
O que está em jogo nessa discussão? A salvação da economia americana? O resgate dos bancos? A restituição dos credores? A recuperação da economia mundial? Penso que não. O que está em jogo, basicamente, é o sistema político e econômico de liberdades e propriedades que mantém as democracias em pé. Os arautos anticapitalistas, os milenaristas marxistas de plantão, já estavam decretando antecipadamente o “eschaton”, a morte do capitalismo e, em particular, do “neoliberalismo”. Se atentarmos aos apelos contra o livre mercado na ótica destes apocalípticos, há na sua proposta uma tendência perigosíssima de um completo agigantamento da burocracia estatal, como se esta fosse a fiel salvadora da economia capitalista. Não deixa de ser patética essa hipótese, pois quase todos eles sentem uma dolorosa saudade do falecido e criminoso modelo soviético. Um amor que não ousa dizer o nome. . .
É curioso perceber que a falácia da burocracia voluntariosa e salvadora é um lugar-comum nos comentários de jornalistas, economistas e acadêmicos, como se a existência mesma do livre mercado fosse uma corrupção moral tolerável dentro dos limites da benevolência do Estado. A crise de 1929 é o espantalho destes notórios profetas, relembrando a figura do New Deal e de Roosevelt como salvadores do malvado e corrompido capitalismo norte-americano. Este mito, forjado nos anos 30, não deixou de ter um dedo da União Soviética, já que muitos tecnocratas da administração Roosevelt eram francamente stalinistas, fanáticos estatólatras. Aliás, a idéia da burocracia voluntariosa e sábia chegou a ser uma mania daqueles tempos. É paradoxal que eles exaltassem as medidas de planejamento centralizado bolchevista, quando na mesma época, a União Soviética experimentava o maior surto de fome e miséria de sua história, com a coletivização das terras na Ucrânia. Tragédia que custou a vida de milhões de ucranianos pela fome e reduziu o país ao canibalismo. Em suma, a desproporção, além de desonesta, é paranóica.
É desonesta e paranóica porque falsifica a compreensão histórica do século XX. Se há algo que se tem de rememorar no Estado contemporâneo é o de ser organismo mais destrutivo que se tem notícia. As piores crises econômicas do capitalismo foram justamente causadas pela intervenção estatal. Aliás, se há algo que o Estado fez, em todo o século passado, foi criar problemas inexistentes para depois presumir resolvê-los. Estranha metodologia, porém, perfeitamente compreensível, em parte, pela idéia mítica do Estado engenheiro social e de uma sociedade lapidável, tal como uma argila de um oleiro. O governo intervém na economia e na sociedade civil em nome de resolver seus problemas. Quando ele não os resolve, ou mais, piora os males, exige mais burocracias e, em nome disso, mais poderes sobre a sociedade civil. E cada vez mais, o Estado destrói a vitalidade, a espontaneidade, a capacidade criativa da sociedade, para tornar tudo sumariamente coercitivo, compulsório, forçado. É espantoso que o processo seja um circulo vicioso, uma espécie de louca autofagia. E além de não resolver os velhos problemas que se propõe, o Estado cria outros novos, inexistentes, até o dia em que a sociedade definha.
Não é novidade, para os mais estudiosos, que a crise de 1929, como a crise atual, tem no Estado o seu maior responsável. Todavia, o espírito totalitário e idolátrico do Estado parece bem vivo na mente de muitas pessoas, como atávicas a um processo de servidão. É estranho bradar a crise de 1929 como o pecado original do capitalismo liberal, quando na verdade, seus diletantes escamoteiem os fracassos (e por que não dizer, crimes?) da economia estatal planejadora. Isso porque há de se recordar, a crise de 1929, como a crise americana atual, é pecado original do espírito planejador do Estado.
Uma boa parte dos que aderiram ao discurso de morte do capitalismo tem o espírito stalinista dentro de seus devidos corações. São as viúvas do Muro de Berlim, os nostálgicos da Gosplan soviética da vida, amantes naturais da ditadura comunista chinesa, cubana e norte-coreana, que odeiam o sistema de liberdades civis, no qual os americanos representam seu maior símbolo. Nesta lista entram os fracassados caudilhos cripto-comunistas, os Chavez, os Morales da selva latino-americana , junto com seus adeptos cretinos do fracasso permanente, que de tão permanente, acabam se tornando um sucesso insistente de público. São verdadeiros fantasmas brigando contra a realidade viva. Até porque o livre mercado e a propriedade privada são garantias materiais para as liberdades civis que o ocidente usufrui. São essas instituições que preservam os direitos individuais, sem os quais, o Estado controla tudo e a sociedade é subjugada. São, em suma, garantias para o progresso natural da economia. O resto é conversa mole!
