Recentemente eu estava lendo alguns textos dos chamados "revisionistas", um grupelho de pseudo-historiadores que negam a existência do holocausto nazista contra os judeus da Europa, na Segunda Guerra. As teses que eles apresentam sobre a negação do holocausto são tão risíveis, que só mesmo a ignorância permitia crer naquilo que trai os próprios olhos: as evidências mais que comprovadas da existência de um projeto de extermínio em massa de judeus. E o massacre, estimado em seis milhões deles. Mas o holocausto faz parte do projeto da conspiração judaica, na cabecinha oca desses maus elementos. É como se a história e memória atuais reproduzissem a ideologia nazista. Os judeus "conspiram" ontem e hoje. No entanto, encontrei um artigo engraçadíssimo, que revela muito bem a psicologia destes indivíduos. Eu não me contive e o publiquei. . .
Como ser um estudioso revisionista. . .
1. Nunca forneça evidência para suas afirmações. Na verdade, responda a pedidos de evidência do jeito que Drácula responde a crucifixos. Faça tudo o que puder para evitar isso. Lance insultos. Mude de assunto. Ofusque. Ria debochadamente. Alegue que você já deu as evidências ou que outra pessoa já o fez. Mas nunca forneça qualquer evidência você mesmo (a menos que você forneça uma citação incompleta ou incompreensível junto).
2. Cara-Eu-Ganho-Coroa-Você-Perde — Exija que todas as evidências para o Holocausto sejam provadas genuínas (esquivando-se de qualquer discussão sobre do que aquela prova é constituída), e também exija que todas as suas afirmações não-substanciadas sejam provadas falsas. Desse jeito, você nunca carrega o ônus da prova. (Originalmente postado por Mike Stein)
3. Olá, eu sou um expert em cremação — Alegue que os 52 fornos de Auschwitz não poderiam ter tido a capacidade de queimar 4.756 cadáveres por dia, porque os crematórios comerciais atuais não têm tal capacidade. Quando for demonstrado a você que não há comparação entre crematórios comerciais comuns e aqueles construídos nos campos, por uma variedade de razões — ex.: caixões não eram usados, podiam-se queimar mais de um cadáver numa única retorta, etc. — ignore isto e repita a alegação.
4. E eu também sou químico! — Expresse uma série de dúvidas e alegações sobre as propriedades do Zyklon-B, o gás usado para matar pessoas nas câmaras de gás de Auschwitz. Por exemplo, alegue que o Zyklon-B não é um agente ideal para gaseamento em massa, e portanto os nazistas não deveriam tê-lo usado e portanto eles *não* o usaram. Melhor ainda, alegue que eles *não poderiam* tê-lo usado porque o gás restante na câmara após os assassinatos teriam matado qualquer um que tentasse entrar nas câmaras para remover os corpos. Quando alguém explicar a você (inúmeras vezes) que algumas das câmaras de gás tinham sistemas potentes de ventilação para remover o gás e em outros casos as pessoas que entravam usavam máscaras de gás, discuta que apesar da ventilação, ainda haveria de alguma forma gás residual suficiente nas câmaras para matar pessoas.
Continue exibindo seu manual DuPont por aí, numa tentativa de proteger-se daqueles que sabem mais de química do que você. Também alegue que ventilar o gás teria causado problemas para indivíduos que estivessem na direção do vento. Quando alguém explicar a você que o gás é mais leve que o ar, vá embora silenciosamente ou mude de assunto ou reclame de alguma palavra rude que eles tenham usado contra você.
5. Paus e pedras — se você está sendo demolido com evidências e raciocínio que você não pode refutar, você pode sempre buscar refúgio reclamando sobra a linguagem sendo usada por seus adversários. Por exemplo, se eles dizem “Eu já expliquei que é necessário menos gás para matar pessoas do que piolhos, e que portanto há menos resíduos de cianureto restantes nas paredes das câmaras de gás [homicidas] que nas paredes das câmaras de despiolhamento, seu idiota”, você pode responder reclamando sobre o uso da palavra “idiota”. Você pode na verdade sair um pouco da discussão séria gastando um monte de tempo dando palestras ao grupo sobre a linguagem pobre deles. Mas esta abordagem não funciona muito bem na construção de credibilidade. Você pode ver a si mesmo como um árbitro do discurso social, mas você na verdade irá ser dar bem como uma mãe dando bronca para que as crianças se comportem.
