terça-feira, janeiro 22, 2008

Carta a uma nação de macacos. . .ou analisando as asneiras do “filósofo” Sam Harris.

Um idiota se reconhece pela entrevista. Há livros que nunca comprei, precisamente porque o autor falou uma asneira tão grande, que nem vale tirar o dinheiro do bolso. O Sr. Sam Harris é um cidadão que jamais daria um centavo a seu livro tão alardeado, “Carta a uma nação Cristã”, pelas razões acima enunciadas. A quantidade de disparates que o sujeito deu na Revista Veja enrubesceria o ateu inteligente. Eis aqui a entrevista e alguns comentários que vou fazer:





VEJA-O MOVIMENTO DOS ATEUS É FORTE NOS ESTADOS UNIDOS E NA INGLATERRA, PRINCIPALMENTE. É UMA DECORRÊNCIA DOS ATENTADOS DE 11 DE SETEMBRO DE 2001?


Harris-Vejo dois motivos simultâneos para essa confluência geográfica: os atentados de 11 de setembro e a escancarada religiosidade do governo de George W. Bush. A conjunção desses dois fatores levou muitas pessoas a se preocuparem com o fato de que a fé está agora dos dois lados do balcão. Esse é um jogo altamente perigoso.

Conde-O sujeitinho presume que a mera manifestação de fé religiosa do presidente Bush seria uma espécie de crime contra a mentalidade atéia e laica no qual comunga. É como se a mera defesa de princípios do presidente ameaçasse todo o sistema de liberdades nos Eua. Na verdade, os religiosos americanos estão se manifestando, precisamente porque são vitimas de ateus iluminados como o Sr. Harris, que insatisfeitos em destruir a fé do povo, querem criminalizá-la com leis, em nome da tolerância. São os lindinhos ateus das universidades americanas, adeptos da revolução cultural e da mentalidade politicamente correta, que querem impor um totalitarismo de costumes nos Eua. Se os religiosos cheios de fé cristã fizeram algo nos Eua, foi criar uma nação democrática respeitável.

VEJA-POR QUÊ?

Harris-A fé é, intrinsecamente, um elemento que, em vez de unir, divide. A única coisa que leva os seres humanos a cooperar uns com os outros de modo desprendido é nossa prontidão para termos nossas crenças e comportamentos modificados pela via do diálogo. A fé interdita o diálogo, faz com que as crenças de uma pessoa se tornem impermeáveis a novos argumentos, novas evidências.


Conde-Que besteira! O Sr. Harris parte do pressuposto de que para alguém ter fé, essa pessoa não discute seus postulados, suas razões, não analisa suas formas de convencimento para crer em alguma coisa. O pior de tudo é que o Sr. Harris não tem a menor idéia do que seja fé. Se partindo do pressuposto de que fé é qualquer tipo de crença, até a opinião dele é uma forma de fé. Qual a relação entre a fé e a divisão entre os homens? Nada. Só podemos ter diálogo, instituições, idéias, ciências, por causa da fé em alguma coisa.


Harris-A fé até pode ser benigna no nível pessoal. Mas, no plano coletivo, quando se trata de governos capazes de fazer guerras ou desenvolver políticas públicas, a fé é um desastre absoluto.


Conde-A fé na honestidade pública, na idéia da justiça emanada de Deus, no amor à verdade, é algum tipo de plano ruim, quando ela é comungada coletivamente? A sociedade só existe enquanto tal, porque existe fé nas instituições e na eficácia e respeito pela autoridade. O cara nem sabe do que está falando. . .


VEJA-O SENHOR ACHA QUE O MUNDO SERIA MELHOR SEM RELIGIÃO, SEM FÉ, SEM CRENÇA EM DEUS?
Seria melhor se não houvesse mentiras. A religião é construída, e num grau notável, sobre mentiras.


Conde-Só a religião? A ideologia transmutada em ciência, pelo ateísmo militante, não é uma mentira? A religião prega o amor ao próximo, o amor à família, o amor à verdade e o amor à Deus. São mentiras também? O Sr. Harris parte do pressuposto tosco de que o ateísmo é cheio de boas intenções cientificas e a religião é o cúmulo da ignorância e da falta de intelecto. Nada mais falso e estereotipado.


