quinta-feira, março 16, 2006

A banalização do mal

A televisão nos mostrou cenas estarrecedoras, que refletem o quanto vai mal este país: partidárias fanáticas da Via Camponesa, ligada ao MST, organizadas em ônibus fretados, na calada da noite, destruíram plantações de uma fábrica de celulose, a Aracruz, que fazia pesquisas com sementes de eucalipto, não poupando nem mesmo o laboratório de pesquisas. Tal como o demônio bíblico, vieram pra roubar, matar e destruir. O que espanta em tudo isto, é o lugar comum de um grupo totalitário afrontando a lei e o Estado de Direito Democrático, a ponto de não somente violá-lo, como ser premiado por isso. O governo Lula simplesmente é cúmplice, senão partícipe direto desses movimentos, já que os subsidia com o mesmo dinheiro público coletado das vitimas da violência do MST. Pior do que a violação da lei em si é a perversão moral intrínseca neste governo e mesmo da população, que embora rejeite veementemente estes ocorridos sórdidos, nada faz para manifestar contra esse estado de coisas. É uma espécie de princípio da banalização do mal, em que a perversidade, antes condenada, agora é aceita como regra. A moral não é inércia. E o povo, se não aceita, omite-se. . .

Nada mais indigno em nossos tempos do que este tipo de depravação moral. Pior do que a inversão das leis, pior do que a inversão dos governos é a indiferença moral às responsabilidades da conduta humana. As leis podem ser perversas, os governos podem ser injustos, mas se há a depravação da alma dos cidadãos, tudo estará perdido, porque qualquer poder injusto será legitimado. Eis aqui, uma leve descrição do que chamamos banalização do mal. Quando se vê as cenas de destruição gratuita de anos de pesquisa e trabalho de uma empresa, apenas movido por um ódio irracional e artificialmente conduzido por mentes perversas, percebe-se o quanto a sociedade deixou rebaixar sua alma ao nível do animalesco. O choro de uma cientista que amava seu trabalho útil à sociedade é contrariado pela voz fria, psicótica e cínica do líder do MST José Stédile, elogiando o ato de vandalismo, como se destruir anos de trabalho alheio fosse mero expediente burocrático, mero detalhe de sua ânsia maligna de poder. Porém, a provocação de Stédile é sinônimo de perfeita consciência de que o Estado está dominado por pessoas do tipo dele. O PT é o símbolo máximo do poder do MST. O aparelho burocrático está dominado por eles. E a sociedade civil, esvaziada de ação política, cada vez mais sente o fosso de se esvaziar moralmente.


Pela primeira vez na história do Brasil, vemos a banalização do mal. Um governo que vulgariza a corrupção, a violência, o vandalismo e a injustiça, além do relativismo moral e de tudo que há de inferior no ser humano, jogado a conta-gotas em escolas e universidades, ou mesmo na ação política e nas leis. A justiça é camuflagem para um sentimento de ódio, inveja, ressentimento e rancor. O discurso ético é para camuflar a mentira e a chantagem de um governo, que extorque a sociedade civil por métodos dos mais abomináveis. A moral é invertida: o que era antes bom, agora se torna mau e vice-versa. E o bom povo, acuado, amedrontado, vive em insegurança e lhe falta força.


Experiências desse tipo é que não faltam no século XX. Na Alemanha dos anos 20, a juventude nazista da SA quebrava vidraçaria de judeus e espancava dissidentes políticos nas ruas. Os universitários russos anarquistas do final do século XIX explodiam bombas em Moscou, matavam autoridades, czares e mesmo gente comum e ainda pregavam a destruição de toda sociedade e de toda moral familiar, em nome de sua causa revolucionária. A sociedade que estava para ser destruída subestimava esses delinqüentes e assassinos organizados. Riam de Hitler, ignoravam a força do mal em Lênin. Quando menos se esperava, a moralidade pública estava invertida e destruída, e os monstros estavam no poder. E todos eles impuseram o regime que o diabo quis na Terra. O raciocínio de Stédile e do PT é o mesmo ódio que motiva um Hitler ou Lênin: um ódio corrosivo, que destrói tudo o que vê, despreza tudo que é bom, inverte o bom senso elementar do homem para a tirania, a servidão e a morte. Se Stédile elogia o vandalismo odioso, mesquinho, hediondo de uma massa fanática, que dirá quando pessoas como ele estiverem no poder? O vandalismo poderá se tornar crimes piores, senão genocídio e assassinatos em massa! O crime se tornará lei, a perversidade se tornará regra! Tudo caminha para a destruição do Estado de Direito Democrático neste país.

O choro da cientista, que viu anos de sua inteligência, perícia, dedicação e amor à ciência jogados no chão do laboratório, é o choro que cada cidadão devia alimentar em sua consciência: o desprezo à injustiça, à perversidade moral e à crueldade do ser humano, sob quaisquer formas. É o que senti quando vi aquilo: um misto de mal estar e repúdio à indignidade, vilania e maldade daquelas mulheres “camponesas” com a consciência depravada e doente. Quem perdeu qualquer comoção ao ver aquilo, realmente está abaixo da dignidade humana. Sucumbiu à banalização do mal. . .

Conde Loppeux de la Villanueva

Em 12 de março de 2006

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria de receber ,ou de ler, os artigos "Burguesia x Inteligentzia" e "Preconceito e Ideologia".
Abraços!