Se na política interna, o país está dividido e a democracia arruinada, no âmbito externo, Chavez ameaça espalhar o caos em toda América Latina. Crime organizado, terrorismo, narcotráfico, além de uma corrida armamentista, ameaçam a paz no continente. As crises diplomáticas da Venezuela com os Eua, Colômbia, México e Espanha, revelam que tipo mitomaníaco está governando o país. Recentemente, o incidente com o rei da Espanha está ameaçado de sofrer uma retaliação. Contrariando a aliança que o governo de Caracas tem com o governo espanhol, Chavez ameaça confiscar as empresas e propriedades de espanhóis. Quase declarou guerra à Colômbia de Uribe, por causa das guerrilhas narcotraficante das Farcs. E já hostiliza a Guiana, numa crise de fronteiras. No entanto, a despeito de todos esses incidentes gravíssimos que ocorrem naquela pobre nação, e mesmo no continente, a esquerda, em peso, apóia o futuro ditador.
A sociopatia que acomete às esquerdas não é de hoje. A bajulação quase demencial que o movimento esquerdista revolucionário tem para com Chavez lembra muito o culto de Stálin nos anos 40 do século XX. A grande maioria da esquerda mundial sabia dos crimes assombrosos que ocorriam na União Soviética. Os expurgos do Partido, a arma da fome em massa contra a Ucrânia, o Grande Terror, as deportações de populações inteiras para a Sibéria, os campos de concentração Gulags, e a prisão de milhões de pessoas, além do genocídio puro e simples, eram todos conhecidos pelos militantes comunistas e socialistas. Porém, eles mentiram, omitiram a realidade. O casal de socialistas ingleses Webb dizia que a Constituição Soviética era a mais democrática do mundo e que Stálin era menos poderoso do que o Presidente dos Eua. Sartre negou a existência dos campos de concentração soviéticos. Bertold Brecht aprovou os expurgos do Grande Terror, nos famigerados “julgamentos-farsa” de Moscou. Ele ainda pregava a mentira consciente em nome das “verdades” comunistas. O poeta Louis Aragon exaltava os tchekistas da GPU, implorando a ação da polícia política soviética na França. E muitos artistas alimentavam a sanha do psicopata que governava o país, declarando Stálin o Guia Genial dos Povos! Za Stalina!
Mas não só os artistas e admiradores. Até mesmo o circulo do poder de Moscou também alimentava as sandices psicóticas de um louco. Nem que para isso custasse a vida própria deles. Um pouco antes da morte de Stálin, já havia um temor assustador de um novo expurgo dentro da própria nomenclatura soviética, um novo terror. Béria, Molotov, Mikoian, Krushev, e demais colaboradores dos crimes stalinistas, estavam marcados para morrer. O ditador mataria seus cúmplices, tal como matou a velha elite do partido bolchevique. Porém, a morte do tirano salvou os seus asseclas do extermínio. De uma hora para outra, o Guia Genial dos Povos foi expurgado da memória do Partido. Foi o último expurgado de sua própria tirania. A esquerda, que outrora rendia homenagens, como se fosse uma espécie de deus encarnado, cuspiu no cadáver.
A União Soviética, em 1953, era um país em frangalhos. Sentiu o assassinato de vinte milhões de seus cidadãos e a prisão em massa de outros milhões. Os campos de concentração estavam abarrotados de pessoas: quase três milhões de detentos. E o sistema totalitário tornava inviável qualquer prosperidade ao país, já que muitos quadros da indústria, das fábricas, das cidades e do campo estavam presos ou mortos. As leis criminalizavam a vida no país. Milhões de soviéticos foram presos ou mortos por coisas banais, como faltar ou atrasar-se ao trabalho numa fábrica, roubar uma espiga de cereal em épocas de fome, violar as leis de passaportes, criticar o governo, etc. Sim, a liberdade de ir e vir era inexistente na União Soviética. A população soviética tinha seus passos e suas residências controladas por passaportes, já que eram proibidos de sair de seus locais de trabalho e de habitação, sob pena de serem deportados para a Sibéria. Era uma nova espécie de servidão estatal, uma vez que o Estado impunha a obrigatoriedade do cidadão de permanecer em um local. Nas épocas mais ferozes da fome e da carestia de alimentos, em particular, a Grande Fome do Holomodor na Ucrânia, em 1932, os cidadãos do campo que fugiam para as cidades eram mandados de volta aos locais da fome e acabavam morrendo no local de origem. Stálin mandou fechar as fronteiras para eles. Isso custou a vida de seis milhões de soviéticos de inanição.