Harris-Não me refiro aos espetáculos de hipocrisia, como quando um pastor evangélico é flagrado com um garoto de programa ou metanfetamina, ou ambos. Refiro-me à falência sistemática da maioria dos crentes em admitir que as alegações básicas para sua fé são profundamente suspeitas.


Conde- É curioso pensar que ele jogue o ônus da suspeita para os religiosos, enquanto nega o mesmo enunciado a si mesmo. Se há algo que a religião cristã fez, nos últimos dois milênios, foi debater suas crenças e postulados morais. A dialetização do pensamento cristão é capaz de fazer um debate entre ateus materialistas, uma disputa de imbecis.


É mamãe dizendo que vovó morreu e foi para o céu, mas mamãe na verdade não sabe.


Conde- Como ela não sabe? Com que parâmetros podemos dizer que a vida após a morte e mesmo a transcendência que a sanciona não existem?


A verdade é que mamãe está mentindo, para si própria e para seus filhos, e a maioria de nós encara tal comportamento como se fosse perfeitamente normal.


Conde-O Sr. Harris parte do pressuposto de que os religiosos são mentirosos e que inventam isso só para amenizar as dificuldades da vida. Pelo contrário, crer numa religião é muito mais um drama moral do que ser um ateu. É muito mais cômodo ser ateu e se isentar de certos deveres de consciência do que um religioso cristão. De fato, o século XX se isentou dessa consciência moral religiosa e espalhou um número de cadáveres jamais visto na humanidade. . .



Em vez de ensinarmos as crianças a lidar com o sofrimento e ser felizes apesar da realidade da morte, optamos por alimentar seu poder de se iludir e se enganar.

Conde- A religião ensina à humanidade lidar com o sofrimento e com a felicidade, através da idéia de que não nos limitamos a esse mundo e expõe uma hierarquia de valores, entre os quais, distingue o que é efêmero do que é eterno e realmente importante.

VEJA-É POSSÍVEL CONCILIAR CIÊNCIA E RELIGIÃO?



Harris-A diferença entre ciência e religião é a diferença entre ter bons ou maus motivos para acreditar nas hipóteses sobre o mundo. Se houvesse boas razões para crer que Jesus nasceu de uma virgem ou que voltará à Terra, tais proposições fariam parte de nossa visão racional e científica do mundo.


Conde- A ciência é tão totalizante enquanto forma de conhecimento, a ponto de explicar tudo? Aliás, o que é visão “racional” e “científica” do mundo? É a visão que se torna satisfatória para o que convém ser racional e científico ao Sr. Harris? Dentro de uma proposição científica, entre negar a veracidade dos fatos e não saber, era melhor que ele dissesse, “eu não sei”, ao invés de afirmar categoricamente como cientifico e racional, um fenômeno, que por si só, é fantástico e que muitas vezes está muito acima de nossa compreensão.


Mas, como não há boas razões para acreditar nisso, quem o faz está em franco conflito com a ciência.

Conde- A ciência afirma, por regra, que a mulher só pode gerar, a partir da relação sexual com um homem. No entanto, quando se fala da Virgem Maria, não se está falando de um evento qualquer, mas de um fenômeno extraordinário, que desafia a nossa crença em algo comum e que está acima do que a ciência pode explicar.



É claro que as pessoas sempre acham um modo de mentir para elas mesmas e para os outros. A estratégia, nesse caso, é dizer que tal crença decorre da fé. Com freqüência, ouvimos dizer que não há conflito entre razão e fé. É o mesmo que dizer que não há conflito entre fingir saber e realmente saber. Ou que não há conflito entre auto-engano e honestidade intelectual.


Conde-O Sr. Harris poderia nos provar se realmente Cristo foi concebido da Virgem ou por uma relação carnal como outra qualquer? Um religioso acredita no dogma da virgem Maria, não porque ele minta pra si mesmo, mas porque ele tem plena certeza de que algo fantástico e extraordinário ocorreu naquela ocasião. Como alguém pode falar de auto-engano, se nem mesmo prova o contrário do que diz o enunciado?