17 comentários:
É isso aí Conde, passei a ser leitor assíduo do seu blog. Finalmente uma leitura que foge ao politicamente correto!! Continue detonando os vermelhinhos adoradores do Leviatã e inimigos das liberdades individuais.
Prezado Conde e amigos,me permitam,por favor,reproduzir um texto do www.Midiasemmascara.org, sobre um de vários genocídios provocados pelo esquerdismo.Este aqui,envolvendo a FOME,ocorreu na Ucrânia:
"Lembrando o Holodomor
por Viktor Yushchenko em 03 de maio de 2008
Resumo: O “Holodomor” foi um ato de genocídio, que foi concebido para esmagar o povo ucraniano.
© 2008 MidiaSemMascara.org
Setenta e cinco anos atrás, o povo ucraniano foi vítima de um crime bárbaro. No Ocidente, foi denominado de "A Grande Fome". Em nosso país, a Ucrânia, é conhecido como “Holodomor”. Trata-se de uma campanha organizada de fome coletiva que, nos anos de 1932 e 1933, exterminou, de acordo com diversas estimativas, entre sete e dez milhões de cidadãos, incluindo um terço de todas as crianças da Ucrânia. Através de uma forma hedionda de mitigar a dimensão do acontecimento, o Estado soviético denominou o fato como uma mera “frustração de safra”. Dirigentes soviéticos pretendiam evitar responsabilidade e esconder a real intencionalidade, as causas e as conseqüências dessa tragédia humana. Apenas isso seria o bastante para fazer uma pausa e honrar a memória das vítimas.
Durante as longas décadas de Estado soviético, para os ucranianos era perigoso discutir seu maior trauma nacional. Qualquer comentário sobre “Holodomor” era considerado um crime contra o Estado. As memórias das testemunhas e artigos de historiadores como Robert Conquest e James Mayes (já falecido), foram proibidos, pois eram considerados propaganda anti-soviética. No entanto, cada família ucraniana, através de suas memórias, sabia sobre a magnitude do acontecido. Os ucranianos sabiam que tudo isso foi perpetrado intencionalmente para punir a Ucrânia e destruir a sua base nacional. Em memória das vítimas e para restabelecer a verdade histórica, a Ucrânia independente luta atualmente por uma melhor compreensão e reconhecimento do “Holodomor”, tanto dentro do país como em todo o mundo.
As nossas ações não são ditadas por um desejo de vingança ou tendenciosas opiniões políticas. Sabemos que os próprios russos foram as principais vítimas de Stalin. A última coisa que passa por nossa cabeça é atribuir culpa aos atuais herdeiros do Estado Soviético. Nosso único desejo é, apenas, conseguir compreender o que realmente aconteceu. É por isso que o parlamento ucraniano aprovou no ano passado uma lei sobre o reconhecimento do “Holodomor” como ato de genocídio. Por isso, peço a nossos amigos e aliados para apoiar este ponto de vista. Quando o mundo é indiferente por causa da amnésia histórica, ou da falsificação da história, está condenado a repetir seus piores erros.
"Genocídio" é um termo muito pesado e alguns ainda contestam sua aplicabilidade para o que aconteceu na Ucrânia. Por isso, deve-se voltar à definição legal desse crime, consagrada na Convenção das Nações Unidas sobre Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, datada de 1948. Assim, considera-se como genocídio “quaisquer atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, a nível nacional, étnico, racial ou religioso, qualquer desses grupos”, incluindo “deliberadamente infligir sobre o grupo condições de vida calculadas para trazer a sua destruição física, total ou parcial”. “Holodomor” é inteiramente coerente com esta definição. É digno de nota que isso se enquadra ao pensamento de Raphael Lemkin, um advogado cientista, que detém a autoria da Convenção sobre Genocídio.