6. Oh, desculpe, eu comi o último — alegue que os judeus e outros prisioneiros não morreram de fome intencionalmente, que eles foram vítimas de escassez como todos os outros. Quando for mostrado a você que nem os guardas do campo nem as pessoas morando na vizinhança dos campos morreram de fome, apenas alegue que isto não prova que havia uma política intencional para matá-los de fome, e que se não há nenhum pedaço de papel com uma ordem assinada para fazer as pessoas morrerem de fome, então nenhuma pessoa morreu de fome.
7. A espiral de infinidade “O Que Isso Significa”? — Tente manter seus oponentes fora do sério ao mudar ou questionar as definições das palavras constantemente. Por exemplo, se seu oponente declara que historiadores geralmente concordam que 1 milhão de judeus foram mortos nas câmaras de gás de Auschwitz durante o Holocausto, você pode perguntar, o que você quer dizer com “historiador” ou o que você quer dizer com “judeu”, ou o que você quer dizer com “concordam”? Numa outra alternativa, quando confrontado com a evidência de que Himmler pediu pela “ausrotten” dos judeus, diga que “ausrotten” não significa realmente extermínio. Quando a prova dessa definição for fornecida por dicionários alemães e falantes da língua alemã do grupo, apenas ignore.
8. Agora você vê, agora você não vê — Diga que as câmaras de gás nunca existiram porque elas não estão mais de pé. Claro, pela lógica, o Mayflower, Cartago, Zumbi dos Palmares, e grande parte da Muralha da China nunca existiram. Quando isto for mostrado a você, ignore.
9. Kafka Esteve Aqui — Diga que as câmaras de gás nunca existiram porque não há fotos ou desenhos delas. Quando forem apresentado a você fotos e desenhos, declare que eles não poderiam ser possivelmente fotos/desenhos reais das câmaras de gás porque as câmaras de gás nunca existiram, porque não há fotos/desenhos delas porque elas nunca existiram porque…
0. Diversão Com Números — Ataque os anti-revisionistas com jogos de números enquanto os convida para entrar no jogo. Por exemplo, diga que a “Indú$tria do Holocau$to” mudou o número estimado de judeus mortos em Auschwitz de 4 milhões para 1 milhão. Quando for mostrado a você que o número de 4 milhões foi dado pelos soviéticos e refere-se ao número total de vítimas, não apenas judeus, e que sempre foi considerado absurdamente inflacionado por historiadores não-soviéticos que nunca saíram do número de 1 milhão para os judeus, apenas repita que a “Indú$tria do Holocau$to” mudou o número de judeus mortos em Auschwitz de 4 milhões para 1 milhão, e que portanto o Holocausto é uma farsa. O objetivo desta tática, é claro, é tentar tornar TODAS as estatísticas questionáveis. Se 4 milhões não é confiável, e você apenas continua revisando os números para baixo até que você chega a zero, e então - puf! - nenhum Holocausto!
0. Diversão Com Números — Ataque os anti-revisionistas com jogos de números enquanto os convida para entrar no jogo. Por exemplo, diga que a “Indú$tria do Holocau$to” mudou o número estimado de judeus mortos em Auschwitz de 4 milhões para 1 milhão. Quando for mostrado a você que o número de 4 milhões foi dado pelos soviéticos e refere-se ao número total de vítimas, não apenas judeus, e que sempre foi considerado absurdamente inflacionado por historiadores não-soviéticos que nunca saíram do número de 1 milhão para os judeus, apenas repita que a “Indú$tria do Holocau$to” mudou o número de judeus mortos em Auschwitz de 4 milhões para 1 milhão, e que portanto o Holocausto é uma farsa. O objetivo desta tática, é claro, é tentar tornar TODAS as estatísticas questionáveis. Se 4 milhões não é confiável, e você apenas continua revisando os números para baixo até que você chega a zero, e então - puf! - nenhum Holocausto!
11. O Grande Salto — Esta tática funciona assim: se uma peça de testemunho sobre o Holocausto parece não confiável, então NENHUM testemunho sobre o Holocausto é confiável. Se uma testemunha do Holocausto pode ter mudado de opinião sobre alguma coisa, então TODAS as outras testemunhas são mentirosas. Se alguns prisioneiros dos campos não morreram de fome, então NENHUM deles morreu de fome, etc. Mas seja cuidadoso. Isto é uma faca de dois gumes — alguém pode usar as mentiras bem-documentadas de outros revisionistas para concluir que VOCÊ também é um mentiroso.
12. Mas Eu Não Sou Anti-Semita — Tente encontrar exemplos de vícios de algum judeu, e então implique que isto faz com que todos os judeus pareçam maus. Quando lhe for perguntado por que você acha que um judeu representa todos os judeus mas que um cristão não representa todos os cristãos, ignore a pergunta.
