Todavia, se a massa de universitários adquire estigmas antiliberais, a grande maioria jamais leu um autor liberal. Seus conhecimentos provêm da mais rala propaganda marxista, disfarçada de conhecimento e disseminada nas universidades. Isso é particularmente grave, pois, além de induzir os alunos à ignorância completa, a resposta que essa propaganda nos oferece contra a solução liberal são os regimes totalitários de conotação comunista. De fato, quando se observa que a educação, atualmente, é pura formação de “ativistas sociais”, está se falando, em outras palavras, de uma disseminação em massa de militantes comunistas, ainda que estes nem observem a ideologia que estão absorvendo ou pregando.
De fato, mal se percebe o perigo dessa doutrinação ideológica massiva. Se alguém toma uma posição antiliberal e totalitária acaba se tornando inimigo de todas as instituições democráticas vigentes. Ou seja, o antiliberal universitário médio é contrário à divisão dos três poderes, ao Estado de Direito Democrático, às liberdades civis e políticas (e nisto, inclui-se, os direitos individuais, os direitos de propriedade e a pluralidade política) e à liberdade econômica, em particular, à economia de livre mercado. E o que ele prega? A concentração brutal do poder do Estado sobre a sociedade civil, a educação, a cultura e a vida em geral. E o projeto econômico apregoado por ele é o planejamento estatal centralizador, bem aos moldes soviéticos, com as mazelas e tiranias já bastante conhecidas. Ou seja, o que esses ativistas pregam é a sujeição de todas as decisões da economia a uma diminuta e iluminada burocracia estatal. Ou, na pior das hipóteses, eles mesmos sonham em ser esses burocratas.
Em épocas de crise mundial, o modismo político é falar de “regulamentação”, a história de que o mercado não funciona sozinho e que ele precisa de um Estado justiceiro para resolver todos os seus problemas e distorções. Porém, há um engodo nesta questão. Pois, de alguma forma, o mercado já é regulamentado. O problema mesmo a ser discutido é no que consiste essa “regulamentação”. Ninguém o especifica corretamente. Fala-se em termos genéricos, tal como o malvado “liberalismo”, culpado pelas mazelas mais extravagantes da humanidade. Entretanto, há uma crença perversa por trás disso, que revela um perigo fatal: a idéia sacralizada da autoridade moral do Estado e da burocracia para resolver todos os problemas econômicos e sociais. A pergunta que poderia brotar nas cabeças de certas mentalidades universitárias quando exigem “regulamentação” é simples: quem controla os controladores? Quem controlará a burocracia, quando a sociedade der plenos poderes de gerência a ela? Pelo jeito, quando os burocratas e os políticos falam em “regulamentação”, eles querem dizer “mais regulamentação”. O excesso de “políticas sociais”, de “políticas públicas” e a exigência cabal de mais leis, apregoadas por muitas universidades, disfarçam, através de uma linguagem rebuscada e vazia, tão somente a expansão e o gigantismo dessa burocracia. Até porque, quanto mais leis, mais regulamentações, mais burocratas. E mais Estado em nossas vidas. É, em suma, uma forma renovada e reciclada das velhas crenças do dirigismo estatal.
Essa pergunta já poderia ter sido respondida no século XX. As experiências do totalitarismo soviético, nazista e fascista mostram até aonde nos levam a destruição das liberdades civis e políticas. Isso implica dizer, obviamente, a destruição da liberdade econômica e dos direitos de propriedade, elementos substanciais de autonomia e independência da sociedade civil perante o Estado. Há certos indivíduos ingênuos ou mal intencionados que acreditam numa sociedade democrática sem a propriedade privada e o livre mercado. Contudo, se o Estado é detentor da propriedade e da liberdade econômica, quem será contra o Estado? O que está se propondo, basicamente, é o monopólio governamental sobre as propriedades e as atividades econômicas de milhões de pessoas. Tudo para o Estado, nada contra o Estado, já dizia Mussolini! E qual democracia sobreviveria se não há o equilíbrio dos poderes, o sistema de pesos e medidas clássico do liberalismo e de outras sociedades mais antigas?