Hoje em dia, existem muitos materiais históricos especificando os pormenores da política de coletivização forçada de Stalin e do terror de fome dirigido contra a Ucrânia. Outras regiões da União Soviética também foram fortemente afetadas. Mas a liderança soviética tinha uma finalidade velada para a perseguição e tortura de fome contra o campesinato ucraniano. Isto foi parte de uma campanha para reprimir a identidade nacional ucraniana e o desejo de soberania nacional. Como comentou alguns anos antes o próprio Stalin “não se tem um movimento nacional poderoso sem o exército camponês <...> essencialmente, a questão nacional é a questão camponesa”. Na tentativa de reverter a política de “ucrainização”, o que contribuiu para a limitada autonomia cultural e política, ao longo da década de 1920, Stalin decidiu derrubar o campesinato, que compunha 80% da nação. A resolução para a questão nacional da Ucrânia foi realizar um massacre por meio da fome.
Os métodos de Stalin incluíam uma determinação astronômica de recolhimento de produção agrícola para os estoques do Estado, que eram impossíveis de cumprir e que não deixava nada para alimentar a população local. Quando o plano não se concretizava, tropas eram enviadas à região. Até ao final de 1932, aldeias e regiões inteiras foram isoladas, transformadas em guetos de fome, cujos nomes foram registrados nas listas negras do Regime. Todo esse tempo, a União Soviética continuou a exportação de cereais para o Ocidente e até mesmo a produzir álcool. No início 1933, a liderança soviética decidiu reforçar radicalmente o bloqueio das aldeias ucranianas. Como resultado, todo o território da Ucrânia foi cercado por tropas e todo o país se transformou em um enorme campo da morte.
Um claro direcionamento antinacional de Stalin estava em curso de ação e percebia-se nitidamente uma campanha contra as instituições e os indivíduos que tinham contribuído para o desenvolvimento da vida cultural e social do povo ucraniano. Entre as vítimas destacamos: a Academia de Ciências da Ucrânia, a Editora da Enciclopédia Ucraniano-Soviética, a Igreja Ortodoxa Ucraniana e, no fim, o próprio Partido Comunista da Ucrânia. Foi uma campanha sistemática contra o povo ucraniano, a sua história, cultura, linguagem e estilo de vida.
O “Holodomor” foi um ato de genocídio, que foi concebido para esmagar o povo ucraniano. O fato de que a tentativa fracassou e agora a Ucrânia vive como uma nação independente e soberana, não dá o direito de diminuir a gravidade do crime. Também não nos isenta da responsabilidade moral de reconhecer o que ocorreu. No septuagésimo quinto aniversário, devemos, perante as vítimas do “Holodomor” e de outros genocídios ser justos em relação ao nosso passado.
O autor é Presidente da Ucrânia.
Fonte: Consulado da Ucrânia em Curitiba."
Obrigado,prezado Conde,caso publicar este texto!Quem sabe-resta sempre uma esperança-algum esquerdista,ao lê-lo,começará a RACIOCIONAR,e largue,de vez,de ser estúpido,evitando continuar ser manipulado pela fantástica propaganda do Movimento Revolucionário!"
PS.:Caro Conde,este meu comentário e o texto reproduzido acima foi postado no site do grande Reinaldo Azevedo,em seu blog!Reproduzo-o aqui para relembrar o que foi a criminosa morte pela fome,na Ucrânia,imposta pelos genocidas soviéticos,ou seja,comunistas...
"Uma boa parte dos que aderiram ao discurso de morte do capitalismo tem o espírito stalinista dentro de seus devidos corações. São as viúvas do Muro de Berlim, os nostálgicos da Gosplan soviética da vida, amantes naturais da ditadura comunista chinesa, cubana e norte-coreana, que odeiam o sistema de liberdades civis, no qual os americanos representam seu maior símbolo. Nesta lista entram os fracassados caudilhos cripto-comunistas, os Chavez, os Morales da selva latino-americana , junto com seus adeptos cretinos do fracasso permanente, que de tão permanente, acabam se tornando um sucesso insistente de público. São verdadeiros fantasmas brigando contra a realidade viva. Até porque o livre mercado e a propriedade privada são garantias materiais para as liberdades civis que o ocidente usufrui. São essas instituições que preservam os direitos individuais, sem os quais, o Estado controla tudo e a sociedade é subjugada. São, em suma, garantias para o progresso natural da economia. O resto é conversa mole!'
É isso aí mesmo,Conde!