VEJA-HAVERÁ O DIA EM QUE A HUMANIDADE DEIXARÁ DE TER FÉ OU A FÉ FAZ PARTE DA NATUREZA HUMANA?
Harris-O desejo de compreender o que se passa no mundo é inato, assim como o desejo de ser feliz, de estar cercado por pessoas que amamos ou o desejo de ser mais feliz, mais carinhoso, mais ético no futuro. Mas nada disso nos obriga a mentir para nós mesmos, ou para nossos filhos, a respeito da natureza do universo.


Conde-O Sr. Harris deve crer que conhece a totalidade do universo para afirmar, categoricamente, que os religiosos mentem ou que Deus não existe. Será que o Sr. Harris não consegue pensar por outra perspectiva, senão aquela pelo umbigo dele? Mas, que diabos é a natureza do universo, na cabeça do Sr. Harris?



É claro que nossa compreensão do universo é incompleta e desconhecemos a extensão exata de nossa ignorância. Não temos como antecipar as maravilhosas descobertas que serão feitas. O que sabemos com absoluta certeza, aqui e agora, é que nem a Bíblia nem o Corão trazem nossa melhor compreensão do universo.


Conde-Se desconhecemos a dimensão exata de nossa ignorância do universo, como podemos negar os enunciados da religião, se é justamente esses enunciados que desafiam a nossa capacidade de compreensão? Por outro lado, a bíblia não se prontifica a compreender o universo, e sim uma seqüência de ocorridos extraordinários, que tentam explicar, de forma poética, as origens do mundo e alguns aspectos da natureza humana, além de sua relação com algo superior e transcendental, que é Deus.

VEJA-MAS NEM A BÍBLIA NEM O CORÃO SE PRETENDEM UM MANUAL CIENTÍFICO PARA ENTENDER O MUNDO.


Harris-Esses livros não são sequer um guia sobre moralidade que possamos considerar minimamente adequado, e falo de moralidade porque é um campo em que ambos se consideram exemplares. A Bíblia e o Corão, por exemplo, aceitam a escravidão.


Conde- Aqui o Sr. Harris é ignorante e desonesto. Primeiramente, a bíblia não somente serviu de guia de moralidade para todo o ocidente, como praticamente toda as crenças comuns, em matéria de sociedade política, autoridade, justiça, liberdades, família, ética, moral, vida e propriedade são praticamente embasados na bíblia e no pensamento filosófico cristão. A bíblia, em geral, e a Igreja Católica, em particular, moldaram de tal maneira, com tamanha profundidade o mundo ocidental, que é difícil pensar em valores ocidentais sem se confundirem com o legado da Igreja e do Cristianismo no ocidente. Mesmo no caso da escravidão, a bíblia foi o primeiro livro que serviu de inspiração para a extinção da prática escravista. Primeiro, porque a bíblia não endossa a escravidão, mas tão somente a tolera, dentro de costumes de época. Segundo, porque na bíblia se encontram as primeiras regras limitadoras da escravidão. Mesmo o Corão educou outros povos, com regras de conduta que humanizaram os conceitos de justiça, contratos, propriedades, dos povos que o adotaram, gerando grandes civilizações.


Qualquer um que os considere guias morais deve ser a favor da escravidão.


Conde- Será que o idiota ignora que foi o cristianismo que influenciou a sociedade européia a abolir a escravidão? Ou será que o idiota deve ser um pentecostal que interpreta literalmente a bíblia, misturando fatos históricos de época com princípios morais genuínos e universais?


Não há uma única linha no Novo Testamento que denuncie a iniqüidade da escravidão.


Conde- Uma mentirinha boba, fácil de destruir. Se os judeus, em suas leis do Pentateuco, limitavam a escravidão em sete anos, no qual, depois do prazo, os cativos seriam libertos, foi precisamente porque sentiram o peso de serem cativos no Egito. Aliás, há leis bíblicas que proibiam, inclusive, a mutilação do escravo, sob pena de o senhor libertá-lo e indenizá-lo. Numa época em que a escravidão era regra, a bíblia amenizou de tal maneira a prática escravista, que no final das contas, negava ao senhor, o direito de possuir perpetuamente seu escravo. Mesmo na época cristã medieval, a escravidão foi virtualmente abolida, pois ela era vista como uma forma de opressão ao indivíduo. Foi a Idade Moderna, com a interpretação literal do Direito Romano e de alguns valores da civilização romana, que a escravidão foi restaurada entre os povos europeus.