E o capitalismo não possui suas mazelas? Não é causador de misérias, desigualdades e opressões? Isso é um grande mito disseminado por uma boa parte das universidades. Se há algo que as sociedades capitalistas conseguiram foi justamente reduzir a miséria. E quem pode falar em opressão dentro de nossas sociedades capitalistas, já que elas convivem perfeitamente com os sistemas democráticos e o Estado de Direito? Se o capitalismo, por regra, implica a liberdade econômica como um de seus princípios? Por outro lado, há a difusão do igualitarismo como um ideal a ser buscado nas sociedades democráticas. O problema mesmo é o realismo dessa teoria. A desigualdade sempre existiu em qualquer sociedade humana e sempre vai existir. As diferenças de renda, de conhecimento, de status social não são um fruto artificial das injustiças e sim um dado natural que é evidenciado mesmo no comportamento das pessoas. Em seus talentos, méritos, determinações, inteligências, vontades e perseveranças, as pessoas são desiguais. A única desigualdade que não pode ser aceitável, por ser injusta, é aquela determinada por condições legais diferenciadas entre as pessoas. É regra da boa justiça que todas as pessoas vivam sobre as mesmas leis e seus direitos sejam igualmente respeitados. Essa é a única igualdade possível. Do resto, o discurso da “desigualdade social” é artificial, um problema falacioso e inócuo. Ou, na prática, é tão somente a reprodução totalitária da utopia socialista, que precisa nivelar todo mundo por baixo, em nome da igualdade. As pessoas parecem se esquecer do sentido da palavra “justiça”. Justiça não é igualdade, é eqüilidade. É dar a quem é devido, dentro das mesmas regras comuns do direito.
É paradoxal que o capitalismo, com seus imensos sucessos no campo do bem estar das sociedades democráticas, seja criticado em favor dos mitológicos experimentos socialistas, com seu histórico de fracassos assombrosos. O problema mesmo está no desconhecimento da economia e da história, sem contar a desinformação em massa sobre essas questões. Em parte, essa desinformação revela o completo envolvimento da intelectualidade universitária com a crença auto-divinizadora da engenharia social, como se a sociedade fosse um mármore a ser esculpido. Se alguém fizer uma simples comparação entre países capitalistas e socialistas, no aspecto das liberdades e, mesmo, do padrão de vida, a situação é tão humilhante para a esquerda, que na falta de provar qualquer eficiência de seu regime, acabam estigmatizando aquilo que odeiam. A Coréia do Sul abunda em riqueza, conforto e liberdades, quando a Coréia do Norte é um grotão miserável, um Estado policial cheio de campos de concentração, cujo ditador todo-poderoso é cultuado como um deus encarnado, uma caricatura oriental de Stálin. A antiga Alemanha Ocidental capitalista, na época da guerra fria, tinha um padrão de vida altíssimo e plenas liberdades civis e políticas, enquanto sua irmã vizinha, a Alemanha Oriental, era uma verdadeira prisão cercada por um muro. Mesmo a União Soviética, que era, supostamente, o país mais rico dos Estados socialistas, não chegava nem a sonhar com os padrões de vida dos EUA. Mas o que diferencia esses dois tipos de modelos de vida, para que um tenha enormes sucessos e outro, enormes fracassos? É a liberdade e a defesa do individuo cultuadas pelas sociedades liberais contra as sociedades coletivistas que o oprimem. O igualitarismo socialista não divide a riqueza; concentra-a em favor do Estado; não socializa a riqueza, socializa a miséria. O que as pessoas precisam entender é qual a diferença básica entre a sociedade de mercado e a sociedade dirigista ou socialista. A primeira dá a liberdade a cada indivíduo de gerenciar suas riquezas e possuir propriedades como bem entender; a segunda confisca o direito de cada um gerenciar o que é seu e se dispõe gerenciar os bens alheios às custas de todo mundo. O capitalismo é a economia da liberdade individual; o socialismo é a economia da servidão estatal.
As deficiências do liberalismo não estão nas estruturas políticas da democracia constitucional, e, tampouco, na sociedade contratual e na economia de livre mercado. O mal se encontra no relativismo moral, que não é somente um vício das sociedades liberais, e sim, de toda uma época, o século XX. Entretanto, a rotulação esquerdista sobre o liberalismo, ou mais específico, sobre o “neoliberalismo”, partindo da boca de certos “ativistas sociais”, é pura fraude. Na prática, é a velha nostalgia dos totalitarismos. E isso se torna perigoso, porque influencia toda uma cultura e mentalidade comuns, no sentido de rejeitar a democracia ou mesmo destruí-la. O ódio antiliberal tem o mesmo sabor de ódio às liberdades. O preço da liberdade é a eterna vigilância.