FOGO NOS BOTOCUDOS!
Meu amigo, você não deixa pedra sobre pedra. way to go.
Excelente,caro Conde!!!
Parabéns!!!
"
"O Comunismo não é a fraternidade: é a invasão do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane Deus das almas e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião. Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador”
(Rui Barbosa - Pronunciamento na Associação Comercial do Rio de Janeiro, em 8 de março de 1919) "
KIRK
Não costumo replicar a provocações dos cobardes que, pobres em argumentos, vestem traje de alcunha para virem aqui ensaiar tércio de bandarilhas. No caso, abro excepção. Porque a questão esgrimida pelo “tía altisidora” é recorrente na argumentação de direita contra a recuperação da memória sobre as iniquidades da guerra civil e a vingança sangrenta de Franco contra os vencidos. Sempre que se recordam as vítimas do franquismo, e se exige a recuperação das suas dignidades, no mínimo o direito a terem uma sepultura, os saudosistas do falangismo recorrem, por norma, ao mesmíssimo único trunfo: e a matança de Paracuellos del Jarama (*)? Só que, com este afunilamento na operação de ricochete, os sobreviventes (física ou intelectualmente) do fascismo espanhol só dão razão aos defensores da justiça na memória (ninguém defende outro tipo de julgamentos, muito menos se defendem matanças vingativas imitando a de Paracuellos del Jarama ou outras), salientando a desproporção entre as manchas dos crimes dos lados que se combateram durante a guerra civil.
Caro Conde,permita-me,por favor,compartilhar um excelente artigo do grande Jornalista Reinaldo Azevedo,acerca dessa bobajada ideológica genocida,chamada SOCIALISMO, pródiga em produzir misérias e cadáveres:
"Reinaldo Azevedo
Que falta faz um Voltaire
"O socialismo acabou, sim. Então vamos lá: ‘Abaixo o socialismo!’.
Porque ele sobreviveu nas mentalidades e ainda oprime o cérebro
dos vivos com o peso de seus milhões de mortos. O século
passado viu nascer e morrer esse delírio totalitário"
Falei outro dia a estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Um deles, militante socialista, antiimperialista, favorável ao bem, ao justo e ao belo, um verdadeiro amigo do povo (por alguma razão, ele acha que eu não sou), tentou esfregar Rousseau (1712-1778) na minha cara como exemplo de filósofo preocupado com o bem-estar do homem. "Justo esse suíço que não cuidava nem dos próprios filhos, entregando-os todos a asilos de crianças?", pensei. O sujeito amava demais a humanidade para alimentar as suas crias. "O que será que alguns mestres andam dizendo nas escolas?" Já participei de outros eventos assim. A expressão do momento, nas universidades, é resistir à "colonização promovida pelo mercado". A maioria silenciosa não dá bola pra essa besteira. A minoria barulhenta vai à guerra. O conceito é curioso porque faz supor que possamos ser caudatários, então, de uma cultura autóctone, de um nativismo pré-mercado ou de um tempo edênico em que o mundo não havia sido ainda corrompido.
A pauta de contestação varia pouco. Que importa se Israel é a única democracia do Oriente Médio? A justiça, sem matizes, estará sempre com os palestinos. O terrorismo islâmico assombra o planeta e obriga os regimes democráticos a uma vigilância que testa, muitas vezes, seus próprios fundamentos? A culpa cabe ao "fundamentalismo cristão" de George W. Bush, com sua "guerra ao terror". As Farc seqüestram e matam? É preciso eliminar a influência que os EUA exercem na América do Sul. O crime assombra a vida cotidiana dos brasileiros? O país precisa é de menos cadeias e mais escolas, como se fossem categorias permutáveis. Existe remédio para a tal "injustiça social"? Claro! Responda-se com a estatização dos pobres. A Terra está derretendo? É preciso pôr fim ao neoliberalismo. Sem contar os malefícios da imprensa burguesa...
Agora sei. É tudo culpa de Rousseau e do seu Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. Quem melhor comentou a obra, numa cartinha enviada ao próprio autor, foi Voltaire (1694-1778), pensador francês: "Quando se lê o seu trabalho, dá vontade de andar sobre quatro patas". Este sabia das coisas. Descobriu a "força da grana – e da liberdade – que ergue e destrói coisas belas". Está claro nos textos de Cartas Inglesas. E, à diferença do outro, não dava muita pelota pra esse papo de "igualdade".