São Paulo até aconselha aos escravos que sirvam bem aos seus senhores e sirvam especialmente bem aos seus senhores cristãos.


Conde- Dentro de uma perspectiva cristã de época, a relação entre escravos e senhores, descrito por Paulo, assemelhava-se a uma relação de compartilhamento entre irmãos, em que escravos e senhores detinham obrigações mútuas. O sujeitinho, além de presunçoso, é desonesto.



É desnecessário dizer que a Bíblia e o Corão, além de não servirem como guias em termos de moralidade, também não são autoridade em física, astronomia ou economia.


Conde- Vamos espancar esse notório iletrado. Será que o cidadãozinho conhece todos os costumes judaicos recorrentes a empréstimos, dinheiro? Será que ele conhece a tese das Duas Cidades de Santo Agostinho? Será que ele sabe de onde surgiram as universidades? Será que ele conhece os hospitais, uma criação medieval cristã? Será que ele conhece os intensos debates sobre economia, de São Bernardo de Siena, São Tomás de Aquino, os Escolásticos de Salamanca, entre outros? Será que ele conhece a profunda influência da moral judaico-cristã no desenvolvimento da sociedade política européia e do capitalismo? Será que ele conhece o cultivo da astrologia medieval entre os judeus e cristãos, precursores da astronomia e mesmo da física? Não. O sr. Harris desconhece tudo isso e vende livros a ignorantes do nível dele. É desnecessário dizer que ele é um idiota babando na gravata.

VEJA-QUE TIPO DE IMPACTO SEU LIVRO PODE TER SOBRE OS LEITORES RELIGIOSOS?


Harris-Eu ficaria feliz se o livro levasse os leitores a se perguntarem por que, em pleno século XXI, ainda aplaudimos pessoas que fingem saber o que elas manifestamente não sabem nem podem saber.


Conde- É uma boa pergunta, já que o Sr. Harris finge saber o que manifestamente não sabe e nem pode saber. . .e ainda o sujeito é aplaudido. Confesso, a entrevista me causou bocejo.

Não há uma única pessoa viva que saiba se Jesus era filho de Deus ou se nasceu de uma virgem. Na verdade, não há uma única pessoa viva que saiba se o Jesus histórico tinha barba.


Conde- Não há um único relato que confirme que o homem surgiu de um ancestral comum do macaco. Não há nenhum relato humano do big bang. . .agora, a história de Cristo é um relato, um testemunho. Qual idéia poderemos acreditar? Aquele em que tem testemunho daqueles que viveram com o Cristo, ou de pessoas que supostamente crêem que viemos dos macacos? Ao contrário do que o Sr. Harris diz, a religião não é feita de mentiras, mas de fatos históricos extraordinários e descritos por testemunhos.


No entanto, em muitos países é uma necessidade política simular que sabemos coisas sobre Deus, sobre Jesus, sobre a origem divina da Bíblia.


Conde- Mais uma vez, o Sr. Harris, na presunção que lhe é peculiar, supõe que os religiosos sejam uns ignorantes que mentem pra si mesmos.


Imagino que qualquer pessoa religiosa que leia Carta a uma Nação Cristã com a cabeça aberta descobrirá que os argumentos usados contra a fé religiosa são absolutamente irrespondíveis.


Conde- Eles não são irrespondíveis. Só o fato de alguém ignorar o quanto a fé religiosa influenciou o pensamento comum de todo uma civilização já destrói os argumentos de um ateu imbecil, estúpido e presunçoso. Que dirá então de alguém que prejulga os religiosos como mentirosos, quando na verdade, é incapaz de compreender aquilo que critica.


Isso deve ter algum efeito sobre o modo de ver o mundo dos leitores.

Conde- O efeito que eu tive, quando li essa reportagem, é a de que o autor é um reles vigarista.