10 comentários:
apesar do sr nao dar o ar da graça no meu blog, cabe aqui um comentário, estamos sincronizados. vejá lá:
http://oemunctorio.blogspot.com
abraço.
Caro Conde. Fica aqui a pergunta:
Como é que o pensamento liberal pode ser chamado de "fascista", se o liberalismo é justamente contra o centralismo estatal, contra a planificação da economia e outros aspectos socialistas presentes no fascismo ?. O que será que nossos jumentos universitários entendem por fascismo ??
Forte abraço.
Me mostrem um projeto de país socialista que gerou mais desenvolvimento e prosperidade que os capitalistas. Parece que o povo se esquece que o pessoal na URSS dirigia (e na Rússia atual ainda dirige), aqueles Ladas ultrapassados. E os Trabant da Alemanha Oriental, com motor 2 tempos, igual aos das nossas "Mobylettes"? Quem não se lembra das reportagens do "Globo Repórter" sobre a URSS, onde mostravam supermercados com prateleiras desabastecidas e nenhuma variedade de produtos? Não sou especialista em ciência, mas já li que grande parte dos sistemas dos foguetes espaciais russos são os mesmos da década de 60. Basta uma consulta ao Google para se encontrar o "estágio avançado" da então informática soviética: servidos muitas vezes por clones de computadores ocidentais das primeiras gerações, os soviéticos tiveram de se virar com eles até muito recentemente. Os socialistas acusam o capitalismo de explorar os trabalhadores, mas a experiência demonstra que o socialismo explora as pessoas, porque na prática seus cidadãos têm apenas o mínimo para sobreviver, e não têm esperança alguma de progredir. E tudo isso - pasmem - é feito em prol de um suposto "bem comum" ou "igualdade". Há igualdade sim no socialismo: todos são nivelados por baixo, exceto a classe dominante responsável por operar Deus-Estado, que podem se dar ao luxo de andar de limusine ZIL (igualmente ultrapassada, mas bem luxuosa).
A única solução para a humanidade é o comunismo. E como o comunismo só pelo proletariado pode ser realizado, só ele pode salvar a humanidade dos horrores do capitalismo, da exploração bárbara, da política colonial, das guerras contínuas, da fome, da selvageria, da bestialidade e de todos os horrores do capital financeiro e do imperialismo. Daí a grande importância histórica do proletariado. Ele pode sofrer derrotas parciais, mas sua vitória é inevitável, tão inevitável quanto a derrota da burguesia.
Resulta claramente do que precede que todos os grupos, todas as classes e todos os partidos que podem restaurar o capitalismo ou imaginam que o tempo do socialismo ainda não chegou, desempenham, na realidade, um papel contra-revolucionário, reacionário, queiram ou não queiram, tenham ou não consciência disso. Tais são os partidos social-democratas.
Mui prezado conde,
a Santa Igreja Católica condena tanto o liberalismo quanto o comunismo. E não é sem razão.
Sds.,
de Marcelo.
Excelente Artigo, Um dos melhores q li ate hj. Meus Parabens!
Francisco Mariano D'Aguiar
Ótimo comentário,prezado Conde!
Quanto às asneiras externadas pelo louco e anticristão "VIVA O PT-CU",reproduzo um artigo,já postado por mim e por outros,como resposta ao descerebrado das 8:11 PM:
"O ESQUERDISTA, QUEM É ELE?
* Anatoli Oliynik
“A ambição diabólica do esquerdista é querer mandar no mundo”
O esquerdista é um doente mental que precisa de ajuda e não sabe. Um sujeito miserável que necessita da piedade humana. Mas cuidado com ele. Por ser um ser desprezível, abjeto, infame, torpe, vil, mísero, malvado, perverso e cruel, todos sinônimos é verdade, mas insuficientes para definir seu verdadeiro perfil, ele é perigoso e letal.
É um sociopata camuflado, um psicótico social que imagina ser Deus e centro do mundo. Na sua imaginação acha que é capaz de solucionar todos os problemas da humanidade e do mundo manifestado, mas que na verdade quer solucionar os seus próprios, que projeta nos outros para iludir-se de ser altruísta.
É um invejoso. A inveja é a sua marca registrada. Sente ódio doentio e permanente pelas pessoas de sucesso, notadamente aquelas realizadas financeira e economicamente. O sucesso alheio corrói suas entranhas. É aquele sujeito que passa pelo bosque e só vê lenha para alimentar a fogueira de seu ódio pelo sucesso alheio.