Algumas normalistas de meias três-quartos do articulismo pátrio diriam que Voltaire era um malcriado. Onde já se viu tratar daquele jeito um senhor que só pensava no bem da humanidade? Afinal, o que ele queria? Ora, todos cedemos um pouquinho aos interesses coletivos e seremos felizes. Não sou Voltaire: minhas ambições e meu nariz são menos proeminentes, mas noto o convite permanente para que passemos a nos deslocar sobre quatro patas. Na prática, o iluminismo anglo-saxão venceu: a força da grana erigiu cidades, catedrais, civilizações e fez vacinas. O discurso da igualdade, quando aplicado, produziu uma impressionante montanha de mortos. Mas vejam que coisa: é Rousseau quem está em toda parte, reciclado pela bobajada do marxismo, que tentou lhe emprestar o peso de uma ciência social.
O que isso quer dizer na história das mentalidades? O socialismo perdeu o grande confronto da economia e desabou sobre a cabeça dos utopistas, mas as esquerdas têm vencido a guerra da propaganda cultural, impondo a sua agenda, aqui e em toda parte. Dominam o debate público e, pasmem!, foram adotadas pelo capital. Estão incrustadas, como se sabe, nas universidades e nos aparelhos do estado, mas também nas grandes empresas, que financiam institutos culturais e ONGs dedicados a preservar as árvores, as baleias, as tartarugas, a arte e, às vezes, até as criancinhas. De quebra, também nos convidam a ser tolerantes com o que nos mata.
São todos, de fato, "progressistas", filhos bastardos do suíço vagabundo. Eu, um "reacionário", um tanto voltairiano, embora católico, pergunto aos meus botões: um banco não é mais "humanista" quando oferece crédito e spread baratos do que quando se propõe a salvar o planeta? Na propaganda da TV, a mineradora parece extrair do fundo da terra mais sentenças morais do que ferro, mais poesia e idéias de "igualdade" – esta droga perigosa – do que minério. Escondam o lucro! Ele continua a ser um anátema, um pecado social e uma evidência de mau-caratismo. O lucro leva pau até em roteiro de Telecurso 2º Grau. Aposto que boa parte dos nossos universitários, a pretensa elite intelectual brasileira, acredita que as vacinas nascem do desejo de servir, não da pesquisa financiada pela salvadora cupidez da indústria farmacêutica.
O socialismo acabou, sim. Então vamos lá: "Abaixo o socialismo!". Porque ele sobreviveu nas mentalidades e ainda oprime o cérebro dos vivos com o peso de seus milhões de mortos. O século passado viu nascer e morrer esse delírio totalitário. Seu marco anterior importante é a Revolução Francesa, mas sua consolidação se deu com a Revolução Russa de 1917, que ousou manipular a história como ciência da iluminação. A liberdade encontrou a sua tradução nos campos de trabalhos forçados, com a população de prisioneiros controlada por uma caderneta ensebada que o ditador soviético Josef Stalin (1879-1953) levava no bolso. A igualdade mostrou-se na face cinzenta da casta dos privilegiados do regime. A fraternidade converteu os homens em funcionários do partido prontos a delatar os "inimigos do estado e do povo". A utopia humanista vivida como pesadelo impôs-se pelo horror econômico e acabou derrotada pelo inimigo contra o qual se organizou: o mercado. Mas, curiosamente, sobreviveu como um alucinógeno cultural.
De que "socialismo" falo aqui? É claro que o modelo que se apresentava como "a" alternativa não-capitalista de organização da sociedade desapareceu. E a China é a prova mais evidente de sua falência – do modelo original, o país conservou apenas a ditadura do partido único. O livro O Fim da História e o Último Homem, do historiador americano Francis Fukuyama, já se tornou um clássico do registro desse malogro. Demonstrou-se a falência teórica e prática de um juízo sobre a história: aquele segundo o qual o macaco moral que fomos nos tempos da coleta primitiva encontraria o estágio final de sua sina evolutiva no bom selvagem socialista, de espinha ereta, pensamentos elevados e apetites controlados pela ética coletiva.
