Quando se criticava a ditadura do Partido Comunista e as perseguições políticas em massa do regime, os professores se limitavam a dizer que era “preconceito burguês” ou “mentirosa propaganda capitalista”. Em suma, muitos professores não eram educadores, mas doutrinadores, militantes, objetivando “fazer a cabeça” dos alunos, numa espécie sutil de lavagem cerebral (como muitos, aliás, o fazem hoje). Dentre todo esse agitprop, uma professora escapava desse lugar-comum, uma distinta conservadora evangélica que contava a história do Brasil sem as chatices tecnocratas dos pseudo-dialéticos marxistas. Ela contava história como se contava realmente uma história de pessoas vivas, de carne e osso, e não de sistemas impessoais e extravagâncias de forças abstratas.
Contudo, no meio de elogios comunistas, aquela ladainha não me convenceu. Não que eu entendesse de marxismo-leninismo ou de capitalismo. Não que eu entendesse de mais-valia ou de baixa tendencial do lucro. Porém, achava estranho um regime de partido único ser democrático. Ou, no mais, um sistema em que não existia liberdade política, religiosa ou oposição livre. Todavia, estranhos eram os comunistas me explicarem o porquê de um regime tão maravilhoso possuir um muro que proibisse seus cidadãos de se locomoverem em seu próprio país ou sair dele. Era pior, eles não tinham liberdade nem mesmo de se locomoverem em sua própria cidade. Este muro, como se sabe, era o famoso “Muro de Berlim”, onde a pobre cidade foi praticamente dividida ao meio, onde os bairros de uma mesma cidade e nação eram dois países diferentes, onde famílias inteiras de alemães foram separadas por décadas. Inexplicável é a permissão que os soldados tinham para atirar em seus próprios cidadãos se estes pulassem o muro. É espantoso como um regime tão lindo, tão democrático e tão maravilhoso ameaçava ficar só, já que se a população tivesse um mínimo de liberdade, fugiria em massa do paraíso para o inferno capitalista. O ditador comunista de plantão ainda declarava que o muro duraria “mais cem anos”.
Contudo, os professores diziam que eram “movimentos reacionários de sabotadores”, as manifestações isoladas de pobres civis vítimas do regime totalitário. Ou a explicação curiosa, eivada de estupro contra o raciocínio lógico, repassada pelos professores, de que nos países comunistas, a imprensa e os sindicatos não eram livres, porque nenhum povo pode ser contra o seu próprio governo. Ou que o proletariado não poderia ser contra a sua própria representação estatal de classe. Em outras palavras, o “povo estava no poder”. Se atualmente todo marxista diz que o stalinismo corrompeu a memória socialista, alguns fanáticos de 1989 diziam que as atrocidades stalinistas foram invencionices causadas pelos membros “revisionistas” do Partido e que Mikhail Gorbatchev estava traindo as idéias leninistas. Glasnost e Perestroika eram sinônimas de “revisionismo burguês”, nas fileiras de alguns setores do Partido Comunista. Malgrado isso, contrastando com a União soviética, alguns professores achavam que o modelo político mais próximo da realidade brasileira seria a implantação do socialismo “científico” albanês ou cubano.
Quando se tocava no assunto sobre a Primavera de Praga, os professores comunistas endossavam com uma candura estranha, as investidas dos tanques soviéticos sobre civis tchecos desarmados, que apenas pediam liberdade política e de pensamento. Esses mesmíssimos cães de guarda da tirania totalitária esbravejaram hipocritamente contra os “porões” da ditadura militar brasileira. Na boca de muitos deles, Stálin era o guia genial dos povos, o sanguinário Mao Tse Tung era retratado como “filósofo” e “poeta” e o demagogo facínora Fidel Castro, o libertador da América Latina. Pode-se dizer que naqueles tempos o patrulhamento ideológico era mais direto, declarado, dogmático, sectário. Qualquer oposição aos dogmas deles era caso de fuzilamento sumário. O pobre aluno seria estigmatizado dentro dos piores chavões possíveis: “reacionário”, “fascista”, “pequeno burguês”, “inimigo do povo”, etc. E naquela redoma de ideologias e idéias histriônicas, eu era talvez um desses alunos opositores, às vezes tachado de “conservador” e “burguês”. Se isso era todo o ideal da esquerda universitária, representada pelos professores, o seu candidato à Presidência da República era um sapo barbudo que esbravejava contra a “desigualdade social”, o FMI, o “imperialismo norte-americano”, ao mesmo tempo em que reafirmava a utopia socialista. Não nos moldes soviéticos, mas nos moldes cubanos, o que dava no mesmo. Hoje, o sapo barbudo, depois de muita insistência, é presidente da república. Continua a beijar a mão do seu ídolo Fidel Castro e agora, do novo tiranete do momento, Hugo Chavez.
