Esse é o lugar onde os comunistas brasileiros deveriam passar as férias. Não é o balneário-puteiro de Cuba, nem Nova York no inverno: é o campo de concentração de Yodok, na Coréia do Norte. Nossa, como o socialismo é uma maravilha! Estou sinceramente comovido!
segunda-feira, abril 14, 2008
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Um comentário:
Só para constar, do Der Spiegel:
"08/04/2008 Hugo Chávez é amigo das Farc? Uma descoberta espetacular pode provar o que muitos suspeitam há muito tempo. Mensagens eletrônicas e outros arquivos encontrados em um laptop das Farc, nas florestas do Equador, mostram que o presidente venezuelano Hugo Chávez pode ter relações próximas com o grupo terrorista
Jens Glüsing
Quando a polícia invadiu uma casa perto de San José, capital da Costa Rica, sabia exatamente o que estava procurando. Imediatamente, as autoridades se dirigiram para um quarto nos fundos, onde encontraram um velho cofre cheio de dólares -embrulhados em plástico como cocaína.
Muitas das notas estavam coladas; algumas já estavam tão podres que mal podiam ser contadas. A polícia, entretanto, sabia a soma de qualquer forma: US$ 480.000 (cerca de R$ 960.000). O dinheiro tinha sido mencionado por Raúl Reyes -o número dois na organização guerrilheira marxista colombiana conhecida como Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)- em um e-mail para Rodrigo Granda, conhecido como "chanceler" do grupo rebelde. Granda deveria usar dinheiro para financiar atividades internacionais. O endereço onde estava o cofre também foi mencionado na mensagem.
O e-mail sobre os US$ 480.000 foi um de centenas de documentos encontrados no laptop de Reyes. As tropas colombianas haviam matado o líder guerrilheiro em seu sono no início de março, durante um ataque na madrugada com bombas contra um acampamento das Farc no Equador -e apreendido o laptop. Ele foi encontrado junto com três outros computadores e uma série de CDs em uma mala que sobreviveu ao ataque.
A possível ligação do presidente da Venezuela com as Farc deixou Washington alarmado
Trinta quilos de urânio
Especialistas da Interpol estão atualmente analisando os dados recuperados. Parte da informação estava codificada, mas a maior parte dos arquivos era facilmente acessível. Reyes sentia-se seguro em seu acampamento, a menos de dois quilômetros da fronteira com Colômbia. Em aproximadamente duas semanas, o secretário geral da Interpol, Ronald Noble, planeja anunciar os resultados da investigação. Mas uma coisa está clara: os laptops continham uma bomba política: eles contêm informações detalhadas sobre as relações das Farc fora da Colômbia, as finanças do grupo, suas rotas de contrabando e registros de entrega de cocaína. Há também detalhes de ataques executados pelo grupo.
Os arquivos apreendidos também permitiram que a polícia encontrasse 30 kg de urânio, que tinham sido escondidos em uma aldeia perto da capital colombiana de Bogotá e possivelmente pertenciam aos guerrilheiros. Apesar do material não ser adequado para fazer bombas, poderia ser usado para produzir uma munição especial capaz de perfurar veículos blindados.
Reyes também se refere às negociações com o governo francês sobre a possível libertação da ex-candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt. Em uma mensagem ao comandante rebelde, ele reclama que a francesa colombiana -refém das Farc há mais de seis anos- é teimosa e tenta tirar vantagem de sua superioridade intelectual. Enquanto isso, a saúde de Betancourt ficou tão ruim que Paris enviou um avião para Bogotá na última quinta-feira equipado com mantimentos e médicos para a atenderem em caso de emergência no caso de sua soltura.
Entretanto, o homem mais importante exposto pelos arquivos no laptop é o presidente venezuelano Hugo Chávez -o mesmo homem que ameaçou seu colega colombiano Álvaro Uribe de guerra depois de um ataque contra Reyes cruzando a fronteira. Agora está clara a razão: aparentemente, Chávez faz mais do que simpatizar com a guerrilha em seu país vizinho -ele também a apóia com dinheiro e armas.
Impulso às guerrilhas
A correspondência póstuma de Reyes revela que Chávez tinha planejado um encontro com o lendário líder das Farc Manuel Marulanda e queria convidar o chefe de Estado da Nicarágua, Daniel Ortega, e o presidente da Bolívia Evo Morales. Outro e-mail refere-se a um dossiê de mais de US$ 300 milhões (cerca de R$ 600 milhões) para as Farc. O governo da capital venezuelana de Caracas também aparentemente ofereceu aos rebeldes uma parte do petróleo do país e prometeu armas sem comissão do próprio exército do país.
Chávez insiste que nunca enviou dinheiro ou armas aos rebeldes. Depois do áspero incidente com o líder colombiano Uribe, ele está se retratando como homem de paz. Entretanto, ex-rebeldes e especialistas em inteligência confirmam a conexão com os guerrilheiros.