Nem por isso, uma parte do Partido Comunista se deixou levar pela mudança repentina do pensamento de sua mais alta burocracia partidária. Stalinistas fanáticos chegaram a romper com o Partido de Moscou e aderiram aos modelos socialistas mais tresloucados, violentos e radicais. Muitos chegaram a aderir a China de Mao Tse Tung, a Albânia de Enver Hoxa e mesmo Pol Pot, do Camboja, com suas famas de tiranias absolutistas e sanguinárias. A ditadura comunista chinesa matou 70 milhões de seus cidadãos; Pol Pot, em três anos de regime totalitário, exterminou 25% da população do Camboja; e Enver Hoxa, com sua ditadura pró-stalinista, fez da Albânia o país mais pobre da Europa. Era a Coréia do Norte do Leste Europeu. A Albânia e a China eram objetos de grande admiração de João Amazonas, até então, presidente do Partido Comunista do Brasil. O mesmo Partido Comunista que, junto com o PT, apóia Chavez e todos os movimentos revolucionários criminosos que despontam na América Latina.
A história dos movimentos revolucionários não muda muito neste ponto. A mesma demência, a mesma megalomania pelo poder, o mesmo culto dos ogros filantrópicos que se tornam monstros reais. As mesmas mentiras encontradas em Stálin e outros congêneres de tiranias socialistas, agora refletem no apoio aos governos da Venezuela, Bolívia e Equador. Inventam-se simulacros de democracia para disfarçar os despotismos. È surpreendente pensar que os comunistas, notórios inimigos das chamadas “democracias burguesas”, ou do Estado de Direito Democrático, façam cerimônias sobre a legalidade das eleições fraudulentas na Venezuela e outros demais países. Isso porque, o que está sendo julgado é a existência mesma das liberdades civis destas nações. Os comunistas estão querendo que o povo vote em favor da sua própria escravidão. Em nada difere do que Hitler fez com os alemães, ao legalizar a ditadura nazista, ou mesmo a farsa eleitoral dos países do Leste Europeu, quando os Partidos Comunistas subjugaram esses países em ditaduras sangrentas. O assustador é a defesa maciça de setores jornalísticos e intelectuais às loucuras do chavismo e demais processos totalitários no continente. Alimentam os delírios da besta para uma completa destruição. É o niilismo que ressurge em nossos tempos. A América Latina está sendo governada por psicopatas, dentro da loucura coletiva dos povos. Há Stálins ao redor de nós. A Venezuela é apenas um pequeno palco de grandes tragédias.
7 comentários:
E o resultado do plebiscito?
Tô doido para ler um texto seu e os comentários dos retardados mentais que tentarão justificar a derrota deste pilantra.
Esse Chavez tem mais é que calar a bunda, juntamente com seus lambedores de saco.
Tchau.
Olá Conde, parabéns pelo post. Ainda bem que a Venezuela, via plebiscito, rechaçou o ímpeto continuísta de Hugo Chávez, mas ainda terá que suportá-lo por mais algum tempo... Há o suicídio do Equador cujo cadáver fede por todo o país e a Bolívia, tudo isso muito bem orquestrado pelo Foro de São Paulo e seu fundador Luís InáFio Lula da Silva, oremos a DEUS e veremos como ficará o desfecho da aventura gauche na América Latina.
Abraços!!
Artigo moito bom, recolhe a realidade do povo de Venezuela e a ameaza de America Latina.
No domino la escritura pero entiendo perfectamente el brasilero.