Um evento inédito, porém, acabou por surpreender os falsos sonhadores e os incautos ilusionistas. O povo da Alemanha Oriental espontaneamente subiu ao muro e enfrentou pacificamente a polícia fronteiriça. O regime mandou atirar nos manifestantes, mas os próprios policiais nada fizeram, e alguns aderiram à rebelião pacífica. Os que eram alguns, tornaram-se muitos, e o muro que dividia o despotismo da liberdade, o “muro da vergonha”, foi tomado pela multidão, que chorava pela crença na liberdade. Aos poucos, flâmulas alemãs jorravam nas mãos dos manifestantes e o símbolo comunista era rasgado da bandeira.
Cidadãos aos montes atacavam a golpes de marreta a muralha, como que desforrando seu desprezo ao regime, e os pedaços do muro eram catados como souvenir de um passado oneroso ou de um fetiche glorioso de desafio a tirania. Era a queda do muro de Berlim. Era a queda do comunismo. Quando vi aquelas cenas, eu, que infelizmente não acreditava em Papai Noel, e felizmente tampouco cria nos meus professores, sorria maliciosamente, sadicamente. Toda aquela ladainha que meus professores pregavam caiu por terra, tal como cartas ao vento, tal como o próprio muro. Sorria maliciosamente da desmoralização de personalidades arrogantes, de muitos choros de desolação e ranger de dentes de raiva de pretensos intelectuais fundamentalistas e donos da verdade, ao revelar que eram, na prática, servos da mentira. A máscara havia caído.
De fato, a “propaganda capitalista” de denúncia ao regime falava a verdade, enquanto os professores mentiam para os outros e para si próprios; as “democracias populares” revelaram-se cruentas ditaduras; o “povo no poder” era, na realidade, uma burocracia autocrática no poder; os sábios ditadores e guias geniais eram criminosos de guerra em tempos de paz; e se a “liberdade burguesa” era “fetichista”, a liberdade comunista era vigiada e sufocada. Eram ventanias que jogavam as cartas de baralho das mentiras mal intencionadas, ocultadas por trás do muro. Eram ventanias da liberdade, que derrubavam os muros da opressão, que mobilizavam os povos contra a tirania. Ventanias que chegavam à Tchecoslováquia, Polônia, Romênia, Bulgária, Hungria e todo o Leste Europeu. E sobre o cadáver do muro da vergonha e do Partido Comunista, defronte do Portão de Brandenburgo, a música de Beethoven soava a palavra daqueles tempos imemoriais, em uma Alemanha unida pela liberdade e pela democracia: Freiheit, freiheit Berlin!
P.s: Quem quiser ver mais a respeito do Muro de Berlim, clique aqui, no site Realismo Socialista.
8 comentários:
Muito bom, e pior que hoje ainda culpam o capitalismo até pela desgraça comunista, quando na verdade somente foi a própria incompetencia comunista.
Nessa época eu tinha meus 15/16 anos.
Eu me dizia comunista porque achava que na sociedade deveria haver igualdade entre as pessoas e o socialismo era a solução.
Em 89, ano de eleição presidencial queria que o Lula fosse eleito, era a minha esperança e detestava quem nõa votasse nele. Também admirava o Gorbatchev, porque estaria conseguindo compatibilizar o socialismo com a democracia.
Quqnta burrice a minha!...
É claro que hoje, nos meus 36 anos e já com barba branca perdi há muito essa ingenuidade.
Sei o porquê que isso tudo aconteceu. Nada a ver com a visão romântica de um menino romântico que se negava a ver a realidade dos fatos.
Fico triate em saber que até hoje existem pessoas que tinha a mesma mentalidade que eu quando adolescente. Principalmente se a pessoa é mais velha do que eu.
Tenho um alguns colegas de cabelos grisalhos que têm a mentalidade de 16 anos.
EXCELENTE,caro Conde!!!
Parabéns!!!
KIRK
O blog é excelente, vou visitar sempre. Meus parabéns!
