domingo, janeiro 11, 2009

A abordagem da mídia analisada por um judeu.


Daniel Barenbein, do site "De olho na mídia", fala da abordagem da mídia em relação ao assunto árabe-palestino.

4 comentários:

Anônimo disse...

O blog do Conde agora é só ctrl c, ctrl v. Sacanagem, vou ter que descer aqui da cobertura para pegar uma comédia na locadora.

Anônimo disse...

13/01/2009 - 00h41

Bernard-Henri Lévy: libertar os palestinos do Hamas

The New York Times News Service
Bernard-Henri Lévy

Não sendo um especialista militar, vou me abster de julgar se os bombardeios israelenses sobre Gaza poderiam ter sido mais bem mirados, menos intensos.

Não tendo, há décadas, jamais me decidido a distinguir entre os bons e os maus mortos, ou como dizia Camus, entre "vítimas suspeitas" e "carrascos privilegiados", evidentemente eu também estou abalado pelas imagens de crianças palestinas mortas.

Dito isso, e levando em conta o vento de loucura que parece, mais uma vez, como sempre quando se trata de Israel, tomar conta de certas mídias, eu gostaria de relembrar alguns fatos.

1. Nenhum governo do mundo, nenhum outro país fora esse Israel vilipendiado, arrastado na lama, endemoniado, tolera ver milhares de mísseis caírem, durante anos, sobre suas cidades: o mais notável na questão, o verdadeiro motivo de espanto, não é a "brutalidade" de Israel - é, literalmente, seu longo castigo.

2. O fato de que os Qassam do Hamas e agora seus mísseis Grad tenham feito tão poucos mortos não prova que eles sejam artesanais, inofensivos etc., mas que os israelenses se protegem, que eles vivem isolados nos porões de seus prédios, abrigados: uma existência de pesadelo, em condicional, ao som de sirenes e de explosões - eu estive em Sderot, eu sei.

3. O fato de que os mísseis israelenses fazem, por outro lado, o mesmo tanto de vítimas, não significa, como bradariam os manifestantes desse fim de semana, que Israel se entrega a um "massacre" deliberado, mas que os dirigentes de Gaza escolheram a atitude inversa e expõem suas populações: velha tática do "escudo humano" que faz com que o Hamas, assim como o Hezbollah há dois anos, instale seus centros de comando, seus estoques de armas, seus bunkers, nos subsolos de prédios, de hospitais, de escolas, de mesquitas - eficaz, mas repugnante.


4. Entre a atitude de uns e de outros existe, qualquer que seja, uma diferença importante e que não pode ser ignorada por aqueles que se consideram justos, e a tragédia, e os meios de terminá-la: os palestinos atiram sobre cidades, ou seja, sobre civis (o que em direito internacional se chama "crime de guerra"); os israelenses apontam para alvos militares e fazem, sem mirar, terríveis estragos civis (o que em jargão de guerra leva um nome - "estrago colateral" - que, mesmo que seja horrível, remete a uma verdadeira assimetria estratégica e moral).

5. É preciso colocar os pingos nos "is": lembremos ainda um fato que estranhamente a imprensa francesa pouco repetiu, e sobre o qual não conheço, no entanto, nenhum precedente, em nenhuma outra guerra, da parte de nenhum outro exército: as unidades de Tsahal telefonaram de forma sistemática (a imprensa anglo-saxã fala de 100 mil chamadas), durante a ofensiva aérea, aos habitantes de Gaza que vivem perto de um alvo militar para convidá-los a evacuarem o local; é claro que isso não muda em nada o desespero das famílias, suas vidas destruídas, o massacre; mas que as coisas se passem assim não é, entretanto, um detalhe totalmente sem sentido.

6. E quanto ao famoso bloqueio integral, enfim, imposto a um povo esfomeado, desprovido de tudo e lançado a uma crise humanitária sem precedentes (sic), ele também não é factualmente exato: os comboios humanitários nunca deixaram de passar, até o início da ofensiva terrestre, no ponto de passagem Kerem Shalom; só para a jornada do 31 de dezembro, foram 100 caminhões de mantimentos e remédios que puderam, segundo o New York Times, entrar no território; e só estou puxando pela memória (pois é desnecessário dizer - ainda que, lendo e ouvindo alguns, talvez isso fique melhor dito...) o fato de que os hospitais israelenses continuam, neste momento em que escrevo, a receber e cuidar, todos os dias, dos feridos palestinos.

Muito em breve, é o que esperamos, os combates cessarão. E muito rápido, é o que também esperamos, os comentadores se recuperarão. Eles vão descobrir, nesse dia, que Israel pode ter cometido erros ao longo dos anos (chances perdidas, longa recusa da reivindicação nacional palestina, unilateralismo), mas os piores inimigos dos palestinos são esses dirigentes extremistas que nunca quiseram a paz, nunca quiseram um Estado e nunca conceberam outro estado para seu povo que não fosse de instrumento e de refém (imagem sinistra de Khaled Mechaal que, no sábado 27 de dezembro, enquanto se determinava a iminência do contra-ataque israelense tão desejado, só sabia incitar sua "nação" a "oferecer o sangue de outros mártires" - e isso a partir de seu confortável exílio, seu esconderijo, em Damasco...).

Hoje, de duas coisas, uma. Ou os Irmãos Muçulmanos de Gaza restabelecem a trégua que eles romperam e, na sequência declaram inválida uma carta baseada sobre a pura recusa da "entidade sionista": eles reunirão esse vasto partido do acordo que não cessa, graças a Deus, de progredir na região - e a paz se fará. Ou senão eles teimarão em só ver no sofrimento dos seus um bom combustível para suas paixões requentadas, seu ódio louco, niilista, sem palavras - e não é somente Israel, mas os palestinos, que deverão ser libertados da sombria influência do Hamas.