Obrigado pelo artigo
Minha primeira visita aqui
Gostei do que vi, voltarei. Já adicionei aos meus favoritos
Abs
Sergio
Venezuela é democracia "segura e transparente", diz Mourão
A democracia na Venezuela "é uma das mais seguras e transparentes do mundo". A afirmação é do deputado Nilson Mourão (PT-AC), um dos 150 observadores internacionais convidados para acompanhar o referendo sobre a reforma constitucional naquele país. A reforma, defendida pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi derrotada por 50,7% dos votantes contra 49,3%.
Nesta entrevista ao Informes Mourão destacou o fato de que, para entrar em vigor, uma mudança constitucional deve ser aprovada pelo povo venezuelano. "Qualquer mudança constitucional, depois de promulgada, é submetida à decisão popular. Se o povo apóia, mantém. Se não apóia, cai.
O deputado petista lamentou que setores políticos internacionais tenham comemorado o resultado do referendo como uma derrota do presidente Hugo Chávez. "Estão contentes e felizes porque Chávez perdeu. Mas o argumento principal, de que Chávez seria um ditador, caiu por terra. A democracia está posta", disse. Leia a seguir os principais trechos de entrevista. A íntegra pode ser lida no endereço: www.informes.org.br. Por Dante Accioly
Informes - Como foi a participação dos observadores internacionais na Venezuela?
Nilson Mourão - Foi positiva. Foram mais de 150 observadores da Europa, da Ásia, da África, da América do Sul, dos Estados Unidos e da América Central, que comprovaram todo o processo. O processo anterior às eleições e o próprio pleito garantiram o debate político na Venezuela. Para todos, foi um grande aprendizado. Fiquei contente por ter atuado nestas eleições. Fui designado para representar o PT, pela Executiva Nacional do partido, a convite do Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela, equivalente ao nosso Tribunal Superior Eleitoral.
Informes - A consulta popular na Venezuela foi "limpa"?
NM - Creio que o sistema eleitoral vigente na Venezuela é um dos mais seguros e transparentes do mundo. É um sistema eletrônico que tem um conjunto de garantias e mecanismos que impede qualquer tipo de fraude. Fraude, seja qual for, está praticamente vedada. A população entende isso. Já há alguns anos ela vem praticando esse sistema, um pouco diferenciado e bem mais seguro que o sistema eletrônico brasileiro. A população já se acostumou com isso. Eles tiveram nove eleições, uma por ano no período do governo Chávez - entre referendos e eleições para presidente, governadores e prefeitos. O processo foi realizado com lisura e participação popular.
Informes - As críticas feitas à democracia na Venezuela têm fundamento?
NM - É uma discussão essencialmente política e ideológica. A oposição venezuelana tem vários problemas, mas fundamentalmente dois: o primeiro é que ela não tem um nome de expressão nacional para fazer oposição ao presidente Chávez, não tem lideranças; e o segundo é que ela tem cometido muitos erros. O principal deles é não ter participado das eleições legislativas e boicotado as eleições, o que fez com que a Câmara dos Deputados da Venezuela, que é unicameral, seja praticamente chavista. Eles não participaram do processo, o povo votou, e a vida continua normal.
Informes - O modelo de reforma constitucional e referendo existente na Venezuela funcionaria no Brasil?
NM - Creio que a democracia da Venezuela é uma das mais aperfeiçoadas do mundo. A Constituição já prevê: toda mudança constitucional é feita no Parlamento, com prévias discussões populares. O Parlamento faz a modificação, promulga, e ela é submetida a referendo popular. Qualquer mudança. Se não, não tem validade. A grande maioria dos países muda as constituições, e o povo não participa. Vou dar um exemplo, bem próximo de nós. Estamos agora mudando no Brasil a Constituição. Estamos mudando um imposto chamado CPMF. A Câmara já aprovou, e o Senado está prestes a aprovar. Aprovou, está aprovado. O povo não chegou a se manifestar sobre isso. Na Venezuela, isso não é possível. Qualquer mudança constitucional, depois de promulgada, é submetida à decisão popular. Se o povo apóia, mantém. Se não apóia, cai. O referendo que ocorreu na Venezuela derruba todas as propostas de emenda constitucional que o presidente Chávez mandou.
Informes - A abstenção de 46% compromete a legitimidade do referendo?