Eles certamente vão perceber que ser um cristão devotado faz tanto sentido quanto ser um muçulmano devotado, que, por sua vez, é tão lógico quanto ser um adorador de Poseidon, o deus do mar na Grécia antiga. é hora de falarmos sobre a felicidade humana e nossa disponibilidade para experiências espirituais na linguagem da ciência do século XXI, deixando a mitologia para trás.

Conde- A “linguagem da ciência do século XXI”. O Sr. Harris é um tipinho tão pretensioso, que ele acha que tudo o que conhecemos apenas nos dias de hoje, pode revogar, por decreto, aquilo que é debatido há pelo menos dois mil anos e até agora nunca buscamos uma resposta apropriada, mas tão somente aproximada. E ele acha que essa presunção de rebater dois mil anos de história em uma cartinha é algum tipo de nova Revelação que vai negar tudo o mais. A “linguagem do século XXI”, na cabecinha do Sr. Harris tem o mesmo valor do “socialismo do século XXI” de Hugo Chavez. Nada, absolutamente nada!

VEJA-O BRASIL É UM PAÍS APARENTEMENTE TOLERANTE COM AS DIFERENTES RELIGIÕES E CONHECIDO PELO SINCRETISMO RELIGIOSO. NUM PAÍS ASSIM, É MAIS FÁCIL OU MAIS DIFÍCIL PARA O ATEÍSMO CRESCER?

Harris-Em certo sentido, deve ser mais fácil. O convívio intenso de crenças inconciliáveis deve levar as pessoas a compreender que tais crenças são produtos de acidentes históricos, são contingenciais, são criadas pelo homem e, portanto, não são o que pregam ser.


Conde- O Sr Harris faz uma afirmação leviana daquilo que não conhece. Ao comungar de uma crença diferente do meu vizinho, isso não torna o convívio inconciliável. E não creio que o catolicismo romano seja acidental.


Judeus e cristãos não podem estar ambos certos porque o núcleo de suas crenças é contraditório. Na verdade, eles estão equivocados sobre muitas coisas, exatamente como estavam antes os adoradores dos deuses egípcios ou gregos.


Conde- A falta de conjectura no plano dos valores e da hierarquia na descrição das religiões, na visão do Sr. Harris, é simplesmente patética. Ele coloca tudo na farinha do mesmo saco, enquanto exalta o seu ateísmo alado como uma resposta apropriada para todo o resto. É muita areiazinha para o caminhãozinho de um ignorante que nem compreende o que é uma civilização.


Ou os adoradores de milhares de deuses que morreram durante a longa e escura noite da superstição e da ignorância humana.

Conde- O poço embebido da literatice iluminista assola o ateu presunçoso e ignorante. Se há algo que a religião nos ofereceu, ate hoje, foi a civilização: a moral, os costumes, a ética, a política, as artes, a ciência, a filosofia, a história, os mitos, as crenças, a música, a poesia, enfim. A bíblia está longe de ser um livro da superstição. Superstição é a ideologia cientificista do século XX, com suas credenciais totalitárias racistas, tecnicistas, pseudo-racionalistas, burocráticas, etc. Essa é a ideologia que o Sr. Harris chama de “ciência”.


Em qualquer lugar que os seres humanos façam um esforço honesto para chegar à verdade, nosso discurso transcende o sectarismo religioso. Não há física cristã, álgebra muçulmana.


Conde- Os matemáticos muçulmanos que absorveram a grafia hindu dos números eram todos ateus. Roger Bacon e muitos monges, que usavam da tecnologia e da matemática, para criar moinhos e outras tecnologias, eram todos ateus. Os físicos judeus da Escola de Sagres eram todos ateus. Enfim, não há física cristã, não há álgebra islâmica, não há matemática hebraica, só ciência atéia. Isso porque a suposta dissociação entre ciência e religião é descabida. Ser judeu, cristão ou islâmico não o torna inimigo da ciência. Pelo contrário, exemplos históricos devastadores existem de sobra para calar a boca dos ateus mentirosos.


No futuro, não haverá nada como espiritualidade muçulmana ou ética cristã. Se há verdades espirituais ou éticas a serem descobertas, e tenho certeza de que há, elas vão transcender os acidentes culturais e as localizações geográficas. Falando honestamente, esse é o único fundamento sobre o qual podemos erguer uma civilização verdadeiramente global.