Caro Conde e demais amigos direitistas e conservadores deste blog,vejam esta excelente notícia obsequiada por um leitor e comentarista do blog do Reinaldo Azevedo:
"Tomé disse:
dezembro 1, 2009 às 11:20 pm
OFF-TOPIC:
O jornalista iraquiano que jogou sapatos em Bush, e foi festejado por toda a corja progressista do miolo mole por seu gesto, provou do próprio remédio e levou uma bela sapatada hoje de outro jornalista iraquiano, acusando-o, aos berros, de defender o ditador Saddam Hussein e reiterando que o Iraque “não é um país ocupado”.
Nitidamente é um jornalista pró-ocidente. Vamos ver qual será a repercussão do caso. Aposto um dedo que a imprensa, tomada pelo progressismo mais vagabundo de forma geral, vai citar o caso en passant, bem de levinho. Afinal, defender o Ocidente é coisa dos red necks da deep America “retrógrada”.
Esquerda não presta em tudo quanto é canto."
Como vemos,há jornalista com inteligência e vergonha na cara no Iraque,país esmagado pelo jugo opressor e tirânico do genocida Sadam Hussein;e que,depois,foi libertado,FELIZMENTE,pelo guerreiro George W. Bush!!!
KIRK
O planeta Terra,ao contrário do que afirmam os alarmistas do ecoterrorismo (os ecochatos do miolo mole,hehe - perdão pela redundância),está ESFRIANDO,não esquentando!!!
É graças também a liberação do gás carbônico que o Efeito Estufa é mantido,garantindo uma boa temperatura,FUNDAMENTAL para o agronegócio;porque,como toda criatura minimamente esclarecida sabe,para se plantar um pé de feijão ou de arroz,por exemplo,faz-se necessária uma temperatura mais quente,não fria!!!Portanto,deixem o Efeito Estufa em paz,p****!!!
Os ecoterroristas,embalados pelos ideólogos e propagandistas de miolo mole,chamados VERDES,estão a cada dia ficando totalmente DESmoralizados,hehe!!!
Saiba,aqui,o que acontece de fato,o que é REAL e o que é FANTASIA criada,manipulada e propagada pelos movimentos de Esquerda,seja via ONU,ONGs,partidos políticos esquerdistas seja via ativistas esquerdopatas,militantes ecochatos bocós (perdão pela redundância,hehe)espalhados no mundo:
http://ecotretas.blogspot.com/
http://mitos-climaticos.blogspot.com/
A GRANDE FARSA DO "AQUECIMENTO GLOBAL":
http://agfdag.wordpress.com/
http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com/
http://revelatti.blogspot.com/search/label/farsa%20aquecimento%20global
"Expresso apanha comboio do Climategate
O escândalo Climategate, que continua a grassar pelos media do mundo inteiro, ainda mal chegou a Portugal. O artigo de maior impacto apareceu ontem no Expresso Online, com Virgílio Azevedo a citar o Prof. José Delgado Domingos, Professor catedrático do Instituto Superior Técnico: "Climategate é um dos maiores escândalos científicos da História". Delgado Domingos resume de uma forma surpreendente a impostura científica que assolou os domínios da Climatologia, e possibilita a todos aqueles que percorreram o caminho da escuridão, uma actualização rápida, do verdadeiro estado das coisas. Não percam a leitura do artigo de opinião, no segundo link abaixo.
http://aeiou.expresso.pt/delgado-domingos-climategate-e-um-dos-maiores-escandalos-cientificos-da-historia=f550490
http://aeiou.expresso.pt/o-escandalo-do-climategate-e-a-conferencia-de-copenhaga=f550438
Publicada por EcoTretas em 12:12
Etiquetas: Fraude Científica"
Boa leitura!!!
KIRK
"Segunda-feira, Novembro 23, 2009
PORQUE O ABORTO INTERESSA AOS COMUNISTAS: "GERAÇÃO DE CAPITAL À TOMADA ESTRATÉGICA POLÍTICA E O CUMPRIMENTO DA META MÍSTICA SATÂNICA DE MATAR BEBÊS"
Fonte: MÍDIA SEM MÁSCARA
A matéria abaixo publicado no magnífico canal de notícias límpidas MÍDIA SEM MÁSCARA mostra como os assassinos de plantão da Internacional Comunista que é o sindicato internacional do crime organizado, gera receita para financiar campanhas de mais e mais candidatos criminosos (esquerdistas) para que todas as câmeras e senados do mundo sejam totalmente ocupados 'estratégicamente' por essa máfia que é a operadora na implantação do sistema de satã, o comunismo. Esta é a empresa comunista americana que surgiu por meio de lobby para que sua existência fosse votada, e veja os agradecimentos de Obama e sua piada na qual disse "agradecê-los pelo serviço feitos aos homens da América... por livrá-los de serem pais." - a platéia de assasinos da Planned Parenthood riam do deboche dele (nos primeiros 30 segundos do vídeo imundo da campanha dele). Notem que o símbolo do MATADOURO LUCRATIVO DE BEBÊS é vermelho! Leia a reportagem completa. // A Língua!"
