Recentemente acompanhei o vídeo da “filósofa” Ayn Rand, queridinha dos liberais e “libertários” de plantão de nosso país, quando ela deu uma entrevista a um jornalista de um programa muito popular nos Eua, Mike Wallace, por volta dos anos 50 do século passado. Não vou me ater aos seus livros, porque não os li. Atenho-me tão somente à sua entrevista e à visão de seus admiradores, criaturas doentiamente egocêntricas e paranóicas, na figura de sua mestra romancista. O mote da questão é a pseudo-ética individualista, ou “objetivista” da romancista: ela afirma categoricamente que a realidade é um “objetivo absoluto”. O problema desta questão é que significa tão somente uma redundância, porque Ayn Rand considera “objetivo”, basicamente, a realidade material visível, e, portanto, faz de sua filosofia um culto materialista. Para ela, não existe uma realidade espiritual. Se não bastasse o primarismo dessa filosofia, que não passa de uma forma vulgar de materialismo, a escritora sacraliza a razão como a única forma de conhecimento possível. E através desta premissa, ela se presta a criar um novo código moral para a sociedade. É paradoxal que ela reitere isso com a rejeição completa da fé (e isso se subtende a fé em Deus ou na religião), do mesmo modo que alimente uma idolatria quase divinizadora pela razão. O problema é como essa “razão” se apresenta: é uma visão utilitarista da sociedade e do indivíduo, cujos laços não implicam afetividade e obrigações superiores, mas apenas interesses. O paradoxo é a dona Ayn Rand querer provar que os “interesses” podem ser explicados logicamente por si mesmos. Como o princípio motriz para ela é o indivíduos e os os caprichos, logo, é “racional” que ele seja egoísta e só ligue para os vizinhos quando são úteis. Ela diz desafiar a moral cristã do altruísmo, rejeitando qualquer princípio ético ou moral que obrigue um ser humano a ajudar o outro. Casou com a esposa e ela é um estorvo? Jogue fora a mulher! Os pais estão velhos e inúteis? Dispense-os e mande-os para um asilo! Os amigos estão com problemas? Abandone-os à própria sorte! Viu o mendigo passando fome na rua e pedindo esmola? Despeje-o na lata do lixo! Essa é a maravilhosa "filosofia" da senhora “objetivista”.
E ela insiste na “razão” como um “absoluto”. O problema deste discurso é o chavão iluminista que está por trás disso. Não é por acaso que um de seus mais famosos admiradores, o Sr. Rodrigo Constantino, cidadão pertencente ao Instituto Liberal, tenha escrito um livro de conteúdo duvidoso chamado “Egoísmo racional” e repita freneticamente um racionalismo que é incapaz de entender e provar. Não sei até que ponto o sentimento egoísta pode essencialmente ser racional. Porém, da feita que o Século das Luzes esvaziou de sentido da palavra "razão", ao mesmo tempo que democratizou o termo em palavras, a racionalidade, por assim dizer, acaba por se tornar um artifício retórico, sem conteúdo prático. Na verdade, bem que a filosofia randiana deveria ser o "egocentrismo irracional".
Curiosamente, Ayn Rand se tornou popular nos Eua, por conta dessa estranha filosofia. Gente como o economista e Presidente do Branco Central Americano Alan Greenspan é fã de carteirinha da romancista. Isso se explica, em parte, porque é uma visão simplória, vazia de conteúdo, típica de comerciantes que dão opiniões sobre coisas que não entendem. Daí acharem que o todo das relações humanas se resume ao seu estreito horizonte comercial. A filosofia dela é para sujeitos vulgares como o Rodrigo Constantino e alguns outros demais indivíduos do Instituto Liberal, que pensam que a realidade humana é mera extensão da bolsa de valores. O reducionismo economicista é óbvio demais na visão filosófica de Ayn Rand e seus defensores. A ideologia randiana é uma concepção histriônica de plutocratas.
Os comerciantes deveriam se preocupar mais em vender e comprar do que se meter a assuntos onde não são aptos. Na Idade Média, esses mercantes filosofastros seriam considerados usurpadores, palpiteiros profissionais, estúpidos. Como vivem no capitalismo e decidem muita coisa, já que estão em lugares de proeminência, agora querem criar filosofia e ditar costumes, ao arrepio de uma civilização cristã de mais de dois mil anos. Há gente que não se toca em sua real insignificância.