De fato, os donos das minas de carvão (que seres desprezíveis!), os mercadores cúpidos, os colonizadores e até seus sicários, toda essa gente acabou, mesmo sem saber, civilizando o mundo. Felizmente, o homem não é bom. A sociedade, por meio dos valores, é que ajuda a controlar os seus maus bofes. Estamos falando de duas visões distintas de mundo. Uma supõe uma religião em que o deus único é o estado; o bem alcançado é diretamente proporcional à redução do arbítrio individual: menos alternativas, menos probabilidade de erro. E a outra acolhe a vontade do sujeito como motor da transformação do mundo, respeitadas algumas regras básicas de convivência. Atenção: a democracia moderna nasce dessa vertente, não da outra, semente dos dois grandes totalitarismos do século passado: fascismo e comunismo.
É o modelo de proteção às liberdades individuais, sem as quais inexistem liberdades públicas, que nos faculta o direito de criticar o nosso próprio modelo. Não obstante, as causas influentes, reparem, piscam um olho ora para utopias regressivas, ora para teorias que nos convidam a entender os facínoras segundo a particularíssima visão de mundo dos... facínoras! É a forma que tomou a militância de esquerda, que nos convida a resistir à "colonização promovida pelo mercado".
Tomem cuidado com os militantes da "igualdade" e da "justiça social". Toda crença tem um livro de referência. Esta também. Além de ter sido escrito com o sangue de muitos milhões, só se pode lê-lo adequadamente sobre quatro patas.
Leia o blog de Reinaldo Azevedo"
Fonte:Revista VEJA
Obrigado,caro Conde!!!
KIRK
Bom texto Conde, mas seria interessante dar mais ênfase aos acontecimento históricos... quem sabe revendo a história o poder da conscientização não venha surtir mais efeito.
Abraços.
Se o Conde dependesse de colocar esses textos no livre mercado para sobreviver seria uma magrão.
De fato, no que se refere ao chamado "stalinismo", que é nada mais do que um apelido pejorativo do bolchevismo(marxismo-leninismo) que terminou sendo adotado em homenagem ao líder soviético, análogamente ao que aconteceu com o apelido pejorativo dos afro-descendentes(negro vem de "nekros", morto) que terminou virando um símbolo de resistência, os inimigos dos "malvados stalinistas" foram, são e serão incapazes de apresentar argumentos racionais, além de seus tradicionais clichês, contra um dos períodos de maior glória do socialismo científico e da história da União Soviética. Quando falta a razão, é mais fácil criar "monstros e demônios", como na Idade Média. Termina sendo mais fácil acreditar que seremos salvos pelos cruzados e os marines.
Seria legal se o Conde tivesse um programa de audio semanal como o do olavo de Carvalho.
O cara sabe muito.
Abraco
Caro Conde e amigos Conservadores,de Direita,Cristãos(burgueses),vejam este sensacional artigo:
"OS MOTORES DA HISTÓRIA
NIVALDO CORDEIRO
25/10/2008
Tem sido interessante acompanhar as campanhas eleitorais pelo Brasil, em paralelo com a campanha eleitoral para a presidência dos EUA. Haveria algo em comum nessas campanhas? Penso que sim. E penso também que algo de muito errado está no processo de escolha dos dirigentes políticos nesses sistemas eleitorais. É o que pretendo argumentar aqui.
A democracia moderna, na origem, como imaginada pelos teóricos do Iluminismo, pressupunha duas coisas para o sufrágio universal: a existência de partidos com plataformas políticas definidas (e sua alternância no poder) e também a existência de uma elite social que servisse de exemplo para a sociedade e fosse sua condutora. Pressuposto que um homem de Estado deveria ter reputação inatacável, patriotismo, formação adequada e discernimento além da média quando diante das peripécias do exercício do poder. E, sobretudo, que o Estado fosse o “mínimo”, deixando aos particulares as ações econômicas e o exercício da liberdade. A propriedade privada é aqui o fundamento do processo social e político.
O chamado Estado de Direito define esse arcabouço institucional que é a pré-condição para a sobrevivência da democracia. No centro do processo político estava o indivíduo como pessoa, sujeito de seu próprio destino. O papel do Estado deveria ser manter as condições para que os destinos individuais pudessem se realizar com o mínimo de perturbação. Homens como Locke, Adam Smith e Montesquieu teorizaram sobre essa forma de organizar o Estado.
