de banditismo e criminalidade. O que ocorre na América Latina não é diferente do que Lênin fazia quando mandava Stálin assaltar um banco ou extorquir gente rica. A aliança de Lula, Chavez, Zelaya, com o narcotráfico das Farc não é mera coincidência. E o que é a criminalidade do Estado comunista senão o banditismo, o terrorismo e o genocídio transformados em lei? Ah sim, Veja nunca se refere ao socialismo “bolivariano”. No linguajar da revista, Chavez e Zelaya são apenas “populistas”!

O jornalismo da Revista Veja ainda colabora para outro rol de falácias. Fala do “golpe de Estado“ inexistente em Honduras, quando na verdade, essa idéia mitológica é criação fictícia das próprias esquerdas que querem destruir a democracia naquele país. O Congresso Nacional, o Judiciário, o Ministério Público e o exército tiveram plena legitimidade para derrubar o governo Zelaya, que violou a Constituição hondurenha. Por que um periódico, que supostamente tem fama de ser anti-petista, alimenta as mesmas mentiras do inimigo? O mais grave, contudo, é a omissão da reportagem a respeito da entidade mais influente da América Latina, o Foro de São Paulo, presidido, nada mais, nada menos do que pelo próprio Presidente do Brasil, Luis Ignácio Lula da Silva. Na Declaração Final do XV Encontro do Foro de São Paulo, ocorrido no México, entre os dias 20 e 23 de agosto de 2009, foi redigida uma declaração final nos seguintes dizeres:

"Décimo quinto. O XV Encontro do Foro de São Paulo aprovou mn plano de trabalhoo para o próximo ano que se propõe:
1. Acompanhar os governos progressistas e de esquerda, organizando um debate e intercâmbio permanente de informação entre os dirigentes dos partidos do FSP sobre a evolução da situação em América Latina e dos governos da região criando para eles um Observatório de Governos de esquerda e Progressistas.
2. 2. Apoiar decididamente a esquerda hondurenha nos términos de resolução particular aprovada por este XV Encontro”.

Em outras palavras, o movimento comunista está organizado em escala continental, impondo diretrizes a quase todos os governos do continente e decidindo, à revelia do povo de Honduras e demais outros países, pela destruição de seus sistemas democráticos. O Foro de SP pode rasgar a Constituição de Honduras e destruir a democracia e a soberania daquele país, tudo em nome da democracia!

Basta analisar a política petista em todos os seus ângulos para perceber que o governo Lula não é nada diferente de um partido revolucionário. O PT segue todos os passos da esquerda mundial, quando usa uma dupla face no sistema democrático. Por um lado, finge aceitar as regras do Estado de Direito; por outro lado, alimenta a sanha da revolta revolucionária. O PT é o partido que aceita o livre mercado, ao mesmo tempo em que expande uma gigantesca burocracia estatal e aparelha o Estado e a sociedade civil; é o partido que diz defender a democracia, da mesma forma que aprova as brutais tiranias islâmicas, reconhece a legitimidade da China comunista como economia de mercado e, ainda, dá franco apoio à ditadura da Coréia do Norte, no sentido de hostilizar o Japão e subjugar a democrática Coréia do Sul.

A política do PT, de fazer da embaixada do Brasil em Honduras um palanque do capataz de Hugo Chavez, o ex-presidente Zelaya, faz parte do mesmo processo revolucionário que contamina a América Latina. É o reflexo mesmo da futura ditadura do partido-Estado. O Ministro das Relações Exteriores, o mentiroso farsante Celso Amorim, e seu comparsa, o lunático Marco Aurélio Garcia, usam a diplomacia brasileira para atender aos interesses ideológicos do Partido e das esquerdas latino-americanas. Todos eles querem arruinar a democracia em Honduras; querem expandir a influência da Venezuela no país, implantando uma nova ditadura socialista. Ou pior, querem expandir o domínio do Foro de São Paulo, o braço armado do comunismo latino-americano, tal como em outras épocas fora o Comintern, sobre os países democráticos que ainda resistem no continente. O PT, ao estreitar laços com os regimes totalitários ou mesmo expandi-los, quer isolar o Brasil das relações com as nações democráticas e criar um aparato de poder ditatorial dentro do país. A questão é mais que óbvia. O mal mesmo é a desinformação.