Neste ponto tenho nostalgias da Idade Média. Parecia que cada um sabia onde era seu lugar. Saudades de uma nobreza guerreira que liderava e do clero pensante. Quando o comerciante começa a achar que é monge ou cavaleiro, a coisa fica muito feia. Tanto melhor que os comerciantes só se preocupassem em vender ou produzir, do que opinar sobre filosofia. A filosofia da mentecapta, paranóica e egocêntrica Ayn Rand é tão somente um mundinho visto por cifras. . .

13 comentários:
"O reducionismo economicista é óbvio demais na visão filosófica de Ayn Rand e seus defensores. A ideologia randiana é uma concepção histriônica de plutocratas."
PARABÉNS,caro Conde!!!
É isso mesmo!!!
Conheço gente muito boa que,lamentavelmente,caiu no conto desta "filósofa",hehehe!!!Liberal ABERTO DEMAIS dá nisso:entra até o que não presta?!
Não surpreende a barafunda verificada no Mundo Ocidental,principalmente depois do advento do liberalismo,e seu horizonte ilimitado...
Compreende-se,E BEM,as reazões pelas quais os liberais tanto desprezam e atacam a Igreja Católica...
Mas fazer o quê?!
Que cada indivíduo arque com as suas escolhas,equivocadas ou não!!!
KIRK
Incrível como a maioria dos comentários grita contra um olhar mais revolucionário sobre a questão da massa penitenciária. A defensora está coberta de razão o que a maioria não percebe é que a marginalidade e o crime também são movimentos de resistência, é torto, é cruel, mas é a unica resistência possível para boa parte da população. E ninguém tá falando em ser bonzinho com bandido não, estamos falando de respeitar os direitos fundametais para poder cobrar o respeito aos memsmo direitos!
Concordo plenamente este liberalismo que muito correm para ter é uma ausência de contenção em modos, comportamentos e morais, porque assim sendo ninguém tem que se preocupar em ter um iate à custa de quem vive a 2 dolares por dia. Também noto isso na nossa sociedade, a tv é um dos que mais publicita isso, a falta de cuidado e postura que muitos jovens têm, principalmente as raparigas. As pessoas se preocupam mais no Ter e não no Ser. Antigamente o que valia eram os estudo, o carácter um bom trabalhador, agora é tão simplesmente o dinheiro, não interessa como foi obtido.
Adorei o post
Cadê você,caro Conde???!!!
Um abraço!!!
KIRK
A Raquel tá com prisão de ventre
De certa forma - acho - Karl Marx também reduziu a problemática humana a uma questão econômica. Pelo menos nesse aspecto, Rand guarda semelhança com ele.
Não conheço muita coisa da obra de Rand, mas lembro que Greenspan fez referência a ela em seu livro de memórias.
Pelo exposto, essa tal ética objetivista parece mais egoísmo maquiado. Essa visão utilitarista tem nos psicopatas sua plena concretização.Essencialmente egoístas, incapazes de sentir culpa ou empatia por quem quer que seja, os psicopatas apenas avaliam que pessoas podem ser úteis e quais são obstáculos.
O fato é que sem a perspectiva espiritual, o homem tende ao egoísmo, sendo guiado pelos ditames do próprio estômago. A razão, por sua vez, a este se submete.
Não entendo como pode brotar uma ética ou moral a partir do materialismo. Tirando os afetos e sensibilidade "naturais", ou seja, nossa capacidade de sentirmos empatia e de sofrer com a dor do outro (que parece não ocorrer nos psicopatas), em que outra base "lógica/racional" se sustentará o altruísmo materialista? Afinal, na natureza não há bom nem mau, só a indiferente "luta pela vida" dos neodarwinistas.
É com o homem que nasce a moral e a ética, mas não apenas como princípios que tornam possível a vida em sociedade, mas derivados de algo superior. Se estes princípios não têm valor em si mesmos, se são apenas acertos, acordos de relativo valor, então ética e moral passam a ser ditadas apenas pelas conveniências, e nos convertemos todos em cínicos, não havendo motivo para reflexão sobre o tema, bastando apenas nos atermos às conveniências e às circunstâncias. Para onde soprar o vento mais favorável, seguirá o nosso barquinho.
Prezado Conde,
Cá está um conservador liberal(?), que virou seu fã:
http://primeirograu.blogspot.com/2009/07/idade-media.html
Paz e Bem!