13. Coletânea de Idiotices — Aqui estão algumas alegações rápidas que você pode fazer facilmente, embora lhe seja alertado de antemão que elas o farão parecer um imbecil:
a) Alegue que “os judeus” declararam guerra contra Hilter (seja lá o que isso queira dizer), e que qualquer coisa que ele tenha feito foi um ato de auto-defesa;
b) Sem base em absolutamente nenhuma evidência, alegue que os cadáveres nos fornos de Auschwitz teriam explodido, avariando os fornos e portanto tornando os números de cremação de corpos questionáveis.
c) Diga que por que o Museu do Holocausto em Washington tem um pequeno modelo de uma câmara de gás e não um modelo em tamanho real, isto de alguma forma prova que as câmaras de gás não existiram durante a IIGM;
d) Diga que a existência de um bordel em Auschwitz significa que não poderia haver câmaras de gás lá.
14. Se você não quiser parecer como um palhaço total, há sempre a abordagem pseudo-acadêmica e acima do bem e do mal. Com uma dose enorme de arrogância e superioridade, explique que você não é nem um revisionista nem nenhum outro “rótulo”, apenas alguém com um ceticismo sadio sobre tudo, inclusive sobre a história do Holocausto (TODA ela), e que você está conduzindo sua própria pesquisa para determinar por você mesmo se certos incidentes do Holocausto realmente aconteceram.
Finja ser totalmente imparcial (apesar da avalanche de evidências do Holocausto que você encontraria a hora em que realmente começasse qualquer pesquisa autêntica), mas nas suas mensagens apenas questione as declarações dos historiadores do Holocausto, e não as dos revisionistas.
15. Como alternativa, alegue que:
a) os judeus nos campos morreram como resultado de bombardeio aliado;
b) os judeus não foram mortos nos campos, mas enviados para a Rússia;
e
c) os judeus nunca nem mesmo foram para os campos, porque a capacidade ferroviária era insuficiente. Quando alguém lhe mostrar que essas alegações são mutuamente exclusivas, e que seria um truque incrível que as bombas aliadas em 1944 resultassem na morte de judeus em 1942, ignore.
16. Quanto ao motivo por trás da “farsa” do Holocausto, alegue que o Holocausto foi inventado próximo do final da IIGM por pessoas que anteviam o estabelecimento do Estado de Israel, e também anteviam que Israel enfrentaria andos de conflito com seus vizinhos, e também anteviam a conseqüente necessidade de ajuda militar e financeira a Israel, e também anteviam a possível oposição pública a tal ajuda, e então eles inventaram uma farsa gigante com milhares de testemunhas fraudulentas e documentos para que aqueles que pudessem se opor à ajuda a Israel se sentissem pesarosos pelos judeus e não se opusessem à ajuda. Quando alguém lhe mostrar que isto é uma total idiotice e que atos de genocídio não abrem automaticamente a “torneira” da ajuda às vítimas, ignore.
17. Embora todos os seus argumentos sejam sistematicamente feitos em pedaços, apenas espere por alguns dias e então poste-os novamente.
18. Lembre-se de que a comunidade revisionista é povoada principalmente por racistas, supremacistas brancos, anti-semitas e nazistas. Isto significa que todos exceto esses tipos de pessoas irão ignorar você. Mas não deixe que isso o intimide. Não deixe que suas distorções e mentiras inconsistentes e hipócritas proibam você de continuar a postar mensagens. Afinal, você está lutando pela verdade (como você gostaria que ela fosse).
4 comentários:
Caro Conde,
Acabo de ouvir o endereço do seu blog no talkradio do Olavo de Carvalho. Passei para conferir e vasculharei tudo do seu blog que parece realmente excelente.
Parabéns!!!!
Um verdadeiro manual de vigarice anti-semita. 18 passos de pura patifaria.
Fico espantado com o grau de demência e degradação moral dessa gente.
O mais biruta nisso tudo é a esquerda se aliar aos muçulmanos que pregam contra Israel e os judeus e depois essa mesma corja vermelha vêm nos taxar de nazistas...
Ah.Esse blog, o Verdade nos libertará, é excelente.
Valeu Conde.
Se houvesse documentos sobre o Holocausto, então a negação do Holocausto não existiria. No entanto, os documentos que alguém esperaria encontrar não existem. Temos documentos sobre tudo a respeito WWII - mesmo das execuções Stalinistas (apesar de muitos dos registros ainda serem mantidos em segredo). Não temos NADA sobre o alegado gaseamentos de milhões de pessoas, principalmente judeus. Se o gaseamentos tivesse acontecido, então haveria milhares de documentos que o verificariam, desde das fases de planeamento ao longo de todo o curso dos acontecimentos.