No Brasil atual, a mídia pode fazer alardes tenebrosos sobre o crescimento inexistente do nazismo ou de qualquer outra aberração fascista. A comunidade judaica pode ser até convidada a participar da farsa, ignorando que os anti-semitas atuais não são nazistas, mas comunistas, aliados do Irã e do islamismo terrorista. Contudo, a despeito de todas as evidências notórias da expansão comunista na América Latina, o grosso da imprensa se aliena, fecha os olhos, dissemina que tudo é teoria da conspiração. Ou na pior das hipóteses mente ao público. A Veja participa desse tipo de mistificação, negando os fatos. O totalitarismo morto assusta mais do que o totalitarismo vivo. O cadáver do nazifascismo oculta o ogro filantrópico comunista, vivíssimo no mundo! A desproporção entre fantasia e realidade mostra a esquizofrenia sintomática das mentalidades atuais.

Uma república da farsa.

Acompanhei com certo ceticismo as manifestações que pediam a renúncia do senador José Sarney ao cargo de Presidente do Senado. Na verdade, essas manifestações são um sinais claros de uma perversão moral completa de nossos tempos. Alguém achará aqui que defendo Sarney? Nada disso. Pelo contrário, por que será que um grupo de pessoas faz histeria nos gritos de “fora Sarney”, quando na verdade, não move uma palha ao governo que o sancionou e o apoiou, ou seja, o governo Lula? É estranho que façam campanhas pela moralidade, quando na verdade o presidente Lula, depois do completo envolvimento com o senador, torna-se figura intocável, acima do bem e do mal, a despeito de seus delitos bem piores. A culpa pela desmoralização do senado não é de José Sarney: é do governo Lula. E onde estão os protestos de “Fora Lula”?

Se há algo que retrata muito bem nessas campanhas de ética na política é a farsa moral em vista de uma indignação fingida. Não duvido muito que os idealizadores da campanha contra Sarney sejam todos quase petistas. Ou, no mínimo, uma minoria petista deu a idéia para que a massa tola seguisse os caminhos da moralidade fajuta. “Ética”, por, assim dizer, virou apenas jogo retórico para ganhar votos, manipular idiotas úteis ou atacar os inimigos. Há tal distorção do sentido da realidade, que as manifestações parecem esquizofrênicas, fora de contexto. Por que a opinião pública lava as mãos pelo presidente Lula? O viés ideológico e a cumplicidade com o crime são elementos óbvios demais para perceber o que está por trás da destruição do senador José Sarney. É assustadora a vesguice intelectual das classes políticas e das elites, no que diz respeito a uma campanha de desmoralização do Congresso Nacional. Sarney serve para virar espantalho da Casa Legislativa, no sentido de desmoralizá-la. O pior de tudo é que o senador, raposa da nossa república, ainda alimente este jogo, confundindo sua vida abjeta de corrupção e falcatruas com a impessoalidade do Senado.

De fato, o fenômeno revela algo bem pior: uma classe de pessoas neste país tem o monopólio de ditar o que é moralidade política para os outros, ainda que não se sujeite a esta. Desde a época de Fernando Collor, passando pelo governo FHC, as esquerdas revolucionárias, lenta e gradualmente, ocuparam espaços na sociedade civil, explorando o vácuo da opinião pública e tornando-se voz dominante por intermédio dos meios culturais e políticos, através dos chamados “movimentos sociais”. De fato, há um alijamento completo da sociedade civil com as entidades que dizem representá-la. Por um lado, pequenos grupos rigidamente organizados, que dominam os espaços culturais e midiáticos, suprimindo dissidências internas e implantado uma verdadeira ditadura cultural de opiniões; e por outro, uma massa amorfa de pessoas, sem representatividade, obrigada a votar em projetos que não acredita ou simplesmente ignora. O grosso desses indivíduos é conservador e anti-totalitário, mas não tem voz e não se mobiliza; uma parte importante da elite política e cultural é largamente revolucionária e totalitária e quer impor goela adentro seus projetos de engenharia social sobre toda a sociedade. Tal é o sentido da gravidade por que passa nossa democracia.