NM - A legitimidade ninguém vai questionar. O voto na Venezuela é facultativo, não é obrigatório. As pessoas comparecem se quiserem, ao contrário do Brasil, onde, se alguém não vota, recebe algumas sanções. Foi a maior abstenção de todas as eleições ocorridas desde 1999. Por que houve essa abstenção tão grande? Precisamos ouvir os venezuelanos, mas tendo a crer que a ela se deveu à complexidade do debate. Era a mudança constitucional de muitos artigos. Desde a redução da jornada de trabalho, que a maioria dos trabalhadores era favorável, até a questão da propriedade, da previdência social e da redução do poder de prefeitos e governadores.
Informes - O caminho para a entrada da Venezuela no Mercosul está mais fácil agora?
NM - Creio que não existe mais argumento contrário ao ingresso da Venezuela. Nos planos econômico, da integração regional e comercial, todos já estavam de acordo. Existia o debate da questão democrática, inteiramente falseado, que o resultado do referendo põe por terra. Agora não tem mais nenhum argumento que crie dificuldades para que o Congresso brasileiro aprove imediatamente a entrada da Venezuela no Mercosul. Defendo a entrada não só da Venezuela, mas de todos os países - primeiramente do continente sul-americano e em seguida dos demais países da América Latina - para que nós tenhamos um mercado comum forte, capaz de disputar no mundo todo, e em seguida se transformar numa comunidade de nações.
Informes - Como o senhor avalia a repercussão internacional do referendo?
NM - Vários setores políticos, tanto na Europa quanto nas Américas do Norte e do Sul, comemoram o processo como uma derrota de Chávez. Estão contentes e felizes porque Chávez perdeu. Mas há embutidas outras questões: de fato, o argumento principal, de que Chávez seria um ditador, caiu por terra. A democracia está posta.
Expediente
Informes é uma publicação da Liderança do PT na Câmara dos Deputados
"As opiniões expressas nos artigos publicados no 'Informes' são de responsabilidade dos autores" :: www.informes.org.br - pauta@informes.org.br
Max Weber, falando sobre a dominação carismática:
O tipo transitório mais importante é a dominação plebiscitária. A maioria de seus tipos é encontrada nas “lideranças de partido”, no Estado moderno. Mas sempre existe quando o senhor se sente legitimado como homem de confiança das massas e é reconhecido como tal. O meio adequado para isso é o plebiscito. Nos casos clássicos de Napoleão I e Napoleão III, ele foi aplicado depois da conquista violenta do poder político; no caso do segundo, recorreu-se a ele de novo após a perda de prestígio. É indiferente (a esta altura) como se estima seu valor de realidade: em todo caso, é formalmente o meio específico de obter a legitimidade do poder a partir da confiança (formal e ficticiamente) livre dos dominados.
(...)
1. A “democracia plebiscitária” – o tipo mais importante da democracia de líderes -, em seu sentido genuíno, é uma espécie de dominação carismática oculta sob a forma de uma legitimidade derivada da vontade dos dominados e que só persiste em virtude desta. O líder (demagogo) domina, na verdade, devido à lealdade e confiança de seu séquito político para com sua pessoa como tal. Ele domina inicialmente, os partidos que conquistou e, em seguida, no caso de estes o levarem ao poder, toda a associação. São representantes do tipo os ditadores das revoluções antigas e modernas: os aisimnetas, os tiranos e os demagogos helênicos; Graco e seus sucessores, em Roma; os capitani Del popolo e os burgomestres nas cidades-estados italianas (...)Onde quer que se procurasse legitimar essa forma de dominação, foi mediante o reconhecimento plebiscitário pelo povo soberano. (...) Tanto a legitimidade tradicional quanto a formal são igualmente ignoradas pelas ditaduras revolucionárias. (...)
Característico da democracia com líder é, em geral, o caráter emocional específico da entrega e confiança nele, no qual costuma proceder a inclinação a seguir aquele que parece mais extracotidiano, que mais promete e mais trabalha com meios iniciativos. O traço utópico de todas as revoluções tem aqui sua base natural.
esse blogueiro quis dizer que a gespato petralha ira te prender
porque vc é um dissidente político
reaça
abraços
Postar um comentário