Sara Rozante
Você esta extremamente errado. Você conseguiu com sucesso capitular cada estereótipo da psicologia anti-Randiana. Rand foi uma ateista, assim como muitas pessoas neste planeta. Ela não era uma "materialista" no sentido específico da palavra para VERDADEIROS materialistas veem humanidade como corpos ambulantes para "uso" ou objetivos utilitaristas. Rand viu os homens como "mente" - não uma materia, mas algo que todos podem ter o mesmo - como o último valor. (e a vida humana).... mais um ponto sobre chamá-la de materialista também sugere uma abordagem materialista de viver a sua vida .... RAND NÃO ERA HEDONISTA. Ela era uma pessoa moralista que viu o conceito de realidade como um absoluto. Ela nunca advogou uma filosofia do tipo "fazer tudo o que diabos você quer", mas sim um "fazer o que quiser, de acordo com A.) seus valores B.) seus princípios c.) sua moralidade e D.) uma maneira não contraditória de ver o universo, portanto: objectiva. PS ... TAMBÉM UMA VIDA QUE NÃO INFLINGA DOR OU QUALQUER OUTRA DE INQUISIÇÃO DE "SACRIFÍCIO" A OUTRA PESSOA.
Permita-me deixar-lhe com estas ..: (elas são uma reiteração dos seus próprios "exemplos" de altruísmo.
1.) "" Ela diz desafiar a moral cristã do altruísmo, rejeitando qualquer princípio ético ou moral que obrigue um ser humano a ajudar o outro. Casou com a esposa e ela é um estorvo? Jogue fora a mulher!! "
E se você tivesse uma mulher que menosprezasse você em todos os sentidos, de forma a forma? E que ela te dissesse inexoravelmente (na sua cara) que você é um fracassado com sonhos bonitinhos e uma pessoa totalmente entediante? Ou se ela te fizesse muito infeliz? Eu, pessoalmente, iria procurar um divórcio. Porque devo sacrificar MINHA vida por alguém que significa tão pouco e que é de uma personalidade tão volátil?
2.) Os pais estão velhos e inúteis? Dispense-os e mande-os para um asilo!
Errado novamente. Uau. Você precisa ler um livro de Rand antes abrir a boca como um moleque 8 anos de idade com déficit de atenção. Novamente, essa filosofia é de FELICIDADE PESSOAL juntamente com a moralidade certa. Se os meus pais eram bons de coração e guardaram dinheiro todas as vidas para mim ir para uma boa escola, e eu cuido deles quando forem velhos NÃO É ALTRUSTIMO... é um ato de amor egoísta para BOAS pessoas.
Por outro lado, se eles eram horríveis, brutos alcoolatras que me menosprezassem, NÃO seria um sacrifício pessoal, nem um ato para o mal, (como disse) "dispensá-los".
3.) Viu o mendigo passando fome na rua e pedindo esmola? Despeje-o na lata do lixo!
Errado mais uma vez. É bom dar comida a um mendigo. Se você tiver o dinheiro para isso! Se você tiver apenas o suficiente para comprar um artigo que você tem procurado por meses e meses e economizou bastante para comprar, MAS EM VEZ DISSO compra comida para um mendigo (contra o seu desejo de felicidade), então isso é altruísmo.
Permita-me deixar-lhe com estas ..: (elas são uma reiteração dos seus próprios "exemplos" de altruísmo.
1.) "" Ela diz desafiar a moral cristã do altruísmo, rejeitando qualquer princípio ético ou moral que obrigue um ser humano a ajudar o outro. Casou com a esposa e ela é um estorvo? Jogue fora a mulher!! "
E se você tivesse uma mulher que menosprezasse você em todos os sentidos, de forma a forma?
E que ela te dissesse inexoravelmente (na sua cara) que você é um fracassado com sonhos bonitinhos e uma pessoa totalmente entediante? Ou se ela te fizesse muito infeliz? Eu, pessoalmente, iria procurar um divórcio.
Conde-Eu não falei dessa questão, mas de outra: digamos que uma mulher se torne inválida, inapta e se tornasse um estorvo para o marido. Isso é razão para que o marido largue a esposa e a deixe à míngua? Se depender da ética de dona Ayn Rand, sim!
Porque devo sacrificar MINHA vida por alguém que significa tão pouco e que é de uma personalidade tão volátil?
Conde-Se a sua esposa tivesse doente e não fosse mais a bela e ativa mulher agradável aos seus olhos? É motivo para vc jogá-la fora?
Errado novamente. Uau. Você precisa ler um livro de Rand antes abrir a boca como um moleque 8 anos de idade com déficit de atenção.
Novamente, essa filosofia é de FELICIDADE PESSOAL juntamente com a moralidade certa.
Conde-Vc está sendo infantil aqui. A moralidade certa implica tb certos sacrifícios pessoais. Nem tudo que é moral gera felicidade, salvo na sua cabecinha autista.
Se os meus pais eram bons de coração e guardaram dinheiro todas as vidas para mim ir para uma boa escola, e eu cuido deles quando forem velhos NÃO É ALTRUSTIMO...é um ato de amor egoísta para BOAS pessoas.