Estes documentos não existem porque esses gaseamentos nunca aconteceram.
No livro de Raul Hillberg 'A Destruição dos Judeus na Europa', Raul baseia toda sua narrativa em relatos de testemunhas oculares (o que mostro que pode ser falso), e nenhum em documentos. Não existem documentos alemães que detalham a execução em massa de judeus por via de câmaras de gás homicidas.
No livro Les crematoires d'Auschwitz por Jean-Claude Pressac, Pressac afirma não confiar em testemunhas oculares sobre o Holocausto, mas com base em documentos. A ironia toda é que cada vez que ele menciona câmaras de gás suas fontes são testemunhas oculares, e nunca documentos!
Se houvesse documentos sobre o Holocausto, então a negação do Holocausto não existiria.
Conde-Partindo dessa lógica, se eu matar alguém e esconder o corpo, é pq não existiu crime, por causa da falta de atestado de óbito. Sua avaliação histórica já peca por aí.
No entanto, os documentos que alguém esperaria encontrar não existem.
Conde-Existem sim. O que não existe, substancialmente, é uma ordem de Hitler. Porém, sabe-se que Hitler não tinha mania de dar ordens escritas. Aliás, o holocausto é provado até mesmo por documentos soviéticos, se é que vc não sabe: a própria NKVD soviética deu uma forcinha aos nazistas nos campos de extermínio.
Temos documentos sobre tudo a respeito WWII - mesmo das execuções Stalinistas (apesar de muitos dos registros ainda serem mantidos em segredo). Não temos NADA sobre o alegado gaseamentos de milhões de pessoas, principalmente judeus.
Conde-Há sim. Documentos dos campos de concentração e mesmo os campos foram descobertos. Dachau foi desativada pelos americanos. Os soviéticos desativaram Auschwitz. Por maior que haja risco de falsificação de relatos (e de fato há mesmo), por outro lado, uma boa parte deles é verdadeiro, já que condiz mesmo com as declarações daqueles que viveram como comandantes dos campos de concentração. Mesmo que não houvesse uma prova escrita do holocausto, a prova material existe. Dentro da lógica do nosso amigo, não haveria o genocídio cambojano, pq Pol Pot jamais escreveu nada na época do seu regime totalitário. A questão aí já mostra a tolice grosseira do argumento.
Se o gaseamentos tivesse acontecido, então haveria milhares de documentos que o verificariam, desde das fases de planeamento ao longo de todo o curso dos acontecimentos.
Conde-E há. Inclusive, foram encontradas plantas das estruturas dos campos. Há tb relatos de antigos chefes dos campos de concentração, que confirmaram a tragédia. Já passou pela cabeça de que muitos documentos nazistas podem ter sido queimados?
Estes documentos não existem porque esses gaseamentos nunca aconteceram.
Conde-Dentro da sua lógica, se eu matá-lo de forma clandestina, logo, é pq não houve crime, pq não há registro escrito disso. Desculpe, mas vc não é historiador, vc é apenas diletante e tolo.
No livro de Raul Hillberg 'A Destruição dos Judeus na Europa', Raul baseia toda sua narrativa em relatos de testemunhas oculares (o que mostro que pode ser falso), e nenhum em documentos.
Conde-Não li a obra de Hilberg. Porém, vc não está sendo sincero quanto a isso, pq há provas documentais sim. O Congresso de Wansee é um exemplo, ainda que os anti-semitas queiram negar a validade da documentação.
Não existem documentos alemães que detalham a execução em massa de judeus por via de câmaras de gás homicidas.
Conde-A conferência de Wansee não é um exemplo?
No livro Les crematoires d'Auschwitz por Jean-Claude Pressac, Pressac afirma não confiar em testemunhas oculares sobre o Holocausto, mas com base em documentos.
Conde-A mesma lógica de sempre: matei o cara, não assinei atestado de óbito, logo, não há crime. Partindo de sua lógica histórica tacanha, um relato de um crime não valeria fazer uma investigação, pq deveria haver documentos para isso. Que lógica doida!
A ironia toda é que cada vez que ele menciona câmaras de gás suas fontes são testemunhas oculares, e nunca documentos!
Conde-Supostamente digamos que os nazistas tenham feito tudo isso sem registro algum? Quer dizer que a falta de registro e da palavra pública de um nazista é prova de que os crimes não ocorreram? Se os nazistas ocultarem os crimes, dentro da lógica documental, eles estarão mais felizes do que nunca, pq, por mais que tenham matado milhões (e mataram mesmo, vide até os registros de videos, filmagens e mesmo os corpos encontrados), a sua refutaçaõ é totalmente burocrática e tola.
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