Chávez descobriu sua simpatia pelos rebeldes marxistas no início dos anos 90. Na época, ele era membro de um grupo de oficiais rebeldes que tiravam sua inspiração ideológica dos movimentos insurgentes marxistas dos anos 60 e 70 na Colômbia e na Venezuela. Depois de uma tentativa de golpe contra o presidente Carlos Andrés Perez, Chávez acabou na prisão. Uma injeção de dinheiro das Farc o teria ajudado a sair de sua dificuldade financeira na época.
Foi um grande impulso para as guerrilhas quando Chávez conquistou o poder em uma eleição democrática, dez anos atrás. Depois de décadas de isolamento, os rebeldes colombianos finalmente conseguiram um parceiro em seu importante país vizinho, alguém que sabe como mobilizar a esquerda na América Latina.
No final dos anos 90, quando o presidente colombiano Andrés Pastrana estava negociando a troca de prisioneiros com as Farc, os venezuelanos estavam conduzido "negociações paralelas" com a organização, diz o ex-combatente rebelde. O informante, que usa o nome de guerra Manuel Garcia, entregou-se às autoridades há quatro anos. "Em Caracas, eles acreditavam que as Farc podiam subir ao poder por meios pacíficos - como Chávez na Venezuela", disse ele.
Paramilitares fortemente armados
As negociações com Pastrana, entretanto, desmoronaram, e alega-se que Chávez abriu a Venezuela para as Farc como refúgio. Membros da inteligência na Colômbia sustentam que Chávez está planejando uma aliança ideológica e militar com as Farc "para neutralizar as forças armadas como instituição democrática e fundi-la com movimento das milícias".
Com efeito, o líder venezuelano vem trabalhando há anos para criar estruturas de poder paralelas dentro de seu próprio país. Um golpe fracassado há seis anos somente serviu para ressaltar sua desconfiança das instituições democráticas. Chávez distribuiu armas para 100.000 civis, que deveriam ficar a seu lado no evento de uma "invasão". Um grande número de favelas em Caracas hoje é patrulhado por unidades paramilitares fortemente armadas.
Guerrilheiros colombianos das Farc aparentemente também treinam a milícia em favor de Chávez que operam perto da fronteira. Fontes de inteligência informam que há sete patrulhas avançadas das Farc operando de dentro da Venezuela. Elas supervisionam o contrabando de armas e cocaína.
"As Farc se movem nos países vizinhos como um peixe dentro d'água", diz o ex-guerrilheiro Garcia. O líder das Farc de 77 anos Marulanda, o líder guerrilheiro Ivan Marquez e uma série de comandantes estão na Venezuela, de acordo com fontes do governo colombiano.
Esforços de alto perfil de Chávez no início de janeiro para assegurar a liberação de reféns famosos das Farc lançaram o grupo guerrilheiro das matas de volta para os holofotes internacionais. Entretanto, sem o apoio de Caracas, eles teriam sido derrotados há muito, segundo governo de Bogotá -afinal, os rebeldes estão sob extrema pressão.
"Narcoestado"
Uma série de seus principais comandantes foi morta nos últimos poucos meses. Mais que isso, até 200 homens desertam a cada mês, não mais vendo futuro na luta armada. Especialistas em segurança estimam que nos últimos poucos anos o número de guerrilheiros foi reduzido pela metade para aproximadamente 8.000. A maioria dos colombianos hoje acredita que as Farc de fato podem ser derrotadas militarmente.
É antes de tudo graças a sua receita lucrativa do narcotráfico que os rebeldes ainda têm acesso a dinheiro e armas. A Venezuela também tem um papel importante nisso. Autoridades do narcotráfico dizem que cerca de 30% da cocaína colombiana é contrabandeada pela Venezuela e seu caminho para a Europa e EUA. De suas bases militares na fronteira, soldados colombianos observam dezenas de pequenos aviões voando todo dia sobre território venezuelano, em direção à América Central e México.
"A Venezuela é a Meca do tráfico de drogas", confirmou o chefe de narcóticos colombiano Luis Hernando Gomez Bustamante, depois de sua prisão no ano passado. Antigos rebeldes dizem, entretanto, que as autoridades venezuelanas estão diretamente envolvidas no tráfico. Diplomatas europeus em Caracas vêem um verdadeiro perigo do país degenerar para um "narcoestado" sob Chávez.
As últimas revelações dos laços próximos entre Chávez e as Farc alarmaram Washington. A Casa Branca está considerando colocar a Venezuela em sua lista de países que apóiam o terrorismo. Entretanto, as sanções econômicas resultantes poderiam ter um efeito bumerangue. Os EUA importam 12% de seu petróleo da Venezuela.
Tradução: Deborah Weinberg"
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