(O filósofo e escritor francês Bernard-Henri Lévy é o autor dos livros "American Vertigo" e "Ce Grand Cadavre à la Renverse")

Anônimo disse...

Para adicionaru um pouco de História:

"Sem Mudar As Palavras
João Pereira Coutinho

Inevitável: Israel é sempre um sucesso de bilheteria. Na passada semana, eu poderia ter escolhido outro tema qualquer. Poderia ter escolhido, por exemplo, o que sucedeu no Congo: uma guerra brutal que ceifou 1 milhão de vidas. E que, já depois do cessar-fogo, continua a matar: uma média de 30 mil por mês. Essa guerra mundial africana já fez entre 3 a 6 milhões de mortos.Mas o mundo não quer saber do Congo para nada. Não há judeus no Congo. Curioso: uma catástrofe sem precedentes está a suceder em África e o mundo está com os olhos postos em Gaza.É por isso que regresso ao meu artigo da semana passada, que praticamente rebentou com o meu e-mail e com o Painel do Leitor desta Folha. Não respondo aos insultos e aos elogios, que chegaram em partes iguais. Ignoro os primeiros, agradeço os segundos. Mas gostaria de responder a críticas racionais, articuladas por pessoas racionais. E a principal crítica que me foi dirigida lida com a parte da história que eu, alegadamente, teria ignorado: eu começava a minha narrativa em 1967 porque esse é o ano da ocupação de Gaza e da Cisjordânia. Alguns leitores disseram que eu esquecia o que sucedera antes, ou seja, o "roubo", pelos judeus, de terra árabe em 1948. Alguns leitores tiveram mesmo a gentileza de me enviar um artigo de Robert Fisk, publicado na Folha (edição de 31/ 12/ 2008), em que o jornalista britânico afirmara com ironia: as populações de Gaza nem sempre viveram em Gaza. Verdade que uma crônica de jornal não é uma tese de doutorado. Eu sei, porque já escrevi ambas. Mas mesmo no espaço limitado de uma crônica, eu pensava que os meus críticos jamais comprariam a propaganda antissemita que faz dos judeus de 1948 puros extraterrestres que desceram da nave espacial para ocupar a Palestina e expulsar os árabes lá presentes. Uma mentira infame. Para começar, a presença judaica na região foi permanente ao longo dos séculos, mesmo depois da destruição do Templo em 70 d.C. E, para ficarmos na história moderna, a maciça imigração de judeus para a Palestina a partir de 1880, altura em que muitos abandonaram a Europa e a Rússia e compraram legalmente terras na região, bastaria para desfazer a primeira mentira: a mentira dos extraterrestres. A criação do Estado de Israel expressa essa presença multissecular. Mas seria o fim da Primeira Guerra, e a consequente desagregação do Império Otomano, que tornaria Israel possível: se árabes e judeus coexistiam na Palestina, um plano de partição, supervisionado pelas Nações Unidas, propunha-se garantir a ambos os povos dois Estados independentes. E se a Transjordânia ocupava já 80% do Mandato Palestino, árabes e israelenses partilhariam a terra restante. Fatalmente, os árabes mostraram-se incapazes de aceitar a existência do Estado judaico e, logo em 1948, iniciariam uma guerra de extermínio que está na origem do problema dos refugiados palestinos. Robert Fisk tem razão quando afirma que os habitantes de Gaza nem sempre viveram em Gaza. O que Fisk esquece, ou propositadamente ignora, é a responsabilidade árabe na criação do problema dos refugiados. Como esquece, ou ignora, que em 1948 Israel receberia 600 mil judeus expulsos ou perseguidos pelos países árabes. A grande diferença é que Israel recebeu os seus refugiados e os países árabes ignoraram-nos. Até hoje. A tragédia corrente no Oriente Médio não é explicável sem esse primordial antissemitismo árabe, no qual teve papel de destaque o mufti de Jerusalém, Al Husseini (um amigo pessoal do regime nazista). Foi esse antissemitismo crescente que condenou a região a uma guerra sem fim. Mas a tragédia também não é explicável sem um pormenor final. Nos relatos habituais, o conflito em Gaza tem sido retratado com as lentes do passado: uma luta entre Israel e os palestinos, em que Israel se recusa a aceitar a solução dos dois Estados. Não vale a pena perder um minuto de tempo a relembrar a oferta de Ehud Barak em Camp David (que Arafat recusou) ou o pormenor, insignificante, de que o Hamas se recusa a aceitar a existência de judeus na Palestina, tal como está na sua Constituição. Fico-me pelo básico: a luta em curso é uma luta nova, não velha; tal como sucedeu em 2006, no sul do Líbano, é uma luta entre Israel e o Irã que ainda só está nos primeiros passos. Minha tentação era terminar, dizendo: quem viver, verá. Mas, se o Irã chegar à bomba nuclear, o mais certo é no futuro já não restar nada para ver.
Artigo de João Pereira Coutinho na Folha ilustrada de hoje 13/1/2009"

Anônimo disse...

"Maurício",às 3:24 PM,desista!!!Nenhum Conservador vai lhe comer!!!Pois Conservador é HETEROSSEXUAL!!!Já os esquerdistas...

Vai procurar lá no blog vermelho,hehehe!!!Pois comunista faz qualquer coisa em nome da causa,hehehe...Inclusive "cuidar" do seu rabicó...

Este "Maurício" é uma comédia!!!



KIRK