Conde-Que besteira! Será que o idiota não sabe que o cristianismo e o islamismo são espiritualidades globais? Qual acidente cultural ou geográfico prende o islamismo ou o cristianismo, nos dias de hoje? Ou será que nosso ateu quer inventar uma religião da Nova Era?

8 comentários:

Alexandre Core disse...

Conde,

Você destruiu o sujeito! Eu não me dei ao trabalho de ler a entrevista porque já nas primeiras perguntas vi que o Sr. Harris é um picareta profissional. Mas a leitura dos seus comentários está excelente. Acho que você deveria enviar esse texto para a Veja. A revista é tida como conservadora, "de direita" etc e tal, mas nas entrelinhas e em algumas matérias dá um testemunho fiel de sua postura progressista. Um progressismo retrogado se é que você me entende.

abrs,

Unknown disse...

Conde

Postei na cmdd cansei esta matéria com seus comentários.
Desculpe se não pedi sua permissão antes, mas não te encontrei hj.
Se achar ruim, deleto tudo, está bem?

Brilhante! Demonstrou com maestria a burrice desse filósofo.
Parabéns, Conde.

Anônimo disse...

Ai vê se me erra!
debate mais imbecil, os dois!

Anônimo disse...

Não apenas Sam Harris, mas também Daniel Dennett, C. Hitchens e mesmo o ídolo dos ateus anti-religiosos, Richard Dawkins, são todos fraquíssimos intelectualmente e mais ainda quando tratam do assunto que AMAM de paixão: a fé religiosa que eles não têm e não apreendem, seja por estupidez cientificista, seja por incapacidade intelectual (quiçá, mental).

O que o dito "novo" ateísmo traz de novidade, bem ao contrário do que os seus profetas sustentam, não é uma argmentação poderosa contra a crença, que presumem científica (sei, sei); é uma exacerbada intolerância, agressividade, preconceito, irracionalidade, sem um mínimo vislumbre de ciência. A suposta argumentação poderosa não passa de um amontoado de "verdades absolutas" ateístas e o velho azedume contra a religião organizada, transposto para a fé em geral. Apesar disso, esses idiotas contam com o enorme favor de uma indústria editorial oportunista e de uma mídia impregnada de fundamentalismo secular. E, certamente, enchem os olhos de ateus militantes tão ou mais imbecis que eles, por conta da postura de presumida superioridade intelectual ante os crentes, temperada com o achincalhe à sua fé.

Anônimo disse...

Parabéns,Conde!
Maravilhosos,seus textos!

KIRK

Morg Ana disse...

Parabéns, Conde! Tenho lido alguns debates seus e algumas respostas como estas e estou gostando muito!

Fique com Deus!

Anônimo disse...

è uma pena que religiosos obscurantistas e retrógados tenham ainda no século vinte e um, tanta influência na sociedade. A ciência não tem resposta para tudo, porém tudo o que tem resposta hoje, foi a ciência que deu. Tenha coragem de fazer uma leitura crítica do que você acredita (a bíblia) e verá os absurdos nela contidos.

Conde Loppeux de la Villanueva disse...

è uma pena que religiosos obscurantistas e retrógados tenham ainda no século vinte e um, tanta influência na sociedade.

Conde-Mas é claro que terão sempre influência, pq as bases intelectuais, científicas, filosóficas e políticas da sociedade estão na religião. Só uma pessoa muito burra a presunçosa é incapaz de notar isso e achar que qualquer modismo pseudo-científico possa mudar isso.


A ciência não tem resposta para tudo, porém tudo o que tem resposta hoje, foi a ciência que deu.

Conde-Isso é mentira e todos sabemos disso. A ciência só existe, basicamente, por causa da filosofia, que por sua vez, tem grande base na teologia e na religião. A ciência não tem resposta pra política, para a filosofia, para muitos aspectos das artes, enfim. A ciência é tão somente um método e como tal, tem as deficiências do objeto no qual estuda.



Tenha coragem de fazer uma leitura crítica do que você acredita (a bíblia) e verá os absurdos nela contidos.


Conde-Eu leio. Quem não faz leituras críticas é vc, já que repete chavões pseudo-progressistas sobre a religião.