É um fracassado em todos os sentidos. Para justificar o seu fracasso busca desesperadamente culpados para a sua incompetência pessoal, profissional e humana. No seu conceito, a culpa é sempre dos outros, nunca atribuída a ele mesmo. É um sujeito que funciona como uma refinaria projetada para transformar insatisfações pessoais e sociais em energia pura para promover a revolução proletária.
É um cínico. Não no conceito doutrinário de uma das escolas socráticas, mas no sentido de descaramento. Portanto, um sujeito sem escrúpulos, hipócrita, sarcástico e oportunista. Para justificar seu fracasso e sua incompetência pessoal, se coloca na condição de defensor do bem-estar da sociedade e da humanidade, quando na verdade busca atender aos seus interesses pessoais, inconfessos. Para isso, se coloca na postura de bom samaritano e entra na vida das pessoas simples e desprovidas da própria sorte, com seu discurso mefistofélico.
É um ateu. Devido a sua psicose, já comentada anteriormente, destitui Deus e se coloca no lugar d’Ele para distribuir justiça, felicidade e bem-estar social, solucionar todos os problemas do mundo e da humanidade, dentre outros que-jandos. É um indivíduo que tem a consciência moral deformada e deseja, acima de tudo, destruir todos os valores cristãos e construir um mundo novo, segundo suas concepções paranóicas.
É um narcisista. A sua única paixão é por si mesmo, embora use da artimanha para parecer um sujeito preocupado com os outros, no fundo não passa de um egoísta movido pelo instinto de autocon-servação.
É um niilista. Um sujeito que renega os valores metafísicos divinos e procura demolir todos os valores já estabelecidos e consagrados pela humanidade para substituí-los por novos, originários de sua própria demência. Assim, ele redireciona a sua força vital para a destruição da moral, dos valores cristãos, das leis etc. Sua vida interior é desprovida de qualquer sentido, ele reina no absurdo. É o “profeta da utopia” e o “filósofo do nada”.
É um genocida cultural. Na sua vasta ignorância da realidade do mundo manifestado, o esquerdista acha que o mundo é a expressão das idéias nascidas de sua mente deformada e assim se organiza em grupos para destruir a cultura de uma sociedade, construída a custa de muitos sacrifícios e longos anos de experiência da humanidade.
Agora que você conhece algumas características do esquerdista, fica um conselho: jamais discuta com um deles, porque a única coisa que ele consegue falar é chamá-lo de reacionário, nazista, capitalista e burguês. Ele repete isso o tempo todo e para todos que o contradizem, pois a única coisa que sua mente deformada consegue assimilar, são essas palavras. Com muito custo ele consegue pronunciar mais um ou dois verbetes na mesma linha aos já descritos, todos para desqualificá-lo e assim expressar a sua soberba.
Os conceitos atribuídos ao esquerdista se aplicam em gênero, número e grau aos socialistas, marxistas, leninistas, stalinistas, trotskistas, comunistas, maoístas, gramscistas, fidelistas, chevaristas, chavistas e especialmente aos membros da família dos moluscos cefalópodes.
Para finalizar, porém longe de esgotar o assunto, o esquerdista é aquele sujeito cuja figura externa é enormemente maior que a própria realidade. Sintetiza o cavaleiro solitário no deserto do absurdo, cuja ambição diabólica é querer mandar no mundo. (Curitiba/PR) 15/10
Administrador e
consultor de empresas"
Germânico
O que a esquerda chama de neoliberalismo é na verdade o socialismo do New Deal empregado por Roosevelt na América usando as idéias de Keynes. Como os democratas não podiam dizer abertamente que estavam aplicando o socialismo, chamaram-se a si mesmos de liberais, enquanto os verdadeiros liberais tiveram que se contentar com o nome de "conservadores".
Liberalismo e socialismo são duas ideologias materialistas cuja realização no campo da moral é desastrosa. Minha dúvida é se é possível uma alternativa a elas, nas presentes condições do mundo. Já ouvi dizer que seria o distributismo de Belloc, mas esse sempre me pareceu uma espécie de socialismo "light".
Tullianum
Bom dia, amigo. Passe lá no Blog do Clausewitz, pois tem um merecido prêmio lá para o seu Blog. Abração
EXCELENTE,caro Conde!!!
PARABÉNS!!!
KIRK
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