http://alingua.blogspot.com/2009/11/porque-o-aborto-interessa-aos.html
KIRK
"A águia e as moscas
01/12/09 Imprimir Topo
Jayme Copstein
Não tem nenhum sentido a polêmica provocada por artigo de César Benjamin, relatando confidência de Luiz Inácio Lula da Silva de suposta investida sexual sobre um jovem militante e companheiro de cela, quando esteve preso em 1980. A confidência, melhor dito, a gabolice – Lula falava não poder passar sem sexo – aconteceu na campanha presidencial de 1994 e foi testemunhada também pelo cineasta Sílvio Tendler que registrou como “piada” entre as muitas que o candidato contava todos os dias para provocar o riso dos seus acompanhantes.
Ora, já era tempo de o Brasil habituar-se à generosa dose de tolices que o seu presidente lhe serve diariamente. Se em público Lula diz o que diz, imagine-se quando se sente resguardado pela intimidade. Talvez a suposta “vítima” – se é que existiu fora da sua imaginação e sobreviveu ao cárcere – pudesse esclarecer a verdade, Contudo, quem tem a mínima informação sobre a vida de militantes encarceirados, sabe que entre eles se estabelece um código de honra, cuja ruptura traz consequências desagradáveis para o infrator. Não fosse “piada” o relato de Lula, ele não sairia inteiro da aventura. A represália não se limitaria aos cotovelaços do “menino” e ele não teria como se queixar dos “torturadores do regime”.
Helena de Almeida Prado Bastos, em carta à Folha de São Paulo pôs as coisas em seus devidos lugares: “Eu nem acredito nem desacredito, até porque Lula é mesmo um debochado e escrachado. Mas tenho duas dúvidas. Uma delas é saber por que Benjamin ainda trabalhou com alguém capaz de cometer torpeza tão grande. Outra é saber por que só agora fez essa revelação. Parece-me que seu artigo adianta a baixaria que será a campanha de 2010. (...) Que fique claro: a Folha publicou a opinião de um de seus vários colunistas. Não tem nada a ver com isso. Por dever de ofício deve apurar os fatos. Ponto. Que triste mania que os lulistas têm de querer cercear a liberdade de expressão, insuflada por Lula e seus asseclas, aliás."
Isto posto, e já que nosso ilustre Presidente anda chegado a um latim nos últimos tempos, eis um aforismo que lhe cabe como uma luva: “Aquila non caput muscas”. A tradução correta é: A águia não caça moscas. Mas, em bom português, claro e sonante é: “Em boca fechada não entra mosca.”
O silêncio de Chavez
Um velho samba de 1919 perguntava: “Papagaio louro do bico dourado./ Tu falavas tanto, / qual a razão que vives calado?” Era gozação de J.B. da Silva, o Sinhô, registrando a derrota de Ruy Barbosa para Epitácio Pessoa, na eleição presidencial daquele ano. Noventa anos depois, a mesma pergunta pode ser feita a Hugo Chávez, de bico enfiado nestes últimos dias, não por ter, afinal, conhecido a virtude de reflexão, mas por cair-lhe nas mãos um imenso pepino: o desempenho da economia “bolivariana”.
A inflação na Venezuela já está atingindo a marca dos 30%, o dobro dos 15% previstos no orçamento do corrente ano. O PIB também despencou: queda de 4,5%. entre julho e setembro. Os lucros da Petróleos de Venezuela (PDVSA) encolheram 66,8 % neste primeiro semestre..
A esta altura dos acontecimentos, com a popularidade em queda, Chávez poderia recorrer aos investimentos privados para hidratar a economia da Venezuela. Mas como atraí-los se ele os escorraçou, ainda no início de seu governo? Não será fácil."
http://www.jaymecopstein.com.br/content/Default.asp?acao=CC&secId=1&ediId=466&calendario=2/12/2009&cntId=2453#2453
KIRK
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