Conde-Que boboquinha! Explique para mim esse "amor egoísta", quando um filho faz enormes sacrifícios para beneficiar seus pais? Isso seria o malvado "altruísmo", na visão doentia da dona Rand?
Por outro lado, se eles eram horríveis, brutos alcoolatras que me menosprezassem, NÃO seria um sacrifício pessoal, nem um ato para o mal, (como disse) "dispensá-los".
Conde-Sua prosa continua confusa. Primeiramente, independentemente de serem alcóolatras, brutos ou rudes, há uma relação familiar, que independentemente da minha vontade, implica tb obrigações jurídicas e morais. Se meu pai é ruim, não é justificativa para que eu abandone o velho na sarjeta, salvo por razões muito mais graves que a mera antipatia. Mas pelo jeito, vc não consegue completar um silogismo, já que seu conceito de "amor egoísta" e "altruísmo" são tão vagos quanto contraproducentes?
Errado mais uma vez. É bom dar comida a um mendigo. Se você tiver o dinheiro para isso!
Conde-É bom pq? Pq há uma moral que exige que vc seja generoso aos mais fracos. Nem sempre foi assim. No mundo antigo, o pessoal pensava justamente como dona Ayn Rand: se o pobre não me agrada, tanto melhor deixá-lo morrer de fome.
Se você tiver apenas o suficiente para comprar um artigo que você tem procurado por meses e meses e economizou bastante para comprar, MAS EM VEZ DISSO compra comida para um mendigo (contra o seu desejo de felicidade), então isso é altruísmo.
Conde-Já pensou na possibilidade de que as relações sociais, muitas vezes, exigem sacrifícios contrários À minha vontade? Eu posso ter vontade de desprezar certas pessoas, mas não o faço, pq o prejuizo é pior. Por outro lado, vc tem uma visão tosca do cristianismo, por sólida influência dessa filosofastra débil mental: o altruísmo cristão não é uma obrigação jurídica e sim moral. Pelo fato de ser "moral", ela já implica uma atitude voluntária, um dever que está internalizado na sua consciência.
Ao que postou logo acima,
Você provavelmente não deveria gastar mais tanto esforço tentando usar lógica com o Conde. Seu segundo paragrafo explica claramente que ele não vê que é necessário realmente ler ou saber algo sobre uma filosofia, antes de passar o seu juízo sobre ela. Quando alguém convencidamente declara que sua ignorância é tudo que precisam para tomar decisões ... eles são inúteis para falar.
Desconfio que esse Conde um parceiro para briga para lhe dar uma oportunidade para fazer sua argumentação vazia, e tentar (tarde demais agora) parecer inteligente.
Conde,
Minha sugestão é que ... preste atenção na aula, termine o ensino médio, saiba que você nunca aprender se você nunca levar muito a sério a leitura, e familiarizar-se com alguns temas antes de abrir a boca para fazer outra coisa senão babar.
Caro Conde:
Acho que as pessoas não entendem muito bem a função da moral na sociedade e na vida privada.
Moral vem da palavra morar e por extensão podemos defini-la como morar bem.
Oras, para se morar bem em qualquer lugar onde haja outras pessoas é preciso estabelecer-se regras de conduta e de comportamento a fim de que não haja conflitos com os demais moradores.
Por isso, as regras que eu utilizo no meu trabalho para me relacionar com meus colegas não são as mesmas que uso para me relacionar com minha esposa.
Muita gente, por exemplo, quer transportar para a vida profissional a sua moral conjugal, por exemplo.
Por isso, se a empresa está indo mal das pernas essa gente faz uma comparação com sua vida conjugal e imagina a esposa paralítica numa cadeira de rodas.
Daí essa gente pensa:- Como eu não abandonaria a minha esposa nesta situação também não vou abandonar a empresa nesta situação.
Já aqueles que tem a coragem de abandonar a empresa pedindo sua demissão são chamados por essa gente de traidores e que se tivessem uma esposa paralítica em casa a abandonariam também.
E o pior é que não tem como explicar para essa gente que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Abraços.
Ass.: Labrego
Pois é Leonardo... estamos cada vez mais pensando de forma diferente.
Acho que está gastando munição com a pessoa errada.
Ela é uma heroina para tantas pessoas ... Eu desejo que ela só podesse compreender a sua mais profunda influência na arquitetura, arte, ciência, música, filosofia, política, educação, negócios, amor e até sexualidade. Ela é talvez um dos mais importantes seres humanos que já viveu na terra.
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