É bem verdade que, dos tempos do Iluminismo, tivemos também o emergir das idéias totalitárias, a própria negação da chamada “democracia burguesa”: Rousseau e seus filhotes, especialmente Marx. Para esses teóricos a pessoa individual não tinha a menor importância, prevalecendo o coletivo, a presença sufocante do Estado como sujeito da história. Socialismo e comunismo são as suas idéias-chave. Essas idéias foram banidas em todos os países durante o século XIX, que conheceu o triunfo do liberalismo clássico. A idéia-força da liberdade sob a lei conduziu os destinos das nações, abolindo-se os absolutismos de diversos matizes, a escravidão e as barreiras ao livre comércio e à livre iniciativa.
Ao entrar o século XX verificou-se uma mudança profunda. Em primeiro lugar, a emergência dos movimentos totalitários, sejam aqueles originados em golpes de Estado (Rússia e China na primeira metade do século), sejam aqueles originados pelo processo eleitoral, como Hitler e Mussolini. Vieram as Grandes Guerras e a grande crise econômica de 1929. O capitalismo jamais foi o mesmo. Desde então as instituições liberais foram, pouco a pouco, cedendo espaço às idéias socialistas. Aconteceu o duplo movimento de crescimento da tributação como proporção do PIB e a elevação dos gastos ditos como “sociais”. Em paralelo, a regulação da vida civil como jamais houve. Essa metamorfose teve como grande teórico o italiano Antonio Gramsci, que influenciou gente como Norberto Bobbio e John Rawl, que não hesitaram em defender a prevalência da idéia de igualdade sobre a de liberdade. Essa maneira de ver a realidade política dominou o imaginário das juventudes universitárias e da imprensa mundialmente, legitimando o novo Estado de bem-estar social.
Voltemos ao ponto. A democracia baseada no sufrágio universal só poderia conviver com as idéias liberais se o Estado fosse reconhecido como um instrumento a ser severamente controlado e vigiado pela sociedade, devendo limitar-se ao mínimo possível, isto é, custar pouco e interferir nada no cotidiano das pessoas. Na medida em que a idéia de igualdade sobrepõe-se à da liberdade e que se aceitou ser o Estado um instrumento legítimo de redistribuição de renda, quebrou-se essencialmente o equilíbrio para que a ordem democrática como aquela conhecida no século XIX pudesse existir.
As campanhas eleitorais em curso mostraram fielmente a transformação ocorrida. O homem-massa eleitor é agora cortejado não para eleger os melhores partidos e as melhores pessoas para governantes. Ele agora é chamado a escolher quem vai colocar “mais” e “melhor” o Estado a serviço de seus apetites, de suas idiossincrasias, de suas ilusões. O discurso político de todo postulante aos votos parte do suposto da estupidez factual da maioria dos eleitores, que não compreende o Estado e nem os movimentos políticos, mas que julga ser seu “direito” ter todas as benesses que as classes políticas lhes prometem em troca do seu voto. É crença que o Estado tem a obrigação de prover as necessidades básicas, do emprego à escola, da saúde à aposentadoria. Essa crença decreta o fim da democracia, que supõe o indivíduo capaz de prover-se a si mesmo.
Então podemos ver a repugnante sujeição dos postulantes aos votos ao mais desbragado populismo, ao discurso mais irracional, às promessas mais tacanhas e inexeqüíveis. As campanhas eleitorais são verdadeiras odes à bestialidade. E, quando no poder, os eleitos procuram desesperadamente cumprir as promessas tolas de campanha, ao preço de sufocar as liberdades individuais e de exorbitar crescentemente na tributação. O mundo de hoje tem o formato fascista que nem mesmo seus teóricos originais poderiam imaginar: tudo pelo Estado; nada fora do Estado; nada contra o Estado. Estamos efetivamente diante daquilo que tenho chamado de Estado Total.
A crise econômica ora em curso é resultado direto desse caráter fascista/socialista que tomou as instituições de Estado hodiernamente. A primeira coisa que fazem os governantes eleitos nesse sistema eleitoral irracional é esquecer as leis econômicas. Tentam, via sistema legal, criar uma economia ideal, pela qual a própria lei da escassez poderia ser suprimida, estabelecendo a igualdade de fato. Claro que a realidade não se dobra a cacoetes jurídicos e nem à vontade arbitrária dos governantes. A crise veio justamente provar essa verdade comezinha e corrigir os abusos.
