sexta-feira, julho 14, 2006

INCORRETÍSSIMO. . .

Estamos na ditadura do linguajar politicamente correto. Qualquer manifestação contrária à “novilíngua” totalitária das esquerdas culturais é passível de processo. E eu posso dizer, sou um tipo de vítima predileto, já que meu falar não é muito cortês. Meu conservadorismo é católico, moralista, perfeitamente odioso aos olhos "progressistas"; meu liberalismo é quase vitoriano, reacionário, elitista e minha identificação cultural é visivelmente ocidental. Mas meu ocidentalismo não é etnocêntrico. Pelo contrário, o valor da cultura ocidental está precisamente pelo fato de se libertar de suas fontes européias e se transformar em princípios basilares de variadas civilizações. Na verdade, a cultura ocidental é um patrimônio universal criado no continente europeu e espalhada pelo mundo. Essa herança cultural vinda dos gregos, romanos, judeus e árabes se condensou num continente, que é o canal privilegiado das mais altas inspirações da intelectualidade humana. A Europa tem seu destaque mundial precisamente porque ela foi o caldeirão das culturas clássicas do Velho Mundo. Sem o que chamamos de cultura greco-romana e judaico-cristã, a Europa, suas instituições, seus legados e todo o legado do ocidente, simplesmente deixam de existir. Como um latino, um grego, um judeu, um cristão e um katolikós, eu me sinto um cidadão do mundo, um sujeito que reconhece no homem a sua humanidade, e outras demais coisas criadas pelo Deus de Israel!

E, no entanto, deparo-me com o horizonte estreito do multiculturalismo politicamente correto. O multiculturalismo é uma espécie de relativismo absolutista. Ele é capaz de negar as comparações culturais, por serem discriminatórias, ao mesmo tempo em que coloca as particularidades grupais e culturais como um fim em si mesmo. Ou seja, em nome de evitar comparações que possam fazer valer a superioridade de algumas culturas sobre outras, na prática, a lógica relativista leva a justamente isso, a cultura como um fim em si mesmo, colocada num plano de superioridade absoluta! É por isso que os movimentos multiculturais são totalitários na sua essência: eles idealizam uma concepção grupal monolítica e não admitem comparações. São fundamentalistas na sua essência ideológica e não toleram nada que seja diferente de suas conjecturas “culturalistas”. Na verdade, eles pensam como uma tribo fechada, bitolada, incapaz de aceitar as mudanças e a dinâmica entre as culturas e as idéias. Eles negam, de fato, a universalidade humana ou mesmo a lógica, em favor de sua linguagem fechada e peculiar de visão ideológica, que é uma profunda negação da realidade objetiva. É por isso que os movimentos multiculturalistas são anti-ocidentalistas e incoerentes, ainda que aparentem ter uma lógica no discurso. Até porque a lógica com que se apresentam não tem vínculo com a realidade. Pelo contrário, é uma dissociação dela, uma platonização radical do pensamento, a ponto de negar completamente qualquer senso do real.

É por isso que nos debates sobre política, economia, religião, cultura, etc, o multiculturalista médio cai na esparrela relativista, para explicar um nexo lógico que só ele compreende. Ele presume que a argumentação é apenas um viés retórico, uma imposição projetiva de uma visão da realidade, já que ele nega completamente o conhecimento objetivo. Como o ideal platônico e inatingível está acima da compreensão das coisas elementares, é como se uma loucura bem trabalhada dominasse sua alma, a ponto de sacrificar o real pelo abstrato, o conhecimento objetivo pela falsificação da ideologia. O totalitarismo é justamente uma ditadura platônica de uma ideologia, em detrimento completo da realidade. Os movimentos do tipo nazista ou comunista são o reflexo mais sombrio dessa tragédia humana.

Um caso particular é o linguajar politicamente correto. É a expressão ditatorial da linguagem, querendo moldar as palavras, de acordo com a censura prévia da expressão das idéias e dos comportamentos. De fato, sou vitimado por essa ditadura da burrice contra a inteligência. Um exemplo disso são os elogiosos epítetos de que sou acusado: “racista”,“sexista”,“homofóbico” e “fascista” e todos os jargões tolos da cantilena sectária dos multiculturalistas. De fato, sou “racista” porque me considero inimigo mortal das tolices do movimento negro e de toda a estupidez grupal racista que há nas cotas raciais, ou seja, o culto da raça acima do indivíduo (até porque, tal como os nazistas, o movimento negro quer estatizar a raça). Sou “sexista”, precisamente porque penso que a histeria feminista contra o macho é uma completa alienação da fêmea, uma homossexualidade politizada da feminilidade, em suma, uma forma contrária de sexismo. Sou “homofóbico”, precisamente por pensar que o único modelo moralmente aceitável e elementar é a conduta hetero e família alguma pode ter referência com um homem brincando de mãe e uma mulher brincando de pai. Família é algo mais sério que isso. E finalmente, sou “fascista”, porque defendo o Estado de Direito Democrático, o livre mercado, as liberdades civis e políticas elementares do mais clássico liberalismo. Faço questão de embasar meu conservadorismo moral, embora liberalismo e conservadorismo não são excludentes.

Todavia, no jargão politicamente correto, “racista” é ser contrário ao grupo paladino do “anti-racismo” preconizado pelo culto racial discriminador. “Sexismo” é simplesmente você não ser sexista da maneira deles (ou melhor, delas). “Homofobia” é você não ter desejos anais. E “fascista” é toda manifestação refletida, coerente e contrária ao socialismo. Se por um lado, o socialismo é completamente incoerente com um sistema político que respeita minorias, porém, a forma de organização grupal deles é visivelmente socialista, no sentido mais partidário, bolchevista e fascista do termo. Sem contar que o movimento negro é uma espécie de nazismo às avessas, uma forma de culto ariano africano! Deve-se entender que a “novilingua”, a deturpação da linguagem politicamente correta é uma distorção completa do senso da realidade. Criar rótulos sem nexo descontextualizados e invertidos de sua semântica, para invocar epítetos odiosos a seus rivais, é um método que seriam familiares a Stalin e um Hitler.

O culto “africanóide” dos militantes negros é um sinal de barbárie cultural, de retrocesso tribal, um isolamento histórico e cultural dos africanos aos avanços da civilização. A apologia da mulher feminista é uma forma homossexual ou assexuada da mulher vestal. O orgulho homossexual é uma crise narcísica, uma forma neurotizada de identidade sexual. E o socialismo atávico é o sinal completo de total coerência na organização totalitária deles, com a mais completa incoerência no sentido de se fazerem valer como “minorias”, numa sociedade majoritária. Até porque o socialismo despreza minorias. E eles, como minorias, parecem desprezar ainda mais as “minorias” que não entram na cartilha rígida, cristalizada e padronizada de pensamento deles, uma vez que até o consenso majoritário parece temer o seu julgamento. As opiniões mais independentes e isoladas são suprimidas pela repressão ditatorial e histérica deles. No linguajar da turba ignorante policialesca de pensamento politicamente correto, ser “racista”, “sexista”, “homofóbico” e “fascista”, ainda dá atestado de inteligência, nesses tempos tão sombrios. Ser incorretíssimo é ainda umas das poucas minorias, ainda que discriminadas, que sobram do são juízo elementar. Ser incorretíssimo é, acima de tudo, ser franco inimigo do totalitarismo cultural!

Leonardo Bruno

14 de julho de 2006

Um comentário:

Anônimo disse...

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