O presidente Lula, no limiar do mais completo cinismo, afirmou que as próximas eleições presidenciais serão uma disputa entre esquerdas. Ele sabe o que diz. A oposição há muito deixou de atuar no país. É pior, a oposição é também de esquerda. O presidente revela seu conceito particular de “democracia”. Na prática, a pleito eleitoral não passará de um revezamento entre facções de esquerda, uma versão disfarçada do “centralismo democrático” leninista. Só que o partido não uma entidade política ou institucional apenas: é a própria cultura, através do imaginário esquerdista disseminado sobre toda a sociedade. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, reproduzindo Antonio Gramsci, já falou claramente que o Brasil já alcançou a “hegemonia” da esquerda. Não é por acaso: há gente que acredita que o PSDB seja de direita! Sim, os tucanos são a direita sim, mas da esquerda!

A absolvição de Sarney era mais que esperada. Com o apoio de dos ratos de porão da Casa Legislativa Renan Calheiros, Collor (outrora inimigo de Lula), a trupe petista e outros demais bandidos da república, a impunidade se tornou regra, a ilegalidade se tornou lei. No entanto, esses mesmos aliados do petismo estão afundando, lenta e gradualmente. E quanto mais as velhas oligarquias cavam sua sepultura, um novo poder oligárquico, poderoso, impassível, inescrupuloso e acima de qualquer princípio de moralidade perverte e contamina todas as instituições da república. É a farsa de nossa democracia!

sábado, setembro 26, 2009

David contra Golias: aqui somos todos hondurenhos!

Depois das pressões de bandidos delinqüentes como Zelaya, Hugo Chavez, Lula, Obama e a camarilha comunista da ONU contra a democracia hondurenha, aquele pequeno povo da América Central mostra coragem e patriotismo para enfrentar o totalitarismo esquerdista bolivariano. Força, povo de Honduras, que David vencerá Golias!

segunda-feira, setembro 21, 2009

Quando o Estado é um castrador. . .

Quando eu leio sobre a Europa medieval, percebo que há um elemento peculiar ao homem europeu daqueles tempos: o senso de comunidade, de solidariedade familiar, de alegria, de amor, de afetividade explícita, além de uma profunda religiosidade. Numa época de guerra, de fome, de peste, enfim, de desgraças monstruosas, os europeus tinham uma profunda fé em Deus e um espantoso vigor intelectual, moral e espiritual. O homem europeu médio era hospitaleiro: em nome de Cristo, ele criava hospitais e doava esmolas aos pobres; construía Igrejas majestosas e mosteiros, simbolizando seu profundo amor pela eternidade. Da nobreza ao campesinato, passando pelo clero, essa ética de piedade, compaixão e hospitalidade permeava a solidariedade medieval. A cavalaria criou as regras da etiqueta amorosa e da cortesia à mulher. Em poesias e cartas, os sentimentos eram declarados: o homem retratava seu amor pela mulher inatingível; o amigo assumia pactos, acordos e sentimentos de dever para com seu concidadão. As irmandades eram questões de honra e sobrevivência.

E não falemos de gente melindrada. O homem medieval era uma criatura rude, muitas vezes de temperamento violento e explosivo. E as regras sociais eram bastante severas. A religião cristã e a Igreja Católica educaram esse espírito barbarizado para a ascensão de verdadeiras instituições, verdadeiros laços comunitário, verdadeira ordem e hierarquia de valores genuínos na civilização européia. Dentro das inúmeras divisões do Velho Continente, da Inglaterra a Portugal, da Espanha ao Leste Europeu, com suas variadas línguas, dialetos, havia um elemento que o unia, chamado Cristandade. A nação, por assim dizer, não era o feudo, não era o reino, não era a vila: era a fé!

O que motivava um cavaleiro medieval a criar hospitais em Jerusalém para peregrinos cristãos de todas as partes do mundo, e mesmo para não-cristãos, pagando penitências pelos seus pecados? O que motivava um monge a largar a sua casta rica e se dedicar aos pobres como mendigo? O que motivava um sábio bispo a cuidar do seu rebanho, dedicando-se às coisas do espírito e da filosofia? Era a fé vivificadora que dominava o espírito daqueles homens, a ponto de enfrentarem as piores adversidades.