O problema se agiganta porque os passos seguintes rumo ao Estado Total são facilmente previsíveis: a guerra e o totalitarismo, bem como a supressão do ritual eleitoral. Observar os acontecimentos é angustiante, é como alguém na base de uma montanha que vê chegar a avalanche inexorável. É um encontro com o destino. Estou convencido de que, eleito, Barack Obama se dobrará à tentação cesarista. Será inexorável. Combater a crise econômica pela criação de guerras, maiores ou menores, tem sido um fato na história dos EUA. A própria crise de 1929 só foi superada pelo esforço para a Segunda Guerra. Uma saída do mesmo tipo agora será muito tentadora e quase automática.
E a história mostra que a social-democracia tem sido o abre-alas dos totalitarismos comunistas.
No Brasil podemos ter algo do tipo, uma repetição do que se viu na Rússia, visto que a experiência pacífica de tomada do poder pelos socialistas chegou ao seu limite com Lula. Para piorar o cenário nacional temos, como nunca, o desafio aos interesses nacionais de governos vizinhos, o que abre as portas para eventuais conflitos bélicos, de desfecho imprevisível.
O aprofundamento da crise econômica inevitavelmente fará mover os motores da história. O rumo a ser tomado será o do Oriente, ou seja, o lugar onde não sopram os ventos da liberdade. Mais do que nunca é o tempo de temer o futuro.
Em tempos assim é preciso convocar a verdadeira elite, os homens e mulheres capazes de enfrentar os perigos e de levar a um porto seguro os destinos coletivos, preservando a liberdade. Infelizmente, não os vejo. A elite naufragou nas hordas dos homens-massa. Não mais existe.
Postado por Cavaleiro do Templo às 07:54"
Fonte:
www.cavaleirodotemplo.blogspot.com
Obrigado,caro Conde!!!
KIRK
PS.:Concordo com a sugestão do caro anônimo,às 5:55 PM!!!
Fico impressionado com a capacidade do Conde de inventar personagens para apoiar as bobagens que fala. Os mesmos cacoetes de digitação, as mesmas crises de odio, a mesma ignorância.
Conde,
"Não é novidade, para os mais estudiosos, que a crise de 1929, como a crise atual, tem no Estado o seu maior responsável"
O que o Estado fez de errado pra causar a crise de 1929?
Alias, eu nunca entendi o que de fato causou e como ela foi resolvida.
Abraços
Bom o seu blog
Roberto D
Meu amigo, parabenizo-o pelo blog, pelas suas lúcidas abordagens dentro de um país onde impera a loucura e o imbecilismo naturaias às esquerdas LADINA- AMERDAcanas
Gostaria de entrar em contacto com o amigo...em email...Como faço?
Pediria ao amigo uma abordagem sobre a chamada ordem mundial- estado fascista universal
Pô,"maurício",às 8:35 AM,não bastasse o seu nome,agora você vem aqui para colocar em dúvida a individualidade de cada comentarista deste sensacional blog?
Qual é a sua,"maurício"???!!!
Ah,já imagino qual deve ser,provavelmente,o seu problema:desejo frustrado de sua parte,em sua ânsia de querer conhecer os membros deste blog,hehehe!!!
Vai criar vergonha na cara,seu esquerdista!!!(eu sei,gente,eu sei...pedir a um esquerdista para que tome jeito,que adquira caráter,dignidade,decência,moralidade,etc,já é pedir por um milagre-mas milagres acontecem,hehehe!!!)...
E,aproveitando o ensejo:"maurício",vai tomar no cú!!!
KIRK
Para Maurício disse...
Que absurdo!
Quem sempre inventou personagens foram os debilóides da esquerda ultra radical (pelo visto você é integrante dela)...Transformam "porcos fedorentos" em heróis, escondem e distorcem a realidade dos fatos, chegam ao absurdo de usarem a democracia como escudo,trazendo por trás deste os verdadeiros desejos totalitaristas.
Crises de ódio? Sim, temos visto sim, porém sempre naqueles que não se cansam de demonizar a classe média, naqueles que atacam o imperialismo americano, mas que no entanto, adoram as benesses do capitalismo....mansões, carrões, etc e como se não bastasse são assíduos frequentadores dos Mac Donalds na vida e não abrem mão de um tênis NIKE nos pés....Não é mesmo Maurício???
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