Por que escrevo isso acima? A Europa com que me identifico, com que me vejo no espelho, ao qual me lembra, e muito, a realidade brasileira, é essa época medieval hospitaleira, emotiva, cristã, católica. Às vezes penso que muito da nossa afetividade e hospitalidade provém desse universo ibérico intocável pela modernidade, esse universo de relações familiares, muito mais fortes do que as relações com o Estado. É como se a Idade Média, exilada, viesse ao Brasil em pleno século XVI, através de naus e caravelas, e o Atlântico a isolasse da lenta e gradual decadência espiritual da Europa. Não é por acaso que muitos europeus identificam o povo brasileiro com o italiano. Algumas regiões da Itália ainda preservam aquela mentalidade comunitária medieval em que as famílias se mesclam com o povoado, como se todo mundo fosse conhecido, como se todos tivessem laços de parentesco.


Como descobri isso? Um aspecto interessante é quando os brasileiros contatam com os europeus da atualidade. A impressão que fica é a de que os europeus são “frios”, “distantes”, sem empatia (e quando são germânicos, a situação fica pior ainda). Já os brasileiros falam freneticamente, gesticulam, mostram suas afeições naturais e não temem demonstrar sentimentos, além de serem bastante hospitaleiros. É como se para muitos brasileiros não existisse a pessoa estranha. Todos se cumprimentam diariamente, mesmo que ninguém se conheça. Os europeus, medrosos, ficam assustados com isso; estranham muito mais ainda esse ambiente de intimidades, falatório exagerado, afetividades demasiado explícitas.

Mas será que a “frieza” européia, esse distanciamento do calor humano, é um fenômeno permanente do temperamento daquele povo? Quando eu leio as descrições dos homens medievais gesticulando, falando muito ou mesmo brigando entre si, há um retrato de uma espontaneidade inexistente no europeu atual. Parece que o conjunto de regras atuais da sociedade européia, seja nos costumes, leis e estruturas políticas, atomiza o individuo, anula-o, esmaga-o. Daí a entender porque cada um cuida de si e ninguém olha para seu vizinho. Dispersos, sem origens, sem laços comunitários fortes, os europeus parecem se trancar em suas respectivas casas, esperando a hora da morte ou abreviando sua vida pelo suicídio. O paraíso do “bem-estar social” governamental se conflita com o mal estar coletivo de uma sociedade que perdeu suas próprias referências éticas, morais, espirituais e civilizacionais. O apego mesquinho e materialista generalizado ao bem estar econômico e a completa omissão nos laços afetivos e espirituais, seja na vida privada, como na vida comunitária, são sinais de claros de decadência.

Minha opinião pode ser exagerada, pessimista? Talvez. Entretanto, os relatos que ouço dos meus amigos que viveram na Europa parecem retratar uma patologia social: a indiferença existencial com o próximo e consigo mesmo, a falta de perspectivas futuras, o hedonismo, o niilismo, o ateísmo, são retratos de uma espiritualidade enferma. Isso é o que parece ser a Europa laica, a Europa que renega suas raízes cristãs, a velha Europa que trata sua cultura, seus palácios e suas catedrais como uma peça de museu. A civilização européia atual é uma espécie de morta-viva, cujo vigor se esgotou. Renega seu passado e não consegue presenciar um futuro certo. Numa demonstração cabal de prostração completa, a União Européia simplesmente se recusou a reconhecer no Cristianismo a base de sua civilização. Enquanto isso, os governos europeus se acovardam com relação à expansão do Islã.

Falei de modelos políticos. Se há algo que o Estado europeu conseguiu fazer foi castrar sua civilização em todos os sentidos. O “cidadão europeu” é uma figura impessoal, assexuada, uma mera engrenagem desse Estado, desse elemento político abstrato. É paradoxal que o modelo político democrático, prometendo respeitar a esfera privada das relações civis, acabasse por expandir a burocracia e aniquilar os indivíduos. Na verdade, a democracia não é garantia absoluta na defesa das liberdades. Em nome da privacidade, da delimitação e proteção de direitos, o Estado cria leis e regras isolando as pessoas do convívio social. Essa legião de cidadãos solitários, amorfos, acaba se tornando massas, sem identidade própria, sem individualidade. A solidão nauseante do indivíduo dentro das multidões é o paradoxo de nossa realidade atual. No vazio comunitário dessa esfera privada, no viés da sociedade atomizada, o Estado alarga seu braço, ocupando atividades antes voluntárias, para torná-las coercitivas, compulsórias e quase sempre opressivas. O Estado “oferece” educação, mas tira as escolhas das famílias para educar seus filhos; o Estado "oferece" assistência médica e usurpa o direito de escolher o tipo de tratamento; o Estado "oferece" o bem estar, ditando como, quando e o que devemos trabalhar ou comer. O Estado é laico e criminaliza a fé religiosa; enquanto isso, ele mesmo se eleva como o deus, como se fosse a própria encarnação da religião civil. E o objeto de fé comum do sistema democrático moderno é o coletivo, é a massa, é a maioria tirânica, que legitima o despotismo governamental para ser tiranizada pelo Estado.

Não nego que haja traços psicológicos particulares que façam os europeus serem mais distantes do que os brasileiros em geral (se bem que os latinos também sejam europeus e não são necessariamente distantes). Entretanto, numa sociedade que se tornou cínica, moralmente duvidosa e potencialmente suicida, é necessário questionar seus sintomas. A expansão da burocracia estatal na Europa, coligada com o rebaixamento moral de sua sociedade, é um deles. Outro, claro, é o relativismo moral, que dessacralizou a religião, os valores cristãos, a família, rejeitou o amor à Deus e mesmo relativizou o direito à vida. Houve uma Europa que criava hospitais para doentes e velhos; hoje, a nova Europa quer exterminá-los, vide as propostas da eutanásia. Havia uma Europa que gerava famílias cristãs leais, numerosas e acolhedoras. Hoje é uma Europa estéril, que não gera filhos. Ou pior, que aborta seus filhos.

A Europa foi a precursora do espírito de iniciativa do capitalismo, da liberdade econômica e da geração da riqueza, com seus aventureiros, comerciantes, navegantes e homens de coragem, que singraram os mares do mundo; hoje é uma sociedade apática, sem iniciativa, incapaz de gerir-se por conta própria, já que os cidadãos, cada vez mais, são dependentes do Estado paternalista e opressor. Dependência que ameaça até o cerne das liberdades democráticas do mundo europeu.

Houve uma Europa que criou verdadeiros baluartes do conhecimento humano nas universidades. A universidade européia atual, no ramo de humanidades, com suas ideologias espúrias, é uma sombra obscura daquilo que foi uma das maiores invenções do mundo medieval. O Velho Continente foi o experimento grandioso de uma gloriosa civilização cristianizada, berço fiel da Igreja; e atualmente é uma sociedade sem perspectiva futura, depressiva, imediatista, potencialmente suicida, porque abandonou os valores absolutos e a fé na transcendência divina. No vácuo espiritual, a Europa é ameaçada, inclusive, de ser subjugada pelo islã. O que o islamismo não conquistou o continente europeu pela guerra, conquistará pela pusilanimidade.


Há muitos brasileiros que sonham com o modelo europeu de mal estar social. Enganada por uma propaganda falaciosa das esquerdas estatólatras, essa gente acredita que o Estado faz milagres na vida social, é autoridade moral superior para resolver seus próprios problemas e responsabilidades e isentá-la dessas questões. No entanto, ainda se pode agradecer aos céus que os brasileiros sejam apegados à família ou à religião católica; que sejam solidários no seu cotidiano e calorosos com os outros. O brasileiro médio ainda tem empatia, sentimentos, é ainda uma pessoa. O Estado brasileiro, acatando as cartilhas politicamente corretas da esquerda norte-americana, da Europa e da ONU, quer destruir esse caráter espontâneo que existe em cada um de nós. Quer nos fragmentar socialmente, racialmente, estimular ódios e divisões internas artificiais no país. E em nome disso, deseja expandir cada vez mais o governo sobre nossas vidas, bestializando as nossas cabeças e rebaixando nossas existências. A Europa atual é o exemplo daquilo que não devemos ser. O europeu médio é um ser martirizado pelo próprio sistema que criou. É vítima da “terceira via”, do “comunismo chique” que é a social-democracia, assustadoramente influente nas democracias liberais. Enfim, é um homem